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Pressuposto da reabilitação

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PRESSUPOSTO DA REABILITAÇÃO
Para que a reabilitação ocorra, de acordo com o artigo 94 do Código Penal, será necessário que o delinqüente faça o requerimento depois de decorridos dois anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução. Bem como computando-se o período de provas da suspensão e o do livramento condicional , se não houver revogação. 
Os prazos dos benefícios de sursis ou do livramento condicional só poderam ser requeridas após o termino do período de provas e em casos em que forem superiores ao estabelecido pela lei, não será cogitada a possibilidade de reabilitação até que se tenha extinguido por inteiro.
A Reabilitação não será aceita sem que haja a prova de que a pena tenha sido terminantemente cumprida ou extinta, assim contando do prazo onde houve a extinção e não a que foi declarada nos autos. Já no caso de pena de multa, irá contar o prazo da data do pagamento, caso seja feito, ou na data em que houve a prescrição da pretensão executória da pena pecuniária.
Transcorrido o prazo de dois anos, a lei não faz referencia a distinção entre o condenado reincidente e não reincidente, sendo assim o prazo igual para ambos. 
São três requisitos em que o Código Penal dispõe: 
Tenha tido domicilio no país no prazo acima referido: Assim para fazer o requerimento de reabilitação, o condenado devera estar domiciliado no país no prazo de dois anos, podendo colher provas como declarações de testemunhas ou outros tipos de documentos que são admitidos pela lei (artigo 744, inciso II do CPP).
Tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado: Neste caso o requerente devera ter no mesmo prazo de dois anos, bem como, em todo o período de antecedência do deferimento da reabilitação. Já para regeneração do condenado, não se tem prazo máximo, mas há prazo mínimo de aferição. Quando ocorrer do ajuizamento da pretensão para ser reabilitado for retardado e o juiz examinar depois daquele prazo, o bom comportamento deverá ter sido mantido, caso contrário, não e considerado como redenção do condenado.
Tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de fazê-lo, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renuncia da vitima e novação da dívida: Neste caso, o requerente deverá ter feito o ressarcimento do dano causado de forma efetiva, onde consiga repor o patrimônio lesado, contando desde o fato até a data do pagamento, juros e correção monetária sobre o bem que foi danificado. Mas no caso de impossibilidade na reparação do dano, onde se mostre absolutamente incapaz na data do requerimento e não na data do fato ilícito praticado, poderá então ser permitida. Assim como outras justificativas poderão ser avaliadas, como existência de divida liquida exigência exagerada do ofendido, etc. Em casos de não saber para quem ou não encontrar a vítima ou familiares do tal, poderá o requerente fazer consignação judicial.
Outro ponto a ser exposto será em delitos onde não ocorreram prejuízos, quando houve composição entre as partes ou quando já ocorreu à prescrição pelo direito civil e à indenização, sendo ambos não exigidos reparação.
O procedimento referente ao pedido de reabilitação e os elementos comprobatórios dos requisitos estão previstos no artigo 743 e seguintes, do Código de Processo Penal. Assim dispõe que o condenado será legitimado a formular seu pedido de reabilitação, podendo ser movimentado apenas por ele e em caso de falecimento extingue-se o processo, não podendo então outras pessoas intervir. Não será admitido também o pedido daquele que foi processado nas hipóteses de inquérito arquivado e prescrição da pretensão punitiva. 
A competência para julgar o mérito do pedido de reabilitação será do juiz da condenação e não da execução, conforme o artigo 743 do CPP.
Por fim, no caso de negado o pedido de reabilitação, como colocado pelo parágrafo único do artigo 94, quaisquer que seja o motivo, poderá ser requerida novamente, desde que o novo documento obtenha outros elementos comprobatórios dos requisitos necessários para o tal, não sendo observado o pedido pode não ser conhecido.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Volume 1, parte geral: (arts. 1º a 120)/ Fernando Capez – 19ª. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2015.
MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a 120 do CP/ Julio Fabbrini Mirabete, Renato N. Fabbrini. – 26. Ed. rev. E atual. Até 5 de janeiro de 2010. – São Paulo: Atlas, 2010.

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