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Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público - Módulo II

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Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público 
Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93 
 
Objetivos: 
 Conhecer os principais dispositivos constantes da Lei nº. 8.666/93; 
 Reconhecer as principais disposições legais relativas à formalização dos 
contratos; 
 Avaliar casos e circunstâncias em que se fazem necessárias alterações 
contratuais; 
 Listar as regras a serem observadas durante a execução dos contratos e 
 Justificar ocorrências que ensejam rescisão contratual e suas 
consequências. 
Unidade 1 - Disposições Preliminares 
“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas 
suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, 
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de 
direito privado. 
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para 
sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e 
responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e 
da proposta a que se vinculam. 
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação 
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.” 
O caput do art. 54 faz menção aos preceitos de Direito Público – tema já 
abordado no Módulo I. A novidade aqui é que, além das regras já estudadas, 
aplicam-se também aos Contratos Administrativos as regras de Direito Privado 
(Direito Civil ou, em alguns casos, Direito Comercial) – claro, desde que não 
haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas são prioritárias. 
 Devemos ter em mente que o gestor, sempre que possível, deve participar de 
todas as etapas da contratação que ficará sob sua responsabilidade: descrição 
detalhada do objeto, elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência (no 
caso de pregão), pesquisa de preço, procedimento licitatório, contratação e, 
finalmente, a gestão propriamente dita da contratação. 
Atuando dessa maneira, o gestor terá a possibilidade de auxiliar na instrução 
da licitação, permitindo o estabelecimento de cláusulas contratuais claras e 
precisas, que definam corretamente os direitos, obrigações e responsabilidades 
do contratado e da Administração, facilitando assim a gestão do contrato. 
 
Pág. 2 
O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao 
respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não sendo 
permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que ensejaram 
a contratação. 
“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e 
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo 
pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de 
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação 
funcional programática e da categoria econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando 
exigidas; 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e 
os valores das multas; 
VIII - os casos de rescisão; 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão 
administrativa prevista no art. 77 desta Lei; 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, 
quando for o caso; 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a 
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; 
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos 
omissos; 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do 
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as 
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. 
§ 1º (Vetado) 
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas 
ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar 
necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da 
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 
6º do art. 32 desta Lei. 
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade 
comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos 
da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo 
o disposto no art. 63 da Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964.” 
 
Pág. 3 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída 
pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, conforme o caso, 
com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência, contendo, no que 
couber, as seguintes informações: 
a) objeto perfeitamente descrito, com características e quantidades; 
b) justificativa da necessidade da contratação; 
c) descrição circunstanciada da situação atual e previsão da situação 
futura; 
d) forma e local de execução dos serviços ou recebimento dos bens; 
e) prazo para início dos serviços ou de entrega dos bens; 
f) condições de recebimento do serviço ou dos bens; 
g) formalização e prazo de vigência do contrato; 
h) prazo de garantia; 
i) previsão dos materiais, instalações ou equipamentos necessários; 
j) indicação de pessoal técnico adequado; 
k) capacidade técnica necessária; 
l) planilha de composição de custos; 
m) vistoria técnica e regras pertinentes; 
n) obrigações da contratada e do contratante; 
o) condições de pagamento; 
p) acompanhamento e fiscalização do contrato; 
q) estimativa de custo; 
r) previsão orçamentária; 
s) possibilidade de subcontratação, se for o caso; 
t) possibilidade de participação de consórcio, se for o caso; e 
u) marcas e modelos de referência, quando aplicável, visando facilitar a 
pesquisa de preço. 
No caso de Compras a definição das quantidades a serem adquiridas deve ser 
estabelecida em função do consumo e da utilização prováveis, estimados em 
conformidade com técnicas adequadas. 
Um Projeto Básico ou Termo de Referência bem feito se revelará de grande 
utilidade na elaboração da minuta de contrato que fará parte do edital da 
licitação. Essa minuta deverá conter, no mínimo, as cláusulas estabelecidas 
pelo art. 55. 
Pág. 4 
Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto contratado e 
suas características principais; a forma de execução, condições e prazos 
estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades das partes; 
etc. Nesse sentido, também recomendamos ao gestor o estudo atento do 
Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha participado de sua 
elaboração. 
 Especificamente no que se refere aos incisos VII e VIII do art. 55, devemos ter 
em mente que o gestor deve registrar de forma clara e objetiva os fatos que 
possam ensejar a imposição de penalidades ou rescisão do contrato, 
comunicando-os prontamente ao setor responsável pela aplicação das 
sanções. 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do 
contrato firmado com o particular, pois, caso contrário, a Administração não 
poderá aplicar sanções à contratada. Vejamos o que diz o prof. Marçal Justen 
Filho: “a Lei faculta a aplicação de multa ao contratado inadimplente. Porém, se 
o ato convocatório e o contrato forem omissos, a multa será inaplicável pela 
impossibilidade de apuração da quantia da penalidade. Não se admite aremessa à discricionariedade da Administração para aplicar multa.” 
“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que 
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia 
nas contratações de obras, serviços e compras. 
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de 
garantia: 
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido 
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de 
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados 
pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; 
II - seguro-garantia; 
III - fiança bancária. 
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por 
cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições 
daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. 
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta 
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através 
de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de 
garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por 
cento do valor do contrato. 
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a 
execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. 
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela 
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia 
deverá ser acrescido o valor desses bens.” 
 
Pág. 5 
A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da 
obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista no instrumento 
convocatório. 
O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em todo 
contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para assegurar sua plena 
execução, quando exigidas. 
Atenção: Sempre que a Administração entender que não existem riscos que 
justifiquem a exigência de garantia, poderá deixar de exigi-la - as contratações 
de pequeno valor e entrega imediata são exemplos da ausência de 
necessidade de garantia. 
A garantia, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo 
ser apresentada sob forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a 
modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas 
garantias têm prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre 
que necessário, solicitar sua renovação. 
“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência 
dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: 
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas 
no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da 
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; 
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que 
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com 
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, 
limitada a sessenta meses. 
III - (Vetado). 
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, 
podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses 
após o início da vigência do contrato. 
§ 1.º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega 
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada 
a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum 
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das 
partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por 
ordem e no interesse da Administração; 
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites 
permitidos por esta Lei; 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro 
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua 
ocorrência; 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive 
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou 
retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais 
aplicáveis aos responsáveis. 
§ 2.º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e 
previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. 
§ 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. 
§ 4.º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização 
da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo 
poderá ser prorrogado por até doze meses.” 
 
Pág. 6 
O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a 
possibilidade de prorrogação de sua execução. De início destacamos a 
faculdade da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a 
prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de 
sessenta meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias reprográficas 
etc. 
Atenção: Em caráter excepcional e devidamente justificado, o prazo de 
sessenta meses poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que 
devidamente autorizado por autoridade superior. Um exemplo de caso que 
justificaria tal prorrogação seria o atraso de uma licitação devido à interposição 
de mandados de segurança por parte dos licitantes. 
As prorrogações contratuais deverão ser sempre realizadas visando à 
obtenção comprovada de preços e condições mais vantajosas para a 
Administração. Lembramos que o gestor deve sempre ficar atento à duração do 
contrato sob sua responsabilidade, e avisar com antecedência à Administração 
o término de sua validade, bem como o interesse ou não em sua prorrogação. 
Já o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática têm 
sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações – limitada a 48 
(quarenta e oito) meses. 
“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei 
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de 
interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 
desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, 
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da 
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo 
contratado, bem como na hipótese de rescisão do Contrato Administrativo. 
§ 1.º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos 
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do 
contratado. 
§ 2.º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras 
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.” 
 
Pág. 7 
Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que 
conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na Unidade I. 
Vale atentar para o disposto no § 2º: sempre que a Administração modificar um 
contrato unilateralmente para melhor adequação às finalidades de interesse 
público, deve verificarse dessa ação derivou algum desequilíbrio contratual 
(imposição de encargos excessivos ao contratado), e nessa hipótese, proceder 
à revisão das cláusulas econômico-financeiras. 
Advertimos que a faculdade de alteração unilateral de um Contrato 
Administrativo pela Administração refere-se apenas às chamadas “cláusulas de 
serviço” (ou “regulamentares”), que dizem respeito ao objeto e sua execução. 
Tal faculdade não alcança as chamadas “cláusulas econômico-financeiras”, 
que dizem respeito à remuneração do contratado. 
Mais uma vez ressaltamos a importância de o gestor registrar todas as 
ocorrências relativas ao contrato, principalmente as que ensejarem punições à 
contratada, pois qualquer imposição de sanção deve sempre ser justificada 
pela Administração. 
“Art. 59. A declaração de nulidade do Contrato Administrativo opera 
retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria 
produzir, além de desconstituir os já produzidos. 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de 
indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela 
for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que 
não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu 
causa.” 
O art. 59 estabelece que uma vez declarada a nulidade de um Contrato 
Administrativo, é com se ele nunca houvesse existido, desconstituindo todos os 
efeitos já produzidos e não permitindo que outros sejam gerados. 
Porém, mais uma vez, a Lei determina à Administração indenizar o particular 
pelos trabalhos realizados ou bens fornecidos até o momento da declaração de 
nulidade – desde que o contratado não tenha sido o causador da declaração de 
nulidade e tenha agido de boa-fé. 
 
Pág. 8 
 Finalizando a lição, vimos que se aplicam aos Contratos Administrativos as 
regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns casos, Direito Comercial) 
– desde que não haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas 
são prioritárias. 
Sempre que possível, o gestor deve participar de todas as etapas do 
procedimento do qual resultará a contratação. 
A Administração deve estar sempre vinculada ao respectivo processo 
administrativo que deu origem à contratação, não sendo permitida a alteração 
das condições que ensejaram a contratação no decorrer de sua execução. 
Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída 
pelo órgão técnico competente ou pela unidade solicitante, conforme o caso, 
com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência contendo o maior 
número possível de informações que descrevam detalhadamente a contratação 
solicitada. 
É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do 
contrato firmado com o particular, pois caso contrário a Administração não 
poderá aplicá-las à contratada. 
A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda vez que 
exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada sob 
forma de caução, seguro-garantia ou fiança bancária – a modalidade a ser 
fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm prazo de 
validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que necessário, solicitar 
sua renovação. 
É faculdade da Administração a prorrogação dos contratos de prestação de 
serviços a serem executados de forma contínua, até o limite de sessenta 
meses. Em caráter excepcional e devidamente justificado, esse prazo poderá 
ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que devidamente autorizado 
por autoridade superior. 
Os contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de 
informática têm sua duração máxima – já consideradas todas as prorrogações 
– limitada a quarenta e oito meses. 
 
Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos 
 
“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições 
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e 
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre 
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de 
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. 
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim 
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite 
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de 
adiantamento.” 
A regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita, devendo os 
instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem mantidos nas 
respectivas repartições públicas, bem como seus posteriores aditamentos. Via 
de regra, essa não é uma atribuição do gestor, que deverá manter sob sua 
guarda apenas cópia do contrato para posteriores consultas, mas não o 
original. 
 
A regra pode ser estendida por analogia a todos os fatos relativos à gestão dos 
Contratos Administrativos. Deve o gestor registrar por escrito todas as 
ocorrências relativas à gestão, inclusive correspondências trocadas com o 
contratante. Deve-se evitar ao máximo comunicações verbais com o particular, 
a regra é TUDO POR ESCRITO. 
 
Pág. 2 
Atenção: Quanto à obrigatoriedade de formalização dos contratos, a Lei nº. 
8.666/93 abre exceção apenas para as pequenas compras de pronto 
pagamento, desde que em valor não superior a R$ 4.000,00. Exemplo típico 
dessa situação são os gastos efetuados por suprimento de fundos. 
“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do 
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos 
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus 
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua 
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela 
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto 
no art. 26 desta Lei.” 
O caput art. 61 trata das informações básicas que devem constar de um 
Contrato Administrativo, enquanto o parágrafo único cuida da obrigatoriedade 
de atendimento de um dos princípios basilares da Administração Pública: A 
Publicidade. 
 
Pág. 3 
Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o extrato 
para a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do 
contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias para publicar o 
extrato do contrato. 
“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e 
de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços 
estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e 
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros 
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, 
autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
§ 1.º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório 
da licitação. 
§ 2.º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de 
compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis 
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. 
§ 3.º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas 
gerais, no que couber: 
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder 
Públicoseja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, 
predominantemente, por norma de direito privado; 
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço 
público. 
§ 4.º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista 
neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, 
nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos 
quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.” 
 
Pág. 4 
A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de licitação a 
ser praticada pela Administração, nos termos do art. 23 da Lei nº. 8.666/93: 
Modalidade 
Obras e 
Serviços de 
Eng.ª 
Compras e 
Serviços 
Convite 
Até R$ 
150.000,00 
Até R$ 
80.000,00 
Tomada de 
Preços 
Até R$ 
1.500.000,00 
Até R$ 
650.000,00 
Concorrência 
Acima de R$ 
1.500.000,00 
Acima de R$ 
650.000,00 
 
Buscando o informalismo e a agilidade, o legislador facultou à Administração 
substituir em alguns casos o contrato por outros instrumentos hábeis, tais como 
carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem 
de execução de serviço. 
 
 Todas essas modalidades substitutas, no entanto, devem, no que couber, 
possuir cláusulas ou itens que indiquem as obrigações e os direitos das partes. 
A possibilidade de substituição do instrumento contratual fica restrita às 
contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas e 
Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de 
Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais Serviços. 
Devemos nos lembrar, entretanto, da obrigatoriedade de publicação em extrato 
desses documentos substitutivos no Diário Oficial, nos termos do art. 61 da Lei 
nº. 8.666/93. 
Para o gestor, que infelizmente na maior parte das vezes recebe a contratação 
já concluída, vale o dispositivo para alertá-lo sobre possíveis equívocos que 
possam ter ocorrido na fase pré-contratual, e que, uma vez conhecidos, 
deverão ser informados à Administração. 
“Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato 
e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de 
cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.” 
 
Pág. 5 
Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade dos 
atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar algumas precauções com 
relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o caso 
do Senado, cuja questão é regulamentada pelo Ato da Comissão Diretora nº. 
16/2005. 
Nos termos desse normativo, para o atendimento do disposto no art. 63, deve o 
interessado formalizar requerimento acompanhado de cópia autenticada da 
carteira de identidade, comprovante de residência, motivação detalhada do 
pedido, termo de responsabilidade devidamente assinado e autenticado, além 
de, sendo o interessado pessoa jurídica, procuração se o requerente atuar 
como representante legal, e cópia do contrato social da empresa, ambos 
obrigatoriamente reconhecidos em cartório. 
 Assim, deve o gestor se inteirar das normas de seu órgão que regulamentem o 
fornecimento de cópias de autos a particulares. Caso tais normas não existam, 
é de bom tom colher autorização de seu superior hierárquico para o 
atendimento do pleito. 
Por fim, “pagamento dos emolumentos devidos“ refere-se aos custos de 
reprografia das cópias. 
“Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o 
termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo 
e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem 
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. 
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, 
quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra 
motivo justificado aceito pela Administração. 
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de 
contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e 
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de 
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas 
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de 
conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação 
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. 
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem 
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos 
assumidos.” 
 
Pág. 6 
O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja, 
convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato, nos prazos 
estabelecidos. 
Caso o licitante vencedor assine a avença, inicia-se a etapa da gestão e 
fiscalização do contrato. Somos nós, gestores, assumindo as rédeas do 
processo com zelo e profissionalismo. 
Se o contrato não for assinado, poderá a Administração convocar os licitantes 
remanescentes para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições 
propostas pelo primeiro classificado. Os convocados poderão aceitar ou rejeitar 
a contratação. 
 
 
A seguir transcrevemos o art. 81 da Lei nº. 8.666/93, que trata de eventuais 
sanções pela recusa do licitante vencedor em assinar o contrato: 
“Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar 
ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela 
Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, 
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes 
convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a 
contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, 
inclusive quanto ao prazo e preço.“ 
 
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“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração: 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por 
esta Lei; 
II - por acordo das partes: 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou 
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a 
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem 
a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de 
obra ou serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem 
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de 
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica 
extraordinária e extracontratual. 
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, 
os acréscimos ou supressões quese fizerem nas obras, serviços ou compras, 
até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no 
caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% 
(cinquenta por cento) para os seus acréscimos. 
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos 
no parágrafo anterior, salvo: 
I - (VETADO) 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para 
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, 
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. 
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já 
houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser 
pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente 
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por 
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que 
regularmente comprovados. 
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem 
como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da 
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços 
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o 
caso. 
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do 
contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio 
econômico-financeiro inicial. 
§ 7º (VETADO) 
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços 
previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações 
financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como 
o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor 
corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por 
simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.” 
 
Pág. 8 
O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos na 
Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do Contrato. 
Lembremos: A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 
58, inciso I, da Lei nº. 8.666/93, que permite à Administração modificar o 
contrato, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse 
público, respeitados os direitos do contratado. 
Além da prerrogativa de alterações unilaterais, o artigo também apresenta 
possibilidades de alterações por acordo entre as partes. Lembremos que 
qualquer alteração, seja unilateral ou acordada, deve sempre estar justificada 
nos autos. Vamos a elas: 
Unilateralmente: 
 Quando houver modificação do projeto ou das especificações, para 
melhor adequação técnica do projeto a uma nova realidade; 
 Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites 
permitidos por esta Lei. 
Em ambos os casos, há que se observar os limites fixados pelo parágrafo 
primeiro, que estabelece: “O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas 
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, 
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial 
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de 
equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus 
acréscimos.” 
Portanto, o gestor deve sempre ter em mente esses limites, de forma que as 
alterações que se fizerem necessárias não ultrapassem os 25% do valor do 
contrato, para mais ou para menos. 
O ideal é que o Projeto Básico ou Termo de Referência que originou a 
contratação seja feito com técnica e rigor, de forma a dimensionar 
adequadamente os quantitativos, evitando assim aditamentos ao longo da 
execução. 
Por fim, a Administração deve considerar que um aumento quantitativo dá ao 
contratado o direito de obter a prorrogação do prazo contratual, de modo a 
viabilizar a execução da obra, o fornecimento dos bens ou a execução dos 
serviços. 
 
Pág. 9 
Por Acordo Entre as Partes: 
 quando conveniente a substituição da garantia de execução. Por 
exemplo, se a instituição financeira que emitiu a garantia em favor da 
contatada sofrer uma intervenção por parte do Banco Central. Nesse 
caso, deve o gestor solicitar que a contratada substitua a garantia por 
outra à escolha do particular. 
 
 quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou 
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação 
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários. Nos 
termos do art. 10 da Lei nº. 8.666/93, as obras e serviços poderão ser 
executados nas seguintes formas: 
I - execução direta (quando é realizada pela própria Administração); 
II - execução indireta (quando a Administração contrata um terceiro), nos 
seguintes regimes: 
i. empreitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou 
do serviço por preço certo e total); 
ii. empreitada por preço unitário (quando se contrata a execução da obra 
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas); 
iii. tarefa (quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por 
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais); 
iv. empreitada integral (quando se contrata um empreendimento em sua 
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e 
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até 
a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, 
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em 
condições de segurança estrutural e operacional e com as 
características adequadas às finalidades para que foi contratada). 
Aqui o gestor terá um papel preponderante, pois é de sua responsabilidade 
avaliar os critérios técnicos que atestem a inadequação da forma original de 
execução contratual, comprovando, ainda, que a solução anteriormente 
contratada se mostra antieconômica, ineficaz e inviável. Enfim, deve 
demonstrar objetivamente que a solução original não atende aos interesses da 
Administração. 
 Quando necessária a modificação da forma de pagamento, por 
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial 
atualizado. Devemos observar que a Lei veda a antecipação do 
pagamento sem a correspondente contraprestação de fornecimento de 
bens ou execução de obra ou serviço. 
 
Pág. 10 
A lei procura prever uma ocorrência relativamente comum em obras ou 
serviços de grande valor, permitindo que se adapte o contrato a circunstâncias 
posteriores à sua assinatura que obriguem a alteração do cronograma de 
pagamento inicialmente pactuado. Como exemplo temos um atraso na obra 
decorrente de uma greve geral ou de eventos climáticos imprevisíveis – não há 
dolo ou negligência do contratado. 
Mais uma vez o gestor desempenhará papel fundamental nessa hipótese, pois 
caberá a ele relatar e comprovar a ocorrência da circunstância superveniente. 
 Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre 
os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a 
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato. O 
citado reequilíbrio será necessário na hipótese de sobrevirem fatos 
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado. 
A Lição 3 da Unidade 1 de nosso curso já tratou com a profundidade adequada 
a questão do reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato. Vale destacar 
novamente que aatuação do gestor nesses casos será fundamental no 
restabelecimento da equação original. 
 
Por fim, quando se tratar de mero reajuste de preços com previsão contratual, 
tal como a recomposição de índices econômicos, não se pode aí falar em 
alteração contratual, devendo o caso ser tratado por simples apostilamento 
(anotação ou registro administrativo, que pode ser realizado no verso do 
próprio termo de contrato, ou por termo ato separado, juntado aos autos do 
processo administrativo respectivo). 
 
Pág. 11 
 Ao final da lição, você aprendeu que a regra geral para os Contratos 
Administrativos é a forma escrita, devendo os instrumentos contratuais, 
devidamente assinados, serem mantidos nas respectivas repartições públicas, 
bem como seus posteriores aditamentos. No caso de pequenas compras de 
pronto pagamento, desde que em valor não superior a R$ 4.000,00, pode ser 
dispensada a formalização de contrato. 
Atenção: Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do 
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, e a sujeição dos 
contratantes às normas da Lei e às cláusulas contratuais. 
A Administração deve enviar o extrato para a imprensa oficial até o quinto dia 
do mês seguinte ao da assinatura do contrato – a partir daí, a imprensa oficial 
dispõe de 20 dias para publicar o extrato do contrato. 
O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada 
de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam 
compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo 
nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos 
hábeis (contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de Dispensas e 
Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de 
Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais Serviços). 
Os contratos podem ser alterados: 
 
Unilateralmente: 
 quando houver modificação do projeto ou das especificações, para 
melhor adequação técnica do projeto a uma nova realidade; 
 quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. 
Por Acordo Entre as Partes: 
 Quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
 Quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou 
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação 
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
 Quando necessária a modificação da forma de pagamento, por 
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial 
atualizado; 
 Para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 
 
Unidade 3 - Da Execução dos Contratos 
 “Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo 
com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma 
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.” 
Neste ponto iniciamos os estudos relativos à execução dos contratos, que 
balizam a atuação do gestor, sempre vinculada à lei e aos termos do contrato. 
“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração especialmente designado, permitida a 
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes 
a essa atribuição. 
 § 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as 
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for 
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. 
 
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do 
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a 
adoção das medidas convenientes.” 
O art. 58 da Lei nº. 8.666/93 estabelece ser uma prerrogativa da Administração 
fiscalizar a execução de seus contratos. Portanto, para a execução desse 
poder-dever, o art. 67 determina a designação de um representante da 
Administração para acompanhar e fiscalizar a execução contratual. 
 
Pág. 2 
No Senado, em complementação ao dispositivo da lei, o Ato da Comissão 
Diretora nº. 2, de 13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º, expressa que tal 
representação deverá ser exercida por um gestor e um substituto. Vejamos: 
“Art. 3º Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será 
designado um gestor titular e um gestor substituto, nos termos deste Ato.” 
Curiosidade: Porém, não está excluída a possibilidade de a gestão ser exercida 
por mais de um servidor, especialmente porque a lei fala em 
“representante”,sem restringir o termo a um único servidor. Esse também é o 
entendimento da Advocacia do Senado, que assim se manifestou: 
“A Lei nº. 8.666/93 impõe à Administração a prerrogativa e o dever de fiscalizar 
a execução dos contratos (art. 58, III), sendo que o art. 67 determina o 
acompanhamento e a fiscalização por um representante da Administração, 
especialmente designado para a gestão, bem como autoriza a contratação de 
terceiros para assisti-lo ou subsidiá-lo com informações. 
O fato da literalidade do caput do art. 67 da referida lei estabelecer que um 
representante da Administração, especialmente designado, acompanhará a 
execução do contrato, não nos parece ser um impedimento para que esse 
acompanhamento seja feito por uma comissão representante, isto é, nada 
impede que a fiscalização seja realizada por uma comissão de servidores, 
desde que especialmente designados para exercer a fiscalização. 
 
 O que importa fundamentalmente a nosso ver é que a Administração cumpra a 
finalidade do que a doutrina chama de ‘poder-dever de acompanhar 
atentamente a atuação do particular’, fiscalizando de perto a execução do 
contrato, tal como estabelecido no art. 58, III, da Lei de Licitações e Contratos. 
 
Pág. 3 
Portanto, se a Administração entender ser conveniente que em alguns 
contratos, em razão da complexidade, especialidade e/ou quantidade das 
obrigações decorrentes do objeto, a fiscalização será melhor exercida por uma 
comissão de representantes, ao invés de apenas um, não vemos qualquer 
óbice legal impedindo que possa fazê-lo, desde que entenda conveniente e 
oportuno.” (Informação nº. 130/2006 – Proc. Nº. 015.902/06-4) 
A fiscalização dos contratos de que trata o art. 67, além de poder ser exercida 
por mais de um servidor, também pode ser assistida ou subsidiada por 
terceiros estranhos aos quadros do órgão, devidamente contratados para tal. 
Tal prerrogativa deve estar devidamente justificada nos autos do processo, 
como no caso de uma contratação com objeto muito técnico, que requeira 
conhecimentos específicos que o gestor ou outro servidor do Órgão não 
possua. 
 Mais uma vez devemos frisar a necessidade de o gestor, sempre que possível, 
registrar por escrito todas as ocorrências relativas ao contrato, bem como evitar 
comunicações informais com a contratada, procurando sempre fazê-lo por meio 
de correspondências oficiais. 
Por fim, nada impede que o gestor recorra ao seu superior hierárquico ou a 
técnicos especialistas de seu Órgão para dirimir eventuais dúvidas que 
porventura surjam ao longo da gestão contratual. 
“Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no 
local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.” 
Da mesma forma que a Administração designa um representante para 
acompanhar a execução do contrato, o particular também deverá indicar um 
preposto para representá-lo, formando assim um canal de comunicação entre a 
Administração e o contratado. 
Cabe ao gestor avaliar e referendara indicação do representante da empresa, 
pois, se justificadamente recusado, deverá o contratado indicar novo preposto. 
 
Pág. 4 
“Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou 
substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que 
se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de 
materiais empregados.” 
Novamente constatamos a responsabilidade do gestor, pois recai sobre seus 
ombros a obrigação de verificar a correta execução do contrato, determinando 
o reparo e correção de eventuais problemas constatados. 
Alertamos também que cabe ao gestor firmar os termos de recebimento 
provisório ou definitivo, entendidos como: 
Recebimento Provisório - É o recebimento preliminar do objeto contratado, que 
deverá ser examinado em confronto com as exigências legais e contratuais. 
Deve ser feito de forma expressa, por termo circunstanciado, discriminando 
pormenorizadamente o objeto recebido. O recebimento provisório não exonera 
a contratada de suas responsabilidades contratuais e legais, nem lhe dá 
quitação de suas obrigações. 
Recebimento Definitivo - É o reconhecimento da Administração, mediante 
termo circunstanciado, da correta execução e da entrega total do objeto do 
contrato. Isto se dá após o recebimento provisório, sempre precedido de todas 
as verificações, medições, testes, vistorias, ou seja, todos os exames que 
atestem a exata correspondência entre o contratado e o objeto recebido. 
“Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à 
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do 
contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o 
acompanhamento pelo órgão interessado.” 
O art. 70, de certo modo de maneira redundante, atribui ao contratado a 
responsabilidade por danos causados à Administração ou a terceiros, 
decorrentes da execução do contrato, mesmo que de forma involuntária. 
A lei ainda esclarece que o fato de a Administração acompanhar e fiscalizar a 
execução do contrato não pode ser considerado como atenuante da falha do 
particular. Em outras palavras, a contratada não pode alegar que a fiscalização 
efetuada pela Administração a exime de eventuais erros observados 
posteriormente. 
 
Pág. 5 
Porém, deve o gestor se esforçar ao máximo para prevenir a ocorrência de 
falhas durante a execução da obra ou serviço, pois, nos termos de 
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, o Estado responde 
perante terceiros, solidariamente com o contratante, pelos danos causados na 
execução de obra ou serviço. 
“Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, 
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. 
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, 
fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade 
por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a 
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de 
Imóveis. 
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos 
encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do 
art. 31 da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991. 
§ 3º (Vetado)” 
Atenção: O art. 71 exime a Administração das dívidas da contratada que não 
guardem relação com o contrato, porém a responsabiliza, de modo solidário 
com o particular, por eventuais débitos previdenciários gerados pela execução 
do Contrato Administrativo. 
Isso significa que somente determinadas dívidas relacionadas ao contrato 
poderão ser cobradas da Administração, e mesmo assim após o insucesso da 
cobrança direta do contratado. Primeiro tenta-se receber do particular, e 
somente em caso de insucesso da cobrança é que a Administração pode ser 
acionada para efetuar os devidos recolhimentos. 
 
Pág. 6 
Vale destacar que o artigo fala somente em débitos previdenciários, mas o 
Tribunal Superior do Trabalho já sumulou a questão, definindo que os débitos 
trabalhistas também devem ser incluídos na responsabilidade solidária da 
Administração, caso se constate que houve falha na fiscalização do 
cumprimento das obrigações contratuais e legais da contratada: 
“Súmula Nº. 331 do TST. 
... 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, 
implica a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas 
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste 
também do título executivo judicial. 
V - Os entes integrantes da administração pública direta e indireta respondem 
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua 
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei nº. 8.666/93, 
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e 
legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade 
não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas 
pela empresa regularmente contratada. 
VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as 
verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação 
laboral.” 
Novamente constatamos a importância da atuação do gestor, pois a 
responsabilidade solidária da Administração citada na lei somente ocorrerá em 
caso de falha na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e 
legais da contratada. 
Portanto, especialmente nos casos de contratos de terceirização de mão-de-
obra, deve o gestor, antes de autorizar o pagamento de qualquer fatura, 
verificar se a empresa realizou o recolhimento de todos os encargos 
trabalhistas e previdenciários (INSS, FGTS, salário, 13º. salário, vale-
transporte, vale-refeição etc.). 
 
Pág. 7 
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das 
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, 
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela 
Administração. 
A subcontratação é permitida em lei, mas só será admitida nos limites e 
condições previstas no edital, e quando a execução da prestação envolver 
objeto complexo, de difícil execução por uma única pessoa. Além disso, exige-
se a comprovação de capacitação da subcontratada para a execução de sua 
parte do contrato. É o caso da maioria das obras de grande porte, como a 
construção de um edifício público. 
Ressaltamos que na hipótese de subcontratação, a Administração não 
estabelece nenhuma relação jurídica direta com a subcontratada, mas a 
responsabilidade desta é solidária com a contratada na execução do contrato. 
“Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido: 
I - em se tratando de obras e serviços: 
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, 
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias 
da comunicação escrita do contratado; 
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade 
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o 
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do 
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei; 
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: 
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do 
material com a especificação; 
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e 
consequente aceitação. 
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento 
far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,mediante recibo. 
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil 
pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela 
perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo 
contrato. 
§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser 
superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente 
justificados e previstos no edital. 
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere 
este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos 
prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à 
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.” 
 
Pág. 8 
O art. 73, a princípio, parece fazer uma diferenciação entre os responsáveis 
pelo recebimento provisório (pelo responsável por seu acompanhamento e 
fiscalização) e pelo recebimento definitivo (por servidor ou comissão designada 
pela autoridade competente). 
Tal diferenciação pode existir, mas não invalida a possibilidade de um único 
servidor – no caso o gestor – realizar ambos os recebimentos, como 
normalmente ocorre na maioria dos Órgãos da Administração Pública. 
Todavia, sempre que o gestor se sentir inseguro para firmar o recebimento 
definitivo devido à complexidade do objeto, deve solicitar formalmente ao seu 
superior hierárquico a formação de comissão especial destinada a tal. 
 
O importante, para a própria segurança do gestor do contrato, é que o objeto 
seja recebido definitivamente nos prazos estabelecidos, pois, caso isso não 
aconteça, tal circunstância poderá caracterizar inexecução contratual, motivo 
para a rescisão unilateral do contrato. 
Porém, isso não significa que o gestor deve receber definitivamente algo em 
desconformidade com o contrato. Lembramos que nessa hipótese deve o 
gestor determinar a correção das eventuais desconformidades, e só após os 
devidos reparos receber definitivamente o objeto do contrato. 
O recebimento definitivo tem, entre suas consequências, a liberação das 
garantias contratuais de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93 – quando 
existentes -, bem como o início da contagem dos prazos de garantia técnica e, 
também, de prescrição e de decadência para possíveis ações judiciais. 
 
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“Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos: 
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; 
II - serviços profissionais; 
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta 
Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações 
sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante 
recibo.” 
O art. 74 traz alguns objetos contratuais que dispensam o recebimento 
provisório, mas não o recebimento definitivo – em muitos casos é praticamente 
impossível o recebimento provisório. Nesses casos o gestor deve registrar o 
recebimento do bem, obra ou serviço, de forma simplificada, mediante recibo. 
Alertamos, porém, que o art. 74 é autorizativo - se o gestor entender que cabe 
recebimento provisório, pode assim proceder. 
“Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de 
ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas 
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta 
do contratado.” 
O art. 75 alerta para a obrigatoriedade do particular custear todos os testes e 
exames necessários ao recebimento do objeto do contrato. Porém, tais provas 
técnicas deverão estar especificadas no ato convocatório, até porque farão 
parte da planilha de custos para a formação do preço do licitante. 
Convém destacar que os ensaios, testes e demais provas a que se refere a lei 
não são cláusulas obrigatórias dos editais, podendo ser exigidos ou não, 
segundo conveniência da Administração. Mas, se forem exigidos, devem estar 
presentes no edital. 
“Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou 
fornecimento executado em desacordo com o contrato.” 
O art. 76 se refere à faculdade da rejeição do objeto contratado pelo gestor, 
fato que ensejará inúmeras consequências que apresentaremos na lição 
seguinte. 
Importante salientar que tanto o recebimento como a rejeição do objeto são de 
competência do gestor. Deve o gestor analisar e avaliar o objeto que está 
sendo entregue, recebendo integralmente, parcialmente, ou rejeitando-o, 
sempre de forma fundamentada. 
É sempre prudente que o gestor, ao pretender rejeitar no todo ou em parte 
obra, serviço ou fornecimento executado, permita que o contratado apresente 
suas contra-razões, que devem ser avaliadas e julgadas à luz dos dispositivos 
contratuais. 
 
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 Vimos nesta lição que a execução dos Contratos Administrativos deve ser 
acompanhada e fiscalizada por um gestor/fiscal ou comissão especialmente 
designada para a tarefa, permitida a contratação de terceiros para auxiliá-los. 
De forma análoga, o contratado deve indicar um preposto para representá-lo 
perante a Administração. 
O gestor, sempre que possível, deve registrar por escrito todas as ocorrências 
relativas ao contrato, bem como evitar comunicações informais com a 
contratada, procurando sempre fazê-lo por meio de correspondências oficiais. 
O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, 
às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se 
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de 
materiais empregados. 
Recebimento Provisório - É o recebimento preliminar do objeto contratado, que 
deverá ser examinado em confronto com as exigências legais e contratuais. 
Deve ser feito de forma expressa, por termo circunstanciado, discriminando 
pormenorizadamente o objeto recebido. 
Recebimento Definitivo - É o reconhecimento da Administração, mediante 
termo circunstanciado, da correta execução e da entrega total do objeto do 
contrato. 
Recai sobre o contratado a responsabilidade por danos causados à 
Administração ou a terceiros, decorrentes da execução do contrato, mesmo 
que de forma involuntária. 
Antes de autorizar o pagamento de qualquer fatura, deve o gestor verificar se o 
contratado realizou o recolhimento de todos os encargos trabalhistas e 
previdenciários (INSS, FGTS, salário, 13º salário, vale-transporte, vale-refeição 
etc.), pois a Administração responde subsidiariamente, nas mesmas condições 
do contratado, caso evidenciada sua conduta culposa na fiscalização do 
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço 
como empregadora. 
A subcontratação da execução de parte de um contrato é permitida em lei, mas 
só será admitida nos limites e condições previstas no edital, e quando a 
execução da prestação envolver objeto complexo, de difícil execução por uma 
única pessoa. 
A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento 
executado em desacordo com o contrato. É sempre prudente que o gestor, ao 
pretender rejeitar no todo ou em parte obra, serviço ou fornecimento 
executado, permita que o contratado apresente suas contra-razões, que devem 
ser avaliadas e julgadas à luz dos dispositivos contratuais. 
Unidade 4 - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos 
“Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com 
as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.” 
Aqui a lei passa a tratar os casos de inexecução contratual e desfazimento do 
contrato. O dispositivo em comento estabelece que a inexecuçãototal ou 
parcial enseja rescisão. 
Entretanto, a sua interpretação não pode ser literal, a ponto de se pretender 
rescindir o contrato por qualquer violação contratual. Deve o gestor, tendo em 
mente o princípio da razoabilidade – a sanção aplicada à irregularidade deve 
ser proporcional à infração cometida pelo particular –, realizar uma avaliação 
séria das ocorrências contratuais, avaliando o risco ao interesse público. 
Vale, mais uma vez, lembrar que a fiscalização contratual não é somente uma 
prerrogativa da Administração, mas sim um dever, cabendo inclusive ao gestor 
a responsabilização por desídia no cumprimento dessa tarefa. Esse é o 
princípio da responsabilidade pessoal do agente público estabelecido no art. 
37, §6º, da CF/88: 
“Art. 37. ... 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa.” 
 
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“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou 
prazos; 
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e 
prazos; 
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a 
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos 
prazos estipulados; 
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento; 
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e 
prévia comunicação à Administração; 
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado 
com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, 
cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; 
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada 
para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus 
superiores; 
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do 
§ 1º do art. 67 desta Lei; 
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; 
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; 
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da 
empresa, que prejudique a execução do contrato; 
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, 
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a 
que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a 
que se refere o contrato; 
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, 
acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no 
§ 1º do art. 65 desta Lei; 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por 
prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas 
suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento 
obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas 
desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, 
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das 
obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o 
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que 
seja normalizada a situação; 
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para 
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como 
das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; 
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente 
comprovada, impeditiva da execução do contrato; 
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das 
sanções penais cabíveis. 
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados 
nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.” 
 
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De acordo com a doutrina normalmente aceita pela maioria dos juristas, a 
rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de quatro formas, a saber: 
Rescisão Administrativa ou Unilateral – realizada por ato unilateral da 
Administração. 
Rescisão Amigável – acontece por acordo entre as partes. 
 
Rescisão Judicial – determinada pelo Judiciário motivado por ação movida por 
qualquer das partes. 
Rescisão de Pleno Direito – ocorre de forma independente de vontade de 
ambas as partes. Seria o caso do falecimento do contratado, por exemplo, ou 
ainda da falência da empresa. 
 Mais uma vez devemos ter em mente o princípio da razoabilidade antes de 
determinar a rescisão de um Contrato Administrativo. Pequenas falhas que não 
colocam em risco a execução do objeto não são motivos suficientes para a 
rescisão de um contrato. O que provoca a rescisão é inexecução que coloque 
em risco o interesse público. 
Curiosidade: É interessante observar neste dispositivo o desequilíbrio em favor 
da Administração que a lei estabelece. Nos motivos de rescisão elencados no 
art. 78, somente os incisos XIII à XVI constituem casos de rescisão provocados 
pela Administração. 
As hipóteses contidas no inciso IX (decretação de falência ou a instauração de 
insolvência civil) devem ser previamente decretadas pelo Judiciário, ou seja, 
pressupõem a existência de sentença judicial de declaração de falência ou, na 
hipótese de insolvência civil, de declaração judicial que determina o vencimento 
antecipado das dívidas da empresa e a arrecadação dos bens passíveis de 
penhora. 
As razões de interesse público mencionadas no inciso XII podem ser 
entendidas como situações de significativa relevância, amplamente 
conhecidas, nas quais a autoridade superior considere inviável a continuação 
da execução do contrato. (exemplos: estado de calamidade, frustração de 
receitas públicas que inviabilizem os pagamentos, grave crise cambial etc.). 
 
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As reduções contratuais superiores a 25% (inciso XIII) – ou 50% no caso de 
reforma de edifício ou equipamento – também configuram motivos para a 
rescisão contratual. 
Por fim, o inciso XVIII faz menção à proibição constitucional de trabalho 
noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos. 
“Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: 
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos 
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; 
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da 
licitação, desde que haja conveniência para a Administração; 
III - judicial, nos termos da legislação; 
IV - (Vetado). 
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização 
escrita e fundamentada da autoridade competente. 
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo 
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos 
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a: 
I - devolução de garantia; 
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; 
III - pagamento do custo da desmobilização.§ 3º (Vetado). 
§ 4º (Vetado). 
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o 
cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.” 
Nos termos do art. 79, a rescisão por ato unilateral ocorrerá nas hipóteses 
contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78, exercendo a Administração suas 
prerrogativas. 
Já nos casos de rescisão motivada por atos da Administração, o término da 
relação contratual poderá ocorrer segundo acordo entre as partes ou por meio 
de decisão judicial. 
A lei estabelece ainda que caso o particular não tenha sido o causador da 
rescisão, terá direito de ser ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive 
devolução da garantia, recebimento de pagamentos devidos até a data da 
rescisão, além do custo de desmobilização. 
 
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O custo de desmobilização é aquele que o particular já despendeu em função 
do início da execução do objeto contratado. Por exemplo, é o caso de uma 
obra em que o contrato é rescindido logo no seu início, tendo a empresa 
montado o canteiro de obra. Todo o custo de montagem e desmontagem do 
canteiro e outros que comprovadamente tenham sido realizados para o início 
da execução do contrato deverão ser ressarcidos. 
 
 Vale mais uma vez repisar o tema responsabilidade pessoal do gestor, pois a 
sua atuação concreta poderá levar a uma rescisão contratual por culpa da 
Administração, dando margem a pedido indenizatório par parte do particular. 
Como exemplo temos o pagamento com atraso pela desídia do gestor; a 
oposição do gestor, sem justificativa plausível, ao pagamento de qualquer 
direito do particular; ou ainda, entre tantas possibilidades, qualquer atitude do 
gestor que dificulte ou impeça o particular de executar suas obrigações. 
 
Marçal Justen Filho assevera que “Essas considerações são imperiosas, para 
evitar que decisões individuais desastrosas desemboquem em condenações 
judiciais milionárias. Tem-se verificado, na experiência dos Tribunais, que 
decisões meramente subjetivas do agente público produzam o nascimento de 
pretensões indenizatórias de montante vultosíssimo. Encerrado o processo, os 
orçamentos públicos sofrem grande oneração. O particular recebe 
indenizações extraordinárias. E, não obstante tal, o agente público que atuou 
para produzir tal resultado não sofre qualquer consequência. É imperioso, 
portanto, que o agente público tome consciência de que o equívoco em suas 
decisões poderá produzir consequências pelas quais ele responderá 
pessoalmente – essa é uma das vias para evitar a situação alarmante que ora 
se verifica.” 
 
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“Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as 
seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei: 
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se 
encontrar, por ato próprio da Administração; 
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e 
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, 
na forma do inciso V do art. 58 desta Lei; 
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e 
dos valores das multas e indenizações a ela devidos; 
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos 
causados à Administração. 
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a 
critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por 
execução direta ou indireta. 
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter 
o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços 
essenciais. 
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de 
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário 
Estadual ou Municipal, conforme o caso. 
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à 
Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.” 
O art. 80 estabelece uma série de consequências que se apresentam nos 
casos de rescisão por ato unilateral, fortalecendo o primado da supremacia do 
interesse público sobre o privado. 
Apesar de terem aparência de punição, tais consequências não têm natureza 
sancionatória, sendo a efetiva punição por inadimplemento tratada em outros 
dispositivos da lei. O que o artigo busca é limitar os possíveis prejuízos da 
Administração com a rescisão do contrato. 
Dessa forma, o art. 80 permite à Administração assumir o objeto em execução, 
no estado e local em que se encontrar, passando a executá-lo de maneira 
direta ou contratando outra empresa para a execução (execução indireta). 
 
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Vimos nesta lição, que a inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua 
rescisão, porém deve o gestor, tendo em mente o princípio da razoabilidade, 
realizar uma avaliação séria das ocorrências contratuais. Pequenas falhas que 
não colocam em risco a execução do objeto não são motivos suficientes para a 
rescisão de um contrato. O que provoca a rescisão é inexecução que coloque 
em risco o interesse público. 
A rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de quatro formas, a 
saber: 
 Rescisão Administrativa ou Unilateral – realizada por ato unilateral da 
Administração. 
 Rescisão Amigável – acontece por acordo entre as partes. 
 Rescisão Judicial – determinada pelo Judiciário motivado por ação 
movida por qualquer das partes. 
 Rescisão de Pleno Direito – ocorre de forma independente de vontade 
de ambas as partes. Seria o caso do falecimento do contratado, por 
exemplo, ou ainda da falência da empresa. 
A rescisão de um Contrato Administrativo por ato unilateral ocorrerá nas 
hipóteses contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei nº. 8.666/93. Já 
nos casos de rescisão motivada por atos da Administração, o término da 
relação contratual poderá ocorrer segundo acordo entre as partes ou por meio 
de decisão judicial. 
Caso o particular não tenha sido o causador da rescisão, terá direito de ser 
ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive devolução da garantia, 
recebimento de pagamentos devidos até a data da rescisão, além do custo de 
desmobilização. 
O gestor deve sempre atuar de modo responsável e vinculado à lei, pois a sua 
atuação concreta poderá levar a uma rescisão contratual por culpa da 
Administração, dando margem a pedido indenizatório por parte do particular. 
Exercícios de Fixação - Módulo II 
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II de estudo do curso Direito 
Administrativo para Gerentes no Setor Público. 
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu 
domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a 
correção imediata das suas respostas! 
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, vá à página inicial do curso e clique 
em Exercício de Fixação – Módulo II.

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