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1 UFPEL- AULAS DIREITO DO TRABALHO I (2017) Pto. 13 - DURAÇÃO DO TRABALHO (material complementar) Profª.Jane Gombar Azevedo Oliveira 1 1.0. Aspectos introdutórios 1.1. Base legal 1.2. Duração, jornada e horário 1.3. Natureza juridica 1.4. Criterios para fixação da jornada 1.5. Classificação da jornada 1.6. Divisão(modalidades) da jornada 1.7. Pressupostos da limitação da jornada 1.7 Prorrogação da jornada de trabalho 1.8 Períodos de descanso 1.9. Registro e controle da jornada 1.10. Peculiaridades sobre a jornada: Trabalhador rural/menor/mulher 1.11 Empregados excluídos da proteção da tutela 1.12 Repouso semanal remunerado –RSR 1.0. ASCPECTOS INTRODUTORIOS A CLT estabelece uma divisão entre tutela geral e tutela especial, que não devem ser confundidas eis que cada uma delas e direcionada a um grupo de trabalhadores. 1 Doutora em Direito pela Università Degli Studi Roma Tre-Itália-USP(Direito do Trabalho e Seguridade Social). Mestre em Direito pela UCS. Especialista em Direito Processual pela UFSC. Professora do curso de Direito da UNISC- graduação e pós-graduação(2000-2015.). Professora do curso de Direito da UFPel. Coordenadora da pós graduação em Direito ambiental da UFPEL. Editora da Revista de Direito da Universidade Federal de Pelotas. Assessora jurídica trabalhista do Sindicato do Comércio Varejista do Vale do Rio Pardo-RS (1989-2015). . 2 Inicialmente analisaremos a tutela geral, para, posteriormente abordarmos a tutela especial. Tutela Geral do Trabalho >>> Título II CLT – Arts. 57 e ss. >>>atende a maioria dos trabalhadores Deve se levar em conta que a Consolidação das Leis do Trabalho, assim como outras leis, são de aplicação geral, a todos os visados ou abrangidos. Contudo, certas disposições têm destinatários específicos (espécies), para os quais são aplicadas estas normas - justamente especiais - mas sem serem omitidos os princípios pertinentes aos gêneros e que não sejam colidentes com aquelas. Na CLT, contamos com diretrizes que devem ser seguidas por todos os empregados e empregadores, mas algumas profissões - pelas suas peculiaridades - têm tratamento diferenciado: assim podemos citar os bancários, telefonistas, ferroviários e diversas outras profissões. Dessa forma. as disposições da CLT atinentes à duração do trabalho são de duas espécies: geral e especial. Umas e outras vigoram paralelamente. Onde forem omissas as de natureza especial, aplicam-se as que são de índole geral. De ordem geral são as normas que asseguram a jornada de oito horas; de ordem especial, as que referem a certas atividades que, por suas características, admitem jornadas mais longas ou mais reduzidas. Entre estas últimas, figuram também as regras de situações que se catalogam como exceções ao princípio geral que limita o trabalho diário a oito horas. Usando as palavras de Amaro Barreto na obra "Tutela Geral do Trabalho" (Rio, Edições Trabalhistas, 1964, vol. 2º, pág.10) verifica-se: 3 “A legislação do trabalho brasileiro regula a jornada normal e a jornada especial do trabalho. À jornada normal estão sujeitas todas as atividades que não sejam expressamente excluídas pela lei, que lhes prevê regulação especial. São expressamente excluídas da jornada normal e submetidas à regulamentação especial, em virtude de suas peculiaridades próprias, as atividades inclusas no Título III Capítulo I, seções I a XIII, da CLT, e nas leis especiais que pertinem ao assunto. A regra nessa matéria é: a regulação especial prefere à geral. As regras de jornada normal cedem às normas de duração especial do trabalho. É um corolário do princípio de que as leis do trabalho concedem uma proteção mínima, prevalecendo qualquer lei, norma, regulamento, ou contrato, que conceda mais aos empregados. O plus da sobreconcessão faz preponderar o preceito, ou cláusula, que o contenha. Nas diversas regulamentações especiais sobre jornada não se repetem as normas gerais, que são supletivas das excepcionais, em relação às atividades peculiares. Muitas vezes, na omissão das normas especiais, aplicam-se, subsidiariamente, as regras gerais. Donde a outra regra, na matéria de que se trata: as omissões ou lacunas das regulamentações especiais são preenchidas pelas normas gerais pertinentes.” Ex: Pela redação do art. 57 o cap. sobre duração não se aplica aos professores, bancários e outros no que diz respeito a certas peculiaridades da profissão como a relação a jornada, intervalos. Atenção: o AN(ADICIONAL NOTURNO) não é previsto nos artigos que tratam dos 4 bancários, professores, mas é pago para qq. Empregado que trabalhe em horário noturno. Levando-se em conta tais considerações nota-se que pela Norma ordinária comum- Regulamentação geral - mesmo q não haja anotação na CTPS, contrato escrito, o empregador é obrigado a cumprir regras de proteção ao empregado. Antes de estudarmos especificamente o tema, devemos considerar os aspectos históricos envolvendo a tutela geral especialmente no seguinte item: Enciclica Rerrum Novaraum(1891) já se preocupava em limitar a jornada de trabalho Declaração de principios realizada na conferencia das Nações aliadas(PARIS)e incorporada ao Tratado de Versalhes estabelecia jornada de 8 h e 48 h semanais. Convenções 1,OIT(1919), jornada de 8h. e 48s., assim como a 30, 31, 40, 47 que estabelece jornada para diversos trabalhadores. Recomendação 116, 1962, adoção progressiva de semana de 48s. Segundo Delgado, há uma estreita relação entre salário e jornada, salário e saúde, jornada e empregos. A) salário e jornada : tem relação com o montante de transferência de força de trabalho que se opera no contexto do ctato. JORNADA SALÁRIO Medida da força de trabalho que se Preço atribuído a força de trabalho 5 aliena que se aliena B) jornada e saúde as normas concernentes a duração do trabalho já não são mais só econômicas, assumindo a função determinante de normas de saúde e segurança laborais JORNADA SAUDE 44, 36, 30, 12 por 23h, entre outros... maior ou menor espaçamento nas jornadas c) Jornada e empregos JORNADA EMPREGOS REDUÇÃO AUMENTO DE EMPREGOS 1.1. BASE LEGAL: 1.1.a)PREVISÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: - artigo 7º, XIII – Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. - artigo 7º, XIV – Jornada de seis horas para trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. 6 - artigo 7º, XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal. - artigo 7º, IX – remuneração do trabalho noturno superior ao diurno. - artigo 7º, XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. - artigo 7º XVII – remuneração de férias anuais remuneradas, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Como se vê, o legislador constituinte delimita a jornada, instituindo a regra geral e também a excepcionalidade da jornada que ocorre atividade empresarial ininterrupta. Contempla, ainda, o legislador constituinte, contraprestação diferenciada quando a atividade é realizada em situação extenuante, onde há maior desgaste físico do trabalhador, como sãoos casos do trabalho noturno e o extraordinário. Por fim, regula alguns intervalos que entende como indispensáveis para a recomposição das energias, convívio social e familiar, como são as hipóteses do repouso semanal remunerado e férias anuais. Intervalos estes em que não há trabalho por parte do empregado, mas permanece, com o empregador, a obrigação da contraprestação. De antemão já temos a perfeita noção de que a duração do trabalho – Jornada de Trabalho – divide-se entre o chamado aspecto ATIVO – que consiste nas horas em que o legislador considera de efetivo trabalho, onde o empregador coloca à disposição do empregador sua energia (ainda que a mesma não esteja sendo utilizada pelo empregador – artigo 4º da CLT); e, entre o aspecto PASSIVO, em que o trabalhador sem colocar sua energia à disposição do empregador, continua recebendo, dele, a contraprestação (intervalos de interrupção), ou ainda, nas hipóteses em que o trabalhador não coloca sua energia à disposição e também não recebe a contraprestação (intervalos de suspensão contratual). O aspecto PASSIVO, portanto, constituí- se nos inúmeros intervalos, não só os previstos pela Constituição, intra ou 7 entrejornadas e mesmo no curso da contratualidade como os semanais e anuais. 1.1.B)LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. Em perfeita sintonia com os comandos contidos na Constituição Federal, segue a legislação infraconstitucional, procurando delimitar a jornada, oferecendo contornos definidos para uma e outra hipótese, além de criar outras compatíveis com as normas constitucionais. B.- 1 – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT. • CLT – artigo 4º; Analogia do art. 224 § 2º • Capítulo da Duração do Trabalho- Jornada e Repousos= Artigos 57 até 75. • Repousos Semanais Remunerados CLT arts. 67/80 Lei 605/49 • Feriados = CLT art. 70 • Férias artigos = CLT129/153 Nota-se que a CLT, claramente, divide a jornada de trabalho no seu aspecto ATIVO = Seção II – Da Jornada de Trabalho (artigos 57/65) e no seu aspecto passivo (Seção III dos Períodos de Descanso – artigos 66/72). Regula, destacadamente, o trabalho noturno (artigo 73) e, por fim, como deve ser feito o controle da jornada, através do registro dos horários de trabalho (artigo 74). 8 Sistematizando, temos: B.1.a)EMPREGADOS ABRANGIDOS PELA REGULAMENTAÇÃO DA JORNADA. - Artigo 57 – Os preceitos deste Capítulo aplicam-se a todas as atividades, salvo expressamente excluídas, constituindo exceções as disposições especiais, concernentes estritamente a peculiaridades profissionais constantes do Capítulo I do Título III. Assim, as normas constitucionais e a legislação infraconstitucional contida na CLT dispõem sobre a REGRA GERAL a que se submetem todas as atividades, excepcionadas, apenas, aquelas expressamente excluídas. B .2.b) DOS QUE, APESAR DE EMPREGADOS REGIDOS PELA CLT, ESTÃO EXCLUÍDOS DO CAPÍTULO DA JORNADA DE TRABALHO. Artigo 62 da CLT 1.1.C).- DOS QUE NÃO SE SUJEITAM À REGRA GERAL DA JORNADA DE TRABALHO, POR DETEREM REGULAMENTAÇÃO PRÓPRIA, TAMBÉM PREVISTA NA CLT. O Capítulo I do Título III traça NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO, dentre estas: a) dos bancários – arts. 224/226 da CLT (jornada de 6 horas e 30 semanais para escriturários, serviços de portaria, limpeza e telefonia de mesa, entre 7hs e 22hs com intervalo de 15 minutos = art. 224 e 226; se aplica a jornada de 8 horas as hipóteses do § 2º do art. 224, sendo que ao gerente geral se aplica o art. 62, inciso II – vide súmulas do TST. 9 b) dos empregados em serviço de Telefonia, de Telegrafia Submarina e Subfluvial, de Radiotelegrafia e Radiotelefonia – arts. 227/231 CLT e Súmula 178 do TST e OJs 213 (telex) e 273 (telemarketing). (jornada de 06 horas contínuas e 36 semanais, com intervalo de 15 minutos = art. 227; se horários variados é permitida a jornada máxima de 7hs com intervalo de 20 minutos sempre que se verificar esforço contínuo de mais de 3 horas = art. 229) c) músicos profissionais – artigos da CLT revogados pela Lei 3.857 de 22.12.60 d) operadores cinematográficos – arts. 234/235 CLT e) serviço ferroviário – arts. 236/247 da CLT – jornada de 08 horas com regulamentação especial e típica. f) Das Equipagens das Embarcações da Marinha Mercante Nacional, de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego nos Portos e da Pesca - arts. 248/252 da CLT g) Serviços Frigoríficos – art 253 da CLT h) Serviços de Estiva, (cujos artigos da CLT foram revogados ante o surgimento da Lei 8.630 de 25.02.1993 que Dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias, e dá outras providências). i) Do trabalho em minas de subsolo arts. 293/301 da CLT. Jornada normal de 06 horas, podendo ser inferior ou superior (até o limite de 8/44) por determinação da autoridade competente em higiene do trabalho e prevista em acordo escrito ou contrato coletivo j) Dos jornalistas profissionais – arts. 302/315 da CLT e Decreto Lei 972 de 17.10.69. Jornada normal de 5 horas (art. 303) podendo ser elevada a 7hs por acordo escrito (art. 304). k) Dos professores – arts. 317/324 da CLT (vedado mais de 4 aulas consecutivas ou 6 intercaladas num mesmo estabelecimento= art. 318). No período de exames não poderá ultrapassar a 8hs diárias= art. 322. l) Dos químicos – arts. 325/350 da CLT 10 Além dos acima e expressamente referidos na CLT, encontramos outras profissões regulamentadas que, através de legislação própria, delimitam a jornada de trabalho com os horários a serem desenvolvidos, como, por exemplo: Médico, advogado, engenheiro e inúmeros outros profissionais. Não significa dizer que estes não estejam sujeitos à jornada de trabalho. Ao contrário, eles têm jornada especificamente regulamentada e que, por isso, NÃO SE SUJEITAM AO REGRAMENTO GERAL COMANDADO PELA CF/88. 1.2. DURAÇÃO, JORNADA E HORÁRIO - CLT - Capítulo da Duração do Trabalho- Dentro do conceito de Duração do Trabalho insere-se a JORNADA, o HORÁRIO DE TRABALHO e a CARGA HORÁRIA SEMANAL. Com isto, pode se afirmar que jornada é sinônimo de dia, podendo não corresponder ao dia civil, e sim ao tempo à disposição tal como contemplado no artigo 4º da CLT. Ao ter correspondência com o dia de trabalho terá estreita relação com o lapso de tempo através do qual o empregado pode prestar serviço ou ficar à disposição do empregador. Dentro de um tempo que o legislador constituição fixou como normal em 08 horas e tendo em conta que o dia tem 24 horas, o HORÁRIO DE TRABALHO surge como fator de delimitação do tempo, correspondendo, com isto, ao limite objetivo da jornada. Já a carga horária semanal, já que o legislador constituinte estipula a carga semanal máxima de 44 horas, corresponde a soma das horas trabalhadas em cada jornada. Assim há que se compatibilizar o limite máximo diário com a carga semanal máxima permitida. Da fixação da carga semanal surgem outros direitos tais como o intervalo entre jornadas e o repouso semanal remunerado que, de sua, vez não tem a ver com a jornada e sim com a carga semanal. 11 Por fim, visualizando o contrato, sua execução, na dinâmica do tempo, chega-se a conclusão de uma carga horária mensal que redunda em 220 horas. Este resultado decorre da seguinte operação: Carga horária semanal = 44 horas : 06 dias úteis = 7:20horas que convertidos os minutos em fração decimal = 7.33 x 30 dias = 220h. Em razão da multiplicação por 30 dias é que na estipulação do salário fixo mensal já se tempor contraprestados os repousos semanais e feriados. Mais, ainda, da soma dos meses trabalhados conclui-se o ano civil e adquire-se o 13º salário e também se conclui o ano contratual adquirindo-se o direito a determinado período de gozo de férias. Nota-se que há, como dito acima, variações terminológicas no desenvolvimento do tema na análise do tempo de trabalho. São elas: a) duração do trabalho; b) jornada de trabalho; c) horário de trabalho, que não são sinônimas e precisam ser conceituadas e diferenciadas. a)Duração do trabalho – Macro (+ abrangente) – é todo o período decorrente do contrato de trabalho, inclusive os diferentes intervalos. Tem um sentido mais amplo, pois dentro da duração estão inseridos todos os quesitos da jornada, todos as demais situações pertinentes como horários, ferias, etc. Comporta um estudo tríplice: a duração diária do trabalho, isto é, o problema da jornada, dos intervalos dentro e entre as várias jornadas; a duração semanal do trabalho, incluindo o repouso hebdomadário; e a duração anual do trabalho, que inclui a questão das férias do empregado (RUSSOMANO, Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 1. ED. 1993, p.85). Obs>>>>>fica estabelecida dentro do contrato, que pode ser escrito, verbal ou tacito (contrato realidade) b) Jornada do Trabalho – vem do franês >>Jour – Giorno – dia, giornata(jornada).É o tempo em que o empregado está efetivamente trabalhando ou aguardando ordens à disposição do empregador. Em suma, é a medida de tempo diário que o empregado trabalha ou está à disposição do 12 empregador em virtude do contrato de trabalho, caracterizando a carga de horário que o empregado deve cumprir em um dia de trabalho. Considera-se jornada o período em que o empregado estará a disposição do E, aguardando ordens ou executando-as. Estende-se o conceito para jornada diária, semanal e até mensal.(Para Luciano Martinez, p.272, é o tempo que permanece durante um dia já que toda a jornada é obviamente diária) c) Horário de trabalho – é o espaço de limitação temporal que traduz o início e o termo final da labuta diária, não se computando o intervalo(a exceção prevista na clt). é a fixação da hora de início e da hora final da jornada de trabalho. A expressão corresponde à delimitação do início e do término do horário diário de trabalho, dos dias semanais de trabalho e dos correspondentes intervalos interjornada e intrajornada fixados durante o seu cumprimento. das situações previstas) Fontes Constitucionais: 7, XIII, XIV, XIV, XXXIII e 30, I. Quadro resumo: Duração de traba- lho Noção + ampla Disponibilidade do “e” perante o “E” Considera-se dia, mês, semana, ano. Base: Arts. 57 a 75 CLT Jornada de trabalho Noção +restrita q. duração Disponibilidade diária do “e” perante o “E”, em virtude do ctato. Ex. Art. 59, §2. Horário de trabalho Noção + restrita q. jornada Lapso temporal entre o início e o fim de certa jornada. Ex. 74 13 1.3NATUREZA JURÍDICA Ao estudarmos este tema, devemos levar em consideração dois aspectos importantes em relação a natureza jurídica: o interesse público e privado. Segundo Godinho as normas envolvendo duração do trabalho são muito variadas. De modo geral, A MAIORIA DAS NORMAS SÃO DE ORDEM PÚBLICA, POIS VISAM PROTEGER A SAÚDE DO TRABALHADOR. Como critério geral, antes da reforma, as normas sobre jornada de trabalho são de ordem pública e, salvo nas hipóteses do art. 7º XIII e XIV da Constituição Federal, são irrenunciáveis, não podendo ser negociadas por qualquer ajuste entre trabalhador e empregador, nem pelas normas coletivas que lhe sejam aplicáveis, sob pena de violação do art. 9º e art. 444 e 468 da CLT e da declaração de nulidade do ato.Contudo, a partir de novembro, quando entra em vigência as novas regras da reforma, a negociação poderá ser operacionalizada da seguinte forma: “Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; Componentes suplementares: Todos os demais períodos trabalhados: HE, TEMPO IN ITINERE, TEMPO RESIDUAL A DISPOSIÇÃO, TEMPO DE PRONTIDÃO, SOBREAVISO, INTERVALOS REMUNERADOS, ETC. 14 II - banco de horas anual; III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas ..... X - modalidade de registro de jornada de trabalho; XI - troca do dia de feriado; XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho § 1o No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8odesta Consolidação. § 2o A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho São pluricêntricas => vários centros de positivação. - Normas jurídicas heterônomas – criadas/impostas pelo Estado (maioria) . Ex. CF, CLT - Normas jurídicas autônomas – ACT, CCT, regulamento, etc. Art 7º, XIII CF = Heterônoma (1a parte do art) + Autônoma (2ª parte) Art. 7o, XIII CF – Jornada de trabalho = conceito mais amplo Estado fixa pela norma constitucional 8 h/dia; 44/semanal. A Segunda parte do artigo (autônoma) faculta permissão que o Estado delegou aos particulares *Compensação 15 *Redução da Jornada *Adicional de serviço extraordinário(c/c art. 7, XVI) Art. 7o – dispositivo híbrido – heterônomo + autônomo 1.4.CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO São três as teorias ou critérios utilizados para fixação da jornada de trabalho: A- Teoria do tempo efetivamente trabalhado B- teoria do tempo a disposição do empregador C- teoria do intervalo remunerado ou situações especiais de jornada de trabalho Atenção: Godinho classifica em: tempo efetivamente laborado, tempo a disposição no centro de trabalho, tempo despendido de deslocamento residência-trabalho, residência( esses 3 de critérios de ordem geral), tempo de prontidão e tempo de sobreaviso(esses 2 de critério especial). A) Teoria ou Critério do tempo efetivamente trabalhado: Segundo esta teoria, só é considerado tempo de serviço aquele período no qual o empregado está efetivamente desenvolvendo suas atividades, não considerando as paralisações ocorridas durante o tempo em que o empregado está na empresa sem produzir e ou sem trabalhar. Desta forma, a teoria utiliza o critério da transferência da força de trabalho em relação ao pgto. de salário enquanto o empregado estiver trabalhando (razão pela qual desconsidera as horas de paralisações do trabalho, mesmo aquelas em que o empregado encontra-se nas dependências da empresa), desde que não esteja prestando seus serviços ao patrão. 16 Teoria pagamento de salário qdo. o empregado apenas transfere sua força de trabalho para empregador. Assim, um ctato. que representa esta teoria é o contrato de trabalho intermitente, na forma do §5 do artigo 452-A da CLT. Atenção:Qdo o contrato prevê a forma de pagamento do salário por produção, peça ou tarefa, observar a necessidade de pagamento do piso/salário normativo. PROBLEMA DA TEORIA>>>> Esta teoria afronta a CLT, na medida que há intervalos dentro da jornada, que são nela computados e remunerados, citando-se como exemplo os arts. 4, 72, 253,298, 396, entre outros. B)Critério do tempo à disposição do empregador – Art. 4o CLT Esta teoria fundamenta-se na natureza do ctato., na subordinação, de modo que o empregado é remunerado por estar sob a dependência jurídica do Empregador e não apenas porque está trabalhando. Considera-se o tempo de serviço não só o período em que o empregado esteja cumprindo as ordens do empregador mas tb o período q ele está aguardando o comando do empregador. Leva-se em conta esses lapsos temporais em q o empregado não está transferindo sua força de trabalho p o empregador mas está à sua disposição(Esse tempo pode ser tanto no ambiente de trabalho qto fora dele). A base desta teoria está no artigo 4 da CLT, cuja redação no caput não foi alterada pela reforma: Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou 17 executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. Este artigo nos fornece a medida do aspecto ATIVO da jornada de trabalho, através do qual o trabalhador coloca à disposição do empregador sua energia. Atentem! coloca à disposição à energia, durante à jornada de trabalho, independentemente de ser a mesma utilizada ou não pelo empregador (“aguardando ou executando ordens”, refere o texto legal). Por igual, este dispositivo legal, nos auxilia o enquadramento de situações que fogem aos estritos ditames legais pertinentes à jornada de trabalho, tal como delineada pelo legislador. Encontra-se nesta situação a hipótese em que o trabalhador, após o cumprimento da jornada de trabalho, retirando-se, o empregado, do local de trabalho, permanece e/ou é utilizada sua energia pelo empregador, de forma intermitente, mas sem qualquer registro. Exemplo: utilização de mobi; bip; celular; telefone instalado pelo empregado na residência do empregado, em fim, todo e qualquer artifício utilizado pelo empregador para solicitar do empregado atendimento de chamados ao trabalho, fora dos limites da jornada legal ou contratual e sem considerá-las, pelo empregador, como extraordinária e, portanto, sem qualquer contraprestação. Atenção com a reforma, que acresce o § 2 ao artigo 4º, especificando situações que não serão mais consideradas como tempo a disposição do empregador: “Art. 4o ................................................................ § 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: I - práticas religiosas; II - descanso; 18 III - lazer; IV - estudo; V - alimentação; VI - atividades de relacionamento social; VII - higiene pessoal; VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Base legal da teoria: artigo 4 CLT • Nota-se que a doutrina tem se debruçado sobre o TEMPO – seja de pequena ou grande duração - quando subtraído da total ou parcial fruição por parte do trabalhador. • Deste estudo, observa-se que algumas situações foram objeto de Súmulas ou OJs e outras transformadas em lei, tais como: • 1- tempo de deslocamente: horas in itinere (art. 58. § 2º e Súmula 90 do TST-reforma cancelará a sumula) *Art. 58. (Nova redação) ...................................................................................... § 2o O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. • 2 – tempo deslocamento portaria e local de trabalho( súmula 429 TST) • 2- tempo destinado ao registro do ponto (art. 58, § 1º - Súmula 366 e 449 TST) • 3- tempo de prontidão – aplicação analógica (art. 244 § 3º) 19 • 4- tempo de sobreaviso – aplicação analógica ou não (art. 244, § 2º Súmulas 428 e 229 TST) • Troca de uniforme: Art. 4, § 2, VIII VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa Sumula 366, 429 • 5- Outros tempos = amamentação(396), para troca de uniforme, higiene etc. Quanto aos exercícios físicos (ginástica antes do início, após o término ou no intervalo entre turnos) se não for obrigatório, a jurisprudência entende como tempo não à disposição do empregador. Súmula 366 do TST) • **396 § 2o Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador.” • Atenção: A OJ 326 foi cancelada por incorporada à Súmula 366. Contudo, da leitura não se detecta com nitidez a incorporação. Entende-se que todo o tempo destinado à troca de uniforme; higiene pessoal; necessidades fisiológicas e outras atividades realizadas após o registro de início e antes do registro do término da jornada, devem ser computadas como tempo à disposição e, portanto, dentro da jornada normal de trabalho. Provavelmente a sumula será alterada após vigência da lei. Esta teoria é aplicada em sentido amplo e sentido restrito, razão pela qual ocorre nas seguintes situações: B.1) Tempo de deslocamento in itinere (teoria não aplicada após 11 de novembro) 20 B.2) Tempo de prontidão B3) tempo de sobre aviso. B.1) Tempo de deslocamento in itinere: artigo 58 , § 2º da CLT Atenção para nova redação: Art. 58 ................................................... § 2o O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregado Inicialmente a matéria era regulada por orientação jurisprudencial consubstanciada em quatro (4) Súmulas do TST, que não se excluíam e, sim, se complementavam: Súmulas 90, 320, 324 e 325 do TST(324 e 325 atualmente canceladas). Surge, neste contexto, a MP 2.163-41 de 24.08.01 que acrescentou o § 2º ao artigo 58 da CLT - O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer condução, na forma do inciso I da Súmula 90.(que será cancelada em razão da reforma) REQUISITOS: -Local de difícil acesso (geralmente>>>urbano- fácil, rural – difícil) -Não existir transporte público ou regular -Quando o empregado fornecer a condução Atenção: Não basta que o deslocamento de ida e volta seja fornecido pelo Empregador. É necessário que o fornecimento de tal condução tenha por 21 objetivo viabilizar a prestação de trabalho no local de difícil acesso ou não servidopor transporte publico regular. - Em Locais de difícil acesso ou c ausência de transporte público, o Tempo de deslocamento de ida e volta do trabalho é computado na jornada de trabalho. Nessas circunstâncias, se o empregado leva 1 hr p ir e 1 hr p voltar, totalizando 2 hrs nesse período de deslocamento, pela inexistência de transporte público e c condição fornecida pelo empregador, são computadas as 2 hrs na jornada de trabalho.Imagine-se q o empregador tenha uma jornada de 8 hrs diárias em seu estabelecimento. Se essas 8 hrs forem pagas de maneira em q o empregado trabalhe as 6 hrs e sejam computadas as 2 hrs do deslocamento, tem-se então, a jornada normal de trabalho cumprida sem pagto extraordinário. Se acontece o contrário, se o empregador continua c a jornada efetiva de trabalho no estabelecimento e o empregado leva 2 hrs indo e voltando do emprego, totaliza-se aí, 10 hrs diárias, sendo q essas 2 hrs devem ser pagas c adicional de serviço extraordinário. B.2) Tempo de prontidão>>>>>> art. 244, parágrafo Considera-se em regime de “prontidão” o empregado que ficar nas dependências da Estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de 12 (doze) horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contas à razão de 2/3 do salário-hora normal. (66,67%) - È o período em que os empregados de prontidão ficam na sede da empresa; - a escala de prontidão não pode exceder a 12 horas; -a escala só pode ser contínua quando houver alimentação no local; ADICIONAL>>>>> é pago na razão de 2/3 DO SALARIO Delgado esclarece que no tempo de prontidão o trabalhador fica nas dependências da empresa ou na via férrea respectiva. A restrição à 22 liberdade de locomoção do trabalhador é bem maior do que o regime de sobreaviso e por isso todas as horas serão pagas a razão de 2/3 do salário-hora normal. . B3)TEMPO DE SOBREAVISO.>>>> ART. 244, parágrafo 2° e STST 229, 132, 428 TST . Considera-se de “sobreaviso” o empregado efetivo que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de “sobreaviso” será, no máximo, de vinte e quatro horas. As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal O "sobreaviso" é entendido, no Direito do Trabalho, como o lapso de tempo em que o empregado fica aguardando chamada para trabalhar, mesmo (e justamente) nas horas que não são de serviço. Este sobreaviso pode ser "em casa", ficando à disposição (parcial), para chamadas de urgência. É um sistema bastante encontrado no setor de comunicações (empresas telefônicas, televisões, estações de rádio), assim como nos trabalhos em que haja necessidade de mecânicos (manutenção ou socorro de elevadores, aviões, veículos rodoviários). Por certo, também nos serviços médicos o uso é bastante difundido em hospitais e outras casas de saúde. Entretanto Cumpre distinguir as situações onde o empregado se encontra à disposição, normalmente no estabelecimento, para atender alguma emergência. Podem ser dados como exemplos clássicos os bombeiros de aeroportos que aguardam, nos alojamentos, as eventuais chamadas. Neste caso não se trata de "sobreaviso", mas de tempo efetivamente à disposição. O mesmo se pode dizer de médicos e enfermeiros que fazem 23 plantão nas grandes empresas; o fato de não estarem labutando efetivamente, não os diz de "sobreaviso". O conceito de "sobreaviso" tem sofrido modificações, principalmente ao se levar em conta a facilidade de comunicação que temos atualmente. Em dias passados, como na época em que foi editada a Consolidação das Leis do Trabalho, o fato de a empresa colocar na casa do empregado um aparelho telefônico era realmente um indício de "sobreaviso", eis que se tratava de um equipamento pouco difundido. Atualmente, os tribunais têm visto o problema sob outra ótica, já que as comunicações instantâneas entre os empregados e as empresas fazem parte da rotina diária, observando-se as seguintes situações: a) Obrigatoriedade de manter o instrumento de comunicação ligado. Este requisito se mostra indispensável, posto que, se não estiver obrigado a manter o aparelho ligado, por certo, não estará dentro das obrigações contratuais atendê-lo e executar a ordem que dele possa emanar b) Obrigatoriedade de executar a ordem emanada do aparelho de comunicação, isto por força do contrato de trabalho e/ou da natureza da atividade exercida.(O não atendimento e execução do trabalho pode gerar sanção disciplinar ( manifestação do poder diretivo) c) Por fim e como consequência restrição ou limitação do direito de ir e vir, de estar em distância incompatível ou que impossibilite a convocação e, com isto, utilização integral do intervalo em proveito próprio ou da família d) Trabalho externo – requisito facultativo - este requisito auxilia no convencimento, ainda que por presunção, face a natureza da atividade, 24 de que o trabalhador tenha que se deslocar para executar o contrato de trabalho. Contudo, nem sempre este requisito se mostra indispensável. Pode a contratação revelar serviço interno (único chefe de almoxarifado autorizado a liberar peças) e por isso ser convocado fora do horário de trabalho. Carmen Camino exemplifica: “(o empregado, em sobreaviso no período das 19:00h de um dia às 7:00h do dia seguinte, é chamado a trabalhar das 2h às 4hs da madrugada, para trabalho insalubre: receberá duas com salário integral, o resíduo da redução noturna (24min) e os adicionais de horas extras, noturno e de insalubridade). As restantes 10 horas da escala de sobreaviso serão pagas a razão de 1/3 do salário normal. Esclarece a autora que: “O salário de 1/3 é justamente pelo período de não-trabalho, diante de uma espécie de semidisponibilidade do empregado, na iminência de vir a ser chamado para o trabalho. Exemplo: Cálculo Valor hora: RS. 10,00 a hora, permanecendo 12 h. de sobreaviso DURANTE O SOBREAVISO PERCEBE 1/3 R$. 10,00 dividio por 1/3= 3,333 A HORA Situação a: 12 h. trabalhadas: 12h vezes 3,333( 12h x 3,333) = R$. 39,99 (Se não trabalhar e estiver de sobreaviso, recebe R$.3,33 cada hora) Atenção: Qdo for chamado p. trabalhar no sobreaviso, as horas terão q. ser pagas como HE Situação b: Neste caso, estava escalado para 12horas e foi chamado para trabalhar 2h. 25 Horas trabalhadas: 2h – ou seja: 2 HE Salário normal: 10,00 + 50% = 15,00 Então: 2 h. trabalhadas: R$. 30,00 Em s regime de sobre aviso: 3,33 x 10h = R$. 33,33 Total: 63,33- pelas 12 h(em sobre aviso e hora extra) Súmula nº 428 do TST- SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. Atenção : Distinção entre sobreaviso e protidão: • Delgado esclarece que no tempo de prontidão o trabalhador fica nas dependências da empresa ou na via férrea respectiva. A restrição à liberdade de locomoção do trabalhador é bem maior do que o regime de sobreaviso e por isso todas as horas serão pagas a razão de 2/3 do salário-hora normal.• Esclarece que a disponibilidade pessoal no regime de sobreaviso é relativamente restringida, uma vez que tem de permanecer em sua residência e não nas dependências da empresa. 26 C)teoria do intervalo remunerado ou situações especiais de jornada de trabalho Art. 4o CLT (origem) Em que pese não ocorra o dispêndio de energia, são contadas como horas de trabalho, as dos intervalos intrajornadas previstos pelo legislador (pequenos ou micro intervalos existentes dentro de cada turno), em razão da peculiaridade de determinadas atividades. São considerados intervalos de interrupção, ou seja: . São períodos em q o empregado não estará prestando serviço e nem o empregador poderá comandar o seu trabalho. Esses períodos não são deduzidos da duração do trabalho, que decorrem da lei ou da liberalidade do empregador Exs: artigo 72 da CLT (descanso de 10 minutos por cada 90 de trabalho, mecanografia, datilografia, escrituração ou cálculo e hoje também digitação); artigo 253 (20 minutos de repouso por cada 1:40h de trabalho em serviços frigoríficos) artigo 298 (15 minutos por cada 3 horas consecutivas de trabalho, nas minas de subsolo). Art. 229 (telefonista horários variáveis); • Atenção: Intervalo para amamentação (art.396 CLT) 02 de 30 minutos cada até 06 meses de idade, prorrogável, o período, a critério da autoridade competente. Na reforma, os períodos de descanso serão negociados( §2). • Questão doutrinária = tempo de deslocamento para amamentação, também considerado como tempo à disposição? Os Intervalos concedidos pelo empregador e não contemplados em lei devem ser considerados como de efetivo trabalho e não podem ser deduzidos da jornada limite fixada pelo legislador. SUMULA 118 DO TST Ver: STST 346, 438 1.4. ESPÉCIES/CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA 27 • 1 - Jornada legal (prevista em lei) • 2 – Jornada contratual (prevista em contrato individual de trabalho ou em negociação coletiva, quando mais favorável ou atendendo a peculiaridade de alguma situação): • 3 – Jornada de regime a tempo parcial (prevista em lei e desde que autorizada por negociação coletiva. Na reforma não haverá mais negociação coletiva); • 4-Jornada em turnos ininterruptos de revezamento • 5- Jornada em regime de sobreaviso e de prontidão • 6-Jornadas especiais ou com regulamentação especial (menor não aprendiz ( a partir 16 anos)– menor aprendiz (a partir 14 anos) – bancário, telefonista, jornalista, médico, engenheiro etc). Outra classificação: a)Quanto a duração – normal, extraordinária, compensada, descontínua, contínua, limitada, ilimitada(força maior), intermitente(paralisações longas dentro da jornada)e a tempo parcial b) Quanto ao período - diurna, noturna, mista e revezamento c)Quanto a condição do empregado - mulheres, homens, adultos e menores (372,402) d)Quanto a profissão - geral e as regulamentadas por lei (especiais) - medicos, etc.(224,227,303).(OBS. RADIALISTA Lei 6615/78: CUIDAR NORMA, POIS HÁ ESTIPULACAO EM LEI SOBRE A FUNÇAO EM RELACAO AO SALARIO) e)Quanto a rigidez de horário – flexíveis(ver decisão TRT São Paulo sobre jornada flexivel em supermercado – com ou sem ACT ou CCT) e inflexíveis 1.5.MODALIDADES DA JORNADA 28 A jornada pode ser desenvolvida da seguinte forma: a)– Jornada normal: (diurna, noturna ou mista) é toda a que se insere dentro do limite legal ou contratual ajustado e, daí, observada a carga semanal tendo em conta a possibilidade de compensação. Ela pode ser desenvolvida tanto no turno da noite, como no turno do dia. A duração normal do trabalho encontra-se dentro dos limites fixados pelo legislador constituinte – Art. 7º, XIII – “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais ...” - À hora normal devem ser acrescidos os valores-hora dos adicionais de periculosidade,insalubridade ou penosidade, acaso existentes. (OJS 47 e 267, sum 132) Normal: 8 hrs dia/44 hrs semana/220 hrs mês O que for acima de 8 hrs/dia = jornada ampliada. O q. for abaixo de 8 hrs/dia = jornada reduzida. REFORMA: JORNADA 12 36 (ART 59-A) ATENÇÃO: PADRÃO PELA JURISPRUDENCIA: Mês 5 semanas 44h x 5 = 220h 36h x 5 = 180h 40h x 5 = 200 h( sum 430-1 TST) 30h x 5 = 150 h OBS: SÚMULA Nº 431 TST.SALÁRIO-HORA. 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO DIVISOR 200. Aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora do empregado sujeito a 40 (quarenta) horas semanais de trabalho. 29 a.1) Jornada noturna:( § 1º do artigo 73) A CF determina que as Horas Normais Noturnas sejam mais caras: Urbano e Rural com adicional de 20 e 25% respectivamente e para o urbano considerada a redução da hora noturna das 22h às 5hs(A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos, ou seja: a cada hora ocorre a redução de 7’30”) . Exemplo: 22 as 05 h. 22h as 22:52’30” 1ª. Hora noturna 22:5230 as 23:45 2ª. Hora noturna 23:45 as 00:37:30 3ª. Hora noturna 00:37:30 as 01:30 4ª. Hora noturna 01:30 as 02:22:30 5ª. Hora noturna 02:22:30 as 03:15 6ª. Hora noturna 03:15 as 04:07:30 7ª. Hora noturna 04:07:30 as 05:00 8ª. Hora noturna À hora normal noturna devem ser somados (acrescidos) os valores-hora dos adicionais de periculosidade, insalubridade ou penosidade, acaso existentes. (OJS 47 e 267), para, após incidir o adicional noturno. Se a noturna for extra, sobre a soma de todos estes valores incidirá o adicional extraordinário. Atenção:Súmula nº 60 do TST - ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO (incorporada a 30 Orientação Jurisprudencial nº 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-Súmula nº 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJ nº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) • Lei 5.889 de 08.06.1973- Trabalhador Rural – artigo 7º - Para os efeitos desta lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte , na lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária. • PARÁGRAFO ÚNICO: Todo o trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a remuneração normal. Urbanos 22h as 05 h Hora 52’30” 20% AN Rurais Lavoura 21h as 05h Hora 60’ 25% AN Rurais Pecuária 20h as 04h Hora 60’ 25% NA b)- Jornada extraodinária: Extraordinária (diurna ou noturna) ( são as que extrapolam o limite legal ou contratual sem que tivessem sido compensadas); • No critério de apuração ou contagem das horas há que se observar, se houver, a redução da hora noturna para o trabalhador urbano; bem como minutos que possam ser desconsiderados. Este parte da matéria será analisada detalhadamente no item 1.7. 31 c)- Jornada reduzida:Na maioria das hipóteses, são encontradas na tutela especial do trabalho, como os exs. de bancários, telefonistas. Assim, esta jornada ocorre nas seguintes situações: B.1.-Tutela especial B.2 –Profissoes regulamentadas B.3- Turnos de revezamento B.4. Tempo parcial B.1-Tutela especial>>>>>- inserida na CLT 224, 227 B.2-Profissões regulamentadas>>>Inserido na legislação – médicos(3999/61), dentistas(7217/84), Advogado(8906 – art. 20,1)) , Radialista(Lei 6615/78), Jornalista(Decreto-Lei972/69), Músicos (Lei 3.857/60)etc.... B.3- Turnos de revezamento>>>>>> –inserida na CF através do art. 7, XIV, SSTF, 675 Súmulas do TST : 110, 360, 423 OJS da SDI-I do TST: Nº 360, 274, 275, 395, 396, 420 artigo 7º, XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. As turmas de revezamento são formadas para propiciar a atividade contínua da empresa. Ensina Octávio Bueno Magano: “quanto a Constituição alude a trabalho realizado em turnos, quer dizer grupo de trabalhadores que se sucedem na utilização do mesmo equipamento. Quando menciona revezamento, significa trabalhadores escalados para períodos diferentes de trabalho, ora diurno, ora noturno ora misto. E quando se refere à ininterruptividade, tem em vista o trabalho executado sem intervalo para repouso e alimentação.” 32 Fundamentos: Ao reduzir a jornada a 06 (seis) horas diárias para os trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento, o legislador constitucional buscou, através do art. 7º, XIV da Carta Magna, diminuir a fadiga, o stress e os distúrbios neurológicos e do sono, causados àqueles que, labutando alternadamente nos períodos diurnos, vespertino e noturno, não podem levar uma vida de convívio cotidiano com seus familiares, deixando de compartilhar, com eles, de atividades sociais e de lazer. Registre-se que a concessão de pausas intrajornadas, de intervalos interjornadas e de folgas não descarateriza os turnos ininterruptos de revezamento, subsistindo a proteção constitucional...(sic)” (Ac. TRT 2ª Reg. - Dicionário de Decisões Trabalhistas de B. Calheiros Bom fim 27ª Edição, página 548.) ATENÇAO: São necessárias algumas precisões, pois não se pode ou deve confundir os turnos de revezamento (de cada empregado) e os turnos ininterruptos de trabalho da empresa. Os primeiros - turnos de revezamento - dizem de empregados que se "quarteiam" ao prestar serviços em jornadas que não são diariamente no mesmo horário. Isto foi visado expressamente no inciso XIV da Constituição Federal de 1988, acima transcrito. Origem: Como as empresas adotavam 3 turnos de 8 hrs 3x8 hrs = 24 hrs por dia haveria a necessidade de se criar + um turno de trabalho passando a ser 4 turnos de 6 hrs 4x6 hrs = 24 hrs (p minimizar efeitos nocivos) - Art. 7º, XIV Para melhor entendimento da situação devemos exemplificar: o empregado "HUGINHO" faz parte de uma equipe que na primeira semana de serviço labuta da 00:00 até as 6:00 horas; na semana seguinte presta serviços das 6:00 às 12:00; na outra das 12:00 às 18:00 e, finalizando o ciclo de horários, das 18:00 às 24:00 horas. É obvio que seu colega "LUIZINHO", que na primeira semana trabalhava das 6:00 às 12:00, tinha o mesmo sistema de horários, mas nunca trabalhando no mesmo turno de "A".Com outra disposição de horários, note-se que nesse regime pode ocorrer um revezamento que faça com que o trabalho possa cair num domingo. 33 Decisões: Acórdão - Processo 0000430-07.2014.5.04.0104 (RO) Data: 05/05/2015 Origem: 4ª Vara do Trabalho de Pelotas Órgão julgador: 3a. Turma Redator: Maria Madalena Telesca TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. O trabalho prestado em periódica alternância de horários caracteriza o turno ininterrupto de revezamento, sendo assegurada ao trabalhador a jornada de seis horas diárias. Recurso da reclamada não provido. (...) Acórdão - Processo 0000724-96.2013.5.04.0103 (RO) Data: 04/12/2014 Origem: 3ª Vara do Trabalho de Pelotas Órgão julgador: 2a. Turma Redator: Alexandre Corrêa Da Cruz 34 RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. CESA. TRABALHO EM TURNOS DE REVEZAMENTO. DIVISOR DE HORAS EXTRAS. O autor laborava em turnos de revezamento, fazendo jus à jornada de 6h (art. 7º, inciso XIV, da Constituição Federal). Conforme o regulamento da empresa ré, aplica-se o divisor 208 aos empregados sujeitos à jornada de 8h, e o divisor 156 aos que realizam 6h, incluindo os que trabalham em turnos de revezamento. Por isonomia, reconhecido o enquadramento no art. 7º, inciso XIV, da Constituição Federal, deve ser estendida ao autor a adoção do divisor 156, por se tratar de regra adotada pela reclamada em relação aos empregados que trabalham nas mesmas circunstâncias. Apelo provido. RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. DISPENSA JURIDICAMENTE IMOTIVADA. REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO. A Companhia Estadual de Silos e Armazéns - CESA, integrante da Administração Pública indireta do Estado e prestadora de serviço público, goza das mesmas prer (...) B.4. Tempo parcial>>>>>: Art. 58-A da CLT ( art. 58-A –nova redação) Na verdade nunca houve proibição legal de contratação em jornada reduzida, devendo o salário respeitar o mínimo/hora ou dia previsto para a categoria (por lei ou norma coletiva). No entanto, a lei que acrescentou a letra “A” ao artigo 58 introduziu algumas modificações no que respeita à jornada extraordinária, férias e suspensão contratual. Com isto, nos termos do artigo 58-A, O SALÁRIO SERÁ PAGO PROPORCIONALMENTE À JORNADA, TENDO EM CONTA OS EMPREGADOS QUE CUMPREM, NAS MESMAS FUNÇÕES, TEMPO INTEGRAL. Prevê a lei, para os contratos em curso, que o regime parcial só será feito mediante opção do empregado, na forma em que prevista em negociação coletiva (não importando, assim, em alteração ilícita vedada pelo artigo 468 da CLT).A jornada, nesse regime, não poderá exceder a 25 horas semanais.Os empregados contratados em regime de tempo parcial NÃO PODERÃO REALIZAR HORAS EXTRAS (§ 4º do artigo 59 da CLT). 35 A reforma traz alterações, possibilitando a jornada de trinta hora e de 26 horas semanais, da seguinte forma: Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. O trabalhador em regime de tempo parcial terá, após transcorrido o período aquisitivo de 12 meses, gozo à férias, segundo escalonamento diferenciado previsto no artigo 130-A (o período de gozo varia de acordo com a carga semanal contratada e não por faltas ao serviço) e estabelece o § único do mesmo artigo que aquele que tiver mais de sete (07) faltas injustificadas terá o período de férias reduzido por metade. Ainda, quanto às férias, não se aplica a esse regime o artigo 143 da CLT. Vale dizer, não podem converter 1/3 das férias em abono pecuniário d.Jornada Ampliada – Art. 2o, § 1o, Lei 5.811/72 Não se trata de jornada extraordinária. Ex: trabalhadores q trabalham em plataforma de petróleo = risco da atividade é muito grande. Não pode haver nº grande de trabalhadores neste local. Então, trabalham 12 hr, por 15 dias e depois folgam 15 dias. É uma jornada normal, não se ganha hora extra - regime especial. f)Jornada móvel e variável - A jornada móvel e variável tem origem no sistema norte-americano e começou prevista no contrato individual de trabalho (empresas de fast-food), passou a ser inserida em algumas convenções coletivas ( Projeto de Lei nº 3.785/2012, que institui o contrato de trabalho intermitente e PL-8360/2017, apensado ao PL 3785/12, em 11.9.2017, para revogar o contrato de trabalho intermitente). Diversas empresas têm contratado trabalhadores com cláusula estipulando carga mensal de 220hs s/ou semanal de 44hs. Contudo fixam o pagamento por hora trabalhada e quando 36efetivamente trabalhada. Com isto o trabalhador permanece à disposição esperando, dias antes, ser requisitado para o trabalho, podendo ser em quaisquer um dos três turnos (manhã, tarde ou noite) ou, ainda, dentro da quinzena ou do mês. • Mais, as horas trabalhadas e de consequência a contraprestação salarial irão variar de acordo com a necessidade do estabelecimento (maior ou menor movimento), podendo trabalhar uma ou mais horas e ser dispensado. • É móvel pois apesar de ficar a disposição pelas cargas legais permitidas, o trabalho pode ser requisitado de 01 a 08 horas por dia; • É variável, porque as horas requisitadas podem ocorrer em quaisquer dos turnos do dia (manhã, tarde ou noite). • A variação pode ser diária, semanal, quinzenal ou mensal. • Por consequência a remuneração será também variável. PROBLEMA DA JORNADA: 1) Fere os princípios do valor social do trabalho e dignidade da pessoa humana 2) Fere a característica da comutatividade - desde o início os sujeitos conhecem a extensão das obrigações. 3) Afronta ao artigo 2º da CLT ao pretender transferir os riscos do empreendimento aos trabalhadores; 4) O legislador no art. 4º da CLT contempla como tempo de serviço também o tempo à disposição. Contudo, para o trabalho intermitente há uma série de restrições em relação ao tempo a disposição (452-A, §1) 5) O sistema legal de jornada admite o ajuste de jornada reduzida, desde que fixa. Em que pese inexista dispositivo expresso vendando o estabelecimento de jornada móvel e variável, as normas alusivas a jornada 37 são de ordem pública e indisponíveis, pena de incidência do artigo 9º da CLT. ATENÇÃO: A jornada móvel torna-se possível a partir da vigência da reforma para os contratos de trabalho intermitentes que prevê a prestação de serviço variável, em dias ou períodos não previamente acordados, da seguinte forma: **Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. § 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência 6) A cláusula que estipula jornada móvel e variável é unilateral e abusiva e atenta contra a função social do contrato (para os demais contratos, a exceção do intermitente) 7) O sistema importa em abuso de direito, por parte do empregador, no exercício do poder diretivo, a ele inerente, em especial o de adequação (utilização da mão de obra onde necessite, desde que não haja rebaixamento de função e salário) e não quando necessite. MALEFÍCIOS DA JORNADA MOVEL: 1) Impossibilidade de organização de sua vida em questão de qualificação profissional (cursos etc) pois não sabe que horário ou turno será requisitado; 2) Impossibilidade de dedicar-se a outras tarefas, familiares (dedicação a filhos ou pais) ou outra atividade rendosa; 3) Impossibilidade de marcação de consultas médicas ou exames; 4) Há prejuízo com tempo de deslocamento (ida e volta) e vale-transporte. 38 5) Instabilidade financeira, pois não sabe qual montante salarial do mês, vez que limitado ao pagamento das horas trabalhadas. Fica à disposição por 220 horas mas se no mês trabalhar 40hs, receberá apenas as horas trabalhadas. Total ausência de expectativa de ganhos mensais. Impossibilidade de planejamento financeiro pessoal e familiar. 6) Incerteza, instabilidade e insegurança jurídica por parte do trabalhador, trazendo benefícios exclusivamente ao empregador; 7) Possibilidade de utilização do sistema, com sistemáticas dispensas (trabalhar apenas 01 hora) como mecanismo de pressão para extinção contratual (perseguição) 8) Há, no caso, transferência dos riscos da atividade empresarial aos trabalhadores. Exemplo: • A rede de restaurantes Outback Steakhouse terá de pagar a um auxiliar de limpeza as horas faltantes para completar a carga de 220h mensais calculadas durante o período em que o empregado trabalhou no estabelecimento. O restaurante aplicava jornada móvel e variável, ou seja, o auxiliar trabalhava somente nos dias e horários necessários. Esse tipo de contrato foi considerado ilegal pela Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que confirmou a condenação. • Segundo o ministro Vieira de Mello Filho, relator do agravo interposto pelo Outback, é possível a contratação para jornada inferior ao limite legal com salário proporcional. O que é inadmissível é não se prefixar a jornada. "É direito do empregado ter a efetiva ciência prévia de sua jornada diária de trabalho e, consequentemente, do seu salário mensal", afirmou. O ministro Vieira de Mello Filho ressaltou que, no caso, não se trata da simples aplicação da OJ 358, porque o empregado ficava à disposição da empresa e esta poderia estabelecer qualquer horário para as escalas, a depender de suas necessidades. Essa circunstância, ressaltou, impedia que o 39 trabalhador pudesse se dedicar a outras atividades, caracterizando abuso de poder. Processo: AIRR-137000-70.2008.5.01.0014 g)Jornada intermitente- é o trabalho prestado com sucessivas paralizações , que pode ser prestado por poucas ou varias horas, descontinuamente, respeitando-se os intervalos previstos em lei. Urbano: trabalho intermitente previsto para o contrato de trabalho intermitente, na forma do artigo 443 caput e § 3 e 452-A, §1. Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. .................. § 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria Rural: trabalho intermitente art.6º, lei 5584/73 (anotado na CTPS). Trabalho Sem trabalho Trabalho 05h as 09h 09h as 14h 14h as 18h 1.6.pressupostos da limitação da jornada Segundo Élson Gottschalk,(Curso DT, p. 298, 17ed) a duração é regulada tendo em vista a tutela da saúde do trabalhador, da vida moral e social do indivíduo, da economia e da liberdade individual, cujos limites possuem tríplice 40 aspecto: fisiológico(acidentes); moral e social(respeito-dignidade); econômico(aumento de produção-empregos- a)Natureza biológica >>> Declaração dos direitos do Homem>>>direito a intervalo – a repouso>>> eliminação da fadiga(Cuidar as ACT e CCT sobre a diminuição) b) Caráter social>>>> participação do trabalhador na sociedade, comunidade – (DE MASI – SOCIEDADE POS INDUSTRIAL, LAFARGUE – DIREITO A PREGUIÇA) c)Ordem econômica>>>> aumento da produtividade após os descansos 1.7.PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO Acréscimo à jornada normal de 8 horas dia. Esta prorrogação pode acontecer com pagamento de adicional, sem pagamento e por imposição do empregador. Doutrinariamente, temos a seguinte classificação: AS PRORROGAÇÕES PODEM OCORRER NAS SEGUINTES SITUAÇÕES: A) PRORROGAÇÃO POR ACORDO entre empregado e empregador A.1)- COM PAGAMENTO DE ADICIONAL A.2)- PARA COMPENSAÇÃO B)PRORROGAÇÃO POR IMPOSIÇÃO DO EMPREGADOR(NECESSIDADE IMPERIOSA) -POR MOTIVO DE FORÇA MAIOR -PARA CONCLUSÃO DE SERVIÇOS INADIÁVEIS 41 -PARA RECUPERAÇÃO DE SERVIÇOS DE PARALISAÇÃO Obs: temos uma divisão pela tipologia jurídica autorizadora da prorrogação, que é: a)Ato unilateral do empregador- jus variandi b)ato(vontade)bilateral das partes - art. 59§2 CLT c)Ato(vontade)coletivamente negociada no contrato da relação de empregoACT, CCT. . A) PRORROGAÇÃO POR ACORDO entre empregado e empregador A.1. – PRORROGAÇÃO COM PAGAMENTO DE ADICIONAL >>>>> art. 59§1 • Considera-se como extraordinárias todas as horas que extrapolarem a jornada normal legal ou contratual, sem a devida compensação, com adicional mínimo de 50%, salvo norma mais favorável. • A legislação, como regra, não admite excesso superior a duas (02) horas diárias como extras. • Excepcionalmente aquele limite pode ser extrapolado, nas hipóteses do artigo 61 da CLT • quanto à prorrogação do trabalho da mulher e do menor (413 CLT) há que se observar o artigo 384 que exige entre o término da jornada normal e a prorrogação o intervalo obrigatório de 15 minutos antes do início do período extraordinário. O legislador não menciona se este descanso deva ou não ser remunerado. Há divergência doutrinária e, atualmente, as turmas do TST têm divergido quanto a este intervalo ter sido ou não recepcionado pela CF/88. 42 • Nas atividades insalubres deve ser observado ao art. 60 (que exige licença do MT) e a nova redação do § unico: Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso. Base legal: ART. 58 § 1 e regramentos coletivos(ACT, CCT, Sentença normativa) SUMULAS>>>>> 132, 139, 291,264,340, 347, 366, 338 TST OJS 97, 235, 397 TST Requisitos: - Acordo escrito (anterior ou posterior????). Deste, constar o valor ou percentual do adicional remuneratório.>>>ABRANGE OS CTATOS VERBAIS E TÁCITOS. Percentual é, de no mínimo, 50% apesar de no § 1o, do art 59 CLT dizer q é 20%. O fato é q a CF derrogou este dispositivo; lê-se, 50%. 50% é o mínimo. Art. 59, § 1o, CLT c/c 7o, XVI CF. - Elevação da jornada em até 2 horas dia = limitação de 2 horas por dia (ver exceção: ART. 61,62). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Acordo ou convenção coletiva podem dilatar estas 2 hrs desde q o adicional seja igual ou acima dos 50%. CUIDADOS>>> - MENOR – ART. 413 -Cabineiros de elevadores – lei 3270/57 43 CASOS: DECISOES TRIBUNAIS SOBRE O DIVISOR A SER SEGUIDO EM RELAÇAO AS HE: 220,200, 180, ETC. DVISOR nada mais é que o padrão mensal da duração do trabalho em contraponto aos padrões semanais e diários existentes. ATENÇÃO: PADRÃO PELA JURISPRUDENCIA: Mês 5 semanas 44h x 5 = 220 36h x 5 = 180h 40h x 5 = 200 h( sum 431 TST) 30h x 5 = 150 h A.1.a) BASE DE CALCULO o adicional extraordinário incidirá sobre o valor da hora normal, seja ela diurna ou noturna. Tem-se, com isto, quando se tratar de hora extra-noturna, a hipótese legalmente admitida de incidência de adicional sobre adicional.O divisor a ser aplicado no cálculo do valor da hora trabalhada, para a aplicação do adicional de horas extras, é aquele estipulado pelo artigo 64, da CLT, que dispõe que o salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho, por 30 vezes o número de horas dessa duração. O resultado, divisor, devera ser aplicado sobre o salário para a obtenção do valor da hora trabalhada. b) O divisor 200 >>>resulta da carga semanal a que esta submetida o empregado>>>por ex. (40 horas), dividida por 6 (número de dias úteis da semana), multiplicado por 30 (CLT, artigo 64).>> 40 : 6 = 6,6666 >>>>>6,666 x 30 = 200 (neste caso qdo. lavora HE, o divisor será 200) 44 Decisao: Horas extras. Divisor 200 - Devida a utilização do divisor 200, tendo em vista que o reclamante trabalhava 8h diárias em cinco dias na semana, de segunda à sexta-feira, conforme admitido na defesa. O divisor 200 resulta da carga semanal a que estava submetida o empregado (40 horas), dividida por 6 (número de dias úteis da semana), multiplicado por 30 (CLT, artigo 64). TRT da 9ª Região (Paraná), Proc. 00194-2003-094-09-00-6, (00764-2004), DJPR 23.01.2004, Rel.: Juiz Sérgio Murilo Rodrigues Lemos. VALOR DA HORA NORMAL>>>>8 H. Divisor>>>>>220 44H sem. : 6d.uteis = 7,33 x 30(d.mes) = 220 Então: salário dividido por 220 = salário hora Decisao: Mês calendário. O trabalhador mensalista tem sua remuneração fixa levando-se em conta o mês calendário e não o período de 30 (trinta) dias. Assim é que o art. 64, da CLT, ao disciplinar a apuração do salário-hora normal do empregado mensalista fixou o fator 30 (trinta) como base e não o número de dias do mês. TRT da 15ª Região (Campinas, SP), Proc. 23627/97, 5ª T., DOESP 12/01/1999, pág. 41, Rel.: Juiz Luiz Antônio Lazarim. CUIDADO>>>>>>>Reclamante>>PEDIR ESSE DIVISOR E OBSERVAR CALCULO NA LIQUIDAÇAO DE SENTENÇA >>>>Horas extras. Carga horária máxima semanal. Sábado considerado como dia não trabalhado. Divisor 200. - A prestação de serviços de oito horas de segunda a sexta-feira tem sua jornada extraordinária calculada com base no divisor 200 e, conquanto não haja labor ao sábado, há de considerá-lo dia útil não trabalhado por caracterizar-se em liberalidade do empregador em benefício obreiro, mormente 45 quando não há nos acordos normativos aplicáveis à categoria determinação acerca da adoção do divisor 200. 2.) - Infração. Multa contratual. Previsão convencional - É factível a aplicação de multa prevista em acordo coletivo, quando cediço o descumprimento de cláusula convencional, principalmente quando prevista expressamente sua incidência no pacto firmado entre os litigantes. TRT da 23ª Região (Mato Grosso), RO 01516.2001.005.23.00-7, DJMT 27.01.2004, pág. 26, Rel.: Juiz Edson Bueno. Salário: 2.200,00 >>> CALCULO HE Divisor 220 DIVISOR 220 15,00 A HORA DIVISOR 200 2.200 : 200 = 11(h. laborada) 11,00 + 50% = 5,5 5,5 + 11,00 = 16,5 A HORA 2.220,00 ./. 220 = 10,00 ( a hora trabalhada) 10,00 + 50%(HE) = 15,00 a HE(com adicional)>>>>observar as CCT-ACT STST>>>24,45,63, 115, 191, 172, 291 46 DIVISOR 180 2.200,00 : 180 = 12,22 12,22 + 50% = 6,11 6,11 + 12,22 = 18,33 A HORA ATENÇAO TRABALHO DO DIARISTA Para se saber o valor da hora de trabalho, quando se trata de diarista, basta se tomar a tarifa diária e dividi-la pelo número de horas normais do dia de serviço. Se forem oito, o salário é dividido por 8 e, se existirem horas extras, a este valor-hora se deve acrescentar os 50% correspondentes à extraordinariedade. (VER ART. 65 CLT) DECISAO: Em sendo diarista o obreiro, o cálculo de uma hora de labor pode ser apurado dividindo-se o valor de uma diária pela duração da jornada, ou em sendo variáveis os valores percebidos a cada dia, dividindo-se a soma levantada ao cabo do mês pelo divisor que preserve a proporcionalidade aos dias de efetivo trabalho. TRT da 9ª Reg. (Paraná), AP 4.040/96, Ac. 4ª T. 9.235/97, DJPR 25/04/1997, Rel.: Juiz Lauremi Camaroski. Diferenças salariais. Jornada contratual. Prova documental que faz concluir ter sido estipulado salário-hora. Hipótese em que não existe direito à garantia de salários correspondentes ao mês cheio, na base de 220 horas, nos meses com 30 dias, e 227h20min, nos meses com 31 dias. Provimentonegado. (...) 2. Das diferenças salariais em razão da jornada contratual. A recorrente pretende o pagamento de 220h ou 227h30min mensais nos meses de 31 dias. Entende que, em virtude do contrato de trabalho ser ajustado por salário/hora, cabíveis as diferenças pleiteadas sob pena de enriquecimento ilícito do empregador. 47 Improcede, todavia, o apelo. Na Ficha de Registro de Empregados (fl. 30) consta a seguinte carga horária a ser cumprida pela recorrente: de segundas a sextas-feiras (já que nos sábados não havia trabalho), das 07h às 11h30min e das 13h às 17h18min. Isso equivale a 44 horas por semana e 220 horas mensais (incluídos aí os repousos). Embora conste do contrato de trabalho o valor da remuneração por hora, o pagamento dos salários era feito mensalmente (fls. 43/75). A utilização da unidade salário/hora é critério de que se serve a recorrida para calcular o custo da mão-de-obra, já que não remunera seus empregados diariamente, mas no final do mês. A respeito do tema, cabem as conclusões de Arnaldo Süssekind e outros (in Instituições de Direito do Trabalho, 12ª ed., São Paulo, Edit. LTr, 1991, vol. 1): "O salário por unidade de tempo corresponde a uma importância fixa, paga em razão do tempo em que o empregado permanece à disposição do empregador, independentemente do montante de serviços executados nos correspondentes períodos. Neste grupo estão os chamados horistas, diaristas, semanalistas, quinzenalistas e mensalistas, cujos horários correspondem, respectivamente, às horas, aos dias, às semanas, às quinzenas e aos meses de trabalho. (...) A respeito cumpre ponderar que não se deve confundir a forma de salário com a época do seu pagamento: o empregado horista não é aquele que recebe o seu salário de hora em hora, nem o diarista o que recebe diariamente. A forma de estipulação do salário é que subordina a designação de horista, diarista, mensalista, etc podendo o seu pagamento ser efetuado semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente;" No caso em tela, não existe garantia de salário vinculado à quantidade de dias do mês cheio (30 ou 31 dias), multiplicado pelo número de horas atribuído a cada dia (resultado da divisão de 220 por 30). Tem-se que o salário varia na dependência do número de horas efetivamente laboradas acrescidas dos repousos semanais remunerados e feriados. Não prevalece, portanto, a tese recursal. TRT da 4ª Reg. (Rio Grande do Sul), RO 00915.372/95-9, 5ª T., 27/08/1998, Rel.: Juiz Paulo José da Rocha. iMPORTANTE: 48 • Como visto acima e pelas sumulas citadas, todo e qualquer direito (verba trabalhista) que tenha como base de cálculo a remuneração, deverá considerar, no seu cômputo, a média aritmética (alguns mencionam física) das horas extras prestadas no respectivo período de aquisição do direito: a) repouso semanal remunerado e feriados = média da semana de aquisição do direito; b) férias = média do período aquisitivo; c) 13ºs salários = média do ano civil; d) Gratificações; adicional por tempo de serviço e outros direitos pagos mensalmente em que a fonte formal indica a remuneração como base de cálculo (nesta hipótese é imprescindível investigar a fonte formal) = média do mês. A.1.b) SUPRESSÃO OU REDUÇÃO DA JORNADA EXTRAORDINÁRIA No passado, as horas extras quando praticadas com habitualidade ou previstas no contrato de trabalho, se suprimidas pelo empregador, se incorporavam ao salário., o que não ocorre atualmente, conforme decisão abaixo mencionada: Súmula nº 291 do TST HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. (nova redação em decorrência do julgamento do processo TST-IUJERR 10700- 45.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. Pela leitura da sumula acima, nota-se que a supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou 49 parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. • Atenção: Não confundir número variável, oscilação de horas, de horas extras com supressão total ou parcial. Não há supressão quando a prestação extraordinária for em número variável e instável. A supressão tem como suposto ato único do empregador que, a partir de dado momento, impede, proíbe, cancela o trabalho extraordinário e, a partir daquele marco o mesmo não mais ocorre; ou ainda cancela parcialmente Assim, as Horas suprimidas pelo empregador geram ao empregado direito a uma indenização correspondente a média do nº de hrs realizadas pelo empregado, aplicando-se o valor da hora extra paga no momento da rescisão. Este pgto. é feito em semelhança do que existe nos arts 477(que é modificado pela reforma) e 478 CLT . Desta forma, a regra da hora extra qdo eliminada pelo empregador não traz + dir ao empregado de incorporá-la ao salário mas ao dir de uma indenização q será calculada c base na média do decimal das hrs realizadas X o nº de anos q ela venha sendo praticada. Aí, as frações = ou superiores a 6 meses computam-se de1 ano integral. Então, o direito não existe se as horas são praticadas até 1 ano. Qdo ultrapassam 1 ano, passaram a ter caráter de habitualidade(cuidado: essa situaçao esta descrita como regra geral, porquanto há exceções já que não há uma norma q. estabelece qual o tempo da habitualidade . Ver sentença . de 3 meses de lavoro com trabalho em HE, com condenação da empresa). Ex: se o empregado tivesse trabalhado 2 anos e 6 meses, p efeito de indenização, ele teria trabalhado 3 anos; se fosse 4 anos e 5 meses, ele só receberia 4 anos. 50 Média do decimal: 12 meses q antecedem a supressão = soma-se o nº de horas físicas trabalhadas extraordinariamente (mês a mês) = totaliza-se nº de horas e divide por 12 e encontra média mensal do nº de horas extras realizadas pelo empregado. Ex: 60 horas (média mensal) X pelo valor da hora extra no momento da supressão (Ex 15,00) = 15 X 60 = 900,00 (d hrs extras) x 4 (anos q realizou hrs extras) = 3600,00 A.2. PRORROGAÇÃO PARA COMPENSAÇÃO É O ACORDO ATRAVÉS DO QUAL AS HORAS EXCEDENTES DE UM DIA NORMAL SÃO DEDUZIDAS EM OUTROS DIAS Art. 59, §2º CLT (nova redação) § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias(redação mantida) § 3o Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas
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