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TCC DESENVOLVIMENTO

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A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA
RESUMO
Este estudo pretende mostrar, aos educadores, a importância da afetividade no ambiente escolar, e também das atividades lúdicas para o desenvolvimento do ser humano, em uma perspectiva social, criativa, afetiva, cultural e histórica. Tem como objetivo, demonstrar a necessidade de reflexão do papel da afetividade no desenvolvimento da crianças nos seus primeiros anos de vida e relacionar as atividades lúdicas nesse processo. Objetivou também que os profissionais da educação reavaliem sua postura metodológica, frente as novas demandas da educação. Assim esta pesquisa posiciona do ponto de vista teórico a relevância da afetividade na formação do ser humano, e as contribuições possibilitadas pela ludicidade, através da interação com o meio e com os outros. Para esse fim foi realizada uma extensa pesquisa bibliográfica, a fim de estabelecer uma relação teórica ao estudo realizado. 
Palavras-chave: Afetividade; Cognição; Postura Pedagógica.
INTRODUÇÃO 
Nos dias atuais as crianças ingressam cada vez mais cedo ao contexto escolar. As exigências do mundo capitalista, acabaram por fazer da escola uma extensão familiar. Esse é cenário anunciado por Rodrigues:
As crianças serão enviadas para a Escola cada vez mais cedo e nela permanecerão por um tempo mais extenso. E isso não será porque há um mundo novo de informações a ser processado e, sim, porque a Escola deverá exercer o tradicional papel das famílias, das comunidades, da Igreja, e ainda, o que lhe era próprio: desenvolver conhecimentos e habilidades. Ela deverá se ocupar com a formação integral do ser humano e terá como missão suprema a formação do sujeito ético. (2001, p. 253-254)
Em razão disso, devemos compreender que o processo de adaptação das crianças é uma questão que deve ser refletida por toda comunidade escolar. Não podemos admitir que no momento presente, as creches sejam consideradas meros depósitos de crianças. Ao contrário, há que se ter a compreensão de que para a criança que chega à escola desde de muito cedo, é um processo doloroso, haja vista que está sendo afastada de seu ambiente familiar devendo criar novos vínculos afetivos num ambiente totalmente adverso ao que está acostumada.
	Parte do exposto a problemática a ser analisada nesse breve estudo, quais estratégias o profissional da educação pode usar objetivando tornar a fase de adaptação dessa criança o menos traumático possível. Entendemos que a relação de adaptação entre a escola e a criança deve acontecer de maneira amorosa, lúdica e portanto, prazerosa. Para tanto, este estudo buscou pesquisar a importância das relações afetuosas entre professor-aluno, buscando compreender como isso se refletirá no futuro da criança. Para tanto, os objetivos a serem almejados nesse estudo são:
Refletir sobre o afeto no processo ensino-aprendizagem como maneira de dar oportunidades às crianças de se relacionarem entre si, com os educadores e toda a comunidade escolar de maneira prazerosa;
Perceber que por meio do cotidiano lúdico (brincadeiras, música, jogos, contação de histórias) o educador poderá contribuir para o pleno desenvolvimento da criança.
Para o desenvolvimento dessa pesquisa, fez-se uso da leitura de livros e trabalhos científicos, entre outros, com o intuito de encontrar autores com ideias relevantes, que buscaram em suas pesquisas abordar cientificamente o assunto, servindo como base teórica da temática aqui abordada. Por esta razão esta pesquisa é de caráter exploratório
2. O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA – TEORIA DE JEAN PIAGET 
	Jean Piaget conceituou por meio de intensa pesquisa o desenvolvimento cognitivo das crianças e a decorrência desse processo na formação do seu comportamento e personalidade.
 De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2001) cognição é:
O processo através do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o ser se situa no mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui significados à realidade em que se encontra. Esses significados não são entidades estáticas, mas pontos de partidas para a atribuição de outros significados. Tem origem, então, a estrutura cognitiva (os primeiros significados), constituindo-se nos ‘pontos básicos de ancoragem’ dos quais derivam outros significados. (P.152 - 153)
	Após anos de pesquisa e dedicação, Piaget descreveu os estágios de desenvolvimento cognitivo pelo qual o ser humano passa em seu processo de crescimento, não apenas físico, mas também comportamental e emocional. Descreve quatro estágios que representam os períodos desse desenvolvimento:
Sensório-motor – 0 a 2 anos;
Pré-operatório – 2 a 7 anos;
Operatório-concreto – 7 a 11 anos
Operatório-abstrato – 11 anos em diante.
Devemos ter clareza que apesar de os períodos serem apresentados cronologicamente, eles podem ocorrer de maneiras diferentes, pois cada criança é um ser em desenvolvimento particular podendo, portanto, atingir as fases acima descritas, em momentoss mais curtas ou mais longos, mas sucessivamente a ordem apresentada. De acordo com Steuck e Pianezzer (2013) em seus estudos Piaget verificou que “o desenvolvimento da criança tem início ainda no período intrauterino e se estende até a adolescência evoluindo de forma cada vez mais complexa, em etapas sucessivas”. (P. 68).
Como nosso estudo baseia-se no primeiro estágio vamos fazer um breve estudo dessa fase.
2.1 O Período Sensório-motor
	De acordo com Piaget, o período Sensório-motor (0 a 2 anos) possui características distintas, sendo que inicialmente, o recém-nascido passa pela fase dos reflexos sensório-motores, reflexos de sucção, repetição de gestos e movimentos simples, entre outros, parecendo não ter grande importância.
Porém devemos refletir a respeito, pois como afirmam Nogueira e Leal (2013) 
Esta pode parecer uma fase sem muita importância para o desenvolvimento da criança, mas, ao contrário, é um estágio marcado por extraordinárias transformações mentais e, por conseguinte, o progresso da inteligência dá passos largos nesse período (p. 64).
	Em complemento a citação acima consideramos Rappaport et al ( 1981) os quais afirmam que nesse estágio:
(...) irá ocorrer a organização psicológica básica em todos os aspectos (perceptivo, motor, intelectual, afetivo e social). Do ponto de vista do autoconhecimento, o bebê irá explorar seu próprio corpo, conhecer os seus vários componentes, sentir emoções, estimular o ambiente social e ser por ele estimular o ambiente social e ser por ele estimulado, e assim irá desenvolver a base do seu autoconceito estará alicerçado no esquema corporal, isto é, na ideia que a criança forma de seu próprio corpo (P. 67).
Percebe-se então a necessidade de que os profissionais da educação estejam bem preparados para receber a criança nessa fase, colaborando através de sua postura pedagógica para que a sua adaptação seja a mais acolhedora possível. Ortiz renomada psicóloga que atua na área da Educação Infantil há muitos anos, em publicação na Revista do Instituto Avisa Lá pondera que:
Considerar a adaptação sobre o aspecto de acolher, aconchegar, procurar oferecer bem estar, conforto físico e emocional, amparar, amplia significativamente o papel e a responsabilidade da instituição de educação neste processo. A qualidade do acolhimento deve garantir a qualidade da adaptação, portanto, trata-se de uma decisão institucional, pois há uma inter-relação entre os movimentos da criança e da instituição, fazendo parte do mesmo processo.
A partir do exposto entendemos que a integração da escola com a vida, acontece por meio de experiências que devam satisfazer os interesses dos alunos e as exigências sociais. A escola deve promover um processo ativo de construção e reconstrução do objeto de conhecimento numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. 
3. A Afetividade no desenvolvimento Cognitivo da Criança
O processo educativo não acontece somente no contexto escolar, é contínuo e permanente e ocorre em todasas situações de vivência dos indivíduos, o que lhe permite através das trocas e vivências com o outro, ampliar o seu universo de conhecimento. De acordo com o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil) 
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. (BRASIL, 1998, p. 21).
No entanto, será no ambiente escolar que se potencializarão as competências que lhe possibilitarão compreender-se como sujeito de sua própria história. Mas para que a escola cumpra seu papel formador faz-se necessário que acompanhe seu momento histórico e repensem suas ações pedagógicas. Deve estar comprometida em oferecer o seu melhor a toda e qualquer criança que lhe é apresentada.
Nesse cenário é importante ressaltar a importância da afetividade na relação professor-aluno. Embora o desenvolvimento do ser humano aconteça de forma integrada, será a afetiva o principal elo do desenvolvimento cognitivo da criança. Almeida (1999. P. 50) ressalta que: “ à medida que o indivíduo se desenvolve, as necessidades afetivas se tornam cognitivas”
Nesse aspecto, o francês Henri Wallon, através do aprofundamento de seus estudos inovou a forma de pensar sobre a afetividade no ambiente escolar. Para esse teórico o aparecimento do afeto antecede o surgimento da inteligência (1979). Assim que a criança nasce é apresentada ao “mundo”, e a partir disso, cria laços de afetividade com as pessoas mais próximas a si, os familiares nesse caso. Paulatinamente, vai interagindo e criando novos laços de afetividade, adaptando-se ao meio físico e social, expressando suas emoções e consequentemente desenvolvendo-se individualmente.
A afetividade, apesar de ser um dos aspectos centrais do desenvolvimento do ser humano na teoria de Wallon, ela atua juntamente com a cognição e o ato motor. Da mesma maneira que Piaget, Henri Wallon considera o desenvolvimento humano em etapas, que no caso são cinco, são elas:
Impulsivo-emocional (1 ano)
Sensório-motor projetivo (1-3 anos)
Personalista (3-6 anos)
Categorial (6-11 anos)
Adolescência (11 anos em diante)
No decorrer do processo tanto a afetividade como a inteligência se alternam. Izabel Galvão explica que:
Apesar de se alternarem a dominância, afetividade e cognição não são funções exteriores uma à outra. Ao reaparecer como atividade predominante, uma incorpora as conquistas da anterior (1996, p. 45)
Pode-se então perceber o entrelaçamento entre uma e outra no processo de desenvolvimento da criança. Nesse processo devemos ter a clareza de que ao refletirmos sobre a questão da afetividade, não podemos associá-la apenas ao lado positivo. Há que se perceber que a afetividade, como afirma, Fernanda Salla em seu artigo Conceito de afetividade de Henri Wallon, publicada na Revista Eletrônica Nova Escola, que o termo se associa “à capacidade do ser humano de ser afetado positiva ou negativamente tanto por sensações internas como externas”.
Nesse sentido, cabe ao profissional da educação, de que maneira a criança está expressando suas emoções, pois a maneira como as expressam, representa a realidade que vivem.
A esse respeito é importante salientar novo trecho da publicação de Salla, afim de que façamos uma reflexão acerca do acima afirmado:
Wallon mostra que a afetividade é expressa de três maneiras: por meio da emoção, do sentimento e da paixão. Essas manifestações surgem durante toda a vida do indivíduo, mas, assim como o pensamento infantil, apresentam uma evolução, que caminha do sincrético para o diferencial. A emoção, segundo o educador, é a primeira expressão da afetividade. Ela tem uma ativação orgânica, ou seja, não é controlada pela razão. (...) O sentimento, por sua vez, já tem um caráter mais cognitivo. Ele é a representação da sensação e surge nos momentos em que a pessoa já consegue falar sobre o que lhe afeta. Já a paixão tem como característica o autocontrole em função de um objetivo. Ela se manifesta quando o indivíduo domina o medo.
	Por meio da observação dos acontecimentos diários o educador poderá perceber indicadores de intervenção, que poderão ser de grande valia no processo de formação de uma criança. Devemos estar convictos que no processo educativo devemos estar atentos a todas as manifestações da criança, isso implica em reconhecer como a presença dos afetos interfere no desenvolvimento do ser humano independente de sua idade. Há que se estar atento também como se dá o processo de socialização da criança pois a afetividade também interfere nele.
4. Socialização – construção de vínculos
A partir do momento em que é concebida, a criança passa a interagir com o mundo externo. Passa então a ter um íntimo contato com o outro. Primeiramente com seus familiares e posteriormente com as pessoas que fazem de alguma forma parte de seu cotidiano. Então além dos vínculos sociais passa a estabelecer também vínculos afetivos. Um universo de emoções vai se estabelecendo no seu pequeno mundo e essas irão, gradualmente, interferindo na sua maneira de ver e sentir o mundo que a cerca. 
Lev Vigotsky, teórico do sócio interacionismo, afirma que o desenvolvimento humano está intrinsicamente ligada com a relações sociais. Para ele, a relação do homem com o mundo está sempre mediada pelo outro. Bock salienta que:
A aprendizagem da criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola, isto porque desde o primeiro dia de vida, ela já está exposta aos elementos da cultura e à presença do outro, que se torna o mediador entre ela e a cultura. A criança vai aprendendo a falar e a gesticular, a nomear objetos (...) Em todas essas atividades está o “outro” Parceiro de todas as horas, é ele que lhe explica o mundo, que lhe responde aos “porquês”, enfim, é o seu grande intérprete do mundo. A escola surgirá, então, como lugar privilegiado para este desenvolvimento, pois é o espaço em que o contato com a cultura é feito de forma sistemática, intencional e planejada. (p. )
Então, podemos perceber que a escola é o espaço que favorece a relação social que, mediada pelo professor, cria possibilidades não só de aprendizado como também de uma nova leitura de mundo para a criança.
Nesse contexto devemos considerar a afetividade como parte fundamental desse processo. Para Vygotsky, nas interações sociais as emoções se entrecruzam aos fenômenos psicológicos, dando sentido as experiências individuais de cada criança, determinando também sua ação na realidade que a cerca. A esse respeito Tassoni contribui, afirmando que: 
(..) a manifestação inicial da emoção parte da herança biológica, mas, junto com outras funções psicológicas, nas interações sociais, ela percebe seu caráter instintivo para dar lugar a um nível mais complexo de atuação do ser humano, consciente e autodeterminado (2008, p. 61)
Assim é possível compreender que a ação afetiva no contexto social, dá significância as experiências individuais e consequentemente interferindo nas estruturas cognitivas da criança.
Tassoni complementa:
São as experiências vivenciadas com outras pessoas é que irão marcar e conferir aos objetos um sentido afetivo, determinando, dessa forma, a qualidade do objeto internalizado. Nesse sentido, pode-se supor que, no processo de internalização, estão envolvidos não só os aspectos cognitivos, mas também os afetivos (2008, p. 2)
É em razão do exposto que consideramos que a postura pedagógica frente as reações afetivas, sejam positivas ou não, têm na sua ação, reflexo tanto no presente como no futuro de cada criança que lhes é confiada. 
	4.1. A habilidade emocional dos professores 
	A escola é um espaço no qual se edificam identidades. Embora não seja a única maneira de adquirirconhecimento, é por meio da vivência escolar e na postura pedagógica utilizada pelo profissional de educação, que se ampliam as possibilidades da formação de identidade de cada um. Há portanto, uma relevante importância social dos saberes difundidos no espaço escolar, haja vista, a peculiaridade que seu papel representa para o futuro da sociedade.
	Em razão disso, há no contexto atual uma grande inquietação no que diz respeito às posturas pedagógicas adotadas em sala de aula, principalmente no que se refere a Educação Infantil, base do aprendizado. Em razão do exposto é primordial que o profissional da Educação, especialmente os que atendem as crianças da Educação Infantil, estejam preparados para atuarem nessa área de ensino. A primeira fase da Educação Infantil é a mais preocupante, pois é na primeira infância que o emocional das crianças é despertado, impactando de maneira positiva ou negativa no seu desenvolvimento cognitivo, dependendo da ocasião. Os sentimentos são então, são os primeiros vínculos que serão despertados entre os indivíduos.
	Para tanto, se compreendermos a afetividade como um estado psicológico que causará forte influência no processo de desenvolvimento de uma criança, entenderemos que na escola, a criança necessitará, antes de qualquer coisa, encontrar sentimentos tais como o amor, carinho, aconchego, que lhes despertarão a segurança necessária para posteriormente, encontrar prazer pelo aprender. Chalita nos adverte que:
O grande pilar da educação é a habilidade emocional. Não é possível desenvolver a habilidade cognitiva e a social sem que a emoção seja trabalhada. Trabalhar emoção requer paciência; trata-se de um processo continuado porque as coisas não mudam de uma hora para a outra (2001, p. 134)
Há então que se pensar que os profissionais se adaptem às exigências do momento e busquem no ato pedagógico desenvolver a habilidade emocional:
Que a capacidade infinda é essa de dar e receber afeto, de sorrir, de chorar, de abraçar, de vibrar, de lembrar das faces imaturas dos jovens estudantes, de seus medos, de seus sonhos. Que capacidade é essa de engasgar e apertar o peito e de ter a sensibilidade de quem não nega atenção, não nega afeto (CHALITA, 2001, p. 150).
Que caminhemos então, levados pelo olhar carinhoso de uma criança possibilitando-lhes novos horizontes.
4.2 O Jogo no desenvolvimento afetivo da criança
O jogo é uma forma de linguagem, através do qual a criança interage com o outro e com a realidade. Ao brincar de faz-de-conta, mostra pensamento e desejos, dá pistas de um mundo escondido (realidade percebida de forma particular) simbolizando-o através de representações. Portanto, sem necessitar de uma situação concreta, o jogo provoca desenvolvimento.
Assim, podemos perceber na ludicidade, com fins pedagógicos, a relevância deste instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. O brinquedo oportuniza que a criança desenvolva aptidões e competências, que se complementarão no cotidiano escolar. Brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e adquire habilidades. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. 
A esse respeito Duarte (1992, p140) afirma:
É no brincar, na vivência marcada pela ambivalência, dar e receber, descobrir a si, encontrar afeto recusá-lo, investir, retirar-se do jogo, confrontando-se que se desenvolvem diversos aspectos só possíveis de serem vividos num espaço coletivo. Nesta vivência aprende a valorizar não só a si, mas ao outro também.
A partir da afirmação de Duarte, percebemos a necessidade de inserirmos nas atividades escolares práticas pedagógicas que considere o homem um ser global, haja vista, que o mesmo possui um corpo que sente, deseja, pensa e movimenta-se. Entende-se que este ser em desenvolvimento precisa expandir-se, explorando seu corpo e seu espaço, de forma a terem um crescimento sadio. Através de vivências lúdicas como na brincadeira, na recreação o ser explora, se expressa com prazer, se relaciona consigo mesmo, com seus colegas, com o meio, construindo o esquema corporal, a individualidade, desenvolvendo autoconfiança e tornando-se independente.
Dessa maneira, entendemos que, utilizar o jogo na educação significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo propriedades do lúdico, do prazer, a capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora.
A educação da atualidade requer qualidade no processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, a formação profissional é uma preocupação constante para aqueles que acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional presente. A esse respeito o Membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), Arthur Fonseca Filho (NOVA ESCOLA, 2004, p. 20) afirma:
As últimas avaliações da educação nacional mostram uma curva ascendente, mas os resultados não aparecem na hora. Já temos uma legislação federal suficientemente aberta para permitir que os diversos sistemas estaduais e municipais desenvolvam suas propostas educacionais. Mas partimos de um momento em que boa parte dos estados tinha professores com formação de nível médio ou nem desse nível. É preciso atender às exigências do Plano Nacional de Educação para que educadores tenham no mínimo a licenciatura, o diploma que os habilita para a profissão. Evidentemente, a formação não é compatível com as exigências da educação que se pretende hoje. As competências que elas detêm são poucas.
Podemos perceber na afirmação de Arthur Fonseca que o professor é a peça chave do processo ensino aprendizagem, devendo ser encarado como um elemento essencial e fundamental. Não se quer dizer, com isso, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou insucesso do processo educativo. No entanto, é de suma importância sua ação como pessoa e como profissional.
Nesta perspectiva, a afetividade ganha destaque, pois temos por pressuposto que a interação afetiva ajuda a compreender e modificar as pessoas mais do que um raciocínio brilhante, repassado mecanicamente. Esta ideia ganha adeptos ao colocar as atividades lúdicas no processo de desenvolvimento humano.
Metodologia
Esse estudo caracterizou-se por seu caráter bibliográfico. A revisão bibliográfica foi feita mediante leitura sistemática, com fichamento das obras lidas, ressaltando os pontos abordados pelos autores pertinentes ao assunto em questão. A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizam sobre um determinado assunto ou fenômeno. Assim visto, a pesquisa bibliográfica é bastante rica por trazer muitos subsídios, tornando o trabalho mais amplo, aprofundado e, consequentemente, mais completo.
Na realização desta pesquisa foi utilizado um amplo material escrito (pesquisa bibliográfica), visando, analisar e interpretar o tema abordado com o intuito de promover mudanças nas ações atuais.
Este estudo abrange a Educação Infantil de 0 a 2 anos de idade do ensino.
A amostra desta pesquisa está associada a utilização de livros, periódicos e internet, levando-se em consideração a análise do tema abordado.
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A.R.S. A Emoção na Sala de Aula. Campinas. SP. 2001
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. Ed: Saraiva, 2001
CHALITA, Gabriel.
REVISTA NOVA ESCOLA. Julho/2004. Rio de janeiro: Abril.
RODRIGUES, Nelson. Educação: da Formação Humana a Construção do Sujeito Ético. EDUC. Campinas, SP 2001.
TASSONI, Elvira Cristina Martins. A Dinâmica Interativa na sala de Aula: As Manifestações Afetivas no Processo de Escolarização. Tese de Doutorado. Campinas: 2008.
STEUCK, Cristina Danna. PIANEZZER, Cristiane Moratelli. Pedagogia da Educação Infantil. Indaial – UNIASSELVI, 2013
WALLON, Henri. Psicologia e Educação da Criança. Lisboa. Veja, 1979.
.
https://novaescola.org.br/conteudo/264/0-conceito-de-afetividade-de-henri-wallonAcessado em 25/03/2018

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