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28/02/2014 1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Profª Patricia Acioly Introdução – Estado nutricional: expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas. – A nutrição é um fator importante na etiologia e tratamento de diversas patologias (Ex:aterosclerose, câncer, desnutrição, obesidade). – As técnicas apropriadas de avaliação detectam precocemente as deficiências nutricionais (caráter preventivo). 28/02/2014 2 Desenvolvimento da Deficiência Nutricional – A deficiência e a sobrecarga nutricional são fenômenos progressivos. – Conforme a deficiência ou sobrecarga se desenvolvem , as adaptações são feitas para não afetar as funções fisiológicas normais. – O estado nutricional de um indivíduo é determinado pela presença ou ausência dessas adaptações. Porque avaliar? 28/02/2014 3 Porque avaliar? BUSCA IDENTIFICAR OS DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS, POSSIBILITANDO UMA INTERVENÇÃO ADEQUADA DE FORMA A AUXILIAR NA RECUPERAÇÃO E/OU MANUTENÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE DO INDIVÍDUO Avaliação Nutricional Objetivos principais: – Selecionar quanto a riscos nutricionais e aplicar técnicas de avaliação específica para determinar um plano de ação. – Identificar os pacientes em risco nutricional. – Determinar os pacientes que necessitam de maiores avaliações nutricionais/cuidados. – Determina o estado nutricional através da análise de vários componentes. – Os resultados são usados para desenvolver planos de cuidados da saúde. 28/02/2014 4 ANTROPOMETRIA • Indicação do estado nutricional por meio de medidas corporais e suas proporções; • É um método simples, de fácil execução, prático, não-invasivo e de baixo custo, com possibilidade de utilização de equipamentos portáteis e duráveis (Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) 28/02/2014 5 ANTROPOMETRIA MEDIDAS MAIS UTILIZADAS • Peso corpóreo • Estatura • Pregas cutâneas • Medidas de Circunferência FATORES DE CONFUSÃO • Edema • Hipotrofia por desuso (Acuña & Cruz, 2004; Martins, 2008) ANTROPOMETRIA • PESO CORPÓREO É a soma de todos os componentes corpóreos e reflete o equilíbrio protéico-energético 28/02/2014 6 PESO COLETA DE PESO - Paciente ereto, no centro da balança, com os pés afastados, braços soltos ao longo do corpo, ombros descontraídos, portando o mínimo de roupas e sem sapatos - Balança calibrada (verificar a cada 10 pesagens), coleta de dados preferencialmente no período da manhã, verificar nivelamento do solo; - Retorno da balança ao ponto zero no final da pesagem. Regras para a pesagem - Deve ser feita depois de esvaziar a bexiga e não imediatamente após uma refeição; - Posicionar a balança em superfície perfeitamente plana; - Checar o ponto zero da balança – necessidade de calibração; - Posicionar o indivíduo no centro da plataforma da balança, sem contato nenhum com outra estrutura, orientado-o a olhar para frente, com a cabeça ereta; - O indivíduo deve estar com roupas leves ou avental cirúrgico, sem sapatos e adornos; - Se necessário, solicitar ao indivíduo e pesar as roupas depois; - Anotar qualquer anormalidade, principalmente edema (geral ou parcial). Fonte: Jelliffe, 1968 28/02/2014 7 PESO �Peso atual - o peso encontrado no momento da avaliação; �Peso usual - costuma ter ou tinha antes da enfermidade; INDICE DE MASSA CORPORAL Alterações de peso � É um mau prognóstico, pois leva a alterações orgânicas, diminuindo as defesas e a capacidade de cicatrização �A porcentagem de perda de peso é altamente relativa da extensão da doença. 28/02/2014 8 Exemplo 1: Peso usual (16/10/10): 70 kg Peso atual (16/11/10): 68,5 kg Tempo: 1 mês %PP = {(70 – 68,5) X 100}/ 70 %PP = 2,14% Perda moderada Exemplo 2: Peso usual (16/10/10): 70 kg Peso atual (20/10/10): 68,5 kg Tempo: 4 dias %PP = {(70 – 68,5) X 100}/ 70 %PP = 2,14% Perda intensa Exercícios – Determine IMC; perda de peso e sua classificação Paciente R.T.M., internado no HU,Sexo feminino, 33 anos, peso atual 68kg, peso usual 76kg (20 dias antes da internação); estatura 1,68m. L.C., 69 anos, sexo masculino, internado com carcinoma gástrico, deambulante. Peso atual 65,5kg, peso usual 75kg (2 meses antes da internação), altura 1,48m. 28/02/2014 9 28/02/2014 10 • PESO AJUSTADO Correções de Peso - Amputação Fonte: Adaptado de Zeman e Ney, 1988 Ex: Homem, com DM, internado para cirurgia vascular, amputou a perna acima do joelho. Seu peso usual (anterior a amputação) é 71 Kg, mede 1,69 m de altura. IMC = 71/2,8561 = 24,85kg/m2 Peso teórico = 22 x 2,8561 = 62,83 Kg Peso teórico recalculado = 62,83 –6% = ??? 28/02/2014 11 Correções de Peso � Edema Segmento do corpo Peso hídrico + tornozelo ± 1 kg ++ joelho 3 – 4 kg +++ raiz da coxa 5 – 6 kg ++++ anasarca 10 – 12 kg Fonte: Martins, 2000 Exemplo:Paciente com 70 Kg, com edema no joelho Peso estimado = 70 – (3 ou 4) Peso estimado = 66 ou 67 Kg Altura ou Estatura 28/02/2014 12 ESTATURA Regras para medida de estatura - Posicionar o indivíduo de costas para o instrumento de medida; - Orientar para que encoste os calcanhares na parede ou na borda da plataforma da balança; - O indivíduo deve permanecer ereto, olhando para a frente, com a cabeça ereta; - Posicionar o esquadro no centro da cabeça e segurar com firmeza; - Solicitar ao indivíduo para que se afaste e fazer a leitura da medida. Fonte: Jelliffe, 1968 28/02/2014 13 ESTIMATIVA DA ESTATURA JOELHO (CHUNLEA et al, 1985) ESTERNO – HEMI-ENVERGADURA -Distância do meio do esterno ao dedo médio X 2 CIRCUNFERÊNCIAS 28/02/2014 14 Circunferência do braço • Soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseos, muscular e gorduroso do braço; • Para sua obtenção, localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio e olecrano, contornar o braço com a fita métrica flexível de forma ajustada, evitando compressão da pele ou folga; • O valor obtido de CB é comparado aos valores demonstrados por Frisancho (1990); 28/02/2014 15 CIRCUNFERENCIA MUSCULAR DO BRAÇO • Avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da massa óssea). • Classificação: Percentil de acordo com os padrões de Frisancho (1981); • Adequação: 28/02/2014 16 CIRCUNFERENCIA MUSCULAR DO BRAÇO Circunferência da panturrilha (CP): • avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea. • A CP é aferida na parte mais protuberante da perna entre o calcanhar e o joelho; • Recomendada para avaliar idosos; 28/02/2014 17 Circunferência Da Cintura • É mensurada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca (WHO, 1995); Circunferência do quadril (CQ): • É medida na região de maior perímetro entra cintura e a coxa; • Relação circunferência quadril (RCQ): DESUSO 28/02/2014 18 DOBRAS CUTÂNEAS 28/02/2014 19 Prega Cutânea Triciptal •Instrumento de medida: adipômetro ou medidor de pregas cutâneas ou ainda plicômetro •Indivíduo em pé •Medida no ponto médio da parte posterior do antebraço esquerdo (ou não dominante), com o braço flexionado •Aplicar o adipômetro com o braço relaxado •Medida em milímetros • Pontos anatômicos: processo acrômico no osso do ombro; Processo olecrano da ulna, no cotovelo PCT Média Homens: 12,5mm Mulheres: 16,5mm 28/02/2014 20 Medida Sexo Padrão 90% 80% 70% 60% PCT (mm) Masc. 12,5 11,3 10,0 8,8 7,5 Femin. 16,5 14,9 13,2 11,6 9,9 CB (cm) Masc. 29,3 26,3 23,4 20,5 17,6 Femin. 28,5 25,7 22,8 20,0 17,1 CMB (cm) Masc. 25,8 22,8 20,2 17,7 15,2 Femin. 23,2 20,9 18,6 16,2 13,9 Valores de referência paraanalisar dos resultados PCT / CB / CMB Desnutrição Grave Desnutrição Moderada Desnutrição Leve Eutrofia Sobrepeso Obesidade % Adequação < 70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% >120% Fonte: BLACKBURN E THORNTON, Nutritional assessment of the hospitalized patients. Med. Clin. North Am., 63: 1103 – 1115, 1979. Classificação do estado nutricional por meio dos % de adequação de PCT, CB e CMB Exercícios • MSC, sexo feminino, 49 anos, dona de casa, 84Kg, IMC = 32kg/m2, circunferencia da cintura 99cm, CB 35cm; DCT 18,1mm; relata ter grande apetite e muita dificuldade para emagrecer. Informa estar engordando desde a gravidez (20 anos), já fez a dieta das proteínas e utilizou em duas ocasiões moderadores do apetite, sedentária. O recordatório de 24h evidencia um VET de 3100kcal (58% CHO, 33% gorduras e 9% proteínas), com evidência de um quase ausente consumo de frutas e verduras e baixo consumo de água. Veio à consulta nutricional com o objetivo de modificar seu habito alimentar e perder peso. Para que você possa desenvolver seu plano nutricional, determine: • Avaliação do estado nutricional • Peso teórico; Peso minimo; Peso máximo • Avaliação da CB, CMB e DCT 28/02/2014 21 BIOIMPEDANCIA ELÉTRICA BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA • Baseia-se no princípio da condutividade elétrica para estimativa dos compartimentos corpóreos; • Método bem aceito pela comunidade científica, inclusive na identificação do estado de hidratação dos indivíduos; • Resultados podem ser afetados por fatores como a alimentação, atividade física, ciclo menstrual, ingestão de líquidos, desidratação ou retenção hídrica e alguns medicamentos. 28/02/2014 22 28/02/2014 23 Protocolos para BIA: • Não comer ou beber a menos de 4 h do teste. • Não fazer exercícios a menos de 12h do teste. • Urinar a menos de 30min do teste. • Não consumir álcool a menos de 48h do teste. • Não ingerir alimentos estimulantes como chocolate, café, chimarrão, chá preto a 24h do teste. • Não tomar medicamentos diuréticos a menos de 7 dias do teste. Salvo hipertensos, mas com cautela. • Menstruação. 28/02/2014 24 Referências Bibliográficas • ACUÑA, A.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da População Brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab. 2004; 48 (3): 345-361. • KAMIMURA, M.A.; BAXMANN, A.; SAMPAIO, L.R.; CUPPARI, L.Avaliação nutricional. IN: CUPPARI, L. Guia de nutrição: Nutrição clínica no adulto. Ed Manole, 2ª ed. Barueri/SP, 2005. • MARTINS, C. Introdução à avaliação do estado nutricional. IN: MARTINS, C. Avaliação do estado nutricional e diagnóstico. Nutroclínica, volume I. Curitiba, 2008. • WAITZBERG, D.L.; CORREIA, M.I.T.D. Nutritional assessment in the hospitalized patients. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2003; 6:531– 538.
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