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Exercícios de Corrosão Lista Stoa Questão 1. Defina o conceito de corrosão. É um conceito que se aplica somente para metais? Cite alguns exemplos. Corrosão é um processo oxidativo espontâneo associado com a superfície de um material, geralmente um metal, mas também podem ser sais, gases, reagentes e solventes. Essa deterioração do material pode ser causada por reações de ordem química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos. Exemplos são : ferrugem causada por oxigênio em peças de Ferro; a deterioração do cimento Portland por ação de sulfato; a perda de elasticidade da borracha devido a oxidação por ozônio; corrosão da madeira devido a exposição a solução de ácidos e sais ácidos que hidrolisam a celulose. Questão 2. As latas de conservas são fabricadas com lâminas de ferro revestidas com estanho e apresentando, no seu interior, uma película de verniz protetor inerte. Um determinado produto com pH = 2 foi embalado, a vácuo, numa dessas latas. No transporte, a lata foi amassada, ocorrendo fratura nos revestimentos de verniz e de estanho, deixando o ferro em contato direto com o produto. Dados os potenciais de redução: Fe2+ + 2e- → Fe° E° = − 0,40 V Sn2+ + 2e- → Sn° E° = − 0,14 V a) Que metal tende a sofrer corrosão? Justifique. O material com o maior potencial padrão de redução (E°) é o que tende a reduzir nas reações de oxirredução. Portanto, neste caso o Estrôncio tende a reduzir (E° = − 0,14 V) e o Ferro, a oxidar (E° = − 0,40 V). Ou seja, o Ferro tende a sofrer corrosão. b) Escreva as reações anódica e catódica da pilha de corrosão formada. A reação anódica é a reação de oxidação: Fe° → Fe2+ + 2e- Eoxidação° = + 0,40 V A reação catódica é a reação de redução: Sn2+ + 2e- → Sn° Eredução° = − 0,14 V Questão 3. Selecione alguns exemplos de corrosão direta e corrosão indireta. Corrosão Química ou Direta - Ocorre ação direta do meio agressivo sobre o material metálico. Os elétrons cedidos pelo metal são doados ao oxidante no próprio lugar onde são produzidos. Ex.: corrosão de Zn por H2SO4, corrosão do concreto, degradação de polímeros (plásticos ou borrachas) por solventes ou agentes oxidantes. Corrosão Eletroquímica ou Indireta (Eletrocorrosão) - Causada pela ocorrência de pilhas ou pares galvânicos em curto-circuito. Os elétrons são produzidos no ânodo e consumidos no cátodo. Essas regiões ocorrem devido a heterogeneidades existentes ou formadas nos metais, nos meios, ou em ambos. Ex.: pilhas galvânicas, formação de ferrugem. Questão 4. Diferencie o conceito de pilha galvânica de um pilha de concentração. Pilha galvânica : é o tipo de pilha de corrosão que ocorre quando dois metais ou ligas diferentes estão em contato e imersos num mesmo eletrólito. Pilha de concentração : ocorre quando se têm materiais metálicos de mesma natureza mas que originam uma diferença de potencial que gera um processo de corrosão. Pode acontecer em dois casos : quando se tem um mesmo material metálico em contato com diferentes concentrações de um mesmo eletrólito (pilha de concentração iônica) ou em contato com o mesmo eletrólito, porém em locais em que os teores de gases dissolvidos são diferentes (pilha de aeração diferencial). Questão 5. Com o uso da Equação de Nernst e sabendo que a reação envolve apenas transferência de elétrons, determine o potencial para formar a linha no Diagrama de Pourbaix? (E, potencial; F, constante Faraday; n, número de elétrons) Fe ↔ Fe2+ + 2e- E = ΔGo / (n·F) + (0,0591/n) ·log (P)p/(R)r + (0,0591· h /n) · pH [I] ΔG0 = - R· T· ln(K) = - 2,303· R· T· log(K) [II] Tendo como uma reação geral : r R + w H2O > p P + h H+ + n e- , sabemos que r = 1, w=0, p = 1 e n=2. Ou seja, a reação independe do pH e originará uma linha horizontal no diagrama. K = Produto/Reagente = [Fe2+]/[Fe] = [Fe2+]/1 => log K = log [Fe2+] A partir do artigo “Simplified procedure for constructing Pourbaix Diagrams”, indicado pelo professor, temos os dados : F = 23060 cal/(V· mol) ΔG0 = 20300 cal Substituindo os dados na equação [I] : E = [-20300 cal]/(2· 23060 cal/(V· mol)]+(0,0591/2)· log[(Fe2+)1/(Fe)1]+(0,0591· 0/2)· pH E = - 0,44 + 0,0295· log [(Fe2+)/(Fe)] Para construção de Diagramas de Pourbaix usamos [Fe2+] = 10-6 M e como o ferro inicial é sólido, temos [Fe]= 1, então : E = - 0,44 + 0,0295· log [(Fe2+)/(Fe)] = - 0,44 + 0,0295· log [(10-6)/(1)] => E = - 0,617 V Questão 6. Quais os tipos de processos de polarização do eletrodo? Qual o objetivo de se determinar a corrente de corrosão de um par eletroquímico? A polarização de um eletrodo acontece quando aplicamos uma corrente elétrica no mesmo, gerando uma alteração proporcional a corrente no potencial de corrosão do eletrodo em relação ao potencial de equilíbrio do mesmo. Pode ser realizada de três maneiras : - por transporte de massa / por concentração : ocorre quando a velocidade do processo é determinada pela velocidade de chegada da espécie reagente à superfície. É causada pela variação da concentração que ocorre entre a área do eletrólito que está em contato com o eletrodo e o resto da solução (quando a concentração do reagente é pequena e/ou a corrente elevada). - por ativação : ocorre quando a velocidade do processo é determinada pela reação de transferência do elétron do eletrodo para a espécie ou vice-versa. É decorrente de uma barreira energética existente para que a transferência eletrônica possa ocorrer (energia de ativação). Acontece se a concentração de reagente for elevada e a corrente baixa. - por queda ôhmica : ocorre quando a velocidade do processo é determinada por dificuldades na manutenção da eletroneutralidade da solução e consequentemente um retardamento do processo eletroquímico global. Pode ser causada pela presença ou formação de produtos sólidos na superfície do eletrodo, por uma corrente muito elevada, pela alta resistividade do eletrólito. Sabendo-se a corrente de corrosão de um par eletroquímico podemos determinar a velocidade de corrosão de um material. O valor da corrente é utilizado para medir a perda de massa do material, dada pela seguinte equação : m = (K· icorrosão · t) / F sendo K o equivalente eletroquímico do metal. Exercícios do Caderno 1) Descreva o que é um eletrodo polarizável e não polarizável. Quando se injeta uma carga elétrica em um eletrodo através de uma fonte externa podem acontecer duas situações extremas : 1 ) A carga acumula-se na interface eletrodo/solução e a diferença de potencial através da interface depende da carga injetada. Neste caso, o eletrodo se diz polarizado. (Ex.: eletrodo de prata imerso em uma solução que não contém íons de Ag+). 2) A carga escoa através da interface, sendo transferida a alguma das espécies em solução. A diferença de potencial através da interface permanece inalterada. Neste caso, o eletrodo se diz não-polarizado. (Ex.: eletrodo de prata imerso em uma solução que contém íons de Ag+). 2) Qual o tipo preferencial de eletrodo para aplicação como referência? Por quê? Deve-se utilizar um eletrodo de material inerte, geralmente platina. É importante que o eletrodo seja não-polarizável, pois são comprovadamente estáveis e mantém o potencial inalterado através do escoamento rápido de cargas injetadas. Normalmente se usa um eletrodo de hidrogênio (que é constituído de um fio de platina coberto com platina finamente dividida que absorve grande quantidade de hidrogênio), porém pode-se utilizar outros eletrodos como calomelano, prata-cloreto de prata e cobre- sulfeto de cobre. 3) Defina os 3 tipos de polarização. Pode ser realizada de três maneiras : - por transporte de massa / por concentração : ocorre quando a velocidade do processo é determinada pela velocidade de chegadada espécie reagente à superfície. É causada pela variação da concentração que ocorre entre a área do eletrólito que está em contato com o eletrodo e o resto da solução. - por ativação : ocorre quando a velocidade do processo é determinada pela reação de transferência do elétron do eletrodo para a espécie ou vice-versa. É decorrente de uma barreira energética existente para que a transferência eletrônica possa ocorrer (energia de ativação). - por queda ôhmica : ocorre quando a velocidade do processo é determinada por dificuldades na manutenção da eletroneutralidade da solução e consequentemente um retardamento do processo eletroquímico global. Pode ser causada pela presença ou formação de produtos sólidos na superfície do eletrodo ou pela resistividade do eletrólito. 4) O que é polarização? Polarização é o fenômeno pelo qual os potenciais de redução de eletrodos são alterados circulando-se uma corrente elétrica nos mesmos, que gera uma alteração proporcional. Na polarização observa-se a diminuição da diferença de potencial dos dois metais proporcionalmente à corrente até que os dois atinjam um valor comum (potencial de corrosão do par) , sendo que o ânodo sofre polarização anódica (seu potencial aumenta) e o cátodo sofre polarização catódica (seu potencial diminui). 5) O que é passivação? Passivação é a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade (mais catódico ou mais nobre) devido a formação de uma película de produto de corrosão. Os metais e ligas metálicas que se passivam resistem satisfatoriamente à corrosão em um meio onde, termodinamicamente há um decréscimo acentuado de energia livre, associado à transformação do metal para produtos de corrosão, por isso são usados como películas protetoras. 6) Quais os três conceitos de dupla camada? A presença dos contra íons nas proximidades da superfície dá origem à formação da chamada dupla camada elétrica (DCE), onde uma das camadas tem excesso de carga positiva e a outra tem excesso de carga negativa. A DCE, como um todo, é eletricamente neutra e a sua existência está condicionada a um excesso de carga na superfície mineral. A forma como os contra íons são distribuídos em torno do sólido durante muito tempo foi o principal alvo das investigações sobre o assunto. Inicialmente, acreditava-se que esses íons mantinham-se rigidamente fixos nas proximidades da superfície do sólido, separados por uma fina película de moléculas de água, formando uma espécie de condensador de placas paralelas. Essa teoria foi desenvolvida por HELMHOLTZ em 1879: O modelo não considerava movimento Browniano dos contra íons e estabelecia uma queda brusca do potencial que atingia valor zero a uma pequena distância da superfície. O conceito original de HELMHOLTZ foi modificado por GOUY (1910) e CHAPMAN (1913) que conceberam a existência de uma camada difusa de contra íons movimentando-se sob a influência da energia térmica. No entanto, o modelo considerava os íons como cargas puntiformes esse fato acarreta discrepâncias entre a teoria e os resultados experimentais, limitando a aplicabilidade do modelo às superfícies planas com baixa densidade de carga ou para grandes distâncias de afastamento da superfície sólida. Teoria de GOUY-CHAPMAN: A concentração de contra íons (assim como o potencial) diminui rapidamente nas proximidades da superfície do sólido, passando, em seguida, a uma redução gradual com o aumento da distância. Posteriormente, STERN (1924) uniu os conceitos de Helmholtz e Gouy-Chapman, tratando os íons como entidades de tamanho finito e sujeitos à movimentação térmica. Modelo de Stern: o centro de cargas de um íon não pode aproximar-se da superfície sólida a uma distância menor que a do seu próprio raio: O plano interno de Helmholtz, paralelo à superfície, passa pelo centro de cargas dos íons localizados a uma distância d mais próxima possível do sólido. Estabelece duas regiões para a variação de potencial: Uma linear: relacionada aos contra íons que permanecem fixos nas proximidades da superfície sólida (como no modelo de Helmholtz). Outra exponencial: correspondendo aos íons que se movimentam na camada difusa sob a influência da energia térmica (como no modelo de Gouy-Chapman). 7) Eq. Nerst 8) QB Pourbaix > interpolação gráfica
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