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Funções do tecido ósseo Serve de suporte para os tecidos moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e torácica, bem como no canal raquidiano. Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue, proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis, e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular. Além dessas funções, os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros lons, armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada, para manter constante a concentração desses importantes íons nos líquidos corporais. São capazes ainda de absorver toxinas e metais pesados, minimizando assim seus efeitos adversos em outros tecidos. Matriz Óssea O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea. A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades. Estudos de difração de raios X mostraram que os cristais que se formam pelo cálcio e o fósforo têm a estrutura da hidroxiapatita, com a seguinte composição: Caio(P04) 6(0H)z. Os íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, existindo, portanto, uma camada de água e íons em volta do cristal. Essa camada é denominada capa de hidratação, e facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial. Os cristais de matriz óssea mostram imperfeições e não são exatamente iguais à hidroxiapatita que se encontra nos minerais das rochas. A parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas (95%) constituídas de colágeno do tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanos e glicoproteínas. & glicoproteínas do osso podem ter alguma participação na mineralização da matriz. Outros tecidos ricos em colágeno tipo I, mas que não contêm essas glicoproteínas, normalmente não se calcificam. Em virtude de sua riqueza em fibras colágenas, a matriz óssea descalcificada cora-se pelos corantes seletivos do colágeno. A associação de hidroxiapatita a fibras colágenas é responsável pela rigidez e resistência do tecido ósseo. Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua forma intacta, porém tornam-se tão flexíveis quanto os tendões. A destruição da parte orgânica, que é principalmente colágeno, pode ser realizada por incineração e também deixa o osso com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir. Osteócitos Os osteócitos são as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando as lacunas das quais partem canalículos (Figuras 8.1 a 8.3). Cada lacuna contém apenas um osteócito. Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contatos por meio de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para o outro. Os osteócitos são células achatadas, que exibem pequena quantidade de retículo endoplasmático granuloso, complexo de Golgi pouco des envolvido e núcleo com cromatina condensada. Embora essas características ultraestruturais indiquem pequena atividade sintética, os osteócitos são essenciais para a manutenção da matriz óssea. Sua morte é seguida por reabsorção da matriz. Osteoclastos Osteoclastos Os osteoclas tos são cé lulas moveis, gigant es, muitinu cl eadas e extensamente ramificadas (Figuras 8.3 e 8.4). As ramificações são muito irreg ul ares, com fo rma e espessura variáveis. Frequentemente, nas áreas de reab sorção de tecido ósseo encontram-se porções dilatadas do s os teoclastos, colo cadas em depressões da matriz escavadas pela atividade dos osteoclastos e conhecidas como lacunas de Howsh ip. Os osteoclastos têm citoplasma granuloso, algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e acidófilo nos maduros. Essas células se originam de precursores mononucleados provenientes da medula óssea que, ao con tato com o tecido ósseo, unem -se para formar os osteoclastos multinucleados Osteoblastos Os osteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica (colágeno tipo 1, proteoglicanos e glicopro teínas) da matriz óssea. Sintetizam também osteonectina e osteocalcina. Osteonectina facilita a deposição de cál cio e osteocalcina estimula a atividade dos osteoblastos. Como parte da osteocalcina produzida é transportada pelo sangue, a tua tanto nos osteoblastos locais como nos localizados à dis tância. Os osteoblastos são ca pazes de co nce ntrar fosfato de cálcio, partic ip an do da mine ra li zação da matriz. Disp õem-se sempre nas s uperfícies ósseas, lado a lado, em um arranjo q ue le mbra um epi· télio simples (Figura 8.3). Quando em intensa atividade sintética, são cuboides, com citop lasma muito basófilo. Em contrapartida, em estado pouco ativo, tornam-se achatados e a basofilia citoplasmática diminui. Uma vez aprisionado pela matriz recém -sintetizada, o osteoblasto passa a ser chamad o de osteócito. A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os canaliculos. Os os teo blastos em fase de sín tese mostram as características ultracstruturais das célu las produto ras de proteínas . A matriz óssea recém-fo rmada, adjacente aos osteoblastos Lacunas de howship é o nome dado as lacunas cavadas na matriz óssea pelos osteoclastos. Esses possuem prolongamentos vilosos, com uma zona citoplasmática em volta dessa área, nomeada de zona clara. Esta zona é desprovida de organelas, mas abundante de filamentos de actina. E nessa área onde ocorre a reabsorção óssea. A osteíte fibrosa cística, também denominada doença óssea de von Ricklinghousen, ou somente osteíte fibrosa, trata-se de um distúrbio do esqueleto, resultante do hiperparatireoidismo. A excessiva produção do hormônio da paratireoide (PTH) leva a proliferação dos osteoclastos, que são células do tecido ósseo responsáveis pelo remodelamento ósseo. Desta forma, ocorrerá a substituição do tecido ósseo por fibroso. Antes da década de 1950, praticamente 50% dos pacientes que apresentavam hiperparatireoidismo também eram diagnosticados com osteíte fibrosa cística. Contudo, essa porcentagem caiu para 10%, uma vez que, nos dias de hoje, o hiperparatireoidismo é diagnosticado precocemente. A produção excessiva de PTH pelas glândulas paratireoides pode ser desencadeada pela presença de adenomas ou carcinomas nessas glândulas, por fatores hereditários ou por osteodistrofia renal. Clinicamente, esta desordem caracteriza-se por fraturas ósseas, litíase renal, náuseas, constipação, perda de apetite, perda de peso e fadiga, além da presença de cistos circundando os ossos. A detecção desta moléstia é alcançada por meio de: Exames de sangue, que apontam elevados níveis de cálcio, de PTH e de fosfatase alcalina; Radiografias, capazes de evidenciar fraturas ósseas, cistos e ossos delgados; Biópsia de lesões ósseas, por meio da aspiração por agulha fina (PAAF). O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. Na primeira situação é administrada vitamina D, geralmente por via endovenosa. No segundo caso, é feita a ressecção cirúrgica das glândulas paratireoides, sendo este o tratamento de eleição. Além disso, transplantes ósseos para preencher as lesões causadas pela osteíte fibrosa cística têm sido realizados com sucesso. A maior parte dos pacientes que é submetida à remoção cirúrgica das glândulas paratireoides começa a mostrar a regressão dos cistos dentro de aproximadamente seis meses. No caso da osteomalácia há carência de Vitamina D. A ausência de vitamina D prejudica a deposição de cálcio na matriz osteoide. A matriz osteoide é a matriz óssea antes da deposição do cálcio. O osso produz a matriz porém não consegue mineraliza-la devido a carência de vitamina D o osso com pouca câlcio fica mole.
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