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4º periodo - UNESA EAD

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Aula 1 – Didática
Conceito de didática
Talvez, essa conclusão seja um pouco precipitada, pois o conceito de Didática não se resume apenas à mera transmissão e assimilação do saber.
Há muito mais a ser compreendido sobre esse conceito e é o que desejamos para você, aluno do curso de formação docente; que amplie os seus olhares acerca da Didática, rompendo com um pensamento reducionista que poderá comprometer o processo de aprendizagem, na medida em que não se reconhece outras ações e competências inerentes ao papel do professor.
Diante disso, esperamos despertar em você o sentido da Didática, o desejo de buscar novas respostas sobre ela, não se fechando em um único conceito, sob o risco de empobrecermos a relação pedagógica entre alunos e professores.
Conversa com os alunos: realidades e compreensões
A partir de um diálogo e questionamento sobre o conceito de Didática, com os alunos do curso de formação docente, nas modalidades presencial e a distância, nas salas de aula da Universidade Estácio de Sá, é comum escutarmos, lermos nos fóruns algumas compreensões.
Selecionamos algumas falas de alunos que poderão representar você, na medida em que poderá apresentar ideias semelhantes.
Bem, vamos às “deles”, “delas”, “nossas”, “suas” falas?
Ex: São os procedimentos de ensino adotados pelo professor. É a capacidade do professor de transmitir um assunto, fazer com que o aluno compreenda as explicações.
É a forma como o professor transmite o conhecimento, visando à assimilação do mesmo pelo aluno; é passar conhecimento.
A Didática é um conjunto de técnicas e estratégias ou normas de ensino; é a teoria do ensino.
Responsabilidade do aluno no processo de aprendizagem
Pensando nas falas que acabamos de ver, podemos dizer que tratam-se de definições clássicas, na medida em que a responsabilidade pelo ensino recai, predominantemente, sobre o professor. Mas podemos também questionar:
E por que não falar também sobre a responsabilidade de aprendizagem do aluno? Vejamos a charge a seguir:
Reflexões a partir das falas significativas de nossos alunos, professores em formação
A partir das falas, podemos dizer que o professor é considerado o centro do processo de ensino-aprendizagem e o aluno é aquele que tem a função de assimilar, de receber passivamente a informação; isto é, de reter o máximo de conteúdos em sua mente.
Esse é um modelo linear de ensino em que o conhecimento é transmitido de alguém para outra pessoa, do professor para o aluno, hierarquicamente e como verdade absoluta, em via de mão única.
A ênfase é no conhecimento que o professor apresenta, em sua prática de tornar compreensivo, explícito o que está ensinando.
Nessa perspectiva, o professor é o único detentor do saber e o aluno é considerado “sem luz” até que ele aprenda o que o professor tem para lhe ensinar.
Construindo conhecimento sobre o conceito de didática, problematizando-o
Podemos afirmar que Didática vai muito além do que essa definição clássica mencionada anteriormente, pois, talvez, os alunos também possam aprender com os seus próprios colegas e não apenas com o professor em sala de aula
A propósito, talvez, possamos afirmar que o próprio professor também pode aprender com seus alunos.
Como se pode perceber, o assunto é polêmico; e construir um conceito de Didática dependerá de aprofundamento teórico, de estudarmos os fundamentos da Educação, o que faz pensar que não existe um único conceito, padrão, correto, pois, afinal, correto pra que e pra quem; não é mesmo?
Compreensão acerca do conceito de Didática à luz de alguns autores
Diante disso, que tal partirmos de algumas referências, de estudiosos que se dedicaram a essa área do conhecimento? Vamos ver o que dizem os especialistas nesse assunto:
Didática: É um dos ramos de estudo da Pedagogia [...] É uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, que são sempre sociais [...] se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente [...] pode constituir-se em teoria do ensino [...] a Didática se baseia numa concepção de homem e sociedade (LIBANEO, 2013).
Curso De Didática Geral: A Didática é uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento [...] é definida como a ciência e a arte do ensino (HAIDT, 2006).
A Didática Em Questão: “Uma reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica” (CANDAU, 2004).
A Didática: A palavra didática tem sua origem na expressão grega techné didaktiké que significa ensino, instrução [...] de maneira mais abreviada é a arte de transmitir conhecimentos, trazendo o sentido da orientação, condução, guia [...] definição essa que data do século XIX, considerada tradicional, portanto, sendo ultrapassada por outras abordagens mais modernas e avançadas (CORDEIRO, 2007).
Didática Geral: É comum a associação da Didática com o como ensinar, ou seja, com métodos e técnicas, mas, ressalta sobre a importância da reflexão sobre os seus fundamentos, sobre as razões de seu emprego, pois, caso contrário, corre-se o risco de nos convertermos em escravos dos instrumentos (PILETTI, 2010).
Refletindo
Diante do que vimos até aqui, você consegue responder de que formas podemos compreender a Didática?
Se compreendermos que Didática é o ato de transmitir algo a alguém, então, nossa concepção sobre seu conceito é linear e tradicional, pois, nesse caso, apenas o professor é o protagonista do processo de aprendizagem; ele detém o saber que é legitimado pelo mundo acadêmico, escolarizado.
Mas, podemos dizer, também, que se trata de uma prática, de uma ação do professor, do seu fazer pedagógico, do trabalho docente; do “estar aqui” tratando o conhecimento, dialogando com você, problematizando o conceito, a temática de estudo em questão e, aí, percebemos que o conceito começa a se tornar mais complexo.
Competências, saberes, características esperadas no professor no mundo atual
Além da apropriação crítica esperada no professor, bem como da autonomia nas ações pedagógicas, acrescentamos que a criatividade é uma característica fundamental ao professor para que ele crie, elabore sua prática com “mãos próprias” e não reproduza modelos pedagógicos/teóricos de outras pessoas.
Didática é fazer e pensar a educação, é o trabalho docente, apresentar uma proposta de ensino, visando a objetivos educacionais; é pensar no que desejamos para os alunos e por que; é se envolver com a construção de um projeto de sociedade.
Questão
É uma disciplina pedagógica que integra os cursos de formação de professores. Assume, ainda, o compromisso de discutir a transformação social, a realidade cultural, a política educacional, bem como a permanência dos alunos na escola, buscando práticas pedagógicas que atendam com eficiência a diversidade humana. Estamos nos referindo a:
Resp: Didática
A crítica ao paradigma tradicional começa a ser mais forte nos anos de 1950 e primeira metade da década de 1960, realizada à luz da perspectiva escolanovista e progressista de Paulo Freire. Educadores brasileiros como Anísio Teixeira e Lourenço Filho, influenciados pelo pensamento de John Dewey, dão uma grande contribuição à "desestabilização" de conceitos defendidos pelo paradigma tradicional de ensino. Propunham novos princípios para o ensino- aprendizagem, assim como Paulo Freire que sinalizou para novos rumos na educação. Marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas e depois marque a alternativa CORRETA:
( ) O aluno passa a ser o centro do processo de ensino, configura-se como ser em desenvolvimento bio-psico-social, que necessita ter respeitada sua individualidade no modelo escolanovista.
( ) O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito de informações fornecidas pelo educador que respaldaa prática na pedagogia de Paulo Freire.
( ) O foco principal da pedagogia freireana é na resolução de exercícios e na memorização de fórmulas e conceitos.
( ) O professor escolanovista passa a ser orientador da aprendizagem a ele cabe estimular, facilitar, criar condições para que a aprendizagem do aluno ocorra.
( ) O educando é o objeto a ser moldado deve se submeter ao ensino do educador, assimilando e reproduzindo o conhecimento dado na visão de Paulo Freire.
Resp: V F F V F
A escolarização básica constitui instrumento indispensável à construção da sociedade democrática, porque tem como função a socialização daquela parcela do saber sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao exercício da cidadania crítica e emancipada. Marque a alternativa que segue essa linha de pensamento: Sobre esta afirmação é correto dizermos que:
Resp: A função social da escola, pressupõe-se que não é nem redentora dos injustiçados nem reprodutora das desigualdades sociais, e, sim, uma das mediações pelas quais as mudanças sociais em direção da democracia podem ocorrer.
Na tentativa de superação da encruzilhada, na qual competência técnica e compromisso político se contrapunham, CANDAU (1996) apresentou uma proposta de ultrapassar uma visão meramente instrumental da Didática através da construção de uma perspectiva que ela denominou de:
Resp: Didática Fundamental
Considerando seus conhecimentos sobre a disciplina Didática, julgue os itens que seguem e depois assinale a alternativa CORRETA.
 I. A Didática, mesmo depois de alguns séculos de seu surgimento, continua com o mesmo propósito: apenas trazer detalhes sobre como os professores devem se portar em sala de aula, ou seja, sua performance discursiva, postura, tom de voz etc.
 II. A didática, hoje, é uma área da Pedagogia, uma das disciplinas fundamentais nos cursos de licenciaturas, concebida como "teoria do ensino" que investiga os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino.
 III. Um dos desafios da Didática, atualmente, é articular os conhecimentos adquiridos acerca de "como ensinar" e refletir sobre "para quem" ensinar, "o que" ensinar, o "por que" ensinar e "como" avaliar, tendo em vista sempre a realidade em que estão inseridos professores e alunos.
 Está CORRETO o que se afirma
Resp: nos itens II e III, apenas.
A Didática estuda o processo de ensino com suas finalidades educacionais e que estes são sempre sociais. A prática educativa deverá considerar o conhecimento acumulado pela sociedade, bem como os saberes dos educandos, visando o processo formativo que ocorre como necessária à atividade humana. Nesse sentido podemos afirmar que:
Resp:  o processo educativa é um fenômeno social necessário à existência de todas as sociedades.
Qual a proposta de uma didática transformadora: MARQUE A INCORRETA
Resp: Teoria e conhecimento científico
Segundo estudos desenvolvidos por Candau (2002), a Didática fundamental deve assumir a multidimensionalidade do processo ensino/aprendizagem. Deve ainda promover no centro de sua discussão uma articulação entre algumas dimensões. De acordo com autora, essas dimensões, são:
Resp: humana, técnica e político-social.
Aula 02- Breve retrospectiva histórica da didática
Antiguidade
Nesse período, podemos destacar Sócrates, Platão e Aristóteles, considerados os primeiros educadores, representando algumas expressões filosóficas.
Esses pensadores, no interior de seus tempos históricos, desenvolveram e difundiram concepções de educação do homem que ligam o desenvolvimento humano a finalidades colocadas em um modelo ideal de humanidade: de formação de caráter, de moral, de hábitos, do domínio das paixões, da justiça, do desenvolvimento religioso-intelectual, físico e artístico.
Sócrates, apesar de ser uma referência tão antiga, parece muito atual, na medida em que, em praça pública, instigava o povo à reflexão, ao pensamento crítico, indagando, buscando respostas.
Idade Média
Na idade média, a partir de influências religiosas da Igreja Católica, a educação enfatizou a formação do homem como ser incompleto em busca da perfeição. O homem deveria merecer a vida sobrenatural, desenvolver princípios cristãos a partir da salvação de sua alma e respeitar o dogma da Igreja como representante terrena da autoridade divina.
A Bíblia era o livro consagrado na pedagogia da escolástica, e os princípios fundamentais desse modelo de educação podem ser encontrados na obra de Santo Tomás de Aquino e na Ratio Studiorum dos jesuítas que foram os principais educadores de quase todo o período colonial.
Idade Moderna
Você sabia que Comenius (1592-1670) é considerado o Pai da Didática Magna?
Comenius criticou o dogmatismo da Igreja, a pedagogia da escolástica, afirmando que todos os jovens, independente do sexo, deveriam ter acesso à escola e propôs a reformulação do ensino e da cristandade.
O Tratado Universal da Didática Magna se referia à arte de ensinar tudo a todos, sem se desvincular totalmente das ideias religiosas, Comenius propõe que o aluno deveria ser instruído para os bons costumes, desenvolver virtudes para viver em sociedade, visando o progresso da nação.
Tal proposta pedagógica tinha como objetivo instrumentalizar o homem para o trabalho produtivo dirigido às finalidades de uma sociedade capitalista.
Assim, questiona-se: até que ponto é possível ensinar tudo a todos através de um método universal que, talvez, se aplique a todos e a ninguém ao mesmo tempo?
Comenius, devido as suas propostas de ensinar tudo a todos, de sistematizar o ensino, com ênfase na economia do tempo e da energia, bem como no individualismo, passou a ser reconhecido, mais tarde, por educadores, estudiosos contemporâneos como um dos representantes da pedagogia tradicional.
Martins (2012), ao se referir a Comenius, em sua obra, ressalta que para viabilizar o método único de ensinar tudo a todos proposto por Comenius no século XII, era preciso centralizar o ensino em um único professor e que atendesse a um grande número de alunos. O trabalho seria organizado na escola, de modo que o aluno obedecesse a uma hierarquia, sendo o professor considerado um “inspetor supremo”, o qual deveria com uma “habilidosa vigilância” controlar o desempenho da turma por meio de atuação direta dos seus auxiliares, “os chefes de turma”.
Comenius, citado por Martins afirmava:
“Não é necessário que o professor ouça sempre todos os alunos, nem que examine sempre os cadernos e os livros de todos, pois tendo como ajudantes os chefes de turma, estes estarão atentos a que os alunos, colocados sob sua responsabilidade, procedam como devem”.
Como se pode constatar, o processo de ensino aprendizagem é controlado pelo professor, esperando-se que o aluno se comporte, apresentando uma resposta ou uma conduta previamente determinada.
Idade Contemporânea
Herbart (1766-1841), foi considerado o Pai da Pedagogia Tradicional. Podemos dizer que Herbart e Comenius são os principais representantes do modelo tradicional de ensino.
Herbart propôs o método da transmissão-assimilação, tomando por base os estudos da Filosofia e da Psicologia.
Com o foco no desenvolvimento moral e intelectual da criança, formulou um esquema a ser seguido pelo professor na instrução que Martins (2012) apresenta em sua obra.
No modelo tradicional de ensino, o professor tende a repassar o conteúdo como verdade absoluta, não se abre espaço para o questionamento na sala de aula; e o professor é o detentor do saber.
O aluno, por sua vez, é aquele que não tem luz, apenas, deve receber passivamente, absorvendo a massa de conteúdos que o professor lhe deposita em sua mente.
O ensino é centrado no professor que transmite o conhecimento verticalmente para o aluno, ficando claro o formato de um modelo linear de ensino, via de mão única.
E qual é a finalidade desse modelo de ensino?
A finalidade educacional é que o aluno se ajuste à sociedade, se desenvolvendo morale intelectualmente. Segundo Herbart, o fim da educação é a moralidade, atingida através da instrução educativa [...] A principal tarefa da instrução é introduzir ideias corretas na mente dos alunos. O professor é um arquiteto da mente. Ele deve trazer à atenção dos alunos aquelas ideias que deseja que dominem em suas mentes (LIBANEO, 2013).
Normalmente, o professor que respalda a sua prática nessa concepção de ensino, tende a controlar o processo de aprendizagem, determinando as respostas que o aluno deverá apresentar nas avaliações, geralmente, testes e provas, através da memorização, da repetição, com ênfase no resultado, na quantificação e não no processo de aprendizagem.
! Predomina a cultura do silêncio, a autoridade do mestre e a disciplina baseada no medo da punição. Podemos dizer que a docência, quando é respaldada nessa perspectiva, a ênfase se dá mais na informação e menos na formação integral, mais na reprodução e menos na transformação, mais no aluno como objeto e menos no aluno como sujeito, mais na linearidade e menos na dialética.
Diante desse quadro, questiona-se se: é possível, com essa prática tradicional, contribuir para que as novas gerações apresentem competências, tais como autonomia, visão crítica de mundo, capacidade de argumentação, de modo que correspondam às demandas do mundo atual?
De 1700 a 1900
De 1700 a 1900, aproximadamente, pensadores europeus e norte-americanos, também podem ser citados como referências de modelos teóricos que contribuíram e continuam contribuindo para o sistema educacional brasileiro, na medida em que se preocuparam com o desenvolvimento da criança e com a necessidade de um método de ensino em que o aluno fosse sujeito ativo e interativo.
Dentre os pensadores da época, podemos destacar:
Rousseau
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) — “O homem é bom no seu estado natural”. O papel do educador: afastar a criança dos vícios da sociedade, permitindo-lhe desabrochar espontaneamente suas potencialidades inatas; não impor e sim desenvolver a curiosidade, a sabedoria.
Pestalozzi
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) — Defendia a doutrina naturalista: que o homem nasce bom e que o seu caráter era formado pelo ambiente que o rodeia. Aplicou as ideias de Rousseau. “Para sua época, esta ideia era um tanto inovadora porque, na segunda metade do século XVIII, a concepção corrente era de que as transformações revolucionárias seriam o remédio que curaria todos os males sociais. Por isso, ao advogar a ideia de que a educação era um meio de regenerar a sociedade, ele estava introduzindo um elemento novo no ideário pedagógico de seu tempo” (HAIDT, 2000, p. 18).
Froebel
Friedrich Wilhelm August Froebel (1782-1852) — Criador do Jardim de Infância, em 1837, dizia que “as crianças são como as plantas, cujo desenvolvimento futuro é uma consequência do tratamento que recebem nos primeiros anos de vida. Por isso, elas devem crescer à luz da natureza, lançando raízes sobre a sua terra, alimentando-se do seu próprio ambiente”.
Decroly
Jean-Ovide Decroly (1871-1932) — A escola ideal: ambiente onde a criança pudesse observar, diariamente, os fenômenos da natureza e a manifestação de todos os seres humanos; além de conhecer o meio social em que vive. Maria Montessori
Maria Montessori (1870-1952) — Em 1912, elaborou o método montessoriano (escola primária de sucesso internacional). Montessori dava importância à educação sensorial e recusava as técnicas didáticas fixas. Opunha-se à Pedagogia tradicional, católica. O método montessoriano é centrado na autoeducação por meio de brinquedos educativos (corrente vitalista). “A principal ideia que sustenta as ideias de Maria Montessori é a de que a criança tem que ser posta em primeiro lugar e considerada nas suas especificidades. Na sua concepção, a infância é uma idade própria, com características particulares, o que não permite reduzir a criança a um adulto em miniatura” (CORDEIRO, 2007, p. 175). Dewey
John Dewey (1859-1952) — “Agir como uma meta é agir inteligentemente. Aprender fazendo”. Ação precede o conhecimento e o pensamento. “Antes de existir como um ser pensante, o homem é um ser que age”. “Sua pedagogia baseia-se nas noções de experiência e atividade. Pondo-se contra as proposições de Herbart, Dewey insiste em que só se pode realmente aprender aquilo que corresponde a um interesse verdadeiro e espontâneo, que conecta o indivíduo ao objeto do conhecimento” (CORDEIRO, 2007, p. 172-173). Kilpatrick
Kilpatrick (1871–1965) — Organismo intervém em toda a atividade: o pensar, o sentir, os impulsos (o objetivo, a necessidade é que impulsiona o indivíduo), ação corporal, secreções glandulares. Claparède
Édouard Claparède (1873-1940) — É a favor de uma educação funcional, de uma escola sob medida: pedagogia adaptada ao caráter individual do aluno. Em 1912, criou o Instituto Jean Jacques Rousseau, voltado para Psicologia Infantil. A educação ideal é aquela que cria, na criança, um comportamento que satisfaça as suas necessidades orgânicas e intelectuais. Freinet
Célestin Freinet (1896-1966) — É a favor da não ruptura entre escola e meio social (vida e escola). O educador precisa tornar a escola uma continuidade da vida. O professor deve considerar os interesses de seus alunos, permitindo a livre expressão deles: conversas livres, composição de pequenos textos e desenhos livres. Exemplo: pedir ao aluno que desenhe ou narre oralmente acontecimentos de sua vida, assim como observações e experiências; encorajar o aluno a produzir textos e desenhos livres; levar o aluno a falar e a escrever melhor. Piaget
Jean William Fritz Piaget (1896-1980) — Foi convidado por Claparède para assumir a direção dos estudos do Instituto Jean Jacques Rousseau em 1923. Em 1929, assumiu a diretoria do centro internacional de educação, órgão que passou a ser filiado à UNESCO. Escola: oferecer ensinamentos sobre a educação moral, social, cívica. É considerado interacionista e conhecido pelos seus estudos sobre os estágios cognitivos/estágios de desenvolvimento intelectual da criança.
Esse pensadores foram considerados desenvolvimentistas na medida em que concentraram seus estudos no desenvolvimento natural e espontâneo da criança, com ênfase nos fatores internos (biológicos/maturação orgânica) e fatores externos (o meio imediato, tal como a família e a escola).
De alguma forma, apresentam pontos convergentes, apesar de suas respectivas particularidades. Acrescenta-se a isso, a influência que o modelo escolanovista, no Brasil, década de 1930, recebeu de tais pensadores, ressaltando-se que esse foi um movimento que veio para superar a Pedagogia tradicional, tendo como representantes, aqui, em nosso país, Anísio Teixeira, Fernando Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles e outros, considerados os pioneiros no manifesto da educação renovada.
Surgimento da Educação a Distância
Nesse contexto, ressalta-se também o surgimento do ensino a distância que, com o advento das novas tecnologias (leia-se Informática), surge um potencial de mensagem. Nada mais é fixo, estático, tratando-se das multimídias, do hipertexto (conjunto de textos, imagens, sons, enfim, estímulos) como se fosse um caleidoscópio, conforme nos ensina Pierre Levy (1994).
Dessa forma, o espaço cibernético está se tornando um lugar essencial para construção do saber, uma vez que abre infinitas possibilidades. Surge, então, uma nova cultura de aprendizagem com a emergência de uma nova inteligência, a inteligência coletiva (LEVY, 1994) — tudo isso graças a essa nova forma de cooperação e coordenação em tempo real.
Segundo Pinto e Pinto (2011) apesar de um desafio instigante, tendo em vista os recursos tecnológicos atuais, cada vez mais sofisticados, há que se cuidar, sobretudo, para que não represente um instrumento de opressão, mas sim de libertação, pois, apesar da redução de tempo e custo no ensino a distância, é preciso que se questione, de fato, o nível de formação que se pretende oferecer.
O discurso ideológicopara que as pessoas continuem acreditando que sua posição social se deve à falta de escolarização, falta de capacidade, habilidade, aptidão, e não às injustiças intrínsecas à própria sociedade capitalista, deveria fazer parte das discussões sobre a EAD. 
Mas, quais dificuldades a EAD poderá enfrentar?
+ Entre o discurso teórico e as ações pedagógicas poderá existir, segundo Silva (2003), de fato, forte discrepância. Ainda que os defensores da EAD garantam que a qualidade de ensino será mantida, é preciso ter olhar crítico, não fechar os olhos para interesses mercadológicos, colonizadores, próprios do processo de globalização que vivenciamos.
Assim, não há como deixar de pensar nas possíveis precariedades próprias da EAD apontadas por Marco Silva (2003), ou seja, o risco de se banalizar a educação, fazer desse espaço virtual por excelência, na construção de conhecimento e competências, “algo” que vá na contramão da proposta inovadora, consistente e de qualidade da EAD, conseguindo, com isso, resultados exatamente antagônicos aos esperados, como, por exemplo, a boa colocação dos formandos no mundo do trabalho.
Questões:
A história da didática está ligada ao aparecimento do ensino; o termo didática surge quando os adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens e a escola se torna uma instituição, inaugurando-se o caráter transmissor e sistematizado de ensino. Nesse contexto, a Didática Magna teve como representante:
Resp: João Amós Comênio
A Didática surge no século XVII tendo como principal fomentador:
Resp: Comenius
Estabeleça a relação do papel da Escola com as Tendências Pedagógicas Tradicionais e Progressistas: 01. Tradicional - 02. Libertadora - 03. Escolanovista - 04. Libertária - 05. Tecnicista ( ) A escola deve preparar os indivíduos como um todo, para uma sociedade em constante transformação. ( ) Transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionário. ( ) Preparo da mão de obra para a indústria. Modelador do comportamento humano através de técnicas específicas. ( ) Preparação intelectual e moral dos alunos para assumir seu papel na sociedade. ( ) Visa levar o aluno a atingir um nível de consciência da realidade na busca da transformação social. Assinale a alternativa que corresponde à sequência CORRETA, de cima para baixo:
Resp: 3 - 4 - 5 - 1 – 2
Deriva de duas palavras gregas: paidós (criança) e apogé (condução). Na cultura ocidental, a Pedagogia é vista como correlata a educação. Contudo, entendemos que a prática educativa é um fenômeno humano, portanto, histórico-social. A prática educativa possibilitou o desenvolvimento de um saber sistematizado, a qual denominamos de Pedagogia. Na atualidade, podemos dizer que o professor exercita a práxis. Dessa forma, podemos compreender que a finalidade desta área de conhecimento está voltada para:
Resp: Reflexão e investigação.
A corrente pedagógica reflete o momento sócio cultural em que foi construída, as necessidades e visão de mundo do seu tempo. Podemos destacar dois grandes grupos das correntes pedagógicas: liberal e progressista. Na corrente progressista temos as tendências
Resp: Libertadora, Libertária e Crítico Social
O século XXI chegou e com ele inúmeros movimentos sociais reivindicando reconhecimento e valorização mais efetivos das respectivas identidades culturais. Nessa perspectiva temos que:
I) Buscar caminhos para incorporar positivamente a diversidade cultural no cotidiano escolar.
II) Atribuir status de disciplina aos temas transversais.
III) Trabalhar conteúdos para efetivação do preconceito.
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
Resp: Apenas o item I está correto
A construção de uma memória sobre o significado renovador do trabalho dos Pioneiros da Educação Nova foi tarefa a que se dedicou Fernando de Azevedo, com o maior empenho, durante praticamente toda a sua vida. O movimento renovador está presente em vários "lugares de memória" (topográficos, monumentais, simbólicos e funcionais) (BRANDÃO, 1999). O significado renovador deste documento "o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova" encontra-se na posição de defender:
Resp: uma nova escola, promotora da ciência e da pedagogia moderna sob a égide do ensino público, gratuito, e laico.
A consciência desses princípios fundamentais da laicidade, gratuidade e obrigatoriedade, consagrados na legislação universal, já penetrou profundamente os espíritos, como condições essenciais à organização de um regime escolar, lançado, em harmonia com os direitos do indivíduo, sobre as bases da unificação do ensino, com todas as suas consequências. O trecho acima apresenta ideias de um documento publicado em 1932 e assinado por 26 educadores brasileiros, entre eles Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho. Este documento ficou conhecido como:
Resp: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova;
Aula 03 – Correntes Pedagógicas Liberais
Correntes pedagógicas liberais: tradicional, escola nova e tecnicismo
Para início de conversa, é importante mencionar o porquê do termo liberal e, aí, nos reportamos a Dermeval Saviani (2008) que oferece a seguinte explicação:
O termo liberal veio para justificar a nossa sociedade capitalista que é caracterizada pelo individualismo, pelo imediatismo, competitividade e o consumo. E é sob essas bases que as tendências pedagógicas em questão se alicerçam.
Sobre as tendências pedagógicas que poderão respaldar a nossa prática, vale dizer que elas não se excluem, se complementam e se nos perguntarem em que ou quem fundamentamos a nossa prática, talvez tenhamos dificuldades para responder, pois, ora podemos respaldar a prática em uma teoria, ora, em outra.
! Talvez possamos constatar o que está predominando nas ações dos profissionais da educação. Em outras palavras, queremos dizer que, ao observarmos uma aula de um determinado professor, podemos constatar como ele está trabalhando o conhecimento, assim como podemos verificar como esse professor se relaciona com seus alunos e os avalia; a propósito, como ele constrói suas questões de prova, por exemplo, e, a partir daí, ensaiar algumas considerações a respeito de sua prática docente.
Para facilitarmos a aprendizagem sobre as tendências pedagógicas, optamos por sistematizá-las, apontando suas características, discutindo sobre os reflexos no espaço de sala de aula, lembrando, mais uma vez, que são apenas referências da prática e nunca solução definitiva sobre como ser professor.
Você já imaginou se deparando com um “problema” no cotidiano escolar tal como a apatia dos alunos na sala de aula e, aí, procurar no manual, na letra a de apatia, para saber como lidar com essa situação?
Pois é, as teorias oferecem um norte, iluminam a nossa prática, porém, não são redentoras, cabendo ao professor comparar dialeticamente a sua realidade, a sua prática às teorias estudadas e apresentar sua própria prática que não será uma prática qualquer, mas fundamentada porque estudada, consciente e refletida.
Vamos, então, às tendências pedagógicas liberais que poderão respaldar as nossas ações?
Modelo Tradicional
Esse modelo tem como representantes principais Comenius (Pai da Didática Magna) e Herbart (Pai da Pedagogia Tradicional) e, conforme já deve ter sido mencionado em aulas anteriores, nesse caso, o professor é o centro do processo de aprendizagem; ele detém o poder do conhecimento.
De acordo com o que acabamos de ver no vídeo da sessão anterior, no modelo tradicional, o aluno é considerado “sem luz”. O conhecimento é transmitido vertical e hierarquicamente do professor para o aluno que recebe, passivamente, uma massa de informações para arquivar em sua mente.
Para Libâneo (2013), na Pedagogia tradicional, prepondera a ação de agentes externos na formação do aluno. A transmissão do saber é constituída na tradição e nas grandes verdades acumuladas pela humanidade. O ensino é compreendido como um repasse de ideias do professor para a cabeça do aluno; os alunosdevem compreender o que o professor transmite, mas apenas com a finalidade de reproduzir a matéria transmitida.
Com isso, a aprendizagem se torna mecânica, automática, não mobilizando a atividade mental, a reflexão e o pensamento independente e criativo dos alunos.
Talvez, aqui, possamos identificar um dos porquês dessa abordagem ser incluída nas pedagogias liberais de ensino, pois, como o aluno não pode questionar seu professor, ele não exercita a cidadania crítica; a ciência não é desvelada, desmistificada e o aluno, por sua vez, tem que aceitar o que está posto e se adaptar ao sistema, se desenvolvendo intelectual e moralmente.
Diante disso, quando o conhecimento é determinado como verdade absoluta, não se abre espaço para a discussão, para o debate, para a participação dos alunos. Como então formar esse aluno participativo na sociedade?
Vejamos a charge a seguir: Diante da charge, podemos perceber que a escola tradicional está contribuindo, apenas, para reproduzir o sistema, a estrutura social vigente, pois esse aluno cidadão é condicionado a acreditar que os fatos são inexoráveis, imutáveis.
Escola Nova: denominada de ativa, progressiva ou progressivista, renovada
Esse modelo pedagógico tem como um dos representantes brasileiros Anísio Teixeira que foi aluno de J. Dewey e, por conta disso, Anísio teve uma formação respaldada na cultura americana, do aprender fazendo, do educar para a ação, do empreendedorismo, diríamos hoje.
De fato, foi uma evolução em relação ao modelo tradicional, pois o aluno passaria a estudar, a aprender “colocando a mão na massa”, vendo no plano concreto o conceito abstrato, generalizado. Por esse motivo, também podemos dizer que J. Piaget representa esse modelo, uma vez que trata dos estágios cognitivos que vão desde o plano concreto – quando a criança precisa ter o objeto “ao vivo e a cores” em suas mãos – até que desenvolva a representação mental do mesmo.
Afim de compreendermos melhor o que estudamos até aqui, vejamos uma cena do filme Uma professora muito maluquinha.
Note, no vídeo, que o professor passará a estreitar os vínculos com o aluno, se relacionando de forma mais amigável, centralizando o ensino no educando, permitindo, ao mesmo, mais espontaneidade, comportamento ativo de modo que o aluno não aprenderia mais, apenas, ouvindo seu professor dissertar?
O aluno poderia participar de aulas práticas, em laboratórios, experimentação, soluções de problemas, aulas passeio, na horta, aulas lúdicas, aprender fazendo, ou seja, constatando, na prática, o conceito estudado teoricamente. Em outras palavras, se debruçando sobre o objeto de estudos, em uma relação indivíduo-organismo/meio.
Um modelo bastante interessante para se trabalhar disciplinas de ciências naturais, fazendo experimentos.
Você percebeu a ironia da charge ao afirmar que o processo de avaliação seria justo?
Diante dessa necessidade de mudança no processo de avaliação, na Escola Nova, o professor, por sua vez, acompanha o ritmo cognitivo do aluno, volta-se para as potencialidades e as lacunas cognitivas. Observe que a ênfase ainda recai sobre o indivíduo e seu ritmo, mesmo que trabalhem em grupo e, quanto a isso, não houve alteração em relação ao modelo tradicional.
No modelo escolanovista, a ênfase recaía, então, sobre o indivíduo, mesmo que o professor incentivasse o trabalho em grupo em sala de aula. Os alunos que conseguissem se enquadrar nesse sistema por apresentar domínio do conhecimento científico seriam aprovados. Os demais seriam alvo de reprovação.
! Atenção! Isso não significa que tenhamos que aprovar todos os alunos, que essa atitude é esperada do professor, mas, que, talvez, prestássemos atenção em outros saberes, igualmente, formativos, relevantes na formação do sujeito, que vão além do domínio cognitivo (domínio das ciências).
O que adianta um aluno gabaritar uma prova de Biologia e não demonstrar consciência ecológica, nem o respeito pelos colegas?
Vamos avaliar o conhecimento, mas, ir além, incentivando a formação de valores.
Tecnicismo
A Pedagogia Liberal Tecnicista surgiu nos Estados Unidos na segunda metade do século XX, chegando ao Brasil entre as décadas de 1960 e 1970. Nessa concepção de ensino, o homem é considerado produto do meio, sendo resultado das consequências das forças existentes em seu ambiente.
O Tecnicismo acredita que a consciência do homem é formada pelas relações acidentais estabelecidas com o meio e devem ser controladas cientificamente através da Educação.
Tendência inspirada na Teoria Behaviorista, comportamental de Skinner, essa abordagem acabou sendo imposta às escolas pelos organismos oficiais por ser compatível com a orientação econômica, política e ideológica do regime militar vigente.
De acordo com a Pedagogia Liberal Tecnicista, a Educação deve atuar para o estabelecimento e a manutenção da ordem social vigente, se articulando diretamente com o sistema capitalista de produção.
Diante disso, é possível compreender porque a Pedagogia Tecnicista emprega a ciência da mudança do comportamento, se apoiando então, na concepção comportamentalista (estímulo/resposta) que privilegia resultados rápidos e sem espaço para reflexões críticas.
Segundo essa perspectiva educacional, o comportamento desejado é fixado pela recompensa. A instrução programada enfatiza a importância de uma definição precisa do que o aluno deverá aprender e a importância de estruturar cuidadosamente os materiais a serem utilizados (apostila) para o aluno aprender exatamente o que se quer que ele aprenda.
Questões:
A partir da ilustração acima, assinale a ÚNICA alternativa que descreve a vertente de didática relacionada:
Resp: Tradicional
A Pedagogia Renovada é a chamada Pedagogia Nova ou Escola Nova, origina-se em movimento pedagógico nos Estados Unidos e na Europa no final do século XIX, influenciando o Brasil por volta dos anos 1930. O movimento escolanovista criticou a escola tradicional e propôs uma escola nova em que os alunos:
Resp: se desenvolvessem espontânea e naturalmente
Diferentes concepções acerca do papel da escola e da sua forma de organização imprimiram diferentes modos de conceber a prática pedagógica. Desse modo, diferentes autores deram contribuição importante para a compreensão desse campo. Relacione educadores apresentados na 1ª coluna de acordo com as suas respectivas contribuições destacadas na 2ª coluna.
I- Comênio
II- Herbart
III- Dewey
(  ) Criticou a "escola tradicional" e propôs uma "escola nova" onde o ensino deveria estar centrado na atividade do aluno (Pedagogia Ativa), buscando adequar os conteúdos aos diferentes níveis de aprendizado, interesses e experiências dos alunos (Centros de Interesse);
(  ) Funda as bases teóricas da Didática na Filosofia e na Psicologia. Propõe que a ética defina os fins da educação e a psicologia os meios, estabelecendo um método único de ensino;
(  ) Sistematizou as bases da Didática através de sua "Didática Magna". São princípios de seu método: seguir a natureza, partir das coisas para as ideias, do mais fácil para o mais difícil, tudo sem pressa, dividindo o ensino em ciclos.
A opção que apresenta a sequência correta é:
Resp: III - II – I
Quando o professor respalda a prática na pedagogia tradicional, ele:
Resp:Transmite o conhecimento
No Brasil, sob influência do Movimento Escolanovista na Educação nas primeiras décadas do século XX, a legislação educacional e os cursos de formação docente absorvem os ideários do movimento, pondo em pauta os modelos  tradicionais, reafirmando novos valores, como os direitos do ser humano ter acesso a uma escola pública de qualidade. A didática, nessa conjuntura, tem seus fundamentos reconfigurados, passando a centrar-se:
Resp: nos pressupostos teóricos que enfatizam o aluno como centro do processo ensino aprendizagem.
Duas professoras da rede municipal conversavam na entrada da escola sobre o eclipse do Sol que deveria ocorrer naquele mesmodia durante o horário das aulas. Célia, fascinada com o fenômeno, havia planejado observá-lo junto a seus alunos no pátio da escola. Para isto preparara com eles placas de vidro escurecidas pela fumaça de uma vela, a fim de evitar os prejuízos que a observação a olho nu poderia causar. Esperava depois discutir com os alunos o acontecido e, a partir de suas dúvidas, com eles realizar maquetes figurando a posição do Sol, da Terra e da Lua naquele momento. Marta discordava do entusiasmo da amiga. Disse preferir seguir a seqüência do programa de Estudos Sociais. Estava atrasada com a matéria e iria explicar alguns aspectos sobre os planetas. Ainda não era o momento de conteúdos mais complexos. Depois, apenas com o auxílio do livro didático, daria uma aula sobre o eclipse, como fazia todos os anos.
Este relato revela duas formas distintas de encarar a prática docente, duas maneiras de selecionar os conteúdos, a adoção de métodos de ensino diferentes que expressam duas importantes tendências do pensamento pedagógico. Qual é, dentre os pares abaixo, aquele que retrata as tendências implícitas na prática de Célia e Marta, respectivamente?
Resp: Pedagogia Nova/Pedagogia Tradicional.
A didática adotada pelo professor de modo que ele leve o saber ao aluno pronto e acabado está de acordo com o modelo:
Resp: linear
A Pedagogia Tradicional surge no momento de consolidação do capitalismo, tendo como objetivo transmitir o conhecimento como verdade absoluta, cabendo ao aluno a memorização. O professor é tido como uma figura de autoridade, centro dos processos pedagógicos. A disciplina é utilizada como mecanismo de controle e garantia de que o conhecimento seja conseguido independente do interesse do aluno. Diante do exposto, podemos dizer que o professor:
Resp: Determina o conteúdo a ser estudado
Aula 04
Professores progressistas e tradicionais
O fato do professor se considerar progressista, crítico, não significa que não possa adotar uma prática mais tradicional, mas, apesar disso, você sabe qual é a diferença entre esses dois tipos de professores?
-O professor pesquisador aprendeu a ser autor do que faz, não reproduzindo modelos pedagógicos, não replicando conhecimentos, de modo que, ao adotar uma prática mais tradicional, ele terá consciência sobre o que está fazendo, conseguirá se responder sobre o sentido de sua prática e, em caso de ser questionado, argumentará com fundamento.
-Eis, aí, a diferença entre o professor pesquisador, crítico, transformador em relação ao professor reprodutor que, se for perguntado sobre sua prática, sobre o porquê de trabalhar um determinado assunto, responderá que o motivo é porque está no livro, no programa, na ementa, no planejamento determinado pela escola.
Esse professor reprodutor, diferente do crítico, não interiorizou o conceito de pesquisador, de sujeito autônomo.
Tendências progressistas
A prática pedagógica reflexiva tem como pontos de partida e chegada a prática social, tendo como preocupação produzir mudanças qualitativas e, para isso, procura-se munir-se de um conhecimento crítico e aprofundado da realidade. Caracteriza-se como fonte e geradora de novos conhecimentos.
Dentro dessa perspectiva, expomos a seguir as três tendências progressistas:
-Libertadora: Década de 1960
- Libertária: Década de 1980
-Crítico social dos conteúdos
Libertadora: Década de 1960
Esse modelo de Pedagogia tem Paulo Freire (1921-1997) como referência, considerado um dos maiores educadores brasileiros do século XX. Para esse pensador, a educação deve ser instrumento de libertação do estado de opressão.
Ele defende uma prática educativa transformadora, fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando. Nas condições de verdadeira aprendizagem, os alunos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente, sujeito do processo.
Nessa linha de pensamento, o professor deve incentivar a curiosidade, a liberdade de expressão, a criatividade, o pensamento crítico através da pesquisa; viver e aprender com o diferente, criar possibilidades e saber escutar.
Nesse modelo, o professor deve dialogar sobre a negação do próprio diálogo. Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. A prática pedagógica deve ser problematizadora e dialógica; levar o sujeito à reflexão sobre o mundo, a reconstrução crítica do mundo. É um ato de criação que se estabelece entre aluno e professor. O diálogo deve ser autêntico.
Paulo Freire é adepto do método da conscientização, da humanização, da politização. Acredita que a educação é uma prática libertadora. Através da educação, o homem pode criar sua possibilidade de ser livre, de romper com o estabelecido, com a ordem atual.
Sem um trabalho pedagógico libertador, sem o reconhecimento do outro, encontramos homens oprimidos na luta para serem opressores e não para reverter uma situação histórica, de dominados e dominantes.
Exemplo de prática respaldada na pedagogia libertadora
Imaginemos a seguinte situação...
Situação do cotidiano escolar...
Os alunos estão estudando sobre alimentação, sobre a importância das frutas para o funcionamento do organismo, quando ocorre uma pergunta:
— “Professora, o que acontece se você comer manga e depois tomar leite?”
— “Minha mãe dizia que comer manga e depois tomar leite fazia mal. Ela até conheceu um rapaz que morreu por isso. Pode até ser que não faça mal, mas eu não arrisco”.
— “Mas o médico não fala que faz mal misturar leite com manga. Ele fala que depende do organismo de cada um. Então, como a gente fica? Essa ideia vem do tempo da escravidão. Para os escravos não comerem muito, os donos das fazendas falavam que comer manga com leite fazia mal. Eles colocavam medo nos escravos e isso chegou até nós” (professor). (Saber cientifico)
! Atenção
Como se vê, a partir do diálogo entre aluno e professor, a finalidade é partir do óbvio, segundo Freire e devolver de forma científica, desvelando-se os fatos, desocultando realidades.
Libertária: Década de 1980
O modelo da pedagogia libertária não se afasta muito do modelo libertador. Não é à toa que foi classificado também como progressista, na medida em que seus representantes criticam todas as formas de autoritarismo, impessoalidade, formalidade e distanciamento.
Na tendência libertária, há um sentido expressamente político, à medida que se afirma o indivíduo como produto do social e que o desenvolvimento individual somente se realiza no coletivo. Essa corrente foi pensada com a intenção de incentivar a participação grupal em assembleias, conselhos, eleições, reuniões, associações, grêmios, DCE, DA(s), de tal forma que o aluno, uma vez atuando nas instituições externas, levará para a escola tudo o que aprendeu.
A ideia básica da pedagogia libertária é introduzir modificações institucionais, a partir dos níveis subalternos que, em seguida, vão contaminando todo o sistema. Quanto aos conteúdos de ensino, eles estariam presentes a partir das disciplinas, mas, não seriam exigidos. Importante é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo grupo, especialmente a vivência de mecanismos de participação crítica (LIBÂNEO, 1987).
Exemplo de prática respaldada no modelo pedagógico libertário
A modalidade de ensino a distância também pode ser um exemplo de prática libertária, pois o aluno é gestor do seu próprio conhecimento, escolhendo o seu próprio caminho.
Os conteúdos estão dispostos: aulas teletransmitidas, conteúdos onlines, textos, vídeos, fóruns, gabarito comentado, dúvidas comentadas, livro proprietário, avaliando aprendizado e os alunos da graduação acessam o que for de mais interesse; rompendo com a linearidade do processo.
Crítico social dos conteúdos
Na tendência crítico-social dos conteúdos (Saviani, Snyders, Makarenko, Libâneo, Luckesi), a ideia é difundir os conteúdos escolares concretos, porém, indissociáveis da realidade socialdo aluno. O conteúdo teórico deverá ser vinculado à prática, para que o aluno veja sentido no que está aprendendo, podendo lhe ser útil em sua prática imediata/social, útil em sua vida; e a partir daí, introduzir a possibilidade de uma reavaliação crítica frente aos conteúdos sistematizados e aprendidos.
Significa ligar o conteúdo à experiência concreta do aluno. Sugestão de aplicação dessa abordagem: iniciar a aula tratando de uma temática de ensino e articular a prática.
Exemplo de prática respaldada no modelo pedagógico crítico social dos conteúdos
Ao apresentar o assunto sobre avaliação escolar para uma turma de licenciandos, o professor solicita aos alunos do curso de formação docente que relatem situações vivenciadas em anos anteriores de escolaridade sobre provas, exames, avaliações sofridas/ocorridas.
A ideia é confrontar a experiência com a explicação teórica do professor sobre o assunto avaliação, neste caso. Isso significa ir da ação, do particular, da prática, à compreensão geral, teórica; e da compreensão geral, teórica à ação (do particular para o geral e do geral para o particular), unificando teoria e prática. Vejamos uma cena do filme Escritores da Liberdade que se relaciona com o conteúdo que estamos estudando:
Percebeu como o professor é o mediador entre o conhecimento científico e espontâneo?
Professor e aluno colaboram para fazer progredir essas trocas. O professor intervém para que o aluno acredite nas suas possibilidades de ir mais distante.
Assim, o professor está formando a consciência crítica face às realidades sociais, sendo aluno e professor, agentes ativos da transformação da sociedade e de si próprio.
Você deverá produzir um texto de 10 linhas, cujo título é: “O processo ensino aprendizagem na perspectiva crítica da educação”.
Chave de Respostas
O aluno deverá escrever que o professor é o mediador do processo ensino-aprendizagem, o problematizador do saber, incentivando questionamentos. O relacionamento aluno professor é referendado no respeito mútuo; o professor aprende a lidar com o aluno real, partindo do seu saber e devolvendo de forma científica, sob o risco de submetê-lo à condição de opressão ao sonegar a ciência a ele. O sentido dessa prática é contribuir para transformar, inquietando os alunos diante dos fatos, da realidade, conscientizando-os, despertando o desejo de intervenção social. As avaliações são mais reflexivas, com ênfase no processo e não no produto final.
Questões
(Questão adaptada do TJPE, 2009). Em seu livro Educação e Mudança, FREIRE (1979) afirma que "O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta autorreflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca". Neste sentido, FREIRE (op. cit.) afirma que esta é a raiz da educação. NÃO se pode afirmar sobre o texto que:
Resp: O processo de educação tem um fim em si mesmo, devendo ser resolvido dentro da sala de aula e não se relacionar ao contexto sócio-histórico.
Todas as afirmativas estão relacionadas à tendência crítico social dos conteúdos EXCETO uma
Resp: A tendência crítico social dos conteúdos não valoriza a aprendizagem significativa
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações que representam uma concepção progressista de didática.
( ) Preocupa-se com a forma com que o professor deve se trajar e falar.
( ) É um modo crítico de desenvolver uma prática educativa.
( ) Deve servir como mecanismo de repetição do exercício educativo.
( ) É sustentada por decisões filosófico-políticas e epistemológicas sobre um projeto histórico de desenvolvimento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo:
Resp: FVFV
Cabe a nós, professores, fazermos com que o aluno se mostre por inteiro, não só nos seus conhecimentos cognitivos, mas que compartilhe seus saberes e vivências diárias mantendo uma relação de respeito, a partir das diferenças, dos problemas e dos conhecimentos próprio. Nesse contexto, Paulo Freire nos afirma que ensinar
Resp: exige respeito aos saberes dos educandos e à possibilidade de enriquecer a realidade trazida, numa perspectiva dialógica.
Na perspectiva defendida pela Didática crítica a que nos referimos quando falamos em didática?
Resp: A um processo histórico, contextualizado que busca ajudar os alunos na aprendizagem de conhecimentos significativos, levando em conta seu momento biopsicológico, afetivo emocional em que estejam vivendo em sala.
(Questão adaptada do TJPE, 2009). Fundamentado na perspectiva construtivista e progressista em relação ao conceito de educação, assinale a alternativa verdadeira:
Resp: Processo de formação e construção de conhecimento.
Paulo Freire assinala que ensinar exige disponibilidade para o diálogo com os outros. Essa disponibilidade tem correlação com os seguintes fatores, EXCETO:
Resp: a convicção de que se sabe tudo e que se pode saber mais e melhor
Das afirmativas abaixo, aquela que NÃO é coerente com a Tendência Crítico Social dos conteúdos, no que se refere à relação professor-aluno:
Resp: Professor é apenas um conselheiro, monitor à disposição do aluno.
Aula 05
Planejamento no campo da educação: níveis de planejamento e seus fundamentos
Diferentes instâncias
Todo planejamento envolve definir metas; incluir parâmetros e refletir princípios educacionais que sejam capazes de orientar o processo de formação humana, ter relação com a sociedade e com que projeto de homem se pretende formar. Podemos dizer que planejar é estudar, é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema.
Diante de um problema devemos procurar refletir para decidir quais as melhores alternativas de ação possíveis para alcançar determinados objetivos a partir de certa realidade.
A reflexão, o pensar em torno da existência, é uma experiência essencialmente humana. Imaginar o futuro, antever o próximo passo, pensar antes de agir, é uma atividade que expressa a racionalidade humana. O planejamento se preocupa com “para onde ir” e quais as maneiras adequadas de se chegar lá, tendo em vista a situação presente e as possibilidades futuras.
Planejamento no campo educacional
No campo da educação, temos os seguintes níveis de planejamento: educacional, curricular e de ensino. Vamos compreender cada um desses níveis?
Planejamento Educacional
“Consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a proposição de objetivos a longo prazo que definam uma política da educação” (PILETTI, 2004, p.62).
A importância do planejamento
Parece que não há mais dúvidas quanto à importância do ato de planejar, independente da instância, porém, no que diz respeito ao planejamento de ensino, há que se dizer que muitos professores lidam com ele como se fosse apenas uma tarefa burocrática, não tomando essa tarefa como uma oportunidade de reflexão sobre o sentido da prática, de educar e do aprendizado. Normalmente, isso ocorre com professores que fazem de sua aula mera reprodução de conhecimentos; ficam aprisionados ao livro didático e tomam aqueles conteúdos como única possibilidade, repetindo o que foi construído por outra pessoa. Estando o material todo pronto, basta repassá-lo.
-Então, pra que planejar?
-Qual é o papel do planejamento se já está tudo pronto e não se reconhece a possibilidade de se fazer diferente porque se acredita que não há mais nada a fazer?
-O que falta a esse professor para transformar o que está posto, para romper com o determinismo técnico?
- Que competências são necessárias ao professor para que sua prática seja transformadora?
O planejamento e o compromisso sócio-político
Diante do que vimos até aqui, você consegue responder por que o plano de ensino é tão importante para a prática pedagógica?
Gabarito
Ao construirmosnossos planos de ensino, planejamos o que temos a intenção de fazer. “Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível” (VEIGA, 2002, p.12).
Nessa linha de pensamento, o planejamento busca um rumo, é uma ação intencional com sentido explícito, com compromisso, porém, deve ser definido e (re) definido coletivamente. Deve estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político e de acordo com o interesse da população majoritária, ou seja, de todos os membros da comunidade escolar, dentre eles alunos, professores, direção, funcionários, de modo que ao participarem democraticamente de sua elaboração, se sintam retratados e responsáveis com as decisões educacionais. Conforme as palavras de Freitas (1991, p. 23) “tem que nascer no próprio chão da escola”.
Para que o planejamento nasça no próprio chão da escola”, como vimos anteriormente, são necessárias mudanças na própria lógica das instâncias superiores, em sua cultura organizacional, refletindo em uma nova prática.
Na concepção de Veiga (2002) ao se construir um processo democrático de decisões, a preocupação deve voltar-se para a instauração de uma forma de organização do trabalho pedagógico que: supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentados da divisão de trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão (p.13-14).
Na prática, significa abrir um espaço permanente de diálogo entre os profissionais da educação, os sujeitos da comunidade escolar, visando à contextualização do ensino, a não dicotomia entre escola e sociedade, não trabalhando, exclusivamente, os conteúdos estabelecidos no currículo obrigatório determinado pelos órgãos superiores governamentais e consequentemente pela escola.
Autonomia docente na escola
Mas, como propor uma escola democrática e uma educação transformadora e emancipada aos alunos se o próprio professor não resgata a sua autonomia docente na escola, se o próprio professor não é autor de sua própria prática porque não interiorizou o conceito de autonomia docente?
Na visão de Vasconcellos (1995) o planejamento é um excelente caminho para melhoria da qualidade do ensino, pode ser uma estratégia política de lutas, de emancipação do professor, cumprindo um papel social de humanização, onde o aluno cresça como pessoa e como cidadão, e onde o professor tenha um trabalho menos alienado e alienante, que possa repensar sua prática, (re)significá-la e buscar novas alternativas junto com seus alunos. Há uma diferença substancial entre traçar nossos próprios caminhos e reproduzir mecanicamente a prática de “terceiros”, sem noção clara do que se está fazendo.
Lopes (1992), por sua vez, indica alguns pressupostos que consideram a dinamicidade do conhecimento escolar e sua articulação com a realidade histórica quando se trata de planejar o ensino. São eles: produzir conhecimentos tem o significado de processo, de reflexão permanente sobre os conteúdos aprendidos buscando analisá-los sob diferentes pontos de vista; significa desenvolver a atitude de curiosidade científica, de investigação da realidade, não aceitando como conhecimentos perfeitos e acabados os conteúdos transmitidos pela escola, ou seja, previstos no planejamento curricular.
O currículo e a cultura dos alunos
Para Sacristàn (1995), o currículo obrigatório oficial deve ser articulado à cultura vivida e, nesses termos, o autor propõe que o currículo se fundamente no multiculturalismo, no qual os interesses de todos sejam representados. Mas, para torná-lo possível, é necessária uma estrutura curricular diferente da dominante e uma mentalidade diversa por parte dos sujeitos envolvidos no processo educativo: alunos e professores reflexivos e culturalmente comprometidos, conforme sinaliza Canen (1997), além da direção e da comunidade.
Essa mentalidade, essa estrutura e esse currículo têm de ser elaborados e desenvolvidos de modo que a escola seja considerada um projeto aberto, no qual caiba uma cultura que respeite a heterogeneidade e seja um espaço de diálogo e de comunicação entre grupos sociais diversos.
Trata-se de criar um contexto democrático de decisão sobre os conteúdos de ensino, configurando uma ideia mais ampla e real de escolarização. Na visão de Moreira e Santos (1995) os conteúdos têm de ser vistos como algo a ser questionado, analisado e negociado e não divorciado do significado humano.
Planejamento de ensino/didático
Planejamento participativo
O planejamento participativo se propõe a romper a lógica hierarquizada e verticalizada de gestão. Ele emerge de estruturas mais horizontais que permitam a fluidez de informações entre todos os participantes, sem fomentar a tradicional separação entre “pensar” e “fazer”, “decidir” e “executar”.
Assume que a efetividade de um processo está na capacidade de entender que o poder emana da responsabilidade de cada um e não da posição hierárquica que ocupa na organização. Neste modelo, todos têm um nível de responsabilidade, que se transforma em corresponsabilidade na tomada e execução das decisões.
O planejamento participativo não implica em reunir todo mundo para planejar tudo, o tempo todo. Significa organizar as formas de participação e instâncias de tomadas de decisões.
Vejamos algumas especificidades do planejamento participativo:
Questão
Avaliação põe em destaque os princípios que guiam a ação pedagógica. Quando a avaliação escolar é fundamentada na perspectiva progressista da educação, podemos dizer que é um ato:
Resp: formativo, inclusivo e investigativo.
As afirmativas abaixo justificam a importância do planejamento didático respaldado na perspectiva progressista, crítica da educação como atividade necessária e importante, exceto:
Resp: Permitir a improvisação pela improvisação no caso do reconhecimento da inadequação do que foi planejado.
O planejamento do processo educativo, segundo a análise de Menengola e Sant¿Anna (2002), se volta para a participação; em outras palavras, planejamento participativo como ferramenta indispensável na operacionalização desse processo consagra a necessidade de um projeto político pedagógico que contemple a diversidade de vozes. Nesse sentido, se tornam fundamentais alguns propósitos, EXCETO:
Resp: Interesses individuais focados no mercado de trabalho e na seleção dos mais aptos.
Em se tratando do planejamento, do projeto pedagógico da escola, o desafio está em ultrapassarmos a ideia de mera elaboração e preenchimento de documentos, mas, fundamentalmente, de implantar um processo de esforço conjunto, cuja vontade política da comunidade escolar seja expressiva, consciente e compreender também que os resultados não são imediatos. Ao delinear essa competência da participação, a escola se consolida como um espaço de:
Resp: permanente reflexão, construção e reconstrução
Leia a seguinte situação hipotética: A diretora de uma escola contratou dois especialistas externos para elaborarem, sozinhos, o projeto pedagógico da escola. A escolha desses profissionais foi justificada, segundo ela, pelo conhecimento teórico que possuem, o que traria uma consistente fundamentação ao projeto, como também garantiria sua formatação adequada. Segundo Veiga (1995), no texto "Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção coletiva", a autora apresenta uma discussão sobre a construção do projeto político pedagógico. No que se refere a essa discussão, analise as afirmativas a seguir.
I- A diretora encaminhou o procedimento de forma contrária ao recomendado, pois o projeto político pedagógico é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola.
II- A principal possibilidade de construção do projeto político pedagógico passa pela relativa autonomia da escola. Isto significa resgatar a escola como lugar público,lugar de debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva. Dessa forma, a partir das indicações feitas, o encaminhamento da diretora foi inadequado.
III- O projeto político pedagógico, como organização do trabalho da escola como um todo, fundamenta-se na liberdade ¿ um dos princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e gratuita. Assim sendo, a diretora encaminhou o procedimento em sintonia com o recomendado, pois possuía liberdade para fazê-lo.
IV- É necessário decidir, coletivamente, o que se quer reforçar dentro da escola e como detalhar as finalidades para se atingir a almejada cidadania. Portanto, a diretora encaminhou o processo inadequadamente.
Marque a alternativa CORRETA:
Resp: Estão corretas I, II e IV.
Planejar respaldado na perspectiva crítica da educação, envolve: MARQUE A INCORRETA
Resp: reproduzir modelos teóricos alheios
A escola é polissêmica, ou seja, tem uma multiplicidade de sentidos, implicando levar em conta que seu espaço, seus tempos, suas relações podem estar sendo significados de forma diferenciada, tanto pelos alunos, quanto pelos professores, dependendo da cultura e projeto dos diversos grupos sociais nela existente. Sendo assim, não podemos considera-la como:
Resp: universal e totalitária
De acordo com Menengola e Sant¿Anna (2002), o planejamento na escola vem sofrendo certo descrédito e insatisfação por parte dos professores. Com relação a esta afirmação é correto dizer que:
Resp: professores percebam o planejamento apenas como algo burocrático ou como certos modismos pedagógicos e, por outro lado, pelo fato de as escolas solicitarem aos professores planejamentos muito complexos e com pouca flexibilidade na sala de aula.

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