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Aula nº. 14 - Extinção das Obrigações

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Direito das Obrigações
I- Pagamento,
II- Do pagamento em consignação,
III- Do pagamento em sub-rogação,
IV- Da imputação de pagamento,
 V- Da dação em pagamento,
 VI- Da novação,
 VII- Da compensação,
 VIII- Da transação,
IX- Do compromisso,
X- Da confusão,
XI- Da remissão.
Extinção das obrigações
XXI
1 - Do pagamento
1. 01.- Extinção normal das obrigações.
As obrigações têm caráter efêmero, nascem para ser extintas. Tendo como fontes os contratos, as declarações unilaterais de vontade, os atos ilícitos e a lei, se extinguem por diversos modos, quais sejam:
Pagamento direto ou execução voluntária,
Pagamento indireto mediante dação em pagamento, novação, compensação, transação, confusão e remissão;
Extinção sem pagamento: pela prescrição; impossibilidade de execução sem culpa do devedor e pelo implemento da condição ou termo extintivo;
Pela execução forçada em virtude de sentença;
A lei.
1. 02.- Do pagamento propriamente dito.
Segundo definição extraída do 
Novo Dicionário Aurélio, o vocábulo pagamento, na linguagem popular, aplica-se à prestação em dinheiro, entretanto, na linguagem técnica, tem o significado mais amplo, significando, independentemente da natureza da prestação, no cumprimento voluntário da obrigação.
1.02.- Do pagamento propriamente dito.
Os requisitos essenciais para validade do pagamento são:
a) Existência do vínculo obrigacional;
b) Intenção de solvê-lo;
c) Cumprimento da prestação;
d) A pessoa que efetua o pagamento;
e) A pessoa que recebe o pagamento.
A quem compete pagar?
De princípio, o pagamento deverá ser cumprido pelo devedor (Solvens), entretanto, outros interessados poderão fazê-lo, quais sejam:
a) O fiador; 
b) O co-obrigado; 
c) Outro credor do devedor;
d) O adquirente de imóvel hipotecado (Ao efetuar o pagamento, as pessoas acima enumeradas sub-rogam-se nos direitos do credor);
e) Terceiro não interessado (O terceiro não interessado deve pagar a dívida em nome do devedor, porém, se o fizer em seu próprio nome, terá o direito de reembolsar-se do que pagar (?); mas não se sub-roga nos direitos do credor.).
Observação
Pode ocorrer do devedor ter um motivo justo para não pagar a dívida e se surpreende ao ver que terceiro se adiantou no pagamento. É o caso da inexigibilidade parcial da dívida, da dívida ter origem em negócio anulável, etc.
Em tais circunstâncias, havendo oposição ou desconhecimento do devedor, o terceiro que eventualmente tenha pago a dívida não poderá utilizar-se da ação de repetição do indébito - ação in rem verso - para reaver o que pagou. 
A quem compete receber?
Cumpre anotar que credor não é só aquele em favor de quem se constituiu a obrigação (Accipiens), haja vista que outras pessoas poderão assumir essa posição, quais sejam:
a) O credor; 
b) O herdeiro; 
c) O legatário;
d) O cessionário;
e) O sub-rogado;
e) O representante
 legal: (O pai, o tutor, o curador)
f) O representante judicial (Nomeado por juiz: inventariante, curador, etc.)
g) O representante con-vencional (Possuidor de mandato.)
A quem compete receber o pagamento?
Cumpre anotar que credor não é só aquele em favor de quem se constituiu origina-riamente o crédito. Também o é...
... o herdeiro, na proporção de sua cota hereditária;
... o legatário; 
... o cessionário e...
... o sub-rogado nos direitos creditórios.
O Accipiens
E como fica o devedor que efetua o pagamento a terceiro não qualificado?
De princípio, tal pagamento não tem efeito liberatório, aplicando-se ao caso a velha máxima: 
Quem paga mal, paga duas vezes.
O pagamento feito a terceiro não qualificado só terá validade nas seguintes circunstâncias:
a) Se o credor ratificar o pagamento;
b) se o devedor, tendo agido de boa-fé, conseguir provar que o pagamento se reverteu em proveito do credor. Por exemplo: O devedor efetuou o pagamento em cheque que, posteriormente, logra provar haver sido depositado na conta do credor;
c) Pagamento feito de boa-fé a credor putativo – herdeiro ou legatário de testamento que venha a ser anulado.
 Constituem condições de ineficácia os pagamentos feitos a ...
...a incapaz;
b) ...a falido, desde o momento da abertura da falência;
c) ...ao próprio credor após ser o devedor intimado da penhora.
O pagamento deverá ser analisado, ainda, quanto à espécie. A prestação pecuniária é, indiscutivelmente, a mais importante, mormente pelo fato de que as demais são suscetíveis de nela transformar-se.
O pagamento em dinheiro far-se-á em moeda corrente no lugar do cumprimento da obrigação e produz efeito pro soluto. 
Pagamento em cheque tem o efeito pro solvendo.
Da quitação e da 
prova do pagamento.
. O termo quitação tem origem latina (quietare) e significa acalmar, deixar tranqüilo. Quem paga deve receber, no ato do cumprimento da obrigação, a necessária e indispensável quitação, sob pena de ser cobrado de novo. 
Segundo preceitua os artigos 319 e 320 do Código Civil, a prova do pagamento será feita mediante instrumento particular contendo as informações descritas no retro-mencionado artigo 320.
Do lugar do pagamento
Em relação ao lugar do pagamento, as obrigações se dividem em:
Quérables - o credor deve procurar o crédito, no dia do vencimento, no domicílio do devedor;
Portables - obrigações cujo cumprimento deverá ser efetivado no domicílio do credor.
Outrossim, essa classificação doutrinária não tem, no dizer do ministério de Washington de Barros Monteiro, grande importância, salvo para realçar os efeitos da mora. Inexistindo estipulação em contrário, a obrigação deverá ser cumprida no domicílio do devedor.
 
 Do tempo do pagamento.
 De suma importância a determinação do tempo do pagamento (vencimento da obrigação).
 Ao credor, para saber o dia em que poderá exigir o pagamento. 
 Ao devedor, para tomar as providências necessárias à satisfação do seu débito.
 Como princípio, não pode o devedor exigir o pagamento antes do vencimento, entretanto, na ocorrência das situações previstas no Artº. 333 do Código Civil, poderá o credor, excepcionalmente, cobrar a dívida antes do vencimento. 
Cumpre anotar, por derradeiro, que existem obrigações sem o ajuste da data de vencimento, outras envolvendo bens futuros, e, por fim, obrigações condicionais, que deverão ser analisadas à luz dos preceitos contidos na lei civil.
.
02
Do pagamento em consignação.
 	Conceito
 	
 	É a forma pela qual o devedor coloca o objeto da obrigação à disposição do credor, eximindo-se da cobrança de mora e ou de responder pela guarda e conservação do retromencionado objeto. 
	Importante anotar que não é só dinheiro que pode ser objeto de uma ação de consignação em pagamento, bastando que tenha corpo certo.
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Do pagamento em consignação.
Em que consiste o pagamento em consignação?
Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
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Do pagamento em consignação.
 	A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
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Do pagamento em consignação.
Não obstante as regras existentes no âmbito do direito material, cumpre anotar que se o devedor optar pelo ajuizamento de ação de consignação em pagamento deverá seguir os ditames da legislação processual (Código de Processo Civil, Artigo 890 e seguintes), observando-se, inclusive, a questão territorial - o foro competente para o ajuizamento da ação,
sob pena de vê-la, quiçá, rejeitada, em decorrência da alegação de exceção de incompetência em razão do lugar.
Pagamento em sub-rogação
Verbete:	sub-rogação. [Do latim, subrogatione.] S. f.
Ato ou efeito de sub-rogar. S. f.
Substituição duma pessoa.
Transferência das qualidades jurídicas de uma coisa para outra que pertence ao mesmo patrimônio. na mesma relação jurídica.
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Pagamento em sub-rogação
Conceito
Sub-rogação é substituição. 
É o instituto através do qual uma terceira pessoa substitui o devedor originário cumprindo a obrigação que era daquele, sub-rogando-se nos direitos conferidos ao credor. Também se considera sub-rogação o ato através do qual se transfere o gravame eventualmente existente sobre um bem para outro bem.
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Pagamento em sub-rogação
História
A sub-rogação, segundo os estu-diosos, tem origem em dois institutos do Direito Romano, a saber:
I - beneficium cedentarum actionum e...
II - o sucessio in locum creditoris.
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Pagamento em sub-rogação
Natureza jurídica
A sub-rogação em muito se assemelha à cessão de crédito, entretanto, tendo por essência o pagamento de uma dívida por terceiro, fica adstrita aos termos desta dívida, o que a torna diferente da cessão de crédito pura e simples, que, entre outras coisas, pode ter caráter meramente especulativo.
Registre-se, ainda, que a sub-rogação não pode, efetivamente, ser considerada como forma de extinção de uma obrigação, pois, em verdade, ela subsistirá na pessoa daquele que efetuou o pagamento.
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Pagamento em sub-rogação
Tipos de sub-rogação
Sub-rogação legal
Art. 346 - A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
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Pagamento em sub-rogação
Tipos de sub-rogação
Sub-rogação convencional
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Art. 348 - Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.
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Pagamento em sub-rogação
Tipos de sub-rogação
Sub-rogação convencional
Art. 349 – A sub-rogação A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Art. 350 - Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
Art. 351 - O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
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Pagamento em sub-rogação
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 	Efeitos da sub-rogação
 No pagamento com sub-rogação o credor originário fica satisfeito mais a obrigação subsiste.
 O sub-rogado não recebe mais do que receberia o credor original.
 Salvo hipótese da nulidade da obrigação ou da sua inexistência, o que pagou tem direito ao reembolso.
O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que deve a um e a outro.
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