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Infecções no trato genital feminino

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INFECÇÕES NO TRATO GENITAL FEMININO
Profa Mariana Félix de Souza Prudente
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Conteúdo Cérvico Vaginal Normal
Células escamosas, células colunares
Detritos celulares, leucócitos, hemácias
Muco
Microbiota vaginal
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Microbiota vaginal normal
A composição da microbiota vaginal varia de mulher para mulher e tb numa mesma mulher (diferentes condições fisiológicas, como nas diferentes fases do ciclo, com a idade, pH to trato vaginal e níveis hormonais).
Infância: primeiros dias: microbiota semelhante à da mãe. A partir do primeiro mês até a puberdade predominam Staphylococcus epidermidis, Streptococcus sp. e E. coli. 
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Ciclo sexual - microbiota usual da vagina da mulher em idade reprodutiva é predominantemente composta por Lactobacillus (Bacilos de Doderlein). Outros microrganismos: Staphylococcus coagulase negativa, Staphylococcus aureus, Streptococcus viridans, Streptococcus do grupo B, Enterococos, Corinebactérias, Enterobactérias, Gardnerella vaginalis, Candida albicans, outras leveduras, Micoplasmas, Peptostreptococos, Bacteróides, entre outros. 
Microbiota vaginal normal
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Menopausa: Após a menopausa, com a diminuição da produção de estrogênio, a secreção de glicogênio diminui, o pH vaginal se eleva e a composição da microbiota volta a ser aquela característica da pré-puberdade.
Microbiota vaginal normal
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Lactobacilos:
Bastonetes Gram positivos, imóveis, não capsulados. 
Metabolizam o glicogênio em ácido lático e contribuem para a manutenção do pH ácido vaginal. Quando em abundância podem causar citólise em células intermediárias e corrimento (leucorréia). 
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Lactobacillus sp (bacilos de Döderlein)
Responsáveis por corrimento vaginal quando em abundância (citólise pronunciada) – vaginose citolítica
Citólise
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Vaginose Bacteriana
Vaginose bacteriana – mudança do ecossistema vaginal 
 infecção polimicrobiana – habitantes da microbiota vaginal.
 aumento do pH vaginal (>4,5)
pobreza de leucócitos – vaginose
	- Microambiente anormal: 
	- pH> 45
	- redução dos lactobacilos
	- proliferação de anaeóbios
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Infecções Bacterianas
Organismos provenientes da microbiota ou adquiridos – transmissão sexual
Vaginose X Vagninite 
Considerado processo inflamatório/infeccioso apenas quando são apresentadas alterações citológicas inflamatórias.
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Gardnerella vaginalis
Bastonete curto (cocobacilo) Gram negativo ou Gram variável 
Presente em pequenas quantidades na microbiota normal
Principal agente da vaginose bacteriana
Vaginose bacteriana: secreção vaginal abundante, homogênea, espessa, aderente, amarelada ou acinzentada, elevação do pH vaginal (4,7- 5,7), odor fétido.
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Quadro microscópico: inversão da microbiota vaginal: 
↓ significativa da microbiota lática 
↑ proliferação acentuada de outras bactérias anaeróbias, anaeróbias facultativas e aeróbias
 (G. vaginalis, Mycoplasma hominis, Mobiluncus sp, Bacteroides sp, Streptococcus agalactie, E. coli, Peptoestreptococcus sp, etc).
 Presença de células indicadoras - (clue cells), com numerosas bactérias aderidas parcial ou totalmente a sua superfície, agregados bacterianos raros leucócitos, esfregaço com aspecto limpo. Picnose nuclear.
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Microrganismos sugestivos de Gardnerella vaginalis.
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Microrganismos sugestivos de Gardnerella vaginalis.
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Diagnóstico: 
 corrimento vaginal
 pH vaginal maior que 4,5; 
 teste das aminas positivo (KOH 10%); 
 presença de "clue cells".
Nomenclatura brasileira para laudos: Bacilos supracitoplasmáticos (sugestivos de G. vaginalis, Mobiluncus sp)
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Mobiluncus sp
Bastonetes encurvados, gram variáveis, anaeróbios e móveis.
São encontrados principalmente no esfregaço de mulheres que apresentam o quadro de vaginose.
Sua patogênese ainda permanece desconhecida.
Microscopia – células em tapete de pêlo.
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Microrganismos sugestivos de Mobiluncus spp ( célula tapete de pêlo).
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Vaginose bacteriana 
 Tratamento:
 Metronidazol 2g via oral , dose única ou
 Metronidazol 500mg oral 8/8 hs, 7 dias ou 
 Secnidazol 2 g oral, dose única ou
 Tinidazol 2g oral, dose única
 Clindamicina 300mg oral 12/12hs, sete dias
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Cocos gram positivos
Algumas situações podem favorecer o crescimento de cocos gram positivos, como Staphylococcus e Streptococcus.
Sthaphylococcus aureus já foi relacionado a infecções como Síndrome do choque tóxico em mulheres que utilizavam absorventes internos.
A identificação só pode ser feita com o auxílio da cultura.
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Neisseria gonorrhoeae
Diplococo, gram negativo, imóvel.
Possui fímbrias
Não faz parte da microbiota
Provocam infecções 
assintomáticas e clínicas.
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Infecção genital – Gonorréia
As bactérias infectam as mucosas:
 do trato genitourinário, olhos, reto e garganta
Homem – uretrite com formação de pus cremoso e amarelado e micção dolorosa (disúria)
Mulher – infecção primária na endocérvix, uretra e vagina produzindo corrimento mucopurulento.
Evolui para as trompas de falópio (salpingite) causando fibrose e obliteração das trompas.
Disseminação hematogênica – lesões cutâneas e artrite.
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Citologia :
Observação de diplococos gram negativos no interior de células inflamatórias e entre células sugestivos de N. gonorrhoeae.
A cultura é sensível e específica, mas tem sido substituída pelos NATs.
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Chlamydia trachomatis
Bactéria intracelular obrigatória
Bastonetes gram-negativos
Provoca Linfogranulomatose venéria, uretrite, salpingite, risco de esterilidade.
 Infecção assintomática ou associada a sintomas não específicos (leucorréia, disúria).
JEC e endocérvice são as regiões mais atingidas.cam infecções sublínicas
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Citologia: 
Pequenos elementos no centro de um vacúolo citoplasmático com contornos nítidos. Infiltração de PMN. Células metaplásicas, as vezes aumentadas, hipercromasia, hipertrofia nucleolar, multinucleação. Afastar a coexistência de neoplasia. 
 Método citológico apresenta baixa sensibilidade e baixa especificidade (sugestivo). Diagnóstico: cultura, imunofluorescência, ELISA, NATs. 
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Inclusões citoplasmáticas sugestivas de Chlamydia sp.
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Actinomyces sp
Bactéria filamentosa ramificada, anaeróbia, gram negativa. 
 Habitat natural: cavidade oral e intestino grosso.
 Usuárias de DIU.
 Infiltrado abundante de polimorfonucleares .
 Infecção benigna, mas pode levar à esterilidade.
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Microrganismos sugestivos de Actinomyces spp. – centro denso que irradiam filamentos de coloração cinza-azulada.
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Microrganismos sugestivos de Actinomyces spp. – centro denso que irradiam filamentos de coloração cinza-azulada.
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Leptothrix sp
Organismos filamentosos, gram negativos, compridos , finos, anaeróbios.
 Considerados saprófitas da vagina.
 Não provocam modificações citológicas.
Encontrados em pacientes portadoras de tricomoníase.
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Microbiota bacilar sugestiva de Lepthotrix sp.
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Trichomonas vaginalis
Protozoário flagelado, anaeróbio.
 Parasita urogenital, transmitido por contato sexual - DST. 
A maioria das infecções são assintomáticas.
Lesões traumáticas e o ↑ do pH vaginal são fatores que aumentam o risco de infecção.
 
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Infecção sintomática:
Secreção vaginal intensa, amarelo - esverdeada, bolhosa com odor fétido,
Dispareunia, disúria. 
Colo “em morango” a parede da vagina tb pode apresentar este aspecto.
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Quadro microscópico: 
O microrganismo tem aspecto piriforme, arredondado, duas a 3 x maior que um leucócito PMN, núcleo excêntrico. Intenso infiltrado leucocitário, alterações nas afinidades morfotintorias das células, hipercromasia, pseudoeosinofilia, vacúolos citoplasmáticos, halos perinucleares, histiócitos. Aumento do número de células profundas (erosão).
pH vaginal normalmente elevado.
Frequentemente
associado a Leptothrix sp.
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Candida sp - Candidíase
Fungo oportunista, frequentemente encontrado no trato vaginal.
 Principais espécies: C. albicans (80-95%), C. glabrata, C. tropicalis. 
 Causa bastante freqüente de corrimento vaginal –vulvovaginites intermitentes.
Fatores de risco: gravidez, diabetes, obesidade, uso de antibióticos, imunodepressão, AIDS.
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Infecção sintomática:
Leucorréia cremosa e espessa, com aspecto grumoso, sensação de queimação e prurido, dispareunia, disúria.
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 Microscopia: 
Presença de esporos e/ou pseudohifas, (coloração rosa, marrom). As pseudohifas comumente são encontradas entre os agrupamentos celulares. 
 
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Microrganismos sugestivos de Candida spp (pseudohifas).
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Microbiota bacilar e microrganismos sugestivos de Candida spp (pseudohifas).
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Microrganismos sugestivos de Candida spp (pseudohifas).
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Herpes Simplex Virus
Vírus DNA fita dupla, encapsulado.
Herpesvírus tipo 2 (HSV 2). As vezes HSV 1 (15%) - DST, recorrente. 
Recém nascido – contaminação durante o parto.
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Exame clínico: Vulvite. Vaginite. Cervicite. Ulcerações genitais. 
Alterações citológicas são visíveis durante o período agudo (2 a 3 semanas). A citologia faz diagnóstico em 50% dos casos. 
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Exame citológico: 
Bordas das lesões ulceradas, líquido vesicular. O vírus infecta células escamosas, endocervicais e metaplásicas.
 núcleo aumentado e com aspecto de vidro fosco, espessamento da carioteca, multinucleação freqüente, com amoldamento (efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes).
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Alterações citopáticas sugestivas de Herpex vírus.
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Alterações citopáticas sugestivas de Herpex vírus.
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Alterações citopáticas sugestivas de Herpex vírus.

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