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Apresentação Atuária & Sociedade

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Sistema Nacional de Seguros Privados – SNSP - O SNSP foi instituído pelo Governo Federal, por meio do Decreto-Lei 73/1966.
Art. 8o Fica instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, regulado pelo presente Decreto-lei e constituído:
a) do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP;
b) da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;
c) do Instituto de Resseguros ao Brasil – IRB;
c) dos resseguradores; (Redação dada pela Lei Complementar 126, de 2007)
d) das Sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e 
e) dos corretores habilitados.
A promulgação da Lei Complementar 126/07, de 15/01/07, processou a abertura do resseguro, e, portanto, o IRB-Brasil Resseguros S/A, deixou de ser o ressegurador único e, atualmente, existem vários outros resseguradores atuando no mercado.
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Estrutura do SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados
Ministério da Fazenda
CNSP
Conselho Nacional de Seguros Privados
SUSEP
Superintendência de Seguros Privados
Empresas de Resseguro Sociedades
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados
Entidades Abertas
de Previdência
Complementar
Corretores de Seguros
Entidades Abertas
de Previdência
Complementar
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados
Entidades Abertas
de Previdência
Complementar
Empresas de Resseguro Sociedades
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados
Entidades Abertas
de Previdência
Complementar
Corretores de Seguros
Empresas de Resseguro Sociedades
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados
Entidades Abertas
de Previdência
Complementar
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CNSP – órgão governamental encarregado pela fixação das diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil. O CNSP será presidido pelo ministro de Estado da Fazenda e, na sua ausência, pelo superintendente da SUSEP.
SUSEP – órgão responsável pela regulação, supervisão, controle, fiscalização e incentivo das atividades do mercado de seguros, Previdência Complementar Aberta, Capitalização e resseguro (resseguradores, seguradoras, corretores de seguros, corretores de resseguro etc). Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
 
Resseguradores – empresas legalmente constituídas com a finalidade de operar o resseguro, entendido como a transferência de riscos de uma seguradora para um ressegurador.
Corretores de seguros – pessoas físicas ou jurídicas, intermediários legalmente autorizados a angariar e promover contratos de seguros entre as seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados (Seguradoras) – empresas legalmente constituídas sob a forma de sociedade anônima, que assumem e gerem os riscos de acordo com critérios técnicos e administrativos regulamentados pela SUSEP.
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Lei Complementar 126/07: a política de resseguro, retrocessão e sua intermediação, bem como as operações de cosseguro, as contratações de seguro no exterior e as operações em moeda estrangeira do setor securitário passaram a ter um novo marco legal. 
Abertura do mercado de resseguro: IRB deixou de ser o único ressegurador autorizado a operar no Brasil.
1) Ressegurador Local: ressegurador sediado no país constituído sob a forma de sociedade anônima, tendo por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão;
2) Ressegurador Admitido: ressegurador sediado no exterior, com escritório de representação no país, que, atendendo às exigências previstas na citada Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão; e
3) Ressegurador Eventual: empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior sem escritório de representação no país que, atendendo às exigências previstas na citada Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrada como tal no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão.
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Princípios dos Seguros: Finalidades e Características
A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico perturbado, sendo vedada, por lei, a possibilidade de se revestir do aspecto de jogo ou de dar lucro ao segurado.
O seguro foi criado em função da necessidade de proteção contra o perigo, da incerteza do futuro e de imprevisibilidade dos acontecimentos.
Progressivamente foi aperfeiçoado: importância macroeconômico - o seguro promove a acumulação de recursos, por meio da formação das provisões técnicas inerentes à atividade, além de contribuir para formar poupança interna e para gerar investimentos.
 
Finalidade do seguro: vinculada à proteção dos indivíduos, da família e da própria sociedade, podendo, assim, ser dita de natureza particular, mas que atinge, conseqüentemente, objetivo de ordem social, ao preservar condições de sustento individual ou familiar.
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Definições de Seguro: Entre as diversas definições de seguro, destacamos as seguintes, por citarem em seu conteúdo os elementos básicos do seguro:
“Contrato aleatório, pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de um prêmio, a indenizar outra de um perigo ou prejuízo eventual”. (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
“Operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena remuneração, uma pessoa se faz prometer para si ou para outrem, no caso da efetivação de um evento determinado, uma prestação de uma terceira pessoa que, assumindo um conjunto de eventos determinados, os compensa de acordo com as leis da estatística e o princípio do mutualismo”. (Hérmard)
As técnicas básicas utilizadas na operação de seguros e identificadas na definição de seguro de Hérmard são as leis estatísticas e o princípio do mutualismo.
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Elementos Básicos e Essenciais do Seguro
Na estrutura da operação do seguro são identificados cinco elementos básicos e essenciais previstos no contrato de seguro:
1) Risco
2) Segurado
3) Segurador
4) Prêmio
5) Indenização
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1) Risco: evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro. O risco é a expectativa de sinistro. 
Sem risco, não pode haver contrato de seguro.
Sob o ponto de vista legal, o risco constitui o objeto do seguro, pois o segurado transfere à seguradora, através do seguro, o risco e não o bem.
Não se faz seguro de vida, mas sim seguro que cobre o evento morte. Não se faz seguro de automóveis, mas sim dos riscos que poderiam causar danos ao veículo ou a sua perda, como, por exemplo, o roubo, a colisão etc.
Nas operações de seguro, risco é a possibilidade de ocorrência de um evento aleatório que cause dano de ordem material, pessoal ou mesmo de responsabilidades. 
Esse risco é assumido pela seguradora, que se obriga a indenizar a importância segurada na ocorrência do risco coberto, mediante o pagamento do prêmio do seguro realizado.
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Nas operações de seguro, as condições indispensáveis que definem o risco como sendo segurável são:
1) Ser possível: segurar risco impossível seria o mesmo que admitir um contrato sem objeto.
Exemplo: para contratar um seguro de automóveis, é necessário que a pessoa tenha algum interesse segurável - no caso, um veículo. Se a pessoa não possui um veículo próprio ou sob sua responsabilidade não existe bem a ser segurado e, logo, também não há risco segurável;
2) Ser futuro: risco é uma probabilidade de algo ocorrer. Então, eventos já ocorridos (sinistros) até o momento da realização do contrato não podem ser admitidos como riscos e, portanto, não são seguráveis.
Exemplo: não se pode contratar um seguro de vida para garantir a morte de alguém já falecido, como também não se pode contratar o seguro de automóveis para garantir o roubo ou furto, se o veículo já estiver desaparecido por roubo ou furto.
3) Ser incerto: a natureza incerta ou aleatória
do risco não pode ser dissociada do contrato do seguro. Logo, só se pode fazer seguro para garantir riscos incertos, que podem ou não ocorrer, ou no caso de risco certo, que tenha data incerta para a ocorrência.
Exemplo: uma pessoa que se atira de um avião, em pleno ar e em grande altitude, sem pára-quedas, sabe as consequências que seu ato pode acarretar.
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Além das condições indispensáveis para que o risco seja segurável, há outras condições, encontradas na maioria dos ramos de seguro, para os riscos seguráveis, como:
1) Independer da vontade das partes contratantes: O risco deve ocorrer de forma acidental e não intencional.
Exemplo: se uma pessoa contrata um seguro de um imóvel para garantir os riscos de incêndio, queda de raio e explosão, e tem a intenção de incendiá-lo, está descaracterizando a incerteza quanto à ocorrência dos danos pelo fogo.
2) Resultar de sua ocorrência um prejuízo: é necessário que o contratante tenha algum interesse segurável, para que ele ou seu(s) beneficiário(s) venha(m) a receber indenização, ou seja, a ocorrência do risco deve comportar uma perda ou prejuízo financeiro.
Exemplo: a ocorrência de um vendaval atingindo um imóvel e danificando-o estará gerando prejuízo financeiro.
3) Ser mensurável: se o risco não puder ser medido, a seguradora não poderá estabelecer um custo adequado para a sua aceitação.
Exemplo: o risco de acidentes na construção civil.
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Classificação dos Riscos
1) Risco Puro: Risco no qual só existem duas possibilidades: perder ou não perder. Esse tipo de risco é objeto de análise, feito por técnicos de seguro, ou seja, é segurável.
Exemplo: a possibilidade de morte dos indivíduos é um risco puro. Se ocorrer a morte de alguém, há perda e se não ocorrer, não há perda.
2) Risco Especulativo: Risco que envolve três possibilidades: perder, não perder ou ganhar. Esse tipo de risco não é segurável no mercado de seguros, uma vez que envolve a possibilidade de ganho, vedado por lei nas operações de seguro. 
Exemplo: uma sapataria adquire determinada quantidade de sapatos com a intenção de vendê-los por preço maior. Caso isso aconteça, há ganho. Se a mercadoria for vendida pelo mesmo preço, não há perda nem ganho. Entretanto, se o preço de venda for inferior ao de compra, há perda.
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Classificação dos Riscos
3) Riscos Fundamentais: Riscos impessoais, que resultam de mutações sociais e econômicas, afetando a coletividade. O tratamento desses riscos compete ao Estado. 
Exemplo: perdas decorrentes de guerra ou inflação; e
4) Riscos Particulares: São aqueles que somente afetam os indivíduos ou empresas em particular, e não a sociedade, e para os quais, também, só existem duas possibilidades: perder ou não perder. Esses são riscos seguráveis. 
Exemplo: a morte ou invalidez de um cidadão.
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Embora, geralmente, as expressões riscos puros e riscos particulares sejam utilizadas com o mesmo significado, nos riscos particulares os riscos limitam-se a situações particularizadas, enquanto nos riscos puros os riscos são generalizados. Vejamos que em ambos só existem duas possibilidades: perder ou não perder e, portanto, são riscos seguráveis.
Exemplos: o risco de explosão de uma indústria é um risco puro, enquanto o risco de explosão da indústria “X” é um risco particular.
A possibilidade de choque entre automóveis é um risco puro, enquanto o choque entre os veículos de dois indivíduos identificados é um risco particular.
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2) Segurado: Pessoa física ou jurídica que possui um interesse legítimo relativo a pessoa ou bem e que transfere à seguradora, mediante o pagamento do prêmio, o risco de um determinado evento atingir o bem ou a pessoa de seu interesse. É a pessoa em nome de quem se faz o seguro. Em alguns casos, existem as figuras do estipulante e do beneficiário, assim qualificados:
Estipulante: Pessoa física (natural) ou jurídica que contrata apólice coletiva de seguros, ficando investida dos poderes de representação dos segurados perante a sociedade seguradora nos termos da regulamentação em vigor – art. 801 do Código Civil Brasileiro; e
Beneficiário: Pessoa física (natural) ou jurídica designada pelo segurado para receber as indenizações devidas pelo segurador ou, ainda, as pessoas legalmente reconhecidas como habilitadas para este fim.
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3) Segurador ou Seguradora: É a pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados e paga indenização ao segurado, ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no caso de ocorrência de sinistro coberto. São empresas legalmente constituídas para assumir e gerir coletividades de riscos, obedecidos os critérios técnicos e administrativos específicos.
No Brasil, são legalmente constituídas sob a forma de sociedades anônimas, devidamente autorizadas pelo Ministério da Fazenda, nos termos da legislação específica. Somente empresas ou sociedades organizadas por ações podem ser seguradoras.
As principais obrigações da seguradora são: gerenciar corretamente os riscos que lhe são confiados e pagar o prejuízo resultante de risco coberto assumido na ocorrência de sinistro, ou seja, indenizar o beneficiário de acordo com as condições estabelecidas no contrato.
O pagamento devido pelo segurador é feito em espécie ou por meio de cheques, salvo se convencionada a reposição do bem danificado em razão da ocorrência de evento coberto pelo seguro, conforme dispõe o art. 776 do Código Civil Brasileiro.
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4) Prêmio: Quantia paga pelo segurado (ou estipulante, quando houver) à seguradora, prevista no contrato de seguro, em troca da transferência do risco a que ele está exposto. É o mesmo que custo do seguro.
O prêmio é um dos elementos essenciais do contrato de seguro, e a falta de seu pagamento nas condições legais e contratualmente estabelecidas implica a dispensa da obrigação de indenizar por parte da seguradora, na forma do artigo 763 do Código Civil.
5) Indenização: Pagamento devido pela seguradora ao segurado ou ao(s) beneficiário(s) do seguro, no caso de risco coberto na ocorrência do sinistro.
É considerada como um dos elementos do seguro, por ser a contraprestação da seguradora ao segurado caso ocorra um sinistro coberto.
Assim, como o segurado tem por obrigação pagar um prêmio à seguradora quando contrata um seguro, a seguradora tem por obrigação efetuar o pagamento de uma indenização ao segurado quando ocorre um risco coberto pelo contrato de seguro (sinistro).
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Características do Seguro
As características básicas do seguro são:
1) Previdência: O seguro oferece proteção às pessoas com relação a perdas e danos que venham a sofrer no futuro, atingindo a elas próprias ou às suas propriedades ou bens. Assim, verificamos que uma pessoa que se preocupa em resguardar a si ou a seus bens contra os prováveis riscos a que estão expostos no seu dia a dia, adotando medidas de prevenção e/ou contratando seguro, está sendo previdente.
2) Incerteza: Na contratação do seguro, há o elemento de incerteza quanto à ocorrência (se vai acontecer) e à época (quando vai acontecer). Nos Seguros de Vida, a incerteza refere-se somente à época.
3) Mutualismo: Característica que se apresenta de diversas formas em nosso cotidiano, como, por exemplo, quando um grupo de estudantes se cotiza para realizar uma festa de formatura ao término de seu curso ou quando os condôminos incluem em suas cotas condominiais mensais um valor destinado à formação de um fundo de reserva para fazer face às despesas eventuais não orçadasde seu condomínio.
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Classificação e Divisão do Seguro - Os seguros são classificados sob vários pontos de vista.
1) Quanto à responsabilidade pela sua operação:
a) Seguros Sociais: São aqueles operados pelo Estado através da Previdência Social e incluem a assistência médica, a aposentadoria, a pensão, os acidentes de trabalho e outros benefícios, como os concedidos no âmbito do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; e
b)
Seguros Privados: São aqueles operados por empresas privadas de seguro, podendo ou não ser obrigatórios. Podem apresentar, ainda, características sociais, como, por exemplo, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre – DPVAT.
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2) Quanto aos ramos ou planos de seguro que compõem a atividade de seguros. 
a) Vida: Aqueles que, com base na duração da vida humana, visam garantir aos segurados ou aos seus beneficiários o pagamento, dentro de determinado prazo e condições, de quantia certa, renda ou outro benefício. 
Exemplos: Seguro de Vida, Seguro Prestamista e Seguro Educacional.
b) Saúde: Visa garantir o pagamento em dinheiro ou o reembolso, dentro dos limites estabelecidos nos contratos, das despesas médico-hospitalares, decorrentes de acidentes ou doenças, do segurado titular e respectivos dependentes incluídos na apólice.
c) Ramos Elementares: Demais ramos de seguro, como: Automóveis (Casco), Lucros Cessantes, Transportes Nacionais, Marítimos (Casco), Aeronáuticos (Casco), Responsabilidade Civil Geral, Acidentes Pessoais, DPVAT (Bilhete de Seguro para Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), DPEM (Bilhetes para Danos Pessoais causados por Embarcações), etc.
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3) Quanto à Natureza: O Código Civil Brasileiro instituiu uma nova divisão dos seguros em Seguros de Danos e Seguros de Pessoas.
a) Seguros de Danos: abrangem os Seguros de Bens, Direitos, Responsabilidades, Obrigações e destinam-se à reparação, compensação ou satisfação de um dano sofrido; e
b) Seguros de Pessoas: destinam-se a garantir a pessoa contra os riscos a que estão expostas: sua existência, sua integridade física e sua saúde, não havendo uma reparação de dano ou indenização propriamente dita.
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Contratação de seguro no Exterior
Serão exclusivamente celebrados no país
 
1) Os seguros obrigatórios; e
 
2) Os seguros não obrigatórios contratados por pessoas naturais residentes no país ou por pessoas jurídicas domiciliadas no território nacional, independentemente da forma jurídica, para garantia de riscos no País.
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Contratação de seguro no Exterior
A contratação de seguros no exterior por pessoas naturais residentes no país ou por pessoas jurídicas domiciliadas no território nacional é restrita às seguintes situações:
 
1) Cobertura de riscos para os quais não exista oferta de seguro no país, desde que sua contratação não represente infração à legislação vigente;
 
2) Cobertura de riscos no exterior em que o segurado seja pessoa natural residente no País, para o qual a vigência do seguro contratado se restrinja, exclusivamente, ao período em que o segurado se encontrar no exterior;
3) Seguros que sejam objeto de acordos internacionais referendados pelo Congresso Nacional; e 
 
4) Seguros que, pela legislação em vigor, na data de publicação da Lei Complementar no 126/2007, tiverem sido contratados no exterior.
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Riscos Cobertos: São os riscos os quais a seguradora cobrirá em caso de sinistro, observadas as cláusulas e condições contratadas.
Riscos Não Cobertos ou Excluídos: São riscos não cobertos pelo contrato de seguro, podendo ser excluídos:
a) Por força de lei: De acordo com o art. 762 do Código Civil, são riscos excluídos aqueles decorrentes de atos ilícitos dolosos ou por culpa grave equiparável ao dolo praticados pelo segurado, beneficiário ou pelo representante legal, de um ou de outro. 
Nos casos de seguros contratados por pessoas jurídicas, a exclusão aplica-se a atos ilícitos, dolosos ou culpa grave praticados pelos sócios controladores, seus dirigentes e administradores legais, beneficiários e de seus respectivos representantes legais. Exemplo: Seguro de Transporte de carga roubada;
b) Por força do contrato: São riscos excluídos em função do ramo de seguro e para os quais a seguradora não tem interesse em conceder a cobertura securitária na eventualidade de sua ocorrência. Exemplo: no Seguro de Automóvel (Casco), estão excluídos os danos causados ao veículo segurado, cuja causa tenha sido tumulto;
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Riscos Não Cobertos ou Excluídos
São riscos não cobertos pelo contrato de seguro, podendo ser excluídos:
c) Riscos Fundamentais ou Catastróficos: Devem ser tratados pelo Estado, pois podem dar margem a perdas desmensuradas, tanto de vidas quanto de bens materiais. 
Exemplo: risco de explosão nuclear que poderá ocasionar mortes e perdas de caráter catastróficos; e
d) Riscos que constituem carteiras específicas: Cada risco possui um ramo de seguro específico, devendo ser objeto de apólices distintas. 
Exemplo: no Seguro de Vida não estará coberto o roubo de um veículo. Para ter o risco de roubo do veículo coberto, o segurado deverá contratar um seguro do Ramo Automóvel (Casco).
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Importância Segurada (IS) ou Limite Máximo de Garantia (LMG): Valor monetário atribuído pelo contratante ao contrato de seguro, representando o limite máximo de responsabilidade da seguradora, para a cobertura contratada, a ser pago ou reembolsado por essa seguradora no caso da ocorrência de sinistro coberto pela apólice vigente na data do evento.
Dependendo do ramo de seguro, e observadas as disposições do Código Civil Brasileiro, a expressão “importância segurada” recebe outras denominações, sendo as mais comuns: “capital segurado”, “soma segurada”, “limite máximo de indenização”, “limite máximo de responsabilidade”, “limite máximo de garantia”.
Nos Seguros de Danos a importância segurada é atribuída pelo segurado, mas não deve ser superior ao valor do bem.
No Seguro de Pessoas, como não se pode estimar o valor em risco, não se tem limite de determinação do capital segurado. Por isso, para evitar uma exposição demasiada ao risco, as seguradoras estabelecem um limite máximo de aceitação de capital segurado por vida.
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Nos Seguros de Automóveis (Casco), o segurado poderá contratar o seguro com valor de mercado referenciado ou com valor determinado, no caso das seguradoras que oferecem esta segunda opção:
a) Valor Determinado: Modalidade que garante ao segurado, no caso de indenização integral, o pagamento do valor definido na apólice, no ato da contratação do seguro.
b) Valor de Mercado Referenciado: Modalidade que garante ao segurado, no caso de indenização integral (em moeda corrente nacional), o pagamento de quantia variável, determinada de acordo com a tabela de referência previamente fixada na proposta do seguro, conjugada com fator de ajuste em percentual a ser aplicado sobre o valor de cotação do veículo, na data da liquidação do sinistro.
A tabela de referência e o valor de ajuste deverão constar da apólice do seguro, além de uma cláusula admitindo uma tabela alternativa, caso haja a interrupção ou extinção da publicação adotada na época da contratação do seguro.
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Os prêmios cobrados pelas sociedades seguradoras podem ser classificados como:
 
1) Contributário: quando pago total ou parcialmente pelo segurado. 
 
2) Não Contributário: quando o segurado não tem responsabilidade ou o ônus do pagamento.
Tipos de Prêmios: temos quatro tipos de prêmios
1) Prêmio de Risco ou Prêmio Estatístico: tem por objetivo cobrir o risco médio.
Prêmio de Risco = E[S]
 
Onde S representa a variável aleatória “valor total das indenizações ocorridas em uma carteira de seguros” em um determinado período.
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Tipos de Prêmios: temos quatro tipos de prêmios
2) Prêmio Puro (PP): prêmio de risco acrescido de um carregamento de segurança estatístico
 
Prêmio Puro = Prêmio de Risco x (1 + θ)
 
Onde θ é o carregamento de segurança estatístico. Este carregamento serve como uma margem de segurança para cobrir as flutuações estatísticas do risco, de modo que exista uma probabilidade pequena dos sinistros superarem o prêmio puro.
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Tipos de Prêmios: temos quatro tipos de prêmios
3) Prêmio Comercial (PC) ou Prêmio Tarifário (PT) ou Prêmio Líquido (PL):
corresponde ao Prêmio Puro acrescido de um carregamento comercial (α) destinado a custear as despesas da seguradora, bem como sua margem de lucro.
 
Prêmio Comercial = [Prêmio de Risco x (1 + θ)] / (1 – α) 
 
Prêmio Comercial = Prêmio Puro / (1 – α) 
 
Onde α é o carregamento destinado a custear as despesas (administrativas, aquisição, produção), bem como remunerar o capital do acionista.
4) Prêmio Bruto (PB): corresponde ao Prêmio Comercial acrescido dos encargos, como o custo de emissão ou custo de apólice, e dos impostos – IOF.
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Valor Matemático do Risco (VM)
 
O Valor matemático do risco representa uma medida de freqüência relativa de sinistros, obtida pela relação entre o número de sinistros ocorridos e o número de expostos ao risco, como expresso na fórmula:
 
VM = No de Sinistros Ocorridos (NS) / No de Expostos ao Risco (NR)
 
Exemplo: Durante o ano de 2011 observou-se 300 mortes em um grupo de 150.000 pessoas com idades entre 40 e 50 anos. Assim, pode-se afirmar que o valor matemático do risco de morte é igual a:
 
VM = 300 / 150.000 = 0,002 = 0,20%
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Custo Médio dos Sinistros (CM)
 
O Custo Médio dos Sinistros ou Valor Médio Indenizado é obtido através da média aritmética das indenizações pagas pela seguradora.
 
CM = Prejuízo Total Indenizado (PT) / Número de Sinistros (NS)
 
Exemplo: Ao longo do ano de 2011 a seguradora ABC teve 10 sinistros de morte, sendo 3 com capital segurado de R$ 50.000,00, 2 com capital segurado de R$ 20.000,00 e 5 com capital segurado de R$15.000,00. Assim, pode-se afirmar que o Custo Médio de Sinistros é igual a:
 
Total indenizado = (3 × R$ 50.000,00) + (2 × R$ 20.000,00) + (5 × R$ 15.000,00) = R$ 265.000,00
 
CM = Prejuízo Total Indenizado / Número de Sinistros = R$ 265.000,00 /10 = R$ 26.500,00
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Prêmio de Risco ou Prêmio Estatístico
 
O Prêmio de Risco ou Prêmio Estatístico (PE), conforme visto anteriormente, tem por objetivo cobrir o risco médio, e pode ser obtido a partir do produto do Valor Matemático do Risco (VM) pelo Custo Médio dos Sinistros (CM).
 
PE = VM × CM
 
PE = Prejuízo Total Indenizado / No de Expostos ao Risco (NR)
 
Dos exemplos anteriores, podemos calcular o prêmio de risco da seguinte forma:
 
PE = VM x CM = 0,002 x 26.500 = R$ 53,00
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Taxa Estatística
 
A partir do Prêmio Estatístico ou Prêmio de Risco é possível calcular a Taxa Estatística que representa a relação, expressa em percentagem, entre o prêmio estatístico e a importância segurada individual. Há duas formas de se obter a taxa estatística:
1) Divide-se o Prêmio Estatístico ou Prêmio de Risco (PE) pela Importância Segurada (IS). 
 
Exemplo: Em uma amostra de 100.000 apólices de seguro residencial sabe-se que o valor de cada importância segurada é de R$ 30.000,00 e que o prêmio estatístico é de R$ 200,00. 
Assim, a taxa estatística será igual a:
 
TE = (200,00 / 30.000,00) = 0,67%
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Taxa Estatística
 
2) A Taxa Estatística é obtida pela relação entre o Prejuízo Total (PT) e o total das Importâncias Seguradas Totais (IST).
 
Exemplo: Calcule a taxa estatística e o prêmio estatístico, considerando as seguintes informações:
 
Número de apólices de seguro residencial da amostra: 72.389 apólices
Importância Segurada Total: R$ 2.026.892.000,00
Prejuízo Total: R$ 27.363.042,00
TE = (27.363.042,00 / 2.026.892.000,00) = 1,35%
 
Considere, agora, que uma das residências seguradas incluídas na amostra tenha a importância segurada de R$ 197.300,00. Assim, o prêmio estatístico para essa apólice de seguro será igual a:
 
PE = TE × IS = 0,0135 × R$ 197.300,00 = R$ 2.663,55
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Taxa Comercial
A partir do Prêmio Comercial é possível calcular a Taxa Comercial que representa a relação, expressa em percentagem, entre o prêmio comercial e a importância segurada individual.
 
Exemplo: A taxa comercial para uma amostra de 9.137 seguros com importância segurada individual de R$ 739.045,00 e prêmio comercial no valor de R$ 1.847,61 será de:
 
TC = (R$ 1.847,61 / R$ 739.045,00) = 0,25%
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Exemplo: Considere um seguro de automóvel no qual o prêmio comercial à vista seja igual a R$ 680,00, o custo de emissão de apólice seja de 60,00, a alíquota de IOF igual a 7,38% e que para o parcelamento em 6 vezes o coeficiente de fracionamento do prêmio seja igual a 0,1732.
1) Cálculo de cada parcela do prêmio comercial. 0,1732 × R$ 680,00 = R$ 117,78. Logo, o prêmio comercial será de 6 parcelas de R$ 117,78 = R$ 706,68.
2) Assim, o valor do adicional de fracionamento é igual a R$ 706,68 – R$ 680,00 = R$ 26,68.
3) Cálculo das parcelas do prêmio bruto:
a) 1a parcela: R$ 117,78 (parcela do prêmio comercial) + R$ 60,00 (custo de emissão de apólice) + R$ 13,12 (IOF correspondente a 7,38% da soma da parcela do prêmio comercial com o custo de apólice) = R$ 190,90.
b) Demais parcelas: R$ 117,78 (parcela do prêmio comercial) + R$ 8,69 (IOF correspondente a 7,38% da parcela do prêmio comercial) = R$ 126,47.
c) Prêmio Bruto será igual a [R$ 190,90 + (5 × R$ 126,47)] = 823,25. 
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Prazo de Vigência do Seguro
De um modo geral, o prazo de vigência de um contrato de seguro é de 1 ano.
Entretanto, nada impede que sejam contratados seguros com prazos inferiores ou superiores a 1 ano, dependendo das normas específicas de cada ramo. O prêmio do seguro é calculado, também, em função desse prazo.
1) Seguro a Prazo Curto: Seguro contratado por prazo inferior a 1 ano, sendo o prêmio calculado em função de uma tabela de prazo curto que majora, em termos relativos, o valor dos prêmios em relação ao prêmio anual.
 
	Prêmio de Seguro Pro Rata Temporis (em Proporção ao Tempo): Em alguns casos, para atender a condições justificadas tecnicamente, o cálculo do prêmio de um seguro, com prazo inferior a 1 ano, pode ser efetuado sem aplicação da tabela de prazo curto. Nesse caso, diz-se que o prêmio foi calculado na base pro rata temporis.
 
	Entende-se por prêmio pro rata temporis o prêmio cobrado por um determinado prazo de seguro, calculado proporcionalmente ao custo anual desse seguro, ou seja, de forma proporcional ao tempo.
 
2) Seguro a Prazo Longo (Plurianual): Seguro contratado por prazo superior a 1 ano. Nesse seguro, utiliza-se uma tabela de prazo longo que diminui, em termos relativos, o valor do prêmio em relação ao prêmio anual.
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Sinistro: É a ocorrência do risco previsto no contrato de seguro e que, legalmente, quando coberto, obriga a seguradora a indenizar.
O sinistro é indenizável quando a cobertura para o risco pertinente está prevista no contrato de seguro.
Processo de sinistro é o conjunto de documentos necessários para o exame da cobertura e a liquidação do sinistro. É o meio pelo qual examinam-se a cobertura, os procedimentos, o cálculo da indenização e a documentação.
Nos sinistros causados aos bens, geralmente o processo de sinistro abrange três etapas de operações interdependentes:
1) Apuração de danos: consiste basicamente no levantamento da causa, natureza e extensão dos danos;
2) Regulação de sinistros: análise do relatório ou certificado de vistoria; e
3) Liquidação de sinistros: conclusões da regulação, encerramento do processo com pagamento ou não de indenização, venda de salvados, se houver, e tentativa ou não de ressarcimento, quando cabível.
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Salvados: Dá-se o nome de salvados a tudo que restar dos bens sinistrados e que tenha valor econômico para qualquer das partes contratantes. Consideram-se salvados tanto os bens que tenham ficado em perfeito estado, quanto os parcialmente destruídos ou danificados, quando ocorre sinistro.
Indenização: É o pagamento decorrente de um sinistro, que a seguradora faz ao segurado ou aos seus beneficiários, observando as condições estabelecidas no contrato de seguro.
A indenização é a contraprestação da seguradora, face ao pagamento do prêmio pelo segurado.
A característica indenitária (reparação de prejuízo) não existe
nos Seguros de Pessoas.
Exemplo: quando ocorre a morte do segurado, o pagamento efetuado pela seguradora ao beneficiário é igual ao capital segurado fixado na apólice. Este, porém, não corresponde, necessariamente, ao prejuízo sofrido pelo beneficiário interessado economicamente na vida do segurado.
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Ressarcimento e Sub-rogação
Ressarcimento é o reembolso a que a seguradora tem direito, no caso de uma indenização paga ao segurado, em consequência de um evento danoso provocado por terceiros. Sempre que o risco previsto no contrato de seguro ocorrer por força de um ato ilícito praticado por um terceiro, a seguradora, uma vez efetuado o pagamento da indenização, sub-roga-se nos direitos do segurado perante o terceiro causador de dano.
A seguradora, na qualidade de sub-rogada nos direitos do segurado, pode se ressarcir até o valor da indenização paga. A maior ou menor probabilidade de ocorrência de sinistros provocados por um terceiro responsável e a efi cácia da proposição de ação de regresso movida pelo segurador são variáveis que devem
ser levadas em conta na mensuração da taxa de seguro.
O processo de ressarcimento é, portanto, o exercício pela seguradora do direito adquirido com a sub-rogação.
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Como a transferência de direitos se opera por disposição de lei ou por convenção, a sub-rogação pode ser legal, convencional ou contratual, sendo o direito da sub-rogação da seguradora previsto no art. 786 do Código Civil Brasileiro.
A sub-rogação é típica dos Seguros de Danos, ou seja, aqueles seguros em que o objetivo é o pagamento de uma indenização proporcional ao prejuízo do segurado.
Este procedimento é muito comum nos Ramos de Transportes e Automóveis, em que se registram vários sinistros com os objetos segurados, causados por terceiros.
Já nos Seguros de Pessoas isso não ocorre, pois o segurador não se sub-roga em nenhum direito que permanece com o segurado e/ou beneficiários, conforme preceitua o art. 800 do Código Civil Brasileiro.
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Franquia: É o valor, previsto na apólice, com o qual o segurado participará em caso de sinistro. 
Normalmente, a franquia serve para eliminar os pequenos sinistros, geradores de custos administrativos para a seguradora e que elevam os resultados estatísticos envolvidos nos cálculos dos prêmios. Em algumas modalidades, é prevista, através de cláusula específica, uma redução de prêmio do seguro em caso de aplicação de franquias diferenciadas.
As franquias são fixadas a partir das perdas normais esperadas, geralmente de valor reduzido e que podem ser suportadas pelo segurado.
A franquia pode ser dedutível (forma mais conhecida de franquia, adotada nos Ramos Incêndio, Automóveis, Transportes etc.) ou simples (forma rara de franquia e pouco utilizada pelas seguradoras).
A franquia dedutível é aquela cujo valor é deduzido de todos os prejuízos.
A franquia simples é aquela que deixa de ser deduzida quando o prejuízo ultrapassa o seu valor. É pouco utilizada e, tecnicamente, tem aplicação adequada nas modalidades de seguro em que haja grande incidência de prejuízos inexpressivos em relação aos valores segurados.
Na prática, quando não se especifica o tipo de franquia, trata-se de franquia dedutível.
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Franquia:
Exemplo: Suponha um seguro que tenha uma franquia de R$ 2.000,00 e que o valor do sinistro seja igual a R$ 4.000,00. Se a franquia for dedutível, a indenização paga pelo segurador será igual a R$ 2.000,00, enquanto que a franquia for simples a indenização paga pelo segurador será igual a R$ 4.000,00.
 
Entretanto, se o valor do sinistro fosse de R$ 1.000,00, em ambos os casos não haveria indenização por parte da seguradora.
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Carência: É o período de tempo que decorre entre o início de vigência de um contrato e o efetivo início de cobertura prevista no mesmo contrato, ou seja, é o prazo estabelecido no contrato, durante o qual a seguradora não responde pela ocorrência do sinistro.
Exemplo: em um seguro de vida, pode ser incluída, pela seguradora, uma carência de 3 meses para a cobertura de morte natural.
Atenção: vale ressaltar que não pode ser estabelecido período de carência para causas acidentais e que a fixação de carências especificamente nos Seguros de Vida está prevista no art. 797 do Código Civil Brasileiro. Nesse caso, o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.
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Prêmio: Um dos elementos básicos ou essenciais do seguro é o pagamento efetuado ao segurador, ou seja, é o custo do seguro.
O prêmio deve ser especificado no contrato de seguro, garantindo que o segurador assuma a responsabilidade de determinado risco. Com o pagamento do prêmio, o segurado adquire o direito à indenização previamente combinada, desde que o sinistro corresponda a um risco coberto pelo contrato de seguro.
O prêmio pago refere-se a todo o período de vigência do seguro. Entretanto, as seguradoras denominam prêmio ganho (por elas), somente a parcela de prêmio relativa ao período de tempo do risco já passado.
A falta de pagamento do prêmio nas condições estabelecidas implica, por parte da seguradora, a dispensa da obrigação de indenizar ao segurado e o cancelamento automático do contrato.
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O CONTRATO DE SEGURO
Disposições Contratuais
O artigo 757 do Código Civil estabelece que contrato de seguro é um acordo em que o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou ao bem, contra riscos predeterminados.
A operação de seguro se efetiva, portanto, através de um contrato, com a exibição da apólice ou do bilhete de seguro e, na falta deles, por documento que comprove o pagamento do prêmio.
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O contrato é norteado por cláusulas expressas através de Condições Gerais, Condições Especiais e Condições Particulares, definidas pelos órgãos competentes do mercado segurador.
As Condições Gerais são compostas pelo conjunto de cláusulas contratuais comuns a todas as modalidades e/ou coberturas de um mesmo ramo de seguro, que estabelecem as obrigações e direitos do segurado e do segurador. Elas dizem respeito a todos os contratos de um mesmo ramo de seguro, ou seja,
são as cláusulas da apólice que têm aplicação geral aos riscos da mesma natureza.
Exemplo: todos os seguros do Ramo Vida terão as Condições Gerais do Ramo Vida.
As Condições Gerais deverão apresentar a definição dos termos técnicos utilizados no contrato de seguro.
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As Condições Especiais constituem o conjunto das disposições específicas relativas a cada modalidade e/ou cobertura de um ramo de seguro, que eventualmente alteram as Condições Gerais. São disposições constantes da apólice que ampliam ou restringem parte das disposições constantes das Condições Gerais.
Exemplo: no Ramo Riscos Diversos, é sempre necessária a existência de Condições Especiais para definir as modalidades de cobertura.
As Condições Particulares constituem o conjunto de cláusulas que alteram as Condições Gerais ou Especiais de um plano ou ramo de seguro, modifi cando ou cancelando disposições já existentes, ou, ainda, introduzindo novas disposições e eventualmente ampliando ou restringindo a cobertura.
Exemplo: a inclusão da cobertura para ressaca na modalidade de Seguro de Alagamento, do Ramo Riscos Diversos.
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Características do Contrato de Seguro
O contrato de seguro tem as seguintes características:
1) Nominado
2) Adesão
3) Bilateral: há obrigações e direitos recíprocos das partes contratantes.
4) Oneroso: não é gratuito para nenhuma das partes.
5) Aleatório: depende da realização de um evento futuro e incerto.
6) Formal ou solene: tem forma específica prevista.
7) Da máxima boa-fé
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Instrumentos Contratuais
Para a efetivação do seguro, é indispensável a formulação de um contrato.
Os instrumentos essenciais do contrato de seguros são a proposta de seguro e a apólice.
Proposta de seguro: documento
instruído pelo proponente do seguro, ou seu representante legal, e é utilizado pela seguradora para estudo e definição das condições do contrato de seguro. Trata-se de um formulário impresso, contendo um questionário detalhado a ser preenchido pelo segurado ou seu representante de direitos.
Por meio da análise dos elementos da proposta, a seguradora mensura o risco e avalia se poderá assumi-lo ou não. Sua finalidade é, portanto, satisfazer uma necessidade técnica.
A proposta é o instrumento formal da manifestação de vontade de quem quer efetivar um contrato de seguro. Somente aquele que possua a legitimidade e a capacidade jurídica para preencher e assinar a proposta pode fazê-lo, ou seja, o proponente, o estipulante ou corretor de seguros habilitados (estes dois últimos em certas situações específicas autorizadas por lei).
A análise e a aceitação do risco, feitas pela seguradora, tomam por base os dados da proposta. Por isso são de fundamental importância os dados ali contidos, considerando os princípios da boa-fé e a veracidade das declarações que caracterizam o contrato de seguro.
A proposta é indispensável, conforme determinado no art. 759 do Código Civil Brasileiro, e os seus critérios de aceitação encontram-se regulamentados por legislações da SUSEP
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Instrumentos Contratuais
Apólice: Documento emitido pela seguradora e se traduz no contrato de seguro propriamente dito.
Outros Instrumentos Contratuais
 
Certificado de seguro: documento emitido pela seguradora e enviado aos segurados, contendo a certificação da contratação do seguro. Esse documento existe nos seguros de pessoas contratados de forma coletiva, onde existe a figura do estipulante.
 
Bilhete de seguro: dispensa a obrigatoriedade de proposta, substitui a apólice e é utilizado para agilizar a contratação de determinada modalidade de seguro como, por exemplo, o bilhete de seguro DPVAT (emitido atualmente junto do DUT).
 
Endosso: documento pelo qual se altera uma apólice.
 
Averbação: documento utilizado pelo segurado para informar à seguradora sobre bens e verbas a garantir, genericamente previstos nas apólices abertas. Somente utilizada em alguns tipos de seguros como, por exemplo, o seguro de transportes.
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Mecanismos de Pulverização do Risco
Temos três instrumentos de pulverização do risco: cosseguro, resseguro e retrocessão.
 
Cosseguro: operação que consiste na repartição de um mesmo risco, de um mesmo segurado, entre duas ou mais seguradoras. Poderão ser emitidas tantas apólices quantas forem as seguradoras, ou uma única apólice, por uma das seguradoras denominada seguradora líder. Na apólice deverá constar, obrigatoriamente, a quota de participação de cada seguradora no total da importância segurada ou limite máximo de garantia, garantindo-se que a responsabilidade seja assumida perante o segurado. 
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Mecanismos de Pulverização do Risco
Exemplo: Uma apólice de seguro com importância segurada total de R$ 54.600.000,00 foi emitida com a cláusula de cosseguro e com a participação de três seguradoras, as quais assumiram as responsabilidades de acordo com os seguintes percentuais:
a) Seguradora A: 25%
b) Seguradora B: 35%
c) Seguradora C: 40%
 
Considerando-se que a taxa do seguro é de 0,20%, o cálculo da responsabilidade assumida, do prêmio recebido e da indenização a ser paga para um sinistro com prejuízo de R$ 5.700.900,00, para cada cosseguradora, será de:
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Mecanismos de Pulverização do Risco
Resseguro: operação pela qual o segurador, com o fim de diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco, considerado excessivo ou perigoso, cede a um ressegurador uma parte da responsabilidade e do prêmio recebido. Em resumo, é um seguro do seguro. 
 
As principais funções do resseguro são: ampliar a capacidade de aceitação da seguradora, estabilizar os resultados e proteger a seguradora contra catástrofes e prejuízos financeiros elevados. 
 
A diferença básica do resseguro para o cosseguro é que as partes contratantes do resseguro são o segurador e o ressegurador, sem conhecimento ou qualquer interferência do segurado. 
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Algumas nomenclaturas utilizadas quando se tem um resseguro envolvido são:
 
1) Limite Técnico (LT) ou Limite de Retenção (LR): importância fixada pela seguradora como o máximo que desejará reter num risco isolado, por ramo de seguro.
 
2) Prêmio Retido: parte do prêmio do seguro que fica com o segurador. 
 
3) Prêmio do Resseguro: parte do prêmio do seguro cedido ao ressegurador. 
 
4) Comissão de Resseguro: pagamento que o ressegurador faz ao segurador como remuneração pela operação de resseguro. A comissão de resseguro é um percentual do prêmio de resseguro.
 
5) Recuperação: parte da indenização que fica a cargo do ressegurador, isto é, a que o segurador “recupera” do ressegurador. 
 
6) Perda Líquida: parte da indenização que efetivamente será paga pelo segurador.
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Classificação dos Contratos de Resseguro: os contratos de resseguro podem ser classificados em contratos proporcionais e contratos não proporcionais.
 
Nos contratos proporcionais, os prêmios e sinistros são divididos proporcionalmente entre o segurador e o ressegurador numa proporção pré-estabelecida.
a) Resseguro de Quota-parte (Q): nesse contrato a seguradora cede um percentual determinado do risco. Em caso de sinistro, ela recupera da ressegurador a mesma proporção da indenização.
 
Exemplo:
Quota: 25%
Prêmio de seguro: R$ 100,00
Importância Segurada: R$ 100.000,00
Sinistro bruto: R$ 60.000,00
 
Logo:
Prêmio de resseguro (25%) = R$ 25,00
Prêmio retido (75%) = R$ 75,00
Recuperação de resseguro (25%) = R$ 15.000,00
Sinistro retido (75%) = R$ 45.000,00
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b) Resseguro de Excedente de Responsabilidade (ER): nesse contrato a seguradora assume o risco até uma quantia, chamada limite técnico (LT) ou limite de retenção. Esse é um contrato proporcional como o quota parte, pois, quando a importância segurada (IS) supera o limite técnico (LT), a seguradora transfere o excedente de forma proporcional. A partir desse momento temos um contrato proporcional e, qualquer que seja o valor do sinistro, a seguradora recupera a proporção cedida.
 
Assim, o modelo segue a seguinte fórmula:
 
IS  LT  não há resseguro.
 
IS > LT  segurada cede (IS – LT) / IS proporcionalmente.
 
Exemplo:
LT = R$ 5.000,00
Prêmio de seguro: R$ 80,00
Importância Segurada: R$ 80.000,00
Sinistro bruto: R$ 1.600,00
 
Logo:
Prêmio de resseguro (3/8) = R$ 30,00
Prêmio retido (5/8) = R$ 50,00
Recuperação de resseguro (3/8) = R$ 600,00
Sinistro retido (5/8) = R$ 1.000,00
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Contratos Não Proporcionais
 
Contrato de Excesso de Danos (ED): O compromisso da seguradora está limitado ao LT. Para sinistros acima do LT, o ressegurador paga a diferença entre o sinistro e o LT e a seguradora paga o LT. Para sinistros até o LT, a seguradora paga todo o sinistro.
 
Sinistro  LT  não há recuperação.
 
Sinistro > LT  a segurada recupera (Sinistro – LT).
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Retrocessão: operação feita pelo ressegurador e que consiste na cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outro ou outros resseguradores ou seguradores. Em suma, é um resseguro de segundo grau, que absorve apenas riscos determinados, que, após saturar a capacidade do ressegurador, vão para a retrocessão.
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SEGUROS DE PESSOAS
 
Têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado e aos seus beneficiários, observadas as condições contratuais e as garantias contratadas, em função de evento que aconteça com a pessoa. 
 
Podem ser contratados de forma individual ou coletiva. Nos seguros coletivos, os segurados aderem a uma apólice contratada pelo estipulante.
 
Modalidades de Estruturação das Coberturas: as coberturas dos planos de seguros de pessoas e de previdência complementar aberta podem ser estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição variável.
 
1)
Benefício Definido: A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em que o valor do benefício, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, e o valor da contribuição são estabelecidos previamente na proposta de inscrição.
 
2) Contribuição Variável: A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável é aquela em que o valor e o prazo de pagamentos das contribuições podem ser definidos previamente na proposta de inscrição, sendo que o valor do benefício, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do período de diferimento, com base no saldo acumulado na provisão matemática de benefícios a conceder e no fator de cálculo.
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Principais coberturas
1) Morte (natural ou acidental);
2) Morte acidental;
3) Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente;
4) Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença;
5) Invalidez Funcional Permanente Total por Doença;
6) Diárias por Incapacidade;
7) Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas em caso de acidente pessoal;
8) Diária por Internação Hospitalar;
9) Doenças Graves;
10) Perda de Renda;
11) Auxilio Funeral;
12) Cobertura para segurados dependentes (cônjuges, companheiros, filhos);
13) Sobrevivência;
14) Seguro Viagem;
15) Seguro Educacional;
16) Seguro Prestamista;
17) Seguro Vida Inteira (Whole Life);
18) Seguro Vida Temporário (Term Life)
19) Dotal Puro;
20) Dotal Misto.
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Regimes Financeiros:
1) Regime Financeiro de Repartição Simples: Estrutura técnica em que os prêmios pagos por todos os segurados do plano, em um determinado período, destinam-se ao custeio das despesas de administração e das indenizações a serem pagas no próprio período. Em outras palavras, os valores arrecadados ao longo dos períodos são destinados aos pagamentos de indenizações referentes a eventos que ocorram no âmbito do grupo segurado e não à acumulação individual de cada segurado.
2) Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura: Estrutura técnica em que os prêmios pagos por todos os segurados do plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para constituir as provisões matemáticas de benefícios concedidos decorrentes dos eventos ocorridos nesse período.
3) Regime Financeiro de Capitalização: Estrutura técnica que prevê acumulação de recursos em um primeiro momento, para fazer face aos compromissos futuros com o pagamento de sinistros.
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Valores Garantidos
1) Resgate.
2) Portabilidade.
3) Saldamento.
4) Seguro Prolongado.
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Condições Gerais das Apólices
1) Prazo de Graça.
2) Impossibilidade de constestação.
3) Empréstimo (Assistência Financeira).
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