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Aula nº. 06 - Obrigações de dar coisa certa.

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Professor: 
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
valdece@fvadvogados.adv.br
....Aula nº. 06
DIREITO CIVIL II
Direito das Obrigações
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 As obrigações positivas de dar – obligationes dandi, segundo os romanos, assumem a forma de entrega ou restituição de determinada coisa pelo devedor ao credor. É o vínculo jurídico através do qual o devedor se obriga a entregar alguma coisa ao credor, que pode ser, todavia, certa ou incerta, específica ou genérica.
A obrigação de dar gera um direito à coisa, mas não gera um direito (real) sobre a coisa
Das obrigações
de dar
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Coisa certa é coisa precisa, individualizada, que se distingue de outras da mesma espécie por características próprias. 
A obrigação de dar coisa certa pode ser conceituada como sendo o vínculo jurídico pelo qual o devedor se obriga a entregar ou a devolver ao credor determinado bem, perfeitamente individualizado, que tanto pode ser móvel como imóvel.
01
Conceito
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NATUREZA JURÍDICA DO VÍNCULO OBRIGACIONAL DE DAR COISA CERTA.
 A obrigação de dar, seja coisa certa ou incerta, só confere ao credor simples direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re). 
Assim, por exemplo, no contrato de compra e venda de coisa certa, o vendedor não transfere desde logo o domínio (que configuraria direito real); obriga-se tão somente a transmiti-lo. 
Em tais condições, se o alienante não torna efetiva a obrigação assumida, não pode o adquirente reivindicá-lo.
Falta-lhe o domínio e sem esse requisito substancial não pode vingar a ação para entrega da coisa vendida. 
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 Assiste-lhe, apenas, o direito de pedir indenização, a fim de ser ressarcido dos prejuízos sofridos pela inexecução da obrigação.
Destarte, se após contraída a obrigação o devedor transmite o objeto a terceira pessoa, não pode o credor voltar-se contra esta e contra ela demandar objetivando receber a coisa. Entretanto, se a transmissão à terceira pessoa foi realizada em fraude ao credor, nos casos previstos na lei, poderá o credor socorrer-se dos meios legais (ação revocatória ou ação pauliana), a fim de invalidar o ato lesivo.
NATUREZA JURÍDICA DO VÍNCULO OBRIGACIONAL DE DAR COISA CERTA.
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 	O direito brasileiro não confere ao adquirente, pela simples celebração do contrato de aquisição, a transferência do domínio (propriedade), que em verdade só é adquirido com a tradição, para bens móveis, ou, no caso de bens imóveis, com o registro do título aquisitivo no Cartório de Registro de Imóveis.
 
A tradição como transferência dominial
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 Uma vez que o cumprimento da obrigação de dar coisa certa só se configura com a tradição, os melhoramentos e acréscimos do objeto durante o período compreendido entre a celebração do contrato e a efetiva entrega pertencerá ao detentor da propriedade, que poderá exigir aumento no preço.
 Se o objeto da obrigação for um animal, tomado exemplificativamente, e este der cria, a cria pertencerá ao devedor, que não poderá ser constrangido a entregá-la.
 De igual sorte, os frutos colhidos serão do devedor, cabendo ao credor, quando do recebimento da coisa, os frutos pendentes.
 
04
Dos melhoramentos e acréscimos
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 05.- DOS ACESSÓRIOS E DAS
 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
A obrigação de dar aglutina, quase sempre, outras relações obrigacio-nais, de fazer ou não fazer. 
O vendedor, por exemplo, compro-metendo-se a entregar coisa vendi-da, contrai simultaneamente, salvo disposição em contrário, a obrigação de responder pelos vícios redibitó-rios e ou, conforme o caso, pela evicção.
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 05.- DOS ACESSÓRIOS E DAS
 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
O locador, obrigando-se à entrega da coisa locada, obriga-se a garantir ao locatário o uso pacífico da coisa e a resguardá-la contra os embargos e turbações de terceiros.
Constituída a servidão, o dono do imóvel serviente obriga-se a não embaraçar de modo algum o uso do direito real.
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 05.- DOS ACESSÓRIOS E DAS
 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
Como regra geral, as obrigações acessórias seguem as principais, e se o credor cede seu crédito a outrem, transfere-lhe, também, todas as ações, garantias e documentos, de tal que, ao final, todo e qualquer direito acessório acompanhe o principal.
X – OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA.
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 05.- DOS ACESSÓRIOS E DAS
 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
Casos há, todavia, em que as partes convencionam a exclusão das obrigações acessórias, a exemplo da renúncia das garantias pela evicção e ou pelos vícios redibitórios.
X – OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA.
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 05.- DOS ACESSÓRIOS E DAS
	 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
A par disso, há que determinadas coisas possuem acessórios, como o terrenos, com suas árvores frutíferas; o veículo que é vendido com rodas de liga leve e sistema de som, os quais, por força da aplicação de princípio geral de direito, deve o acessório seguir (ser entregue) com o objeto principal. Segundo a melhor doutrina, o objeto principal da obrigação deve ser entregue com seus acessórios (frutos, produtos e benfeitorias), não se incluindo as pertenças (mobiliário quer guarnece um imóvel, animais existentes em uma propriedade rural, arreios de um animal).
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O credor de coisa certa não é obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa, em substituição àquela que lhe é devida, pelo que, não pode o devedor, a seu talante, unilateralmente, sem a anuência do credor, modificar o objeto da prestação, sequer para substituí-la pelo respectivo valor pecuniário. A recíproca também é verdadeira: o credor não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa.
Essa regra decorre da aplicação do princípio romano, segundo o qual aliud pro alio invito creditore solvi non potest, ou seja, não se pode pagar uma coisa por outra, contra a vontade do credor. 
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DA ENTREGA E RECEBIMENTO DA COISA
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07.- Da entrega parcelada. 
Segundo as normas do direito positivo brasileiro: o devedor não pode desobrigar-se por partes. 
A entrega parcelada só se torna possível mediante pacto expresso, pois o credor não é obrigado a receber em parcelas o que for devido por inteiro. 
Parcelamento de dívidas
X – OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA.
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08.- DA GUARDA E CONSERVAÇÃO 
DA COISA OBJETO DA OBRIGAÇÃO.
O devedor de coisa certa é obrigado a conservá-la com todo cuidado, zelo e diligência, velando por sua conservação e defendendo-a contra ataques de terceiros, lançando mão, se preciso, dos meios judiciais apropriados. Acontece, todavia, que não obstante a diligência do devedor a coisa pode se perder, caso em que a obrigação fica resolvida para ambas as partes. Entretanto, se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais as perdas e danos.
X – OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA.
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09.- DA DETERIORAÇÃO DA COISA 
OBJETO DA OBRIGAÇÃO.
Impõe-se anotar, ainda, que a coisa objeto de obrigação pode sofrer deterioração, que vem a ser a degradação física com a conseqüente redução material do seu valor.
Se ocorrer a deterioração sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a obrigação, ou, se assim entender, aceitar a coisa abatendo de seu preço o valor perdido. Tem, pois, o credor, as seguintes opções:
dar como resolvida a obrigação;
b) aceitar a coisa deteriorada, deduzido o valor da depreciação sofrida.
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10.- Da deterioração da coisa
objeto da obrigação. 
 	Se a deterioração ocorrer por culpa do devedor, poderá o credor exigir o que eventualmente tenha pago com os acréscimos de juros e atualização monetária, bem assim, uma indenização pelos danos decorrentes da culpa ou desídia do devedor, inclusive de natureza moral.
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11.- DA OBRIGAÇÃO DE
RESTITUIR
Sob a rubrica “Das obrigações de dar coisa certa” cuida o nosso Código Civil também da obrigação de restituir, considerada por De Page como modalidade de obrigação de fazer.
A diferença está que na obrigação de dar coisa certa o bem pertence ao devedor até à data da tradição, enquanto no segundo caso, obrigação de restituir, a propriedade é do credor, antes mesmo do ato gerador da obrigação. Numerosas as obrigações de restituir coisa certa, dentre elas podemos citar o bem locado, o bem entregue em depósito, o bem entregue em comodato e vai por aí.
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Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a qualquer indenização, entretanto, se a deterioração ocorreu por força de comportamento desidioso do devedor, deverá este suportar o ônus do prejuízo. 
Na obrigação de restituir, se a coisa se perder sem culpa do devedor o credor suportará o prejuízo, entretanto, se a perda resultar de ato culposo (ou doloso) do devedor, este responderá pelo equivalente acrescido de perdas e danos. 
12.- DA PERDA DA COISA A SER RESTITUÍDA
13.- DA DETERIORAÇÃO DA COISA A SER RESTITUÍDA
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