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0 PEDRO CALISTO DE OLIVEIRA PRISCILLA FURTADO MOURA FÁBIO LUSTOZA ORIENTAÇÕES EMPRESARIAIS PARA A EMPRESA HEGEMAN Trabalho apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de: Modelos de Gestão, Gestão de Projetos, Empreendedorismo, Homem, Cultura e Sociedade, e, Legislação Social e Trabalhista. Orientadora: Profa. Zelinda TERESINA 2018 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 02 2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 03 2.1 MODELOS DE GESTÃO ............................................................................................. 03 2.2 GESTÃO DE PROJETOS ............................................................................................. 04 2.3 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................. 04 2.4 HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE ........................................................................ 05 2.5 LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA .............................................................. 06 3 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 08 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 09 2 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como tema as normatividades legais e as orientações empresariais para a abertura de filiais da empresa de móveis HEGEMAN. O objetivo principal deste é apresentar uma proposta de nova gestão e nova modalidade de contratação de funcionários, para que se chegue a um resultado positivo. Para chegar a um projeto eficiente, se faz necessário compreender se a gestão da empresa está preparada para crescer em outras cidades e trabalhar com outras modalidades de contratação e por consequência, gestão. O trabalho está dividido em tópicos de acordo com a relevância de compreensão de cada um, buscando convencer o Empresário Rubens, Diretor da HEGEMAN, a se adequar a uma nova modalidade empresarial. 3 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 MODELOS DE GESTÃO O modelo de gestão adotado pela empresa HEMEJAN é o “Modelo Burocrático”, este tem como principal característica a centralização das decisões, o que torna como principal ponto negativo a falta de agilidade na resolução de atividades, pois nem sempre o principal responsável, como o diretor ou o presidente da empresa, está a disposição de cada setor para resolver a demanda. Outro ponto a ser pensado a respeito desse modelo é o fato de as relações pessoais serem estritamente ligadas a cargos dependentes entre si, o planejamento de trabalho é engessado pois não da abertura para adequações e assim se faz um serviço mecanicamente sem ligação com a as novidades existentes no mercado. Sem dúvida, o modelo contemporâneo. Pelo simples fato de fazer com que os colaboradores tenham autonomia e sintam-se co-proprietários dos processos organizacionais. Esta autonomia reflete em responsabilidade, comprometimento. O ambiente fabril comprometido com os resultados torna-se mais produtivo, mais amistoso, mais sociável e não menos responsável (CANTÍDIO, 2012). Para que a empresa HEMEJAN possa desenvolver melhor seu trabalho é necessário que ela adquira um modelo de gestão mais participativo e ágil, sendo assim o modelo contemporâneo abre espaço para inovações, relações interpessoais e colaboração de todos em prol do mesmo objetivo. O modelo contemporâneo traz consigo a ideia do trabalho em equipe, fazendo de cada departamento da gestão importante para o sucesso da empresa. O líder da gestão por resultados é o gestor que se compromete a decidir em conjunto com a equipe a conquistar aquilo que se objetiva através dela e de sua força de trabalho. Existe uma dinâmica na administração por resultados que remonta quaisquer técnicas, livros de regras ou receitas mirabolantes de sucesso. Essa dinâmica se chama "gente". (...) Ao tratarmos com pessoas, teremos as mais sortidas experiências de sucesso e de fracasso, de expectativas e dissabores, risos e choros, pois a cultura e os valores do ser humano mudam ao longo da vivência de suas próprias experiências. Desta forma, estaremos sempre aprendendo com todos, as formas mais eficazes de sermos eficazes. A Gestão por resultados implica em fazer com que as pessoas simplesmente façam em grupo o melhor que se conseguiria fazer (JUNIOR, 2012, S/P). Assim, em se tratando de melhor gestão para uma empresa hoje, temos a Gestão por Resultados em que todos os setores da empresa focam nos resultados e no sucesso, todos se 4 comprometem em realizar a sua função. O gestor geral delega funções e todos se sentem parte da empresa. 2.2 GESTÃO DE PROJETOS Quando se busca uma preparação para o mercado competitivo e se pensa em abrir novas filiais e para isso é necessário fazer uma Estrutura Analítica de Projeto - EAP. O EAP tem como principal objetivo definir a intenção do que se busca, através de partes conectadas, porém seriadas, para que se possa ter uma visão organizada do que se planeja, de forma estruturada e clara apresentando cada fase importante do processo. 2.3 EMPREENDEDORISMO A Global Entrepreneurship Monitor – GEM apresenta um estudo quantos a fatores limitantes para se abrir uma empresa, como as políticas fiscais e tributárias, muita burocracia, a escassez de apoio financeiro principalmente no início de um empreendimento, e a educação ou capacitação de mão de obra que muitas vezes não tem no lugar que se quer abrir a empresa (SEBRAE, 2016). Na busca de melhorias os especialistas afirmam que para melhorar o mercado para abertura de novas empresas é necessário que o governo consiga manter-se em comunicação com a classe empresarial dando apoio e principalmente no que se refere à abertura de empresas. Além disso deveria existir um conhecimento mínimo de administração e recursos financeiro, aplicando as noções básicas a partir do ensino fundamental, assim a mão de obra não ficaria tão aquém do que se precisa hoje no mercado de trabalho (SEBRAE, 2016). Se faz importante entender sobre a cultura de inovação, assim Serra, Fiates e Alpersted (2007) destacam a importância de uma cultura inovadora para um ambiente favorável à inovação. Salientam que uma postura inovadora nem sempre é fácil, pois depende de um ambiente favorável, de pessoas criativas e sem medo de errar, de recursos para pesquisas e uma interação muito próxima com o mercado e seus atores, de modo a perceber as oportunidades existentes (SERRA, FIATES, & ALPERSTED, 2007, p. 182, apud BRUNO-FARIA; FONSECA, 2014, p. 378). É necessário se compreender que uma gestão burocrática não conseguiria, por exemplo, aplicar na sua empresa uma cultura de inovação, porque necessita da participação de 5 todos e da criatividade de cada um, assim como também precisa de investimento financeiro muitas vezes. 2.4 HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE Um fator importante a ser pensado é que levando em conta a transição de uma gestão burocrática para uma gestão contemporânea, deve-se analisar o fator cultural de cada gestor, no caso da empresa HEMEJAN, o Sr. Rubens tem a experiênciaburocrática na empresa e seus outros gestores buscam a inovação e a criatividade, percebe-se aí também um conflito de gerações. Há estudos do filósofo Jurgen Habermas se referindo à Ética Dialógica ou Discursiva, ele apresenta a teoria de Kant porém com algumas ressalvas. Habermas faz uma relação de moralidade com democracia e afirma que é necessário a interação de todos para que se chegue a um objetivo desejado. E não se deve esquecer a perspectiva trabalhada por Kant de que não há nenhum autêntico princípio supremo da moralidade que, independente de toda a experiência, não tenha de fundar-se somente na razão pura. Pois, para Kant, só o ser racional tem a capacidade de agir segundo a representação das leis, isto é, segundo princípios, pois só ele tem uma vontade autônoma. Para que o homem possa derivar as ações das leis é necessária a razão, isto leva Kant a dizer que a vontade não é outra coisa senão a razão prática (HUPFFER, S/A, p. 04). Dessa forma Kant afirma que não se deve excluir totalmente a experiência e nem a prática adotada por anos numa empresa, sendo que essas são as práticas que vem sendo adotadas e que estão conseguindo manter aberta a empresa mesmo no mercado competitivo e inovador. Entende-se então que deveria existir o equilíbrio, em que a experiência deveria contar assim como a inovação, em que todos da gestão possam interagir e diante das suas ideias chegarem a um consenso e aplicá-lo. O modelo de gestão burocrática não pode de todo ser esquecido, assim como o modelo contemporâneo não deveria dominar sobre o anterior, para isso, se faz necessário entender que a experiência obtida com a prática e com o tempo tem seu valor dentro de uma empresa, e que a inovação se apresenta diante da globalização e da tecnologia que a todo momento vem mostrando novidades. Em Kant, uma vontade livre e uma vontade sujeitas a leis morais podem ser consideradas a mesma coisa, na medida em que uma vontade absolutamente boa é aquela que em sua máxima pode sempre em si conter a lei universal. O 6 bem supremo em Kant é constituído pela moralidade que deriva exclusivamente da propriedade da liberdade. O que o leva a aferir que o princípio supremo de toda eticidade é a consciência da liberdade que nos faz agir motivado por leis morais, por advir da vontade livre (HUPFFER, S/A, p. 09). Portanto, é interessante salientar que o meio termo entre as duas gestões é essencial para um bom funcionamento da empresa. O gestor burocrático precisa flexibilizar mais sua empresa delegando funções e os seus gestores precisam reconhecer a relevância da presença e da experiência do gestor geral. 2.5 LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA Para que o Sr. Rubens possa ampliar sua empresa criando filiais é aconselhável que se contrate pela modalidade de serviços temporários. O setor de criação e design, por exemplo, pela modalidade de teletrabalho ou home office. Pra melhor entender o que a vem a ser o teletrabalho a CLT, no seu artigo 75-B afirma ser uma “prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”. No que se refere ao regime de horas e às normas que asseguram a legalidade da contratação nessa modalidade, levando em conta também direitos e deveres de empregado e empregador, acredita-se que para se atribuir uma interpretação conforme à Constituição, de modo a compatibilizar os dispositivos da CLT, o inciso III do art. 62 deve ser compreendido como: encontram-se excluídos da proteção da jornada os teletrabalhadores que não possuem nenhuma forma de controle do tempo de trabalho. Isto é, aqueles empregados que iniciam e terminam suas atividades no horário que bem entenderem, com total liberdade. A cobrança patronal é feita por meio de metas e resultados, sem acompanhar os momentos em que a atividade está efetivamente sendo desempenhada. Os teletrabalhadores que sofrerem vigilância dos períodos de conexão, controle de login e logout, localização física, pausas ou ligações ininterruptas para saber o andamento dos trabalhos, especialmente se de forma periódica, estão enquadrados na disposição do art. 7° da CF/88 e no art. 6°, parágrafo único da CLT e possuem direito à proteção da jornada, inclusive eventuais horas extras (MELO, 2018, S/P). Dessa forma, percebe-se que por mais que o empregado não esteja na empresa, existe o regime de horas a cumprir ou uma demanda a ser executada, isso vai depender do que estará definido em contrato previamente estabelecido entre empregado e empregador, mas o empregador se responsabiliza pelo pagamento de horas extras comprovadamente trabalhadas. 7 No que se refere à marcenaria será necessário terceirizar, ou seja, contratar uma empresa que possa produzir o material final da empresa HEGEMAN, por não precisar contratar pessoal sem que haja espaço e material para isso. Então, de acordo com o que diz a Lei 12.429/2017 no seu texto, Art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. § 1º É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal (BRASIL, 2017a). No que se refere ao contrato intermitente, modalidade conveniente para os representantes comerciais, a Lei 13.467/2017 diz que §3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, inclusive as disciplinadas por legislação específica (...). § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I - remuneração; II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; III - décimo terceiro salário proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais (BRASIL, 2017b). Portanto, para cada setor do produto final, desde a produção à venda, existe a possibilidade de fazer o contrato legalmente sem que a empresa possua uma folha de pagamento mensal inchada, mas planejada e de acordo com a demanda existente em cada filial. 8 3 CONCLUSÃO Com o que foi visto, percebe-se que para o novo mercado se faz necessário ter uma base na gestão, fortalecida o suficiente para que todo o processo de produção e venda seja efetuada de forma plausível. A gestão precisa estar fundamentada legalmente em se tratando de seus ideais e seus propósitos, pois, todos os departamentos precisam cumprir com seu dever, preocupando-se com a qualidade do serviço e da mão de obra. É necessário contratar de acordo com a necessidade da empresa, mas isso não exclui as obrigações legais de contratação de acordo com a modalidade adotada. Dessa forma, a empresa HEGEMAN, primeiramente precisa reformar a gestão, ou seja, passar a ser gestão participativa, em que todos buscam de forma específica, fazer parte do processo de busca por resultados positivos, lucratividade. É necessário lembrar que para a abertura de filiaistraz riscos, ou seja, é importante que se faça uma análise de mercado, considerando a demanda, custo, tributos e mão de obra especializada naquilo que a empresa produz. Para tanto, é possível, considerando todos os pontos aqui analisados, que a empresa de MÓVEIS HEGEMAN possa abrir novas filiais sem que haja prejuízo. 9 REFERÊNCIAS BRASIL a., LEI 12.429/2017. Altera dispositivos da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros. Disponível em: <<<http://www.planalto.gov.br/ccivil03/_ato2015- 2018/2017/lei/L13429.htm>>>. Acesso em 01 de maio de 2018. b., LEI Nº 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em: <<http://www.sinduscon-rio.com.br/n_agenda/d_140717/13467.pdf>> Acessado em: 06/05/2018. BRUNO-FARIA, Maria de Fátima; FONSECA, Marcus Vinicius de Araújo. Cultura de Inovação: Conceitos e Modelos Teóricos. Revista Anpad. V. 18, N. 4. 2014. Disponível em: <<<http://www.scielo.br/pdf/rac/v18n4/1415-6555-rac-18-04-00372.pdf>>>. Acesso em 02 de maio de 2018. CANTÍDIO, Sandro. Diferenças entre o modelo burocrático e o modelo contemporâneo. 04/12/2012. Disponível em: <<<https://sandrocan.wordpress.com/tag/modelo-de-gestao-burocratico/>>>. Acesso em 01 de maio de 2018. Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: <<<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>>>. Acesso em 05 de maio de 2018. HUPFFER, Haide Maria. O princípio da autonomia na ética kantiana e sua recepção na obra direito e democracia de Jürgen Habermas. Disponível em: <<<http://www.anima-opet.com.br/pdf/anima5-Seleta-Externa/Haide-MariaHupffer.pdf>>>. Acesso em 03 de maio de 2018. JUNIOR, Carlos Giordano. Gestão por Resultados. 2012. Disponível em: <<<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/gestao-por-resultados/63210/>>>. Acesso em 10 de maio de 2018. MELO, Geraldo Magela. O trabalho na nova CLT. Disponível em: <<<https://www.anamatra.org.br/artigos/25552-o-teletrabalho-na-nova-clt>>>. Acesso em: 13 de maio de 2018. SEBRAE. Global Entrepreneurship Monitor 2016. <<<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bd s.nsf/b4607994f241c36ef87a76f233fda2cf/$File/7578.pdf>>> Acesso em 03 de maio de 2018.
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