Buscar

IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

29/03/2016 IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
http://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno­port­chapter1.htm 1/6
COMPARTILHE ESTE
FAVORITO IMPRIMA ESTA PÁGINA
x x
 DOENÇAS INFECCIOSAS BACTERIOLOGIA IMUNOLOGIA MICOLOGIA PARASITOLOGIA VIROLOGIA
 
IMUNOLOGIA – CAPÍTULO UM  
IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
Dr Gene Mayer
Emeritus Porfessor
University of South Carolina School of Medicine
Tradução: 
PhD. Myres Hopkins
 
EM INGLÊS
EM ESPANHOL
SHQIP ­ ALBANÊS
Dê a sua opinião
CONTATO
BUSCA
E­MAIL
DR MYRES HOPKINS
ESCOLA DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO
SUL
   
 
 
OBJETIVOS
Reconhecer a significância do sistema
imune no combate à infecção e
doença
Distinguir entre sistemas imunes não
específico (inato) e específico
(adaptativo)
Compreender os mecanismos de
combate a infecções/doenças
(eliminação de patógenos)
Conhecer os componentes humorais
e celulares da imunidade não
específica
 Compreender o mecanismo de ação
dos componentes humorais e
celulares da imunidade não específica
 
 Figura 1
Visão geral do sistema imune
 
 Figura 2
Células do sistema imune
 
  Figura 3
Desenvolvimento das células
do sistema imune
 
I. VISÃO GERAL DO SISTEMA IMUNE
Estamos constantemente expostos a agentes infecciosos e mesmo assim, na maioria dos casos somos capazes de resistir a
essas infecções. É o nosso sistema imune que nos permite resistir a infecções. O sistema imune é composto de duas
subdivisões principais: O sistema inato ou não específico e o sistema imune adaptativo ou específico (Figura 1). O sistema inato
é nossa primeira linha de defesa contra organismos invasores enquanto que o sistema imune adaptativo age como uma segunda
linha de defesa e também protege contra re­exposição ao mesmo patógeno. Cada uma dessas subdivisões principais do sistema
imune tem tanto componentes celulares como humorais, através dos quais elas executam suas funções de proteção (Figura 1).
Além disso, o sistema imune inato também tem aspectos anatômicos que funcionam como barreiras à infecção. Embora esses
dois ramos do sistema imune tenham funções distintas, há interconexão entre eles (isto é, componentes do sistema imune inato
influenciam o sistema imune adaptativo e vice­versa).
Embora ambos os sistemas imunes inato e adaptativo funcionem na proteção de organismos invasores, eles diferem de várias
maneiras. O sistema imune adaptativo requer algum tempo para reagir contra um organismo invasor, enquanto que o sistema
imune inato inclui sistemas de defesa que, em sua maior parte, estão constitutivamente presentes e prontos para serem
mobilizados em uma infecção. Segundo, o sistema imune adaptativo é específico para um antígeno e reage somente contra o
organismo que induz a resposta. Em contraposição, o sistema imune inato não é específico para um antígeno e reage da mesma
maneira para uma variedade de organismos. Finalmente, o sistema adaptativo possui memória imunológica. Ele “lembra” que já
encontrou um organismo invasor e reage mais rapidamente à exposição subseqüente do mesmo organismo. Ao contrário, o
sistema imune inato não possui memória imunológica.
Todas as células do sistema imune têm sua origem na medula óssea e elas incluem células mielóides (neutrófilos, basófilos,
eosinófilos, macrófagos e células dendríticas) e linfóides (linfócitos B, linfócitos T e células assassinas naturais ou células NK
[do Inglês Natural Killer]) (Figura 2), que se diferenciam segundo etapas diferentes (Figura 3). A célula mielóide progenitora
(tronco) na medula óssea produz eritrócitos, plaquetas, neutrófilos, monócitos/macrófagos e células dendríticas enquanto que
células linfóides progenitoras (tronco) produzem células NK, T e B. Para o desenvolvimento das células T as células precursoras
de células T devem migrar para o timo onde sofrem diferenciação em dois tipos distintos de células T, as células T auxiliares
CD4+ e as células T pré­citotóxicas CD8+. Dois tipos de células T auxiliares são produzidos no timo: As células TH1, que 
ajudam as células pré­citotóxicas CD8+ a se diferenciarem em células T e  as TH2, que ajudam as células B a se diferenciarem
em plasmócitos, que secretam anticorpos. 
A principal função do sistema imune é a discriminação do próprio/não próprio.  Esta habilidade de distinguir entre o próprio e não
próprio é necessária para proteger o organismo contra invasores patogênicos e para eliminar células modificadas ou alteradas
(ex. células malignas). Uma vez que patógenos podem replicar intracelularmente (vírus e algumas bactérias e parasitas) ou
extracelularmente (a maioria das bactérias, fungos e parasitas), diferentes componentes do sistema imune evoluíram para
proteger contra esses diferentes tipos de patógenos. É importante lembrar que a infecção por um organismo não
necessariamente significa doença, uma vez que o sistema imune na maioria dos casos será capaz de eliminar a infecção antes
que a doença ocorra. Doença ocorre quando o nível de infecção é elevado, quando a virulência do organismo invasor é grande ou
quando a imunidade está comprometida. Embora o sistema imune, em sua maior parte, tenha efeitos benéficos, podem ocorrer
efeitos detrimentais também. Durante a inflamação, que é a resposta a um organismo invasor, pode haver desconforto local e
danos colaterais a tecidos sadios como resultado dos produtos tóxicos da resposta imune. Além disso, em alguns casos a
resposta imune pode ser dirigida a tecidos próprios resultando em doença autoimune.
 
Tabela 1
Imunidade Não Específica Imunidade Específica
A resposta é independente de antígeno A resposta é dependente de antígeno
29/03/2016 IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
http://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno­port­chapter1.htm 2/6
Há resposta imediata e máxima Há período de latência entre a exposição e a
resposta máxima
Não específica a antígeno Específica a antígeno
Exposição não resulta em  memória
imunológica Exposição resulta em memória imunológica
 
 
II. IMUNIDADE INATA (NÃO­ESPECÍFICA)
Os elementos do sistema imune inato (não específico (Tabela 2) incluem barreiras anatômicas, moléculas de secreção e
componentes celulares. Entre as barreiras mecânicas anatômicas estão a pele e camadas epiteliais internas, o movimento dos
intestinos e a oscilação dos cílios bronco­pulmonares. Associados a essas superfícies protetoras estão agentes químicos e
biológicos.
A. Barreiras anatômicas a infecções
1. Fatores mecânicos
As superfícies epiteliais formam uma barreira física que é muito impermeável à maioria dos agentes infecciosos.
Dessa forma, a pele age como nossa primeira linha de defesa contra organismos invasores. A descamação do
epitélio da pele também ajuda a remover bactéria e outros agentes infecciosos que aderiram às superfícies
epiteliais. Movimentos devido aos cílios e à peristalse ajuda a manter as vias aéreas e o trato gastrointestinal livres
de organismos. O fluir das lágrimas e saliva ajuda a prevenir infecção nos olhos e na boca. O efeito pegajoso do
muco que cobre o trato respiratório e gastrointestinal ajuda a proteger os pulmões e o sistema digestivo contra as
infecções.
2. Fatores químicos
Os ácidos graxos no suor inibem o crescimento de bactéria. Lisozima e fosfolipase encontrados na lágrima, saliva
e secreção nasal podem destruir a parede celular da bactéria e desestabilizar as membranas bacterianas. O baixo
pH do suor e da secreção gástrica previnem o crescimento de bactéria. Defensinas (proteínas de baixo peso
molecular) encontradas nos pulmões e no trato gastrointestinal têm atividade antimicrobiana. Agentes surfactantes
nos pulmões agem como opsoninas (substâncias que promovem fagocitose de partículas pelas células
fagocitárias). 
3. Fatores biológicos
A flora normal da pele e no trato gastrointestinal pode prevenir a colonização de bactéria patogênicapela secreção
de substâncias tóxicas ou pela competição com bactéria patogênica por nutrientes ou pela ligação à superfície da
célula.
B. Barreiras humorais à infecção
As barreiras anatômicas são muito eficientes na prevenção da colonização de tecidos por microrganismos. Entretanto, quando
há lesão em tecidos as barreiras anatômicas são rompidas e a infecção pode ocorrer. Uma vez penetrados nos tecidos os
agentes infecciosos, outro mecanismo de defesa inato entra em ação, o qual chamamos de inflamação aguda. Fatores humorais
têm um papel importante na inflamação, que se caracteriza por edema e o recrutamento de células fagocitárias. 
Esses fatores humorais são encontrados no soro ou são formados no local da infecção.
 
1. Sistema complemento – O sistema complemento é o principal mecanismo de defesa humoral não específico
(ver capítulo sobre complemento). Uma vez ativado o complemento pode levar ao aumento da permeabilidade
vascular, recrutamento de células fagocitárias, e lise e opsonização de bactéria. 
2. Sistema de coagulação – Dependendo da severidade da lesão no tecido, o sistema de coagulação poderá ou não
ser ativado. Alguns produtos do sistema de coagulação podem contribuir para a defesa específica devido a sua
habilidade de aumentar a permeabilidade vascular e agir como agente quimiotáctico para células fagocitárias. Além
disso, alguns dos produtos do sistema de coagulação são antimicrobianos por si só. Por exemplo, a beta­lisina,
uma proteína produzida pelos plaquetas durante a coagulação pode lisar muitas bactérias Gram positivas ao agir
como detergentes catiônicos.
3. Lactoferrina e transferrina – Ao se ligarem com o ferro, um nutriente essencial para bactéria, essas proteínas
limitam o crescimento bacteriano.
4. Interferons – Interferons são proteínas que podem limitar a replicação de vírus nas células.
5. Lisozima – Lisozima degrada a parede celular da bactéria. 
6. Interleucina­1 – Il­1 induz febre e a produção de proteínas de fase aguda, algumas das quais são antimicrobianos
porque elas podem opsonizar bactéria.
  Figura 4A
Dois neutrófilos em esfregaço
sanguíneo, arquivo de Imagem da  ©
 
Tabela 2. Barreiras físico­químicas a infecções
Sistema/Órgão Componente ativo Mecanismo efetor
29/03/2016 IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
http://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno­port­chapter1.htm 3/6
Bristol Biomedical, utilizado com
permissão.
 Figura 4B
Histopatologia tipo linfadenopatia
devido a infeção por HIV­1. Seio
subcapsular. O seio contém número
elevado de neutrófilos. CDC/Dr.
Edwin P. Ewing, Jr. epe1@cdc.gov 
 
 Figura 4C
Neutrófilo­ eletromicrografia. Note os
dois lobos nucleares e os grânulos
azurófilos © Dr Louise Odor,
Universidade da Carolina do Sul,
Escola de Medicina
  Figure 4D
Esfregaço sanguíneo mostrando um
monócito (esquerda) e dois neutrófilos
arquivo de Imagem da  © Bristol
Biomedical, utilizado com permissão  
Sistema/Órgão Componente ativo Mecanismo efetor
Pele Células de
descamação; Suor
Descamação; fluxo secretor, ácidos orgânicos
Trato GI Células colunares Peristalse, baixo pH, ácidos biliares, fluxo secretor,
tiocianato
Pulmão Cílios traqueais Elevador mucociliar, surfactante
Nasofaringe e olhos Muco, saliva, lágrima Fluxo secretor, lisozima
Circulação e órgãos
linfóides
Células fagocitárias
Células NK  e K
LAK
Fagocitose e morte intracelular
Citólise direta e dependente de citólise
Citólise ativada por IL2
Soro Lactoferrina
e Transferrina
Ligação ao ferro
Interferons Proteínas antivirais
TNF­alpha Antiviral, ativação fagocitária
Lisozima Hidrólise de peptidoglicano
Fibronectina Opsonização e fagocitose
Complemento Opsonização, fagocitose aumentada, inflamação
 
 Figura 5
Macrófago Atacando E.coli (MEV
x8,800) © Dr Dennis Kunkel (utilizado
com permissão)
 Figura 6
Macrófago Alveolar (Pulmão)
Macrófago Atacando E. coli (MEV
x10,000)   © Dr Dennis Kunkel
(utilizado com permissão)
  Figura 6A
Eosinófilo em esfregaço sanguíneo.
Arquivo de Imagem da  © Bristol
Biomedical Utilizado com permissão
  Figura 6B
Histopatologia da bexiga mostra ovos
de Schistosoma haematobium
rodeado por infiltrados intensos de
eosinófilos CDC/Dr. Edwin P. Ewing,
Jr. epe1@cdc.gov 
  Figura 7
Histiócitos –Macrófagos residentes de
C. Barreiras celulares à infecção
Parte da resposta inflamatória é o recrutamento de eosinófilos polimorfonucleares e macrófagos ao local da infecção. Essas
células são a principal linha de defesa no sistema imune não específico.
1. Neutrófilos – Células polimorfonucleares (PMNs, figura 4) são recrutadas ao local da infecção onde fagocitam organismos
invasores e os mata intracelularmente. Além disso, PMNs contribuem para lesões colaterais no tecido que ocorrem durante a
inflamação.
2. Macrófagos – Macrófagos tissulares (figura 5, 6, 7) e monócitos recentemente recrutados (figura 4 e 8), que se diferenciam em
macrófagos, também funcionam na fagocitose e na morte intracelular de microrganismos. Além disso, macrófagos contribuem
para o reparo de tecidos e agem como células apresentadoras de antígenos, que são requeridas para a indução de respostas
imunes específicas.
3. Células assassinas naturais (NK) e células assassinas ativadas por linfocina (LAK) – Células NK e LAK podem matar células
tumorais infectadas por vírus de maneira não específica. Essas células não são parte da resposta inflamatória, mas são
importantes na imunidade não específica a infecções virais e na prevenção de tumores. 
4. Eosinófilos – Eosinófilos (figura 6a e b) têm proteínas em grânulos que são eficientes na destruição de certos parasitas.
 
  
III. FAGOCITOSE E MORTE INTRACELULAR
A. Células fagocitárias
1. Neutrófilos/Células polimorfonucleares
PMNs são células fagocitárias móveis com núcleo lobulado. Elas podem ser identificadas pelas características do
núcleo ou pela presença de um antígeno na superfície da célula chamado CD66. Elas contêm dois tipos de grânulos
cujos conteúdos estão envolvidos nas propriedades antimicrobianas dessas células. Os grânulos primários ou azurófilos,
que são abundantes em PMNs recém formados, contêm proteínas catiônicas e defensinas que podem matar bactéria,
enzimas proteolíticas como elastase, e catepsina G para degradar proteínas, lisozima para degradar paredes celulares, e
caracteristicamente, mieloperoxidase, que está envolvida na geração de compostos bactericidas. O segundo tipo de
grânulo encontrado em PMNs mais maduros é o grânulo secundário ou específico. Estes contêm lisozima, componentes
da NADPH oxidase, que está envolvido na geração de produtos tóxicos de oxigênio, e caracteristicamente lactoferrina,
uma proteína queladora de ferro e proteína ligadora a B12.
2. Monócitos/Macrófagos – Macrófagos são células fagocitárias que têm como característica o núcleo na forma de rim.
Elas podem ser identificadas morfologicamente ou pela presença do marcador de superfície CD14. Ao contrário dos
29/03/2016 IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
http://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno­port­chapter1.htm 4/6
vida longa encontrados no interior de
tecidos. Arquivo de Imagem da  ©
Bristol Biomedical, utilizado com
permissão
 Figura 8
Monócito com parasita da malária
ingerido. CDC/Dr. Melvin   
   Figura 9
Resposta quimiotáctica a
estímulo inflamatório
PMNs elas não contêm grânulos, mas têm numerosos lisossomos com conteúdos similares aos dos grânulos do PMNs.
B. Resposta de fagócitos a infecção 
PMN circulantes e monócitos respondem ao perigo (sinais SOS) gerado no local da infecção. Os sinais SOS incluem peptídeos
contento N­formil­metionina liberados pela bactéria, peptídeos do sistema de coagulação, produtos do complemento e citocinas
liberadas dos macrófagos tissulares que encontraram bactéria no tecido. Alguns dos sinais SOS estimulam células endoteliaispróximas do local da infecção que passam a expressar moléculas de adesão tais como ICAM­1 e selectinas que ligam a
componentes da superfície das células fagocitárias provocando a aderência dos fagócitos ao endotélio. Vasodilatadores
produzidos no local da infecção provocam o afrouxamento das junções entre as células endoteliais e os fagócitos então
atravessam a barreira endotelial “espremendo­se” entre as células endoteliais através de um processo chamado diapedese
(Figura 9). Uma vez formados espaços no tecido alguns dos sinais SOS atraem fagócitos ao local da infecção por quimiotaxia
(movimento em direção a um gradiente químico). Os sinais SOS também ativam os fagócitos, o que resulta em um aumento da
fagocitose e morte intracelular dos organismos invasores.
   Figura 10
Aderência de bactéria via receptores
C. Iniciação da Fagocitose (Figura 10)
Células fagocitárias têm uma variedade de receptores em suas membranas através dos quais agentes infecciosos se ligam às
células. Eles incluem:  
1. Receptores Fc – Bactérias com anticorpo IgG em sua superfície têm a região Fc exposta e esta parte da molécula de Ig se
liga ao receptor nos fagócitos. A ligação ao receptor Fc requer interação prévia do anticorpo com o antígeno. A ligação de
bactéria coberta com IgG aos receptores Fc levam ao aumento da fagocitose e da atividade metabólica dos fagócitos (queima
respiratória). 
2. Receptores do complemento– Células fagocitárias têm um receptor para o terceiro componente do complemento: C3b. A
ligação de bactéria coberta com C3b a este receptor também leva ao aumento da fagocitose e à queima respiratória. 
3. Receptores scavenger – Receptores scavenger (do Inglês scavenger = removedor) ligam­se a uma variedade de poliânions na
superfície bacteriana levando à sua fagocitose. 
4. Receptores tipo Toll ­ Células fagocitárias têm uma variedade de receptores tipo Toll ou PRRs (do Inglês Pattern Recognition
Receptors) que reconhecem classes de padrões moleculares chamados PAMPs (do Inglês Pathogen Associated Molecular
Patterns) em agentes infecciosos. A ligação de um agente infeccioso via receptores tipo Toll resulta na fagocitose e na liberação
de citocinas inflamatórias (IL­1, TNF­alfa e IL­6) pelas células fagocitárias.
 
 
D. Fagocitose 
Após a ligação a uma bactéria, a célula fagocitária começa a estender pseudópodos próximo à bactéria. Estes eventualmente
envolvem a bactéria e a engolfam, sendo a mesma enclausurada em um fagossomo. Durante a fagocitose os grânulos ou
lisossomos da célula fagocitária se fusionam como o fagossomo e esvaziam seus conteúdos. O resultado é uma bactéria
engolfada em um fagolisossomo que contém os conteúdos dos grânulos ou lisossomos.
 
  
FILME 
Quimiotaxia dos
Neutrófilos(Inglês) 
Baixa Resolução (Quicktime) 
Alta Resolução (Quicktime) 
© Mondo Media, San Francisco, Calif., USA  
e The MicrobeLibrary
 
FILME 
Fagocitose
Quicktime 
© James A. Sullivan, CellsAlive! Video, Charlottesville, Va., USA 
e The MicrobeLibrary
FILME
(Inglês)
Fagocitose e Patógenos Bacterianos
Flash Tutorial interativo
© Thomas M. Terry
University of Connecticut
Storrs, CT 06269 USA 
e The MicrobeLibrary
 
 Figura 11 
A. Queima respiratória: Reações
dependentes de oxigênio,
independentes de mieloperoxidase
 
 
 
E. Queima respiratória e morte intracelular
Durante a fagocitose há um aumento no consumo de glicose e oxigênio, o que é referido como queima respiratória. A
conseqüência da queima respiratória é a produção de uma quantidade de compostos de oxigênio, que matam a bactéria
fagocitada. Esta é a chamada morte intracelular dependente de oxigênio. Além disso, a bactéria pode ser destruída por
substâncias previamente produzidas e liberadas dos grânulos ou lisossomas quando estes fusionam com o fagossomo. Esta é a
chamada morte intracelular independente de oxigênio.
1. Morte intracelular dependente de oxigênio e independente de mieloperoxidase (Figura11A)
Durante a fagocitose a glicose é metabolizada pela via da pentose monofosfato e o NADPH é formado. O citocromo  B,
que faz parte do grânulo específico, combina com a NADPH oxidase da membrana plasmática, ativando­a. A NADPH
oxidase ativada usa oxigênio para oxidar o NADPH. O resultado é a produção de ânion superóxido. Alguns dos ânions
superóxidos são convertidos a H2O2 e oxigênio singleto pela superóxido dismutase. Além disso, o ânion superóxido
pode reagir com H2O2 resultando na formação de radical hidroxílico e mais oxigênio singleto. O resultado de todas
29/03/2016 IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
http://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno­port­chapter1.htm 5/6
 B. Queima
respiratória: Reações dependentes de
oxigênio, dependentes de
mieloperoxidase
essas reações é a produção dos compostos de oxigênio tóxicos: Ânion superóxido (O2­), H2O2, oxigênio singleto (1O2) e
radical hidroxila (OH•).
2. Morte intracelular dependente de oxigênio e dependente de mieloperoxidase (Figura 11B)
À medida que os grânulos azurófilos se fusionam com o fagossomo, mieloperoxidase é liberada no fagolisossomo.
Mieloperoxidase utiliza H2O2 e íons haletos (normalmente Cl­) para produzir hipoclorito, uma substância muito
tóxica. Alguns dos hipocloritos podem se decompor espontaneamente para produzir oxigênio singleto.  O resultado
dessas reações é a produção de hipoclorito tóxico (OCl­) e oxigênio singleto (1O2).
3. Reações de detoxificação (Tabela 3)
PMNs e macrófagos têm maneiras de se proteger contra os intermediários de oxigênio. Essas reações envolvem a 
dismutação do ânion superóxido a peróxido de hidrogênio pela superóxido dismutase e a conversão de peróxido de
hidrogênio em água pela catalase.
 
Tabela 3
Reação Enzima
H2O2 + Cl­  ­­> OCl­ + H2O
Mieloperoxidase
OCl­ + H2O ­­> 1O2 +Cl­ + H2O
2O2 + 2H+ ­­> O2­ + H2O2 Superóxido dismutase
H2O2 ­­> H2O + O2 Catalase
 
4. Morte intracelular independente de oxigênio (tabela 4) 
Além do mecanismo de morte dependente de oxigênio há também o mecanismo de morte independente de oxigênio
em fagócitos: Proteínas catiônicas (catepsinas) liberadas no fagolisossomo podem danificar membranas
bacterianas; lisozima degrada paredes celulares bacterianas; lactoferrina quela ferro, que impede a bactéria de
utilizar este nutriente necessário; enzimas hidrolíticas degradam proteínas bacterianas. Dessa forma, mesmo
pacientes que têm defeitos nas etapas de morte dependente de oxigênio são capazes de matar bactéria.
Entretanto, como os mecanismos dependentes de oxigênio  são muito mais eficientes em matar, pacientes com
defeitos nesses mecanismos são mais susceptíveis e têm infecções mais sérias.
 
Tabela 4. Mecanismos de morte intracelular independentes de oxigênio
Molécula efetora Função
Proteínas catiônicas (incluindo catepsinas) Danificam membranas microbianas
Lisozima Separa mucopeptídeos em parede celular
bacteriana
Lactoferrina Priva de ferro bactérias em proliferação
Enzimas proteolíticas e hidrolíticas Digestão de organismos mortos
 
 Figura 12
Morte dependente de óxido
nítrico
IV. MORTE DEPENDENTE DE ÓXIDO NÍTRICO
A ligação de bactéria a macrófagos, particularmente ligação via receptores tipo Toll, resulta na produção de TNF­alfa, que age de
maneira autócrina para induzir a expressão do gene induzível da óxido nítrico sintetase (i­nos ) resultando na produção de óxido
nítrico (NO) (figura 12). Se a célula é também exposta ao gama interferon (IFN­gama) é produzido óxido nítrico adicional (figura
12). O óxido nítrico liberado pela célula é tóxico e pode matar microrganismos na vizinhança do macrófago. 
 
V. CÉLULAS ASSASSINAS NÃO ESPECÍFICAS 
Algumas células incluindo NK e LAK, células K, macrófagos ativados e eosinófilos são capazes de matar células­alvo próprias
alteradas de maneira não específica. Essas células têm papel importante no sistema imune inato.A. Células NK e LAK
Células assassinas naturais ou células NK são também conhecidas como grandes linfócitos granulares ou células LGL (do Inglês
Large Granular Lymphocytes) porque se assemelham com linfócitos em sua morfologia, exceto pelo fato de serem um pouco
maiores e terem numerosos grânulos. Células NK podem ser identificadas pela presença dos marcadores de superfície CD56 e
CD16 e pela falta de CD3. Células NK são capazes de matar células­alvo infectadas por vírus ou malignas, mas são
29/03/2016 IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
http://www.microbiologybook.org/Portuguese/immuno­port­chapter1.htm 6/6
 Figura 13
Células NK e sua ativação
 
 Figura 14
Morte de alvo opsonizado por
células NK.
 
relativamente ineficientes nessa tarefa. Entretanto, ao serem expostas a IL­2 e IFN­gama, células NK tornam­se células
assassinas ativadas por linfocina ou LAK (do Inglês Lymphokine­Activated Killer), que são capazes de matar células malignas.
Exposição continuada a IL­2 e IFN­gama habilita células LAK a matar células transformadas e malignas. Terapia com células
LAK é uma abordagem para o tratamento de malignidades.
Como células NK e LAK distinguem uma célula normal de uma célula infectada por vírus ou maligna? Células NK e LAK têm dois
tipos de receptores em sua superfície – um receptor ativador de função assassina ou receptor KAR (do Inglês Killer Activacting
Receptor) e um receptor inibidor de função assassina ou receptor KIR (do Inglês Killer Inhibiting Receptor). Quando KAR encontra
o seu ligante, um ligante ativador de função assassina (KAL) na célula­alvo a célula NK ou LAK, é capaz de matar o alvo.
Entretanto, se o KIR também se liga a este ligante então a morte é inibida mesmo que KAR se ligue a KAL. Os ligantes para KIR
são moléculas de MHC classe I. Assim, se uma célula­alvo expressa moléculas de MHC classe I esta não vai ser morta por
células NK ou LAK mesmo que o alvo também tenha um KAL que não pode se ligar a KAR.Células normais constitutivamente
expressam moléculas de MHC classe I na sua superfície, entretanto, células infectadas por vírus e células malignas têm
diminuída a expressão de MHC classe I. Dessa forma, células NK e LAK matam seletivamente células infectadas por vírus e
células malignas, deixando livres as células normais.
B. Células K (Figura 14)
Células assassinas (K) não são um tipo de célula morfologicamente distinto. Pelo contrário, uma célula K é qualquer célula que
media a citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC). Em ADCC o anticorpo age como um conector que aproxima a
célula K e a célula­alvo para que a morte ocorra. Células K têm em sua superfície um receptor Fc para anticorpo e assim elas
podem reconhecer, ligar e matar células­alvo cobertas com anticorpo. Células assassinas que têm receptores Fc incluem NK,
LAK, e macrófagos que têm um receptor Fc para anticorpos IgG e eosinófilos que têm um receptor Fc para anticorpos IgE.
 
  Todos os componentes do sistema imune não específico estão modulados por produtos do sistema imune específico, tais comointerleucinas,gama interferon, anticorpos, etc.
Nesse estágio você deverá
saber o seguinte:
1. Diferenças entre as funções
do sistema imune não
específico e específico.
2. Componentes humorais do
sistema imune não específico
e suas ações.
3. Componentes celulares do
sistema imune não específico
e suas ações.
4. Etapas da morte intracelular
de bactéria pelos fagócitos e
suas características.
5. Efeito dos componentes
humorais tais como interferon,
TNF, IL­2, complemento
etc. nos componentes
celulares do sistema imune
não específico.
 
Tabela 5. Características das células envolvidas na resistência não específica
 
Célula efetora
Marcador identificador e/ou função
CD3 Ig Fc CD Fagocitose
Neutrófilo
Macrófago
Célula NK
Células K
Célula LAK
Eosinófilo
­
­
­
­
­
­
­
­
­
­
­
­
IgG
IgG
IgG
IgG
?
IgE
CD67
CD14
CD56 & 16
?
?
CD67
+
+
­
­
?
­
 Voltar à Seção Imunologia do Microbiologia e Imunologia Online
Esta página foi modificada em 
Página mantida por Richard Hunt

Outros materiais