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modelo de PEDIDO DE PRISÃO DOMICILIAR

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k EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE PELOTAS/RS.
PEC n.º 148037-5 
OBJETO: JUSTIFICATIVA E PEDIDO DE PRISÃO 
CARÁTER DE URGÊNCIA
 
ELISIANE KANIGOSKI HORNKE, devidamente qualificada nos autos do processo de execução penal em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, apresentar JUSTIFICATIVA e requerer o deferimento da PRISÃO DOMICILIAR, com fulcro no artigo 117, III, da Lei n.º 7.210 de 11.07.1984, pelas razões que passa expor: 
A reeducanda cumpre pena privativa de liberdade desde 06 de abril de 2017, com previsão de término para 03 de outubro de 2021. O PEC encontra-se na Vara de Execuções Penais de Pelotas, tendo em vista que cumpre a reprimenda no Presídio Regional desta Comarca.
Conforme certidão de nascimento em anexo, a reeducanda possui um filho chamado TAYLOR HORNKE SOARES, de apenas 11(onze) anos de idade, que é portador de doença grave com diagnóstico de taquicardia supra-ventricular. Aos 2( dois) anos iniciaram os problemas e aos 5(cinco) anos o mesmo sofreu de isquemia cerebral e tem acompanhamento freqüente com hematologista, neurologista, nefrologista, fisioterapeuta fonoaudióloga e pediatra, pela qual precisará de tratamento contínuo e ininterrupto por toda sua vida. O menino tem diagnóstico de acidente vascular isquêmico com seqüelas motoras, espasticidade e de cognição provavelmente causada por trombolia com deficiência de proteína C e S, é uma doença crônica predispondo ao risco de novo AVC isquêmico. 
Desde os primeiros sintomas da moléstia grave de seu filho, as consultas necessárias com freqüência têm sido acompanhadas somente pela reeducanda, por vezes semanais, desde 2013, com cuidado aos medicamentos, exames e orientações fornecidas pelos médicos. 
Os exames laboratoriais, laudos médicos acostados (documentos em anexo), comprovam a existência da moléstia, inclusive o acompanhamento da reeducanda em todas as consultas médicas, sem atrasos ou faltas da mesma.
O menino necessita de tratamentos médicos contínuos com fisioterapeuta e aplicações de Botox devido à espasticidade, fonoaudiologista e neurologista, ingerindo diversos medicamentos, dos quais é dependente para manter a sobrevida (documentos em anexo) carecendo para tanto de acompanhamento da reeducanda. 
 É importantíssimo ressaltar que a presença da reeducanda é de extrema necessidade para dar prosseguimento ao tratamento do filho, pois não há outra pessoa capaz de cuidar do menino, devido não haver interesse da parte do pai que nunca demonstrou qualquer interesse pelo filho e inclusive abandonou ambos, e a mãe da reeducanda é idosa com problemas de saúde, impossibilitando a continuidade no tratamento do neto, não havendo outras pessoas para que possam dar continuidade no tratamento e cuidados com o menino. 
Registre-se que a possibilidade de substituição da prisão preventiva por domiciliar, o interesse preservado não é da reeducanda, e sim como objetivo principal o de tutelar pela fragilidade da saúde de seu filho que necessita muito de seus cuidados.
Sinala-se ainda que, a reeducanda sempre acompanhou o filho na escola, levando-o e buscando-o no estabelecimento de ensino, mostrando que em ambas as situações denotam a imprescindibilidade de sua presença (documento em anexo).
Diante das ponderações retro consignadas e pelas documentações em anexo, evidentes está que o não acompanhamento da reeducanda ao tratamento de seu filho trás sérios riscos de vida ao menino. O condicionamento do filho torna inviável o cárcere para a reeducanda, principalmente onde o mesmo necessita do atendimento e acompanhamento ao martírio de sua doença pela reeducanda. 
De acordo com o artigo 318 do CPP, Vossa Excelência, pode substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for maior de 80 anos; extremamente debilitado por motivo de doença grave; imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de seis anos de idade ou com deficiência; e/ou gestante a partir do sétimo mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. O texto possibilita a concessão de prisão domiciliar a preso em qualquer regime, “com requisitos como se vê mais flexíveis”. 
Dispõe o CPP:
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I – maior de 80 (oitenta) anos; II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV – gestante; V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo” (NR) (grifou-se).
Além disso, a Constituição Federal consagra o princípio da proteção integral da criança com absoluta prioridade, conforme art. 227, in verbis:
 “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” 
A apenada almeja a concessão da prisão domiciliar, conforme o preconizado pelo artigo 117, III da Lei de Execução Penal. 
ISTO POSTO, REQUER: 
I-) Seja retificada a decisão que determinou a expedição de mandado de prisão, obstando o cumprimento da ordem, para o intuito de acolher a presente justificativa. 
II-) Seja dada vista ao notável Doutor Promotor de Justiça que oficia junto a Vara de Execuções Penais. 
III-) Seja concedido ao peticionário, a prisão domiciliar por ter filho portador de moléstia incurável, nos termos do artigo 117, III da LEP. 
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Pelotas, 19 de abril de 2017.
Luis Carlos Lopes Azevedo
OAB/RS 92021

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