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Trabalho - Mandado de segurança e mandado de injunção

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE DIREITO 
PROCESSO CONSTITUCIONAL 
Ariane Soares da Fonseca
Érica Bento Borges 
MANDADO DE SEGURANÇA E 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
Pelotas – RS
Março/2017
	O mandado de segurança é meio constitucional de proteção a direito líquido e certo, qual seja, direito que dispensa dilação probatória, que possui prova pré-constituída. Assim, não é o direito que há de ser líquido e certo, posto que todos o são, mas os fatos que devem ser incontroversos. É exigência processual e pressuposto de admissibilidade na proposição do presente incidente.
	A impetração do mandado deve ser dirigida à autoridade que têm os poderes necessários para a prática do ato em questão. Alguns autores, como Hely Lopes Meirelles, entendem que, identificando erro na indicação da autoridade, o juiz deverá proceder a notificação da autoridade certa e se for incompetente remeter ao juízo correto. Tal solução seria, inclusive, meio de economia processual. A jurisprudência, no entanto, entende que deverá ser causa de extinção do mandado de segurança, tal como na decisão do ministro Celso de Mello:
(...) A autoridade judiciária não dispõe de poder para, em agindo de ofício, substituir, em sede mandamental, o órgão apontado como coator pelo impetrante do ‘writ’. Falece-lhe competência para ordenar a mutação subjetiva no pólo passivo da relação processual. Se o juiz entender ausente, no caso submetido à sua apreciação, a pertinência subjetiva da lide quanto à autoridade indicada como coatora, deverá julgar extinto o processo, sem julgamento de mérito, por inocorrência de uma das condições da ação (CPC, art. 267, VI), que constitui matéria de direito passível de cognição de ofício pelo magistrado (CPC, art. 301, par. 4º). Precedentes. (RTJ 141/478-479, Rel. Min. CELSO DE MELLO)
	A sentença que concede a ordem mandamental é dotada de autoexecutoriedade, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mas ainda assim pode ser executada provisoriamente em alguns casos. Isso implica que o recurso interposto, ou seja, a apelação contra decisão que concede a segurança, somente poderá ter efeito devolutivo, uma vez que, por sua natureza, se exige a imediata execução da sentença da ação. Assim, em face de mandado de segurança, a apelação não terá seu duplo efeito (suspensivo e devolutivo).
	Outrossim, a legitimidade ativa para interpor o mandado de segurança coletivo está prevista no art. 5º, inciso LXX, da Constituição Federal, onde estão elencados o partido político com representação no Congresso Nacional (quando tiver pelo menos um deputado federal ou senador eleito); e a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, desde que em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Corrobora com o dispositivo citado o art. 21 da Lei 12.016/2009.
	Em que pese não conste expressamente da Constituição, o referido art. 21 da Lei 12.016/2009 restringiu o objeto do mandado de segurança coletivo, tornando necessário o “interesse dos integrantes/filiados ou relativos à finalidade partidária”, ou, por outro lado, o “direito líquido e certo da totalidade ou de parte dos membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial”. Gize-se que a autorização especial de que trata o artigo supracitado é dispensada em razão da característica de substituição processual e não de representação, como em tantas outras ações. 
	Salienta-se que existem divergências entre a doutrina e a jurisprudência no que tange à taxatividade do rol de legitimados, uma vez que o Ministério Público, por exemplo, é legitimado para a propositura das ações civis públicas, modo pelo qual deveria ser capaz de interpor o mandado de segurança coletivo, conforme defendem Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero e com o que concordamos, considerando que a Constituição Federal outorga ao ente ministerial a tutela dos interesses difusos e coletivos. Ademais, se reconhecida fosse sua legitimidade também para a interposição do mandado de segurança coletivo, reforçado seria o referido instituto. No entanto, a jurisprudência não reconhece, até o momento, nenhum outro legitimado senão os elencados no artigo 5º, inciso LXX, da Carta Magna e art. 21 da Lei 12.016/2009.
	No que concerne ao mandado de injunção, este é cabível sempre que houver na lei lacuna que inviabilize o exercício de direitos e liberdades constitucionais e que tenham relação com nacionalidade, cidadania e soberania. Dessa forma, a ordem judicial determinará que se pratique ou deixe de praticar determinado ato, integrando a norma e suprindo tanto quanto possível a omissão. 
	A sentença que concede a ordem pretendida com a impetração do mandado de injunção atribui efeitos concretos, diretos e individuais, possibilitando o exercício dos direitos individuais por um meio ousado e raro, posto que a legislação, da forma como vigora, de algum modo o impossibilita.

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