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FT Módulo VI F atualizado 22mar12 (1)

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FORMAÇÃO DE TRIBUTARISTA 
-- Planejamento Tributário -- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2012 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 174
MÓDULO VI F 
PRÁTICA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
5. O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO 
 NECESSIDADE EMPRESARIAL 
 
 A realidade tributária brasileira é notoriamente complexa, trazendo um 
custo financeiro enorme ao contribuinte e ainda, causando a constante 
insegurança de se estar ou não cumprindo com todas as obrigações exigidas 
pelo fisco. 
 
a) Primeiro, em função dos cerca de 62 tributos cobrados no Brasil, 
entre impostos, taxas e contribuições. 
 
b) Segundo, pela quantidade de normas que regem o sistema 
tributário. De acordo com Estudo do IBPT, Quantidade de Normas 
Editadas no Brasil: 23 anos da Constituição Federal de 1988, foram 
editadas, nesse período, mais de 4.353.665 de normas, ou seja, em 
média são editadas 776 normas por dia útil. Do total de 4.353.665 
normas gerais editadas, 13,02% ou 566.847 estavam em vigor 
quando a Constituição Federal completou 23 anos. Do total de 
normas editadas no Brasil, nestes 23 anos, 275.095 se referem à 
matéria tributária. São 29.503 normas tributárias federais (10,7% das 
normas tributárias), 85.715 normas tributárias estaduais (31,1% das 
normas tributárias) e 159.877 normas tributárias municipais (58,2% 
das normas tributárias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 175
c) Terceiro, em virtude das cerca de 97 obrigações acessórias que uma 
empresa deve cumprir para tentar estar em dia com o fisco: 
declarações, formulários, livros, guias, etc. O custo que as empresas 
têm para cumprir com as obrigações acessórias é de cerca de 1,5% 
do seu faturamento. Assim, em 2011 as empresas brasileiras 
tiveram aumento de custo de mais de R$ 40 bilhões somente para o 
cumprimento da burocracia exigida pelo Poder Público. 
 
d) E, por último, por causa da cumulatividade dos tributos: 
multiincidência sobre uma mesma base de cálculo e várias vezes na 
cadeia produtiva, chamado efeito cascata: o PIS/COFINS, que incide 
sobre o ICMS, que incide sobre o INSS, e assim por diante. 
 
 Pode-se denominar de Efeito Cascata Horizontal a incidência repetidas 
vezes de um mesmo tributo nas várias etapas da produção ou circulação: o PIS 
e COFINS (alíquota de 3,65%) têm um custo no preço final de 8,02%; 
enquanto que o INSS encarece o custo final em 4,05%. 
 
 
 Pode-se denominar de Efeito Cascata Vertical a incidência de um 
determinado tributo sobre o valor de outros tributos. O PIS e a COFINS incidem 
sobre o valor do ICMS, do INSS, do IRPJ e da Contribuição Social. 
 
 Conforme estudos do IBPT a carga tributária brasileira atingiu o 
impressionante índice de 35,04%. Enquanto o PIB de 2010 cresceu 15,66%, 
(em termos nominais) a arrecadação tributária somou R$ 1,29 trilhão, 
crescendo 17,80% (em termos nominais). 
 
 A carga tributária global das empresas brasileiras é a seguinte: 
a) Carga Tributária sobre o Faturamento: 33,05% 
b) Carga Tributária sobre o Total de Custos/Despesas: 47,14% 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 176
c) Carga Tributária sobre o Lucro: 52,23% 
 
 A globalização da economia é um fato e qualquer empresa ou 
grupo empresarial deve buscar uma gestão tributária eficaz, que assegure o 
correto cumprimento das obrigações fiscais, evitando as multas e contingências 
tributárias, mas que busque soluções seguras e legais para a diminuição da 
carga tributária. 
 
 
 5.1. FINALIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 Três são as suas FINALIDADES: 
- evitar a incidência do tributo: tomam-se providências com o fim de 
evitar a ocorrência do fato gerador do tributo. 
- reduzir o montante do tributo: as providências são no sentido de 
reduzir a alíquota ou a base de cálculo do tributo. Ex.: Empresa 
comercial estabelecida no Paraná, em que a maior parte das suas 
vendas são estaduais (alíquota de 18% de ICMS), pode transferir sua 
sede para um Estado vizinho e então fazer operações interestaduais 
de ICMS, em que a alíquota é 12%. 
- retardar o pagamento do tributo: o contribuinte adota medidas que 
têm por fim postergar (adiar) o pagamento do tributo, sem a 
ocorrência da multa. Ex: nos contratos de prestação de serviços, as 
partes podem estabelecer várias formas pelas quais será realizada a 
prestação dos serviços e diversos critérios para a exigência do 
pagamento do preço. Assim, é o contrato que definirá o momento da 
realização do serviço e da conseqüente realização da receita. 
Portanto, pode ser acordado que a realização da receita se dê no 
exercício ou período-base posterior, desde que baseados em critérios 
técnicos. 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 177
 
 5.2. OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO 
 
 A economia legal de tributos pode operar-se em três esferas: 
 
a) No âmbito da própria empresa, através de medidas gerenciais que 
possibilitem a não ocorrência do fato gerador do tributo, que diminua 
o montante devido ou que adie o seu vencimento. Ex.: para 
possibilitar o adiamento do tributo na prestação de serviços, o 
contrato deve estabelecer o momento da realização da receita. 
 
b) No âmbito da esfera administrativa que arrecada o tributo, buscando 
a utilização dos meios previstos em lei que lhe garantam uma 
diminuição legal do ônus tributário. Ex.: para possibilitar o 
enquadramento de um produto numa alíquota menor de IPI, deve a 
empresa adequá-lo tecnicamente e requerer a nova classificação 
junto à Receita Federal. 
 
c) No âmbito do Poder Judiciário, através da adoção de medidas 
judiciais, com o fim de suspender o pagamento (adiamento), 
diminuição da base de cálculo ou alíquota e contestação quanto à 
legalidade da cobrança. Ex.: como a ânsia do poder público em 
arrecadar é enorme e urgente, nem sempre o legislador toma as 
cautelas devidas, instituindo ou majorando exações inconstitucionais 
ou ilegais. Outro fator favorável é relativo à quantidade de normas 
tributárias, ocorrendo, muitas vezes contradição entre elas. Como no 
Direito Tributário vige o princípio da dúvida em favor do contribuinte, 
compete a ele, então, descobrir estas contradições. 
 
 
 5.3. ASPECTOS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 178
 
 Ao se adotar a um sistema de economia fiscal se faz necessária a 
análise de quatro aspectos: 
 
 Análise econômico-financeira: adotar procedimentos que visem 
maximizar o resultado do planejamento. Ex.: o Depósito Judicial na maioria das 
vezes é prejudicial à empresa, pois além do desencaixe do valor, a empresa 
não pode aproveitar da dedutibilidade da despesa e poderá ainda ter de 
reconhecer a variação monetária ativa na base de cálculo do PIS e COFINS. 
 
 Análise jurídica: deve haver fundamento jurídico a ser alegado. Com a 
modificação do CTN, estabelecendo que a compensação somente pode 
operar-se após o trânsito em julgado da ação é necessário muito cuidado nesta 
análise. 
 
 Análise fiscal: é necessário que as obrigações acessórias estejam 
cumpridas e em ordem de forma a não desencadear um processo de 
fiscalização. Dois preceitos constitucionais protegem a adoção da economia 
legal: Princípio da Ampla Defesa e do Devido Processo Legal; 
 
 Análise fisco-contábil:adotar procedimentos que permitam a economia 
de outros tributos, buscando a maximização do lucro e minimização do risco. 
Para tanto, a contabilidade reveste-se de importância fundamental, pois na 
maior parte das vezes os lançamentos contábeis é que dão suporte às 
operações. 
 
 
 5.4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO GLOBAL 
 
 Para a realização de um sistema de planejamento tributário eficaz, é 
imprescindível que se leve em conta todos os tributos incidentes na operação 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 179
empresarial. Assim, após a análise individual do tributo é necessário confrontar 
a redução do ônus fiscal individual com os reflexos nos outros tributos. 
 
 Reduzir o ônus do PIS e COFINS numa operação não importa na 
certeza absoluta de que houve uma redução do custo tributário global. Poderá 
haver reflexo no ICMS ou no IPI que invalidará financeiramente o 
procedimento. É o que se denomina Planejamento Míope. 
 
 Também, devem ser levados em conta, e de maneira prioritária, os 
reflexos tributários que o cliente terá com a adoção de procedimentos visando 
a redução do ônus fiscal. Retornando ao exemplo acima, do contrato de 
prestação de serviços, deve ser observado que o cliente terá um custo ou 
despesa, e ele pode precisar da apropriação deste valor para reduzir a base de 
cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social. 
 
DEMONSTRATIVO DE RESULTADO R$ 
 
% 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 
 
100.000.000,00 
 
100,00 
COFINS 
 
3.000.000,00 
 
3,00 
PIS 
 
650.000,00 
 
0,65 
ICMS/IPI/ISS 
 
25.980.000,00 
 
25,98 
(-) IMPOSTOS S/VENDAS 
 
29.630.000,00 
 
29,63 
 = RECEITA LÍQ. VENDAS 
 
70.370.000,00 
 
70,37 
(-) CUSTO SERVIÇOS PRESTADOS 
 
27.691.000,00 
 
27,69 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 180
 = LUCRO BRUTO OPERACIONAL 
 
42.679.000,00 
 
42,68 
(-) DESPESAS COM VENDAS 
 
13.800.000,00 
 
13,80 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
 
12.400.000,00 
 
12,40 
(-) OUTROS IMPOSTOS (IPTU, IPVA, 
IOF) 
 
543.000,00 
 
0,54 
(-) TRIBUTOS DIVERSOS (INSS, 
TAXAS,ETC.) 
 
1.388.000,00 
 
1,39 
(+) RECEITAS FINANCEIRAS / OUTRAS 
 
47.000,00 
 
0,05 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS / OUTRAS 
 
2.896.754,00 
 
2,90 
TOTAL DAS DESPESAS 
 
30.980.754,00 
 
30,98 
 = LUCRO ANTES DO IR/CS 
 
11.698.246,00 
 
11,70 
(-) PROV. P/IMPOSTO DE RENDA 
 
2.864.561,50 
 
2,86 
(-) PROV. P/CONTRIB. SOCIAL 
 
1.052.842,14 
 
1,05 
 = LUCRO LÍQUIDO PERÍODO 
 
7.780.842,36 
 
7,78 
 
F = FATURAMENTO 
 
100.000.000,00 
I = IMPOSTOS (ISS, ICMS, IOF, IPTU, 
IPVA, IR ...) 
 
29.387.561,50 
T = TRIBUTOS DIVERSOS 
 
1.388.000,00 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 181
C = CONTRIBUIÇÕES (PIS, COFINS, 
CSLL) 
 
4.702.842,14 
L = LUCRO 
 
7.780.842,36 
CS = CUSTOS 
 
27.691.000,00 
D = DESPESAS (INCLUSIVE 
TRIBUTOS) 
 
34.945.157,64 
 
CTG = CARGA TRIBUTÁRIA GLOBAL 
 
35.478.403,64 
CT/F = CARGA TRIBUT. X 
FATURAMENTO 35,48% 
CT/L = CARGA TRIBUT. X LUCRO 455,97% 
CT/CD = CARGA TRIBUT. X 
CUSTOS/DESP. 56,64% 
 
 
 
 
 
 
 5.5. IMPLANTANDO UMA FILOSOFIA DE 
 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EFICAZ 
 
 Para se ter uma eficácia da economia legal de impostos e contribuições, 
também se faz necessária a integração de todos os departamentos da 
empresa. Não adianta ter um comitê interno de planejamento, se as decisões 
são tomadas sem o conhecimento de pessoas importantes para o sucesso do 
tão almejado intento. 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 182
 O estudo e análise das alternativas de redução do custo tributário 
passam pelo convencimento de todas as pessoas que tenham ligação direta ou 
indireta com o funcionamento da empresa. Implementar um sistema de 
diminuição da carga tributária é muito mais complexo do que possa parecer. 
 
 O resultado positivo da técnica está em demonstrar ao conjunto das 
pessoas que o ganho será da empresa e não somente dos sócios ou acionistas 
e diretores. Baixar constantemente o custo é uma missão corporativa de 
sobrevivência no mercado. 
 
 Ineficaz é a tomada de decisão de um gestor tributário, visando a 
economia de determinado tributo (ICMS ou IPI) se ele desconhece os aspectos 
peculiares do seu cliente (qual o seu porte, regime tributário, localização 
geográfica, etc). Tal subsídio ele obterá com o departamento de vendas. 
 
 Portanto, a integração de todas as pessoas e departamentos é 
fundamental para um resultado efetivo. Da mesma forma, todas as empresas e 
unidades do grupo empresarial devem ser alcançadas pela gestão tributária, 
objetivando através da análise da carga tributária global traçar metas de 
redução constante do custo tributário. 
 
 Como a incidência tributária é permanente, e os períodos de apuração 
são cada vez menores, a redução do custo tributário deve ser uma prática do 
dia a dia da empresa. 
 
 
 5.6. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO VOLTADO AO CLIENTE: 
 DIFERENCIAL NA VENDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS 
 
 Sabemos que a concorrência tem se ampliado em todos os setores e 
segmentos, e o que está definindo os vencedores são os diferenciais colocados 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 183
à disposição dos clientes. Esses diferenciais passam pelo preço mais 
acessível, pela qualidade superior dos produtos e serviços e por outras 
variáveis originadas pela criatividade dos competidores. 
 
 Este último item vem sendo "o fiel da balança", o que pode decidir a 
preferência dos consumidores/clientes. No mercado competitivo, as vantagens 
extrínsecas e intrínsecas fazem parte de um conjunto que tem por fim último 
conquistar e manter o cliente. 
 
 Normalmente, o planejamento tributário é utilizado pela empresa para a 
redução dos seus próprios custos tributários, buscando a fórmula: redução do 
custo, ganho de escala, diminuição do preço de venda, ganho de mercado. 
 
 A ótica do planejamento tributário voltado ao cliente é um mecanismo 
inteligente de atração e fidelização do cliente. O planejador ou gestor tributário 
deve ter em mente que hodiernamente não são mais as informações o 
elemento diferenciador, mas sim a capacidade de transformá-las em 
conhecimento. 
 
 Não bastater em mãos todas as informações do cliente, é necessário 
utilizá-las em proveito do negócio. As informações tributárias do cliente também 
são fundamentais: qual o regime de tributação do imposto de renda e 
contribuição social sobre o lucro (real, presumido, simples), a operação que ele 
pratica tem ou não substituição tributária (ICMS, IPI, PIS e COFINS), ele tem 
empresas ligadas, controladas ou coligadas (reflexo no IOF), etc. 
 
 Note-se que as instituições financeiras nem sempre utilizam plenamente 
as informações tributárias de seus clientes, deixando de oferecer vantagens 
aos mesmos e perdendo a oportunidade de fidelizá-los. No caso do leasing é 
importantíssimo saber se o cliente optou pelo lucro real, pois do contrário não 
há vantagem fiscal. Quanto às aplicações financeiras vigora o mesmo 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 184
raciocínio, pois o momento da adição do rendimento está relacionado com a 
forma de opção do imposto de renda. Porque não dizer até dos produtos 
oferecidos às pessoas físicas, os planos de previdência privada: se o cliente 
opta pela tributação simplificada não utilizará tal desconto e ainda terá de 
oferecê-lo como rendimento tributável no resgate ou no recebimento. 
 
 As redes franqueadoras são outro bom exemplo. Qual a opção que 
devem sugerir aos franqueados: real, presumido ou simples? Somente através 
da verificação individual do seu cliente é que poderão indicar a melhor forma de 
tributação, pois nem sempre o SIMPLES é a melhor opção, dependendo do 
número de funcionários e do montante da receita bruta. Quando a empresa 
tem pequeno número de funcionários (até 3) e ultrapassa o montante de receita 
bruta anual de R$ 900.000,00 o lucro presumido é mais vantajoso (empresa 
comercial). 
 
 As operadoras de telefonia celular, para incrementar suas vendas, 
podem criar um atrativo aos seus potenciais clientes profissionais liberais, 
informando que eles podem deduzir as despesas de telefonia celular no Livro 
Caixa (despesa necessária à obtenção de receita). Inclusive os aparelhos 
celulares mais simples também podem ser escriturados como despesa. 
 
 As empresas de publicidade também, nesta mesma linha, devem 
conhecer os aspectos tributários de seus clientes, orientando-os a investir em 
mídias que lhes tragam maior dedutibilidade das despesas ou que possam 
trazer-lhes benefício com o creditamento do ICMS. Exemplificando, se o cliente 
investe em brindes, tais despesas não são dedutíveis. Mas se o investimento 
forem gastos promocionais os valores serão dedutíveis. 
 
 As empresas de telecomunicações investem boa parte de seu 
orçamento de marketing em Cartazes, Outdoors, Front Light, etc. Por teimosia 
das prestadoras de serviços, a nota fiscal é emitida sem o destaque de ICMS, 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 185
impedindo o creditamento do imposto por parte da contratante. Também as 
empresas que operam através da Internet vinham se negando a destacar o 
ICMS da operação, impossibilitando assim que seus clientes se utilizassem 
deste crédito (apesar do Convênio ICMS 78/01 determinar a incidência). 
 
 As concessionárias de veículos têm como clientes, além de pessoas 
físicas, as empresas que necessitam destes bens para o exercício de suas 
atividades. A forma de aquisição do bem pode ser de diversas maneiras: 
financiamento, leasing, consórcio, etc. Como o bem deverá ser registrado na 
empresa, o regime tributário em que a empresa se encontra, será 
preponderante, para a determinação da forma de aquisição mais adequada, 
visando a economia de tributos. A revenda de veículos poderá colocar à 
disposição dos seus clientes, uma assessoria tributária que irá aconselhar a 
melhor forma de aquisição. Pode-se ampliar este leque de público-alvo, 
abrangendo aviões, barcos, traillers, caminhões, ônibus, etc. Também, não se 
perca de vista que a depreciação dedutível no lucro real é a relacionada com 
os veículos tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitário. 
 
 As imobiliárias e construtoras não devem se furtar de conhecer o regime 
tributário do seu cliente, como também o grupo de empresas a que está ligado. 
Estas empresas podem oferecer aos seus futuros clientes uma assessoria 
tributária visando proporcionar opções de registro do bem adquirido: compra na 
pessoa física ou na jurídica, qual a utilização do bem, será revendido a curto, 
médio ou longo prazo, qual a melhor forma de aquisição (a vista, a prazo, 
através de financiamento, leasing, etc.). Alguns procedimentos podem gerar 
para o cliente economia do Imposto sobre a Transmissão do Imóvel. 
 
 Também vale o comentário: facilitar os procedimentos do cliente é 
proporcionar-lhe uma economia. As empresas prestadoras de serviços, que 
estão sujeitas à retenção de Imposto de Renda na Fonte sobre sua receita, 
podem ao emitir a respectiva nota fiscal também emitir o DARF para 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 186
recolhimento do imposto, enviando-o em anexo. Singelo procedimento (pois 
hoje com os programas de informática isto é por demais simples) fará com que 
o departamento contábil ou fiscal do cliente não se ocupe em emitir o DARF e 
proporcionará menos tempo demandado no cumprimento das obrigações 
acessórias. 
 
 
 5.7. EXEMPLO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 GLOBAL E VOLTADO AO CLIENTE 
 
 Empresa distribuidora atacadista de produtos, cujos principais clientes 
são indústrias. Esta empresa pode operar como uma empresa comercial, sem 
destacar o IPI nas suas vendas, como poderá ser um estabelecimento 
equiparado a industrial, e destacar o IPI nas suas vendas. 
 
 No exemplo abaixo, se formos analisar somente a redução do 
PIS/COFINS, veremos que há redução de tributos. Se analisarmos 
isoladamente o ICMS também veremos redução. Mas, ao incluirmos na análise 
o IPI, concluiremos que a empresa estará aumentando a sua carga tributária 
total, mesmo reduzindo o PIS, Cofins e ICMS. 
 
EMPRESA DISTRIBUIDORA ATACADISTA 
 
 
A) OPERAÇÃO DE ESTABELECIMENTO NÃO 
ENQUADRADO NO IPI 
COMPRA DE MERCADORIA IPI – 10% 
ICMS - 
18% TOTAL 
PIS/COFI
NS TOTAL 
DENTRO DO ESTADO 
100,00 10,00 18,00 110,00 
 
VENDA DE MERCADORIA 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 187
NO 
ESTADO - MARGEM 30% 
143,00 0,00 25,74 143,00 
 
TRIBUTOS A RECOLHER 0,00 7,74 5,22 12,96 
 
 
B) OPERAÇÃO DE ESTABELECIMENTO ENQUADRADO 
NO IPI 
COMPRA DE MERCADORIA IPI – 10% 
ICMS – 
18% TOTAL 
PIS/COFI
NS TOTAL 
DENTRO DO ESTADO 
100,00 10,00 18,00 110,00 
 
VENDA DE MERCADORIA 
NO 
ESTADO - MARGEM 30% 
130,00 13,00 23,40 143,00 
 
TRIBUTOS A RECOLHER 3,00 5,40 4,75 13,15 
 
DIFERENÇA DE TRIBUTOS: A MAIS 0,19 
 
REFLEXOS PARA O 
CLIENTE 
HIPÓTESE A 
VALOR PAGO CRÉD.IPI 
CRÉD.IC
MS TOTAL CRÉDITOS 
143,00 0,00 25,74 25,74 
 
HIPÓTESE B 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 188
VALOR PAGO CRÉD.IPI 
CRÉD.IC
MS 
143,00 13,00 23,40 36,40 
 
DIFERENÇA DE TRIBUTOS: A MENOS 10,66 
 
 Mas, a análise do Planejamento Tributário não se encerra na empresa 
que está sendo planejada. É importante verificar o reflexo no seu cliente para 
decidir se o procedimentoserá eficaz. Note que o cliente com a mudança de 
sistemática terá um ganho bem significativo. Assim, apesar de elevar sua carga 
tributária na operação em 1,46% (R$ 0,19/R$ 12,96), a empresa poderá 
proporcionar um ganho tributário de 41,41% (R$ 10,66/R$ 25,74) ao seu cliente 
(indústria). Mesmo que se considere que a cliente já estava se creditando de 
50% do IPI, mesmo sem o destaque conforme permite a legislação, o ganho 
ainda assim é considerável. Este benefício ao cliente poderá proporcionar um 
aumento das vendas, e por conseguinte, ganho de escala, como também criará 
uma empatia junto ao mesmo (fidelização). 
 
 
 
 
 5.8. A NOVA ÓTICA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 A visão tradicional do planejamento tributário, tanto por parte dos 
profissionais que atuam no campo, quanto dos seus clientes, está ligada 
somente à redução do custo tributário da empresa onde está se aplicando os 
procedimentos. 
 
 Conforme exposto no início, um dos problemas do Sistema Tributário 
Brasileiro é a multiincidência de tributos, ou efeito cascata. Principalmente as 
Contribuições Sociais (COFINS e PIS) e alguns impostos (ISS) são cumulativos 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 189
nas várias etapas da cadeia produtiva ou da cadeia de circulação da 
mercadoria ou serviço. 
 
 Estudar o perfil tributário dos fornecedores do grupo visando a 
diminuição do ônus tributário antes que a matéria-prima, insumo ou serviço 
seja entregue a uma das empresas, resultará na redução do valor a ser pago 
ao fornecedor. Custo menor é possibilidade de preço de venda menor, e maior 
competitividade mercadológica. 
 
 Esta análise pode se estender por toda a cadeia produtiva ou de 
circulação, inclusive, desde o setor primário da economia (todo produto ou 
mercadoria tem como elemento integrante um insumo originário deste setor). 
Um produto alimentício, por exemplo, mesmo que industrializado, tem 
componentes gerados na agricultura, ou pecuária, etc. 
 
 A implantação de um modelo de planejamento tributário eficaz pode se 
preocupar com o reflexo tributário dos elementos que comporão o produto final 
da empresa, buscando mecanismos de parcerias de gestão com os 
fornecedores, reduzindo o custo e possibilitando a oferta de menores preços ao 
cliente. 
 
 5.9. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PERSONALIZADO 
 
 O principal método de planejamento tributário é aquele feito 
personalizadamente para a empresa ou grupo empresarial. 
 
 Deve-se atentar para as suas características peculiares: histórico, 
composição societária, ramo em que atua, filosofia empresarial, pessoal, perfil 
dos clientes, perfil dos fornecedores, tipo de operações financeiras que realiza, 
etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 190
 Buscar um modelo pronto no mercado não traz resultados satisfatórios 
e, inclusive, pode gerar perdas, pois cada grupo empresarial, ou cada empresa, 
tem mecanismos diferentes entre si. 
 
 
 5.10. EXEMPLOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 A) ROBSON CARDOSO integralizou no capital social da empresa 
MALTA SA., em 1997, um terreno, pelo valor de R$ 120.000,00, não havendo 
até agora a reavaliação deste ativo imobilizado, nem construção sobre o 
mesmo. O seu capital atual é de R$ 9.000.000,00 (totalmente integralizado). A 
empresa necessita vender o referido imóvel, o qual tem preço de mercado de 
R$ 1.000.000,00. A MALTA está obrigada ao lucro real, em virtude da receita. 
O que poderá ser feito para diminuir a Tributação sobre a venda do 
terreno? 
 
 Apuração do ganho de capital 
Valor da venda 1.000.000,00 
Custo 120.000,00 
Ganho 880.000,00 
IRPJ 15% 132.000,00 
Adicional 10% 86.000,00 
CSLL 9% 79.200,00 
Total tributos 297.200,00 
 
Hipótese A: redução do capital social, com devolução do imóvel ao sócio 
pelo valor do custo R$ 120.000,00, faz a venda na pessoa física e tributa 
como ganho de capital 
Valor da venda 1.000.000,00 
Custo 120.000,00 
Ganho 880.000,00 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 191
IRPF 15% 132.000,00 
Diferença 165.200,00 
% de redução 56% 
 
Hipótese B: a XYZ SA constitui uma empresa de incorporação 
imobiliária, integralizando o imóvel no seu capital. Então, faz a venda e 
tributa esta nova empresa no lucro presumido 
Valor da venda 1.000.000,00 
Coeficiente do L.Pres. 8% 
Lucro presumido 80.000,00 
IRPF 15% 12.000,00 
Adicional (80.000,00-60.000,00= x10%) 2.000,00 
CSLL 10.800,00 
Total 24.800,00 
Diferença 274.400,00 
% de redução 92% (????) – Não pois 
 falta PIS e Cofins 
 
Valor da venda 1.000.000,00 
Coeficiente do L.Pres. 8% 
Lucro presumido 80.000,00 
 
IRPJ 15% 12.000,00 
Adicional (80.000,00-60.000,00= x10%) 2.000,00 
CSLL 10.800,00 
PIS 6.500,00 
COFINS 30.000,00 
Total 61.300,00 
Diferença 235.900,00 
% redução 79% 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 192
 B) INDÚSTRIAS ZALUNT LTDA. é lucrativa, optante pelo lucro real em 
virtude da receita, pois teve faturamento em 2002 de R$ 107.000.000,00, 
efetuando o pagamento por estimativa, com margem antes do IRPJ e CSLL de 
11%. Seu faturamento está dividido em razão de 3 produtos: 
- produto a = margem líquida de 7% e representa 57% do faturamento 
- produto b = margem líquida de 22% e representa 18% do faturamento 
- produto c = margem líquida de 14% e representa 25% do faturamento 
 
 Todo o patrimônio imobiliário e mobiliário está em nome da empresa, 
que possui dois sócios (irmãos – 50% para cada um). Quais os 
procedimentos para atenuar a carga fiscal? Apresente os cálculos. 
 
 
Alternativa A 
Faturamento total 107.000.000,00 
MARGEM 11% 11.770.000,00 
ADICIONA
L IRPJ CSLL 
IRPJ+ADC.+CSLL 3.977.800,00 
 
1.153.000,
00 
 
1.765.500,
00 1.059.300,00 
 
 
PRODUTO A 60.990.000,00 
MARGEM 7% 4.269.300,00 
LUCRO REAL 
ADICIONA
L IRPJ CSLL 
IRPJ+ADC.+CSLL 1.427.562,00 
 
402.930,00 
 
640.395,00 384.237,00 
 
PRODUTO B 19.260.000,00 
MARGEM 22% 4.237.200,00 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 193
LUCRO REAL 
ADICIONA
L IRPJ CSLL 
IRPJ+ADC.+CSLL 1.416.648,00 
 
399.720,00 
 
635.580,00 381.348,00 
 
LUCRO PRESUMIDO PRODUTO B 
BASE DE CÁLCULO 1.540.800,00 
IRPJ 15% 231.120,00 
ADICIONAL 10% 130.080,00 
CSLL 208.008,00 
 569.208,00 
 
DIFERENÇA 871.440,00 
 
PRODUTO C 26.750.000,00 
MARGEM 14% 3.745.000,00 
LUCRO REAL 
IRPJ+ADC.+CSLL 34% 1.273.300,00 
 
LUCRO PRESUMIDO PRODUTO C 
BASE DE CÁLCULO 2.140.000,00 
IRPJ 15% 321.000,00 
ADICIONAL 10% 190.000,00 
CSLL 288.900,00 
 799.900,00 
 
DIFERENÇA 473.400,00 
 
 
Alternativa B 
CRIAR UMA HOLDING COM O 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 194
TOTAL DO PATRIMÔNIO 
A HOLDING ALUGA O PATRIMÔNIOPOR R$ 
10.000.000,00 
GERA DESPESA DESSE VALOR NA 
ZALUNT 
REDUZ O LUCRO EM R$ 
10.000.000,00 
DIMINUI A TRIBUTAÇÃO EM R$ 3.376.000,00 E GERA 
CRÉDITOS 
DE PIS E COFINS DE MAIS R$ 
925.000,00 
 
A HOLDING OPTA PELO LUCRO PRESUMIDO (REG. 
DE CAIXA) 
ESTABELECE QUE OS VALORES SERÃO PAGOS EM 
6 MESES 
TRIBUTAÇÃO LUCRO PRESUMIDO: 
 
BASE IRPJ (COEF. 32%) 3.200.000,00 
IRPJ 15% 480.000,00 
ADICIONAL 10% 296.000,00 
 
BASE CSLL(COEF. 32%) 3.200.000,00 
CSLL 9% 288.000,00 
 
PIS E COFINS 3,65% 365.000,00 
 
TOTAL TRIBUTOS 1.429.000,00 
 
ECONOMIA DE TRIBUTOS 
DIMINUIÇÃO 3.376.000,00 
 
 
 
 
 
 
Módulo VI 195
CRÉDITO PIS/COFINS 925.000,00 
TRIBUTOS HOLDING (1.429.000,00) 
 
GANHO 2.872.000,00 
 
 
M

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