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DIREITO DO CONSUMIDOR

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DIREITO DO CONSUMIDOR
Consumidor: é qualquer pessoa que compra um produto ou que contrata um serviço, para atender suas necessidades pessoais ou familiares. 
“Art. 2°: – Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” 
“Parágrafo Único: Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.”
Acerca da definição de consumidor, podemos, ainda, destacar duas teorias: 
Finalista: entende que só pode ser considerado como consumidor aquela pessoa que adquire o produto para consumo final; 
Maximalista: considera consumidor aquela pessoa que retira o produto do mercado de consumo, seja para produção ou não. 
De igual modo, é equiparado a consumidor as vitimas de acidentes causados por produtos defeituosos, mesmo que não os tenha adquirido (art. 17, CDC), bem ainda as pessoas expostas às práticas abusivas previstas no Código do Consumidor. A exemplo disso, podemos citar o taxista que aufere lucro, mas por ser vulnerável na relação de consumo, aplica-se a regra contida no artigo 29 do CDC.
 Fornecedor: São pessoas, física ou jurídicas, que criam ou colocam produtos ou serviços para os consumidores. 
“Art. 3°: - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.”
Na seqüência, faz-se interessante mencionar a distinção entre produto e serviço, sendo o primeiro “qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” – Ex.: toda mercadoria colocada à venda no comércio, como automóvel, roupa, casa, alimentos, etc., e o segundo como “toda atividade fornecida no mercado de consumo em troca de uma remuneração”. 
Relação de Consumo: Para alguém vender, é preciso ter pessoas interessadas em comprar ou do contrario: para alguém comprar um produto é preciso ter alguém para vender. Essa troca de dinheiro por produto ou serviço, entre o fornecedor e o consumidor, é uma relação de consumo. 
Isto posto, podemos concluir que o Código de Defesa do Consumidor é um conjunto de normas que regulam as relações de consumo, protegendo o consumidor e colocando os órgãos e entidades de defesa do consumidor a seu serviço. Ex.: é tudo o que você paga para ser feito, como corte de cabelo, conserto de carro, de eletrodoméstico, serviço bancário, etc.
Teoria Finalista Aprofundada ou Teoria finalista mitigada: Se há uma das relações de vulnerabilidade, há uma relação de consumo. O STJ não questiona se a teoria a ser aplicada é a Finalista ou Maximalista e sim se há vulnerabilidade. O STJ se diz finalista, limitando o conceito de consumidor. Para o STJ, consumidor é aquele que retira o produto do mercado e não o utiliza para auferir lucro, porém, se existe, nesta relação, uma vulnerabilidade, então, ainda que haja lucro, haverá relação de consumo. Essa é a teoria chamada de Teoria Finalista Aprofundada ou Teoria finalista mitigada.
Serviço Público: É todo aquele prestado pela administração pública. São os serviços de saúde, educação, transporte coletivo, água, luz, esgoto, entre outros. 
Os serviços públicos são prestados pelo próprio governo ou o governo contrata empresas particulares que prestam serviços. São obrigados a prestar serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Quando o CDC incluiu o serviço público no rol de fornecedores, claro está se tratando de dispositivo específico, de forma que abrange os serviços essenciais de fornecimento de água, luz e esgoto (art. 22 do CDC). 
Interrupção: Como a norma preceitua que são contínuos os serviços essenciais, ilegal é a interrupção em seu fornecimento, ainda que em se tratando de inadimplência do consumidor. Mas infelizmente hoje o stj traz a possibilidade de interrupção desde que haja aviso prévio do corte!
Serviço Público: É todo aquele prestado pela administração pública. São os serviços de saúde, educação, transporte coletivo, água, luz, esgoto, entre outros. 
Os serviços públicos são prestados pelo próprio governo ou o governo contrata empresas particulares que prestam serviços. São obrigados a prestar serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Quando o CDC incluiu o serviço público no rol de fornecedores, claro está se tratando de dispositivo específico, de forma que abrange os serviços essenciais de fornecimento de água, luz e esgoto (art. 22 do CDC). 
Interrupção: Como a norma preceitua que são contínuos os serviços essenciais, ilegal é a interrupção em seu fornecimento, ainda que em se tratando de inadimplência do consumidor. 
Serviços Bancários: As instituições financeiras ingressaram com a ADIN n. 2591 para excluir do artigo 3° do CDC as relações bancárias. Porém, melhor sorte não assiste as instituições financeiras, primeiro, porque a atividade praticada pelos bancos é por força de lei considerada comercial, imputando-se aos comerciantes o CDC. Ainda que não fosse, por natureza é a atividade bancária essencialmente de prestação de serviços, também correlata ao CDC. 
PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES DE CONSUMO
a) Vulnerabilidade: pressupõe que o consumidor é hipossuficiente. O protótipo do consumidor carente de proteção é a pessoa que, individualmente, não está em condições de fazer valer as suas exigências em relação aos produtos e serviços que adquire, pois tem como característica carecer de meios adequados para se relacionar com as empresas com quem contrata. É tamanha a desproporção entre os meios que dispõem as empresas e o consumidor normal, que este tem imensas dificuldades de fazer respeitar os seus direitos.
b) Dever do Estado: Está bem expresso no artigo 5°, inciso XXXII, da Constituição Federal: “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Assim, compete ao Estado criar mecanismos administrativos e judiciais de proteção ao consumidor. 
c) Dignidade: Trata-se de garantia fundamental constitucionalmente prevista, para que o consumidor seja tratado de forma que se constate que o mercado existe para atender as necessidades do consumidor, e não o consumidor atender as necessidades do mercado.
d) Saúde e Segurança: Todos os produtos colocados no mercado devem ser adequados de forma a zelar pela saúde e segurança do consumidor.
e) Interesse Econômico: Quando o fornecedor entrou no mercado ele assumiu os riscos do seu negócio, de forma que os interesses econômicos lhe gerarão sempre a responsabilidade de zelas pelas perdas que causar ao consumidor. 
f) Transparência: O nosso Código adotou o princípio da transparência com intuito de obrigar o fornecedor a permitir que o consumidor saiba o que está consumindo, todavia, o que tem acontecido é que o fornecedor respeita apenas o princípio da informação, levando ao consumidor um conjunto mínimo necessário de informações sobre o produto ou serviço.
g) Boa-Fé: Talvez o principal princípio previsto no CDC, pois garante o equilíbrio nas relações contratuais. Se considerarmos que de um lado temos alguém consumindo e que na outra ponta temos alguém buscando desenvolvimento econômico, logo vamos perceber que o consumidor estaria enfraquecido nessa relação, senão fosse pelo fato do legislador ter incorporado à norma consumerista o princípio da boa-fé objetiva, pressupondo que as partes devam agir com lealdade e respeito mútuo. 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
Artigo 6, do CDC
Proteção da vida e da saúde: O fornecedor de produtos e serviços deve advertir ao consumidor sobre possíveis riscos que o produto ou o fornecimento do serviço posto no mercado de consumo possa oferecer à sua saúde ou segurança. 
Educação para o consumo: O fornecedor de produtos ou serviços deve prestar ao consumidor orientação sobre o consumo adequado e correto dosprodutos e serviços colocados no mercado. 
Liberdade de escolha de produtos e serviços: O consumidor tem o direito de optar pelo produto ou serviço que lhe convier. 
Informação: Todo produto deve trazer informações claras e precisas sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o modo de utilizá-lo, assim como para todo serviço deve ser esclarecido à forma e o local de sua prestação, preço, tempo de duração, etc.
Proteção contra publicidade enganosa e abusiva: “Prometeu, tem que cumprir”. O consumidor tem o direito de exigir que se cumpra toda a oferta anunciada pelo fornecedor de produtos ou serviços, que inúmeras vezes se utiliza de publicidade enganosa para captar e ludibriar o consumidor que somente buscou o fornecedor em razão do “atrativo” que chegou a seu conhecimento. 
Proteção contratual: O contrato não obriga o consumidor caso este não tome conhecimento de todo seu conteúdo. Em assim sendo, quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas ou quando forem prejudiciais ao consumidor, este pode pedir sua modificação ou anulação em juízo. 
Indenização: Quando for prejudicado, o consumidor tem o direito de receber a efetiva reparação daquele que lhe vendeu determinado produto ou lhe prestou o serviço. 
Acesso à Justiça: O consumidor que for prejudicado pelo fornecedor pode recorrer à Justiça e pedir o reconhecimento de seu direito violado, exigindo a sua efetiva reparação. 
Facilitação da defesa dos seus direitos: O CDC facilitou a defesa dos direitos do consumidor, permitindo, em certos casos (vulnerabilidade ou hipossuficiência), a inversão do ônus de provar os fatos. 
Qualidade dos serviços públicos: Existem normas no Código de Defesa do Consumidor que asseguram a prestação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom atendimento do consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias desses serviços. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO CDC
CDC: O Código de Defesa do Consumidor tratou a responsabilidade civil do fornecedor em duas sessões específicas, a primeira tratando da Responsabilidade Civil pelo Fato do Produto ou do Serviço e a segunda cuidando da Responsabilidade Civil por Vício de Quantidade e Qualidade existente nos produtos ou serviços. Em ambos os casos o legislador tratou de incorporar a Teoria do Risco, encerrando assim, a responsabilidade objetiva. 
Teoria do Risco no CDC: O critério que se adotou para definir a responsabilidade do fornecedor como sendo objetiva foi o risco do negócio. Uma vez que a nossa Constituição Federal prega a livre iniciativa e a liberdade de mercado, o Estado encontra-se fora da relação direta de consumo, permitindo que essa relação seja realizada entre fornecedor e consumidor sem a interveniência dos órgãos estatais. Logo, ao colocar um produto ou serviço no mercado o fornecedor tem a liberdade de decidir se vai investir em técnicas de pesquisa ou não. Quanto maior o investimento em técnicas de pesquisa do produto ou serviço, menor será a probabilidade de causar algum problema, ao contrário, quanto menor a pesquisa realizada, maior a possibilidade de erros e conseqüentemente causar danos, daí porque se dizer que o fornecedor assumiu o risco do negocio. E é lógico, se o fornecedor assumiu o risco do negócio responderá integralmente pelos danos causados. 
Abrangência: A abrangência que se verifica no CDC é a mesma para a responsabilidade civil em seu sentido extenso, ou seja, prevê a indenização por danos materiais, lucros cessantes e danos morais. Tratou o CDC, ainda, de separar defeito de vício para verificar a extensão do dano. 
I- Vício: Qualquer anomalia relativa à qualidade e a quantidade do produto que o torne impróprio para o consumo naquele estado. Assim, reclamando o consumidor de um vício existente no produto ou no serviço, será ressarcido ou o produto substituído. 
	Vício aparente: É aquele que aparece assim que se tente usar o produto ou serviço. É visível, de fácil constatação. 
	Vício oculto: É aquele de difícil visualização, só aparece após algum tempo de utilização. 
II- Defeito: O defeito aparece em produto que existe o vício, porém, a extensão do dano causado ultrapassa a qualidade ou quantidade do produto, de forma que atingirá o patrimônio pessoal do consumidor e ou de terceiro. 
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO
Conceito: Trata-se de responsabilidade civil advinda de defeito constatado no produto ou serviço, gerando ao fornecedor o dever de indenizar independentemente de culpa.
Excludentes de Responsabilidade: O fornecedor não responderá pelos danos se conseguir provar que esse ocorreu em virtude de culpa exclusiva do próprio consumidor ou de terceiro, ou que não houve o dano.
	- Culpa exclusiva do consumidor: não há muito que se falar sobre isso, apenas que o consumidor por manipulação indevida tenha provocado o acidente de consumo, inclusive o equiparado.
	- Culpa exclusiva de terceiro: é importante ressaltar que terceiro é alguém estranho à relação de consumo, não podendo incluir o consumidor por equiparação, o empregado do fornecedor ou qualquer outra interveniente nessa relação. 
	- Ausência de dano: trata-se de hipótese de desconstituição do direito do consumidor, cabendo integralmente ao fornecedor o ônus da prova. 
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO OU SERVIÇO
Conceito: Será considerado viciado o produto ou o serviço que possuir um vício de quantidade ou qualidade que os tornem impróprios para o consumo, quando constatados dentro do prazo de garantia do mesmo. 
	Vício de Qualidade: Diz respeito ao funcionamento do produto ou do serviço propriamente dito, tornando-os impróprios ou inadequados ao consumo ou ainda lhes diminuindo o valor. Ex.: data de validade vencida. 
	Vício de Quantidade: Diz respeito à quantidade de produto ou serviço ofertado e efetivamente entregue e não correspondente. Pode ser: 
- no recipiente ou na embalagem; 
- no rótulo;
- na publicidade; 
- na apresentação; 
- na oferta; 
- no contrato; 
- na consulta efetuada pelo consumidor.
Prazo para ressarcimento: A lei definiu o prazo de 30 dias para o fornecedor fazer o ressarcimento. Não o fazendo nesse prazo, transferirá para o consumidor a escolha sobre a forma em se tratando de vício de qualidade. Já nos vícios de quantidade, o ressarcimento deve ser feito de imediato e a escolha do consumidor. 
Contagem única: O prazo de 30 dias é único e não renovável, exceto naqueles casos em que apareça um novo vício no mesmo produto ou serviço que não tenha ligação com o primeiro. 
Formas de Ressarcimento: 
	- Substituição do produto: É feita a substituição do produto por outro idêntico ou de mesmo valor.
	- Restituição das quantias pagas: Seria a devolução do dinheiro despendido acrescido de perdas e danos, além dos valores pagos serem atualizados monetariamente. 
	
	- Abatimento proporcional do preço: Caso exista a possibilidade de diminuição do valor do produto ou serviço, sem que comprometa a sua funcionalidade, poderá se operar com o ressarcimento do consumidor. 
Meio processual: Caso o fornecedor não se responsabilize pelo prejuízo que deu causa e tampouco aceite a opção feita pelo consumidor, poderá responder por uma ação de obrigação de fazer, sujeito inclusive a uma antecipação de tutela. 
Uso Imediato das Formas de Ressarcimento: A lei prevê algumas hipóteses em que o ressarcimento tenha que ser feito de maneira imediata:
	- Quando comprometer a qualidade do produto: Situação em que o vício existente em um componente impede o funcionamento do aparelho, existindo outros aparelhos com o mesmo fornecedor. 
	- Quando comprometer as características do produto: O produto sendo único ou com características especiais e não há peças de reposição. 
	- Quando se tratar de produto essencial: Tais como gêneros alimentícios ou medicamentos. 
RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR
Arts. 12 a 25 do CDC
	Um produto ou um serviçoé defeituoso quando não oferecer a segurança que dele se espera (art. 12, §1° do CDC).
Existem vícios de qualidade e quantidade do produto. Os vícios de qualidade dividem-se em vícios por inadequação (o produto é inadequado ao fim que se destina) e por insegurança (o produto apresenta defeito).
Os fornecedores são responsáveis pelos vícios de qualidade ou quantidade do produto (art. 18, CDC).
Os vícios nos produtos e nos serviços podem causar danos físicos aos consumidores, colocando em risco sua segurança. Estes danos decorrem dos chamados acidentes de consumo, ou seja, acidentes causados pelo produto defeituoso (art. 12, CDC).
O fornecedor, independentemente da existência de culpa, é responsável pelos danos causados pelo produto defeituoso ou por não ter dado informações e adequadas sobre a utilização do produto e eventuais riscos que ele pode oferecer. 
	Todas as vezes que um produto ou serviço causar um acidente os responsáveis são:
- o fabricante ou produtor;
- o construtor;
- o importador;
- o prestador de serviço.
	O comerciante também é responsável pelos danos quando (art. 13, CDC):
- O fabricante, construtor, produtor ou importador não forem encontrados;
- O produto não tiver a identificação clara do fabricante, produtor, construtor ou importador;
- Não conservar os produtos perecíveis como se deve. 
	Quando existir vícios na prestação de serviços, o consumidor pode exigir a sua alternativa (art. 20, CDC):
- Que o serviço seja feito novamente sem pagar nada;
- Abatimento do preço; 
- Devolução da quantia paga, em dinheiro, acrescida de correção monetária.
Se o defeito for de fabricação do produto, o fornecedor tem 30 dias para corrigi-lo ou saná-lo. Depois desse prazo, se o produto apresentar problemas ou aparecer novamente o mesmo vício após seu conserto, o consumidor pode exigir (art. 18, CDC):
- A troca do produto;
- O abatimento do preço;
- O dinheiro de volta, com suas devidas correções monetárias. 
	Se o problema for na quantidade do produto, o consumidor tem direito de exigir (art. 19, CDC): 
- A troca do produto;
- O abatimento no preço; 
- Que a quantidade seja completada de acordo com que está escrito na embalagem ou com a que o consumidor pediu;
- O dinheiro de volta, com atualização monetária. 
GARANTIA
No Código de Defesa do Consumidor existem dois tipos de garantia: a legal e a contratual. 
	A garantia legal não depende de contrato prévio, pois já esta prevista em lei (arts. 26 e 27, CDC).
	A garantia contratual completa a legal e é dada pelo próprio fornecedor. É chamada de Termo de Garantia (art. 50, CDC).
O Termo de Garantia deve explicar:
- O que está garantindo;
- Qual o seu prazo;
- Qual o lugar em que ele deve ser exigido. 
	O termo de garantia deve ser acompanhado de um manual de instruções ilustrado, em língua portuguesa e de fácil entendimento. 
Garantia Legal: É a garantia prevista no art. 26 do CDC. O consumidor tem prazo para reclamar de possíveis vícios de fácil visualização no produto ou serviço de: 
	30 dias – para produtos ou serviços não duráveis (Ex.: alimentos, remédios, serviço de lavanderia, etc.) 
	90 dias – para produtos ou serviço duráveis (eletroeletrônicos ou serviços de reforma, dentro outros).
	
Esses prazos são contados a partir da data que o consumidor recebe o produto ou que o serviço foi executado. 
Se o vício for oculto, ou seja, de difícil visualização, os prazos começam a contar a partir da data em que apareceu tal vício.
Garantia Contratual: É a garantia dada pelo fornecedor com prazo superior ao mínimo legal estabelecido. 
Decadência: Findo o prazo previsto em garantia, terá o consumidor operado a decadência de seus direitos restando, portanto, somente a possibilidade de ressarcimento de danos provocados pelo produto ou serviço. 
Interrupção e Suspensão da Decadência: O consumidor tem que dar ciência inequívoca ao fornecedor, notificando-o sobre a identificação do vício no produto ou no serviço, cobrando as devidas providências. 
Prescrição: Prazo em que o consumidor pode acionar judicialmente o fornecedor para buscar ressarcimento por fato do produto ou do serviço. 
	Prazo – o prazo previsto no CDC é de 5 anos.
	Início – o início do prazo prescricional começa a contar a partir do conhecimento do dano ou do conhecimento do autor do dano. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Quando se cria uma pessoa jurídica, tem-se que a responsabilidade pelas obrigações contraídas pela sociedade (pessoa jurídica) é única e exclusivamente a ela imputada, entretanto, havendo comprovada má-fé por parte do empresário constituído na forma de sociedade regular, pode aquela personalidade jurídica ser considerada para atingir o patrimônio pessoal dos sócios de forma a garantir a recomposição das perdas (art. 28, CDC). Isto ocorre, quando a sociedade houver praticado em desfavor do consumidor:
a) Abuso de direito e excesso de poder – trata-se da hipótese em que alguém dispondo de determinado direito subjetivo o use de forma a lograr outros proveitos que não inerentes a ele. Como exemplo, a chamada venda sinergética ou venda casada, em que o empresário une dois produtos em uma oferta, sendo que um deles é totalmente inútil ao consumidor e outro essencial, sendo que só poderá adquirir um se levar o outro; 
b) Infração da lei e fato ou prática de ato ilícito – prática de ato contrário à lei; 
c) Violação dos estatutos ou contrato social – o empresário pratica atos além dos previstos em seu objeto no instrumento de contrato social ou em seu estatuto social, ato este que resulta dano ao consumidor;
d) Má administração – qualquer ato praticado pelo empresário ou por seu preposto na administração da sociedade que importe em falta de perícia técnica para o exercício profissional; 
e) Obstáculo ao ressarcimento – todos os bens patrimoniais encontram-se em nome dos sócios, deixando a sociedade sem nada para responder pelos danos a não ser as próprias quotas sociais sem valor quando o conjunto de bens não forneça um amparo mínimo necessário. 
Por fim, insta salientar que respondem, inclusive, as empresas que encerraram suas atividades, sem, contudo, darem providências à respectiva baixa perante a Junta Comercial. 
PROTEÇÃO CONTRATUAL
Contrato é um acordo por escrito que duas ou mais pessoas fazem de comum acordo, relacionando-se os direitos e os deveres tanto de uma parte (fornecedor), quanto da outra (consumidor). Igualmente, é primordial que o contrato seja elaborado com letras em tamanho de fácil leitura, linguagem simples, devendo as cláusulas que limitem os direitos do consumidor estar bem destacadas.
Contrato de Adesão (art. 54, CDC): É aquele que o consumidor não tem possibilidade de discutir as cláusulas ou regras do contrato, que foram redigidas unilateralmente pelo fornecedor. Comumente entrega-se um contrato padronizado, em que o consumidor diante da oferta se vê obrigado a aceitar todas as condições que lhe forem impostas (ex.: contrato de telefonia fixa).
CLÁUSULAS ABUSIVAS E PROIBIDAS
As cláusulas abusivas são aquelas que geram desvantagens manifestadamente exagerada ou prejuízo para o consumidor em beneficio do fornecedor. Essas cláusulas são nulas. O exemplo disso pode citar o rol exemplificativo contido no artigo 51 do CDC como sendo cláusulas abusivas. São as que: 
- Diminuam a responsabilidade do fornecedor, no caso de dano ao consumidor;
- Proíbam o consumidor de devolver o produto ou receber o dinheiro de volta quando o produto ou serviço não forem de boa qualidade; 
- Estabeleçam obrigações para terceiros, além do fornecedor ou consumidor;
- Coloquem o consumidor em desvantagem exagerada;
- Obriguem somente o consumidor a apresentar prova no caso de um processo judicial;
- Proíbam o consumidor de recorrer diretamente à justiça sem antes recorrer ao fornecedor;
- Autorizem o fornecedor a alterar o preço unilateralmente;- Permitam ao fornecedor modificar o contrato sem a autorização do consumidor;
- Façam o consumidor perder as prestações já pagas no caso de não obedecer ao contrato e quando já estiver prevista a retomada do produto. 
Na seqüência: Art. 52, CDC
Quando a compra for à prestação, utilizando ou não os serviços de uma financeira, o fornecedor tem a obrigação de informar: 
	- O preço do produto ou serviço em moeda nacional, os valores dos juros de mora e a taxa de juros do financiamento;
	- Os acréscimos previstos por lei;
	- A quantidade e a data de vencimento das prestações; 
	- O total a ser pago à vista ou financiado. 
Além disso, a multa por falta de pagamento não pode ser maior do que 2% do valor da prestação. 
Em derradeiro, o consumidor pode, ainda, adiantar o pagamento da dívida no todo em parte, com direito a redução proporcional dos juros e outros acréscimos. 
Regras do Contrato (art. 46, CDC): Nos contratos de consumo é vedado o uso de linguagem técnica ou inacessível. Nesse tocante, está firmado o entendimento de que o consumidor tem que dar oportunidade ao cliente de tomar conhecimento de conteúdo do contrato, não bastando dizer para o consumidor ler suas cláusulas gerais e interpretá-las conforme seu entendimento e grau de entendimento, e sim orientá-lo para que efetivamente fique ciente do seu interior teor, sem prejuízo do dever de esclarecimento de todas as implicações conseqüências daquela contratação. 
Portanto, é completamente vedado o uso de termos que permitam duplo sentido, com letras e caracteres pequenos e de difícil visualização, bem como expressões técnicas e palavras ou termos em outro idioma sem a devida explicação/tradução. 
Ademais, não podemos perder de vista que a desistência por parte do consumidor não autoriza a retenção total dos valores já pagos, sob pena de caracterizar locupletamento ilícito. 
Práticas Abusivas (art. 39, CDC): 
a) O fornecedor não pode condicionar o fornecimento de um produto ou serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, ou seja, para levar um produto você não pode ser obrigado a comprar outro (ex.: para levar o sabonete você tem que comprar o desodorante). Isto se chama venda casada e é proibido por lei. 
b) É proibido ao fornecedor recusar o atendimento a demanda do consumidor, por exemplo, escondendo um produto e informando que está em falta. 
c) Enviar ao consumidor um produto que não foi pedido, encomendado. O consumidor não é obrigado a pagar por um produto que não foi solicitado por ele, basta recebê-lo como amostra grátis. 
De igual modo acontece na prestação de serviços que não foi contratada. A lei garante ao consumidor o direito de não pagar por aquilo que não foi convencionado (art. 39, parágrafo único, CDC). 
d) O fornecedor não pode prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, levando-se em conta sua idade, saúde, conhecimento ou posição social, para impingir-lhe o consumo de seus produtos ou serviços. 
e) O fornecedor não pode exigir do consumidor vantagens exageradas ou desproporcionais em relação ao compromisso que ele esteja assumindo na compra de um produto ou na contratação de um serviço. 
f) É obrigada a apresentação de um orçamento ante a prestação de um serviço (art. 40, CDC). 
Nesse orçamento tem de estar escrito o preço da mão-de-obra, o material a ser usado, a forma de pagamento, a data da entrega e qualquer outro custo. 
 
g) O fornecedor não pode repassar informação depreciativa ao consumidor relativa a ato que ele praticou no exercício de um direito seu. 
h) O fornecedor não pode vender produtos ou realizar serviços que não obedeçam a nossa legislação vigente, por exemplo, vender um produto em desacordo com as normas do INMETRO.
i) O fornecedor é obrigado a marcar um prazo para entrega de um produto ou término de um serviço. 
j) O fornecedor não pode elevar, sem justa causa, os preços de produtos ou serviços. 
l) O fornecedor é obrigado a obedecer ao valor do contrato que foi realizado. Não pode aumentar o valor do produto ou serviço se este aumento não estiver previsto expressamente no contrato. 
COBRANÇA DE DÍVIDAS
Art. 42, CDC
	A cobrança de um débito é uma atividade trivial e legitima, sendo que o Código de Defesa do Consumidor não se opõe a tal postura. Sua desaprovação está entrelaçada a falta de moderação cometida no afã do recebimento daquela pecúnia ou bem da vida exigidos pelo credor. E abusos são constantemente praticados, tanto que são costumeiras às vezes em que o fornecedor ameaça ou expõe o consumidor a situações vexatórias em público assim como, sem motivos justos, cobra o consumidor no seu local de trabalho deixando-o em situação constrangedora. 
	Ademais, se o fornecedor cobrar quantia diversa da devida (o que foi pago mais do que o devido, por exemplo), o consumidor terá direito de receber o que pagou, em dobro, acrescido de juros e correção monetária. 
DIREITO DE ARREPENDIMENTO
Art. 49, CDC
O arrependimento acontece quando o consumidor dentro do prazo de 7 dias contados a partir da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço realizado por reembolso postal, telefone ou domicílio resolve não ficar com o produto ou não deseja mais fazer o serviço. Vale lembrar que o consumidor só terá direito a se arrepender e desistir do contrato se o negócio foi feito fora do estabelecimento comercial (vendas por telefone, telemarketing, internet, entre outros). 
Em assim sendo, terá o consumidor direito a receber os valores pagos com juros e correção monetária, inclusive o reembolso das despesas pagas pelo envio do produto à sua residência. 
CADASTRO DE CONSUMIDORES
O Código de Defesa ao Consumidor, em seu artigo 43, assegura:
	- O direito do consumidor de corrigir os dados incorretos;
	- A retirada das informações negativas após um período de 5 anos; 
	- O conhecimento das informações sobre o consumidor que estejam no cadastro (se for recusado, caberá Hábeas Data); 
	- A comunicação de abertura de ficha cadastral quando o consumidor não tiver pedido que seu cadastro fosse aberto. 
Nesse sentido, vale ressaltar que o maior problema que envolve o cadastro de consumidores é o constrangimento moral ocasionado em razão do cadastramento prematuro junto ao SPC, que é considerado como um centro de excelência de informações diminutas e que só pelo fato de constar um conceito contrário ao que se esperava no SPC, que tal transmissão de notícia é tida como digna de fé e comparada a uma sentença transitada em julgado, predominante sobre qualquer outra consideração creditícia no mercado financeiro. 
Ademais, esses órgãos de proteção ao credito devem assegurar respeito irrestrito perante o consumidor, administrando seus negócios com imparcialidade, eqüidade e justiça, almejando o equilíbrio necessário para evitar excessos à violência como a apatia, garantindo, conforme o caso, a privacidade do consumidor privilegiando-o como parte hipossuficiente na relação de consumo, e conseguir impedir a notoriedade do ato e sua consecutiva coação para que o devedor possa debater sobre a controvérsia sem sentir-se oprimido ou influencia na sua vida diária e costumeira. 
 
Nesse sentido, ditos direitos da personalidade, somente podem ser sacrificados quando configurada uma situação incontestável de inadimplência, o que antes não acontecia, tanto que subsistem outros recursos de cobrança admitidos no direito e que não deixam enlameada a honra e o bom nome do consumidor. Exercer essa prerrogativa para satisfazer interesses humanos, sem um fim justificado, importa numa decisão contrária às leis e aos bons usos e costumes.

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