Buscar

Análise da evolução da participação da mulher na política brasileira_Estudo aplicado às assembléias legislativas (1)

Prévia do material em texto

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA 
BRASILEIRA: ESTUDO APLICADO ÀS ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS 
Texto para Discussão 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Agosto 2013 
 
 
 
 
2
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA 
BRASILEIRA: ESTUDO APLICADO ÀS ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS 
Texto para Discussão 
 Agosto de 2013 
 
 
 
 
 
 
Termo de outorga e aceitação de auxílio à pesquisa firmado entre a Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), e a Fundação João 
Pinheiro (FJP) para realização do projeto “Análise da Evolução da Participação da 
Mulher na Política Brasileira: Estudo Aplicado às Assembléias Legislativas” (BIP-
00216-12 – Bolsa de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico, 
Destinada a Servidor Público Estadual). 
Coordenadora e pesquisadora: Kamila Pagel de Oliveira (FJP) 
 
 
 
 
3
1. INTRODUÇÃO 
O presente texto para discussão é parte integrante do projeto de pesquisa BIP-00216-12, 
Bolsa de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico, Destinada a Servidor 
Público Estadual, intitulado “Análise da evolução da participação da mulher na política 
brasileira: estudo aplicado às Assembleias Legislativas”, financiado pela Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ora em execução pela 
Fundação João Pinheiro (FJP). 
Pretende-se com esse texto apresentar os resultados obtidos a partir da referida pesquisa 
que tem como objetivo geral analisar a evolução da participação feminina na 
composição dos representantes eleitos nas Assembleias Legislativas Brasileiras, ao 
longo do período compreendido entre 1998 e 2010. 
De forma específica a pesquisa apresentou os seguintes objetivos: 
1. Identificar e analisar a participação feminina na atual composição das Assembleias 
Legislativas de todos os estados brasileiros, além da evolução dessa participação, ao 
longo do período compreendido entre 1998 e 2010; 
2. Verificar a influência das características demográficas (percentual de mulheres) e 
políticas (percentual de mulheres eleitoras) de cada estado brasileiro na participação 
feminina nas Assembleias Estaduais, ao longo do período analisado; 
3. Identificar e analisar a evolução da participação feminina nas Mesas Diretora das 
Assembleias Legislativas de todos os estados brasileiros, no período em questão. 
Antes, porém de proceder à análise dos resultados encontrados, torna-se relevante 
realizar um resgate do referencial teórico acerca da trajetória da mulher na política, 
destacando os avanços obtidos, bem como as barreiras que ainda persistem para o 
alcance da equidade de gênero na política brasileira. 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
A exclusão da mulher na vida política é um reflexo da exclusão da mulher na sociedade 
e na ausência de reconhecimento desta como sujeito, baseado em grande medida no 
 
 
 
4
predomínio da figura do homem, seja no aspecto social, político ou econômico (VAZ, 
2008). 
De acordo com Sow (2010) as mulheres, bem como os escravos e os estrangeiros foram 
relegados durante séculos à condição de não cidadãos, sendo colocados à margem dos 
assuntos de interesse público. No Brasil, durante o período colonial, os direitos políticos 
eram restritos aos homens em função da sociedade patriarcal, na qual o poder, as 
decisões e os privilégios sempre estiveram nas mãos dos homens. Esta situação não foi 
alterada após a independência do país. 
Desouza et al. (2000) afirmam que os papéis de gênero condizem com interpretações 
tradicionais do Brasil como tendo uma cultura machista. Sow (2010) demonstra que 
primeiramente a mulher era excluída da vida política através do critério da renda, tendo 
em vista que exigia-se renda mínima para o voto, em um momento no qual as mulheres 
deveriam se dedicar ao lar e à família. De acordo com esta autora “No Brasil Império, a 
população feminina não tinha acesso ao trabalho, por isso não tinha remuneração 
comprovada” (2010, p.82). Em um segundo momento, especificamente a partir da 
Constituição de 1891, a restrição ocorre através da exigência, para direito ao voto, de 
alistamento militar. Embora este fosse voluntário para as mulheres, a participação destas 
na atividade militar era ínfima, o que consequentemente se configurava como uma 
restrição para o voto feminino. 
Alves (2007) divide a história de desigualdade de gênero no Brasil em três momentos 
substanciais: primeiramente, do século XV ao XVIII no qual a mulher não tinha acesso 
à educação, ao mercado de trabalho formal e não possuía direitos nem civis e nem 
políticos; posteriormente, a partir do século XIX momento no qual se vivenciou certa 
melhoria, principalmente ao final do século, quando uma mulher obteve o primeiro 
diploma de curso superior; por fim, ao longo do século XX, quando as mulheres 
brasileiras tiveram conquistas em três campos: educação, inserção no mercado de 
trabalho e o direito ao voto. 
No que diz respeito à educação, Alves (2007) demonstra que as mulheres reverteram o 
hiato de gênero, ou seja, passaram a ter mais anos de estudo em detrimento dos homens, 
a partir da década de 80, demonstrando que a escolaridade média da mulher cresceu em 
maior velocidade do que a do homem, aumentando a diferença em relação aos homens e 
 
 
 
5
atingindo níveis de educação formal cada vez maior. No que tange ao mercado de 
trabalho, Alves (2007) afirma que a taxa de atividade total da mulher passou de 13,6% 
em 1950 para 44,1% em 2000. Segundo este autor “o padrão das taxas de atividades 
femininas está cada vez mais parecido com o padrão das taxas masculinas, apesar do 
nível mais baixo” (ALVES, 2007, p. 42). Cabe destacar ainda que a qualidade do 
emprego, os níveis salariais, as possibilidades de crescimento na carreira, o status ainda 
se encontram muito distintos, com prejuízo para a mulher (BOURDIEU, 2011). Por 
fim, o direito ao voto, obtido em 1932. 
No que tange à participação da mulher na vida política, pode-se definir três momentos 
de grande relevância: o primeiro deles trata da conquista do direito ao voto, ocorrida em 
1932, fruto de um intenso movimento das mulheres iniciado em 1919, conhecido como 
movimento sufragista; o segundo, refere-se ao movimento feminista iniciado na década 
de 70, através do qual a mulher luta por direitos mais amplos, inclusive voltados para a 
democratização do país; e o terceiro, a Constituição de 1988, através da qual conquista-
se diversos direitos, inclusive na esfera política institucional (DESOUZA et al., 2000). 
A constituição de 1988 é reconhecida como o momento da conquista da igualdade 
formal de direitos entre homens e mulheres (ALVES, 2007; VAZ, 2008; SOW, 2010). 
Apesar dos números ainda pouco expressivos, Sow (2010, p.81) afirma que a 
“Constituição de 88 assegurou vários mecanismos de defesa dos direitos da mulher para 
que ela pudesse alcançar com dignidade o pleno exercício da cidadania”. 
De acordo com dados disponibilizados pela União Interparlamentar (IPU, 2012), por 
meio do Programa para Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD, 2011) e pela 
Social Watch (2012), o Brasil encontra-se em posição crítica, quando se refere à 
equidade entre homens e mulheres e à representação da mulher nos parlamentos. Com 
índices diferentes, os dados apresentados por tais instituições demonstram que, não 
obstante significativos avanços obtidos pelas mulheres, desde a conquista do direito ao 
voto, em 1932, há ainda longo caminho a ser percorrido para alcançar efetiva igualdade 
de direitos e de representação política por parte das mulheres. Corroborando estes 
dados, Alves (2007), Araújo (2001) e Tabak (2002) afirmam que o Brasil ainda se 
encontra na retaguarda mundial no que tange ao empoderamento das mulheres em seusíndices de participação da mulher na política. 
 
 
 
6
A reduzida presença feminina nas instâncias de representação política adquiriu lugar de 
destaque na agenda de debates sobre as democracias contemporâneas - a presença de 
mulheres nas instituições políticas impacta a formação das agendas temáticas decisórias. 
Indica a primazia nas arenas decisórias de determinados temas, grupos e interesses em 
detrimento de outros, conforme asseveram Almeida, Lüchmann e Ribeiro (2012). 
Assim, Sow (2010, p.92) afirma que “a despeito dos avanços jurídicos, os dados da 
realidade brasileira mostram que existe uma enorme distância entre as conquistas legais 
e as práticas sociais”. 
Essa situação não é, no entanto, observada apenas no Brasil. Conforme afirma Bourdieu 
(2011, p.107) a condição feminina tem passado por profundas transformações, 
sobretudo, para aquelas mulheres que estão em categorias sociais mais favorecidas. Se 
destacando mudanças como o “aumento do acesso ao ensino secundário e superior, ao 
trabalho assalariado e, com isso, à esfera pública; além do distanciamento em relação ás 
tarefas domesticas e às funções de reprodução” No entanto, este autor afirma que: 
a igualdade formal entre os homens e as mulheres tende a dissimular que, sendo as 
coisas em tudo iguais, as mulheres ocupam sempre as posições menos favorecidas. 
Por exemplo, sendo embora verdade que as mulheres estão cada vez mais 
representadas em funções públicas, são sempre as posições mais baixas e mais 
precárias que lhes são reservadas. (BOURDIEU, 2011, p.110). 
O autor afirma ainda que as mulheres são, frequentemente, menos remuneradas que os 
homens, e mesmo quando todas as coisas são em tudo iguais, elas obtém cargos menos 
elevados, mesmo possuindo formações semelhantes. Elas ainda são mais atingidas, 
proporcionalmente, pelo desemprego, pela precariedade de empregos e relegadas com 
mais facilidade a cargos de trabalho parcial. 
No âmbito das organizações, tem-se o conceito de "teto de vidro" que se configura 
como uma barreira para que a mulher alcance os postos mais altos (BENCHOP, 
BROUNS, 2004; CRAMPTON, MISHRA, 1999). Trata-se de barreiras invisíveis que 
impedem que as mulheres avancem além de um certo nível, mas não porque são 
incapazes para lidar com um trabalho de nível superior ou porque não possuem capital 
cultural e social, mas simplesmente porque são mulheres. E esse conceito, muitas vezes, 
é utilizado para otimizar a forma de funcionamento das organizações, sem questionar 
esta situação e, consequentemente, sem mudança. No entanto, é preciso compreender as 
possibilidades de resistência e os poderes subjacentes (BENCHOP, BROUNS, 2004). 
 
 
 
7
O conceito teto de vidro representa uma diferença de gênero que: não é explicada por 
outras características relevantes para o trabalho do empregado, o que implica em 
discriminação; é maior nos níveis mais elevados do que em níveis mais baixos; e 
aumenta ao longo de uma carreira (BENCHOP, BROUNS, 2004). 
Bourdieu (2011) argumenta ainda que as próprias mudanças pelas quais a mulher vem 
passando acaba obedecendo a mesma lógica do modelo tradicional. Assim, os homens 
continuam a dominar o espaço público e a área de poder, ao passo que as mulheres 
ficam destinadas, predominantemente ao espaço privado. Segundo o autor, essa situação 
é fruto de um contexto trans-histórico no qual o homem é associado as espaço público e 
a mulher ao mundo privado. 
Observa-se, dessa forma, que não obstante os avanços percebidos na condição da 
mulher na vida política brasileira têm-se a persistência de várias barreiras para a 
efetivação de tal participação, tendo em vista que a distribuição de poder entre homens e 
mulheres não é igualitária. 
Crampton e Mishra (1999) argumentam que a discriminação das mulheres pode ocorrer 
através de estruturas organizacionais, políticas, redes informais, cultura que são 
dominados pelos homens e estes impõem barreiras para o crescimento das mulheres. 
De acordo com Matos (2009, p.2) “são muitas as ‘pedras no caminho’ e elas tem 
influenciado o jogo político-democrático brasileiro na direção do exercício político por 
chaves, regras e atores majoritariamente masculinos”. Crampton e Mishra (1999) 
afirma que o maior obstáculo para que as mulheres alcancem postos de poder deve-se a 
constrangimentos impostos a elas pela sociedade, pela família e por elas mesmas. 
Muitos desses constrangimentos configuram-se como esteriótipos, mitos, ideias 
preconceituosas e noções sem sustentação sobre a mulher. Por exemplo, mulheres são 
frequentemente vistas como dependentes, frágeis, sem competitividade e ambição, 
sensível, subjetiva, intuitiva. 
De acordo com Codato e Costa (2011) existem mecanismos de seleção das lideranças 
políticas e daqueles que ocuparão cargos políticos que funcionam como filtros (sociais, 
culturais, simbólicos, institucionais, profissionais) que operam no processo de seleção 
da classe política. Assim, é importante estudar não apenas o caminho percorrido pelos 
que chegam ao poder, mas também as barreiras que impedem outros de lá chegarem 
 
 
 
8
Nesse sentido, Matos (2009) afirma que existe um conjunto de obstáculos para a 
participação da mulher na política. De uma maneira geral estes obstáculos podem ser 
consolidados em três níveis - micro, sociológico e político1 – que, embora 
didaticamente separados, atuam de forma simultânea e complementar. 
No que diz respeito ao nível micro, destaca-se elementos relacionados a uma percepção 
individual/subjetiva a respeito da possibilidade de concorrer e obter uma vaga no 
parlamento. Superadas estas barreiras relacionadas à decisão de se candidatar a um 
cargo político, destacam-se os obstáculos de nível sociológico, no qual se encontra 
desigualdades na distribuição de poder e na possibilidade de tomada de decisão, por 
parte das mulheres, em diferentes âmbitos que vão desde o doméstico até o político-
institucional (MATOS, 2009). No terceiro nível, o político-filosófico, tem-se as 
dificuldades relacionadas ao próprio jogo político-partidário, se configurando, portanto, 
como dificuldades formais e institucionais encontradas na própria luta e competição 
política, relacionando-se às regras do jogo político que são construídas e mantidas, 
sobretudo, por homens. 
De acordo com Matos (2009) os espaços político-partidários são visto pela mulher 
muito mais como um obstáculo do que como um ambiente democrático e de apoio. 
Nessa questão, destaca-se também a persistência de forte elemento político tradicional, 
clientelista, conservador e patrimonial. 
O ambiente político, assim como o ambiente social e econômico, é marcado pela 
dominação masculina e pela realidade construída socialmente de que uma mulher não 
pode ter autoridade sobre homens e tem, portanto, todas as possibilidades de, sendo 
todas as coisas em tudo iguais, ver-se preterida por um homem para uma posição de 
autoridade ou de ser relegada às funções subordinadas e de auxiliar (BOURDIEU, 
2011). 
No que tange ao campo político, o preconceito do eleitorado em relação à mulher 
manifesta-se, principalmente, pelo eleitorado feminino que também é influenciado pela 
 
1
 Para maior detalhamento, consultar Texto para Discussão 1, intitulado " A Trajetória da Mulher na 
Política Brasileira: As Conquistas e a Persistência de Barreiras disponível em 
http://www.eg.fjp.mg.gov.br/index.php/publicacoes/textos-para-discussao/167-textos-publicados-em-
2013/2013-a-trajetoria-da-mulher-na-politica-brasileira-as-conquistas-e-a-persistencia-de-barreiras 
 
 
 
 
9
cultura patriarcal, conservadora, e, muitas vezes, por forças religiosas sejam católicas ou 
protestantes que reforçam a subalternização da mulher (MATOS, 2009). 
Nesta direção, autores como Braga, Veiga e Miríade (2009)questionam se o baixo 
contingente de mulheres eleitas não se justificaria pela própria demanda dos eleitores, 
que ainda não consideram a opção de votar em mulheres, preferem o voto nos homens. 
No nível político filosófico destacam-se, ainda, dificuldades encontradas pelas mulheres 
já eleitas, dentro dos espaços políticos institucionais. De acordo com Matos (2009), as 
mulheres praticamente não são indicadas para ocupar posições nas mesas diretoras e nos 
cargos de liderança dos partidos, e ainda participam de comissões, muitas vezes, pouco 
prestigiadas e que acabam se tornando características das mulheres como as de 
Segurança e Família, Saúde, Direitos Humanos Educação, entre outras, o que em última 
instância significa menor possibilidade de impacto nas agendas parlamentares. 
Realizado este recorte teórico sobre a participação da mulher na política brasileira torna-
se possível passar para a apresentação dos aspectos metodológicos da pesquisa para 
então avançar na análise dos Resultados. 
METODOLOGIA 
A presente pesquisa possui como objetivo geral analisar a participação feminina na 
política brasileira, sobretudo nas Assembleias Legislativas Estaduais e Distritais, ao 
longo do período compreendido entre 1998 e 2010. 
Nesse sentido, classifica-se como de natureza exploratório-descritiva, quanto ao tipo de 
abordagem. Seu caráter exploratório relaciona-se à busca de maiores informações 
acerca do perfil dos eleitos para as Assembleias Estaduais e acerca da equidade de 
gênero na política, temáticas essas que carecem de aprofundamento. Possui também 
caráter descritivo, tendo em vista que buscou identificar, descrever e analisar o perfil da 
população, eleitorado, eleitos e Mesa Diretora das Assembleias Estaduais, tendo como 
foco a participação feminina. 
A problemática central surgiu da constatação de que o Brasil não dispõe ainda, de um 
produto de informação que possibilite consolidar o perfil dos representantes eleitos que 
regem o funcionamento da sociedade no âmbito dos Estados. Além disso, o foco na 
questão da participação da mulher na política surge como tema fundamental para o 
 
 
 
10
desenvolvimento da democracia brasileira, o que merece ser estudado de forma mais 
aprofundada. 
Diante disso, buscou-se informações em três fontes distintas, a saber: Atlas de 
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sites das 
Assembleias Legislativas Estaduais e Distrital. 
Para se obter as informações demográficas do Brasil, sobretudo no que tange ao sexo, 
foi consultado o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, organizado pelo 
Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). Foram, portanto, obtidas e 
analisadas as características demográficas quanto ao sexo, do Brasil e de todos os 
Estados brasileiros e Distrito Federal, no período de 2001 e 2010. 
Cabe salientar que, considerando que a pesquisa em questão buscou analisar os dados 
das Eleições de 1998, 2002, 2006 e 2010, e que o Atlas apresenta os dados da população 
feminina apenas nos dois períodos mencionados, analisou-se os períodos de 1998 e 
2002, utilizando os dados da população em 2001 e os períodos de 2006 e 2010, 
utilizando os dados da população em 2010. Acredita-se não haver prejuízo nessa 
associação, pois os dados da população, sobretudo no que tange ao sexo, não apresenta 
mudanças significativas no curto e médio prazo, mas sim no longo prazo. 
Assim, os dados foram extraídos do site http://www.atlasbrasil.org.br/, transportados 
para o Excel, onde foram tabulados e analisados. 
Para a obtenção das informações acerca da composição do eleitorado feminino e das 
eleitas em cada uma das Assembleias Estaduais e Distritais, foram utilizados dados 
disponíveis no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes às 
eleições realizadas nos anos de 1998, 2002, 2006 e 2010. O TSE disponibiliza ampla 
gama de dados a esse respeito. Então, realizou-se pesquisa para refinar qual das bases de 
dados disponibilizadas pelo TSE melhor atenderia aos propósitos do trabalho, no que se 
chegou aos “repositórios de dados eleitorais”. O repositório de dados eleitorais contém 
bases relativas ao eleitorado, aos candidatos, resultados e às prestações de contas das 
eleições. Para os fins da presente pesquisa, foram utilizadas as bases relativas ao 
eleitorado e eleitos. As informações estão disponíveis em 
http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais. 
 
 
 
11
Foi feito download das bases de dados que são disponibilizadas em formato txt (texto, 
bloco de notas), estando desagregadas por ano das eleições e, dentro de cada uma 
dessas, por estados e Distrito Federal. Assim, a primeira medida adotada foi agregar os 
dados em arquivos, englobando todos os estados e Distrito Federal, desagregados 
apenas pelos anos em que se deu as respectivas eleições. 
Esses arquivos foram importados para o software estatístico SPSS (Statistical Package 
for the Social Sciences), tendo sido cuidadosamente verificada sua integridade. Em 
seguida, selecionaram-se apenas os dados do eleitorado e dos parlamentares eleitos para 
as Assembleias Legislativas dos estados e para a Câmara Legislativa do Distrito 
Federal. 
Encerrada a tabulação dos dados, foram elaboradas as Tabelas, com todos os dados 
referentes ao sexo do eleitorado e dos representantes eleitos, contemplando o percentual 
de eleitorado feminino e de eleitas no Brasil, nas Grandes Regiões e distribuídas nas 
Assembleias Legislativas, no período compreendido entre 1998 e 2010. 
A análise das características da população brasileira (PNUD) e do eleitorado brasileiro 
(TSE) foi importante no sentido de verificar se há influência das características 
demográficas (percentual de mulheres) e políticas (percentual de mulheres eleitoras) de 
cada estado brasileiro na participação feminina nas Assembleias Estaduais, ao longo do 
período analisado. 
Para tanto foi realizado também o teste estatístico denominado r de Pearson, que mostra 
se duas variáveis são co-relacionadas, ou seja, se duas variáveis são associadas. A co-
relação entre duas variáveis "significa que quando os valores em uma variável mudam, 
valores na outra variável também mudam de maneira previsível. Em outras palavras, as 
duas variáveis não são independentes" (DANCEY e REIDY, 2006, p.179). 
Embora não seja possível sugerir causalidade a partir da análise de correlação, esse 
configura-se como um importante teste estatístico para analisar a dependência entre 
duas variáveis (DANCEY e REIDY, 2006). 
De acordo com Dancey e Reidy, 2006, a análise de correlação permite identificar a 
direção do relacionamento entre duas variáveis, e a força ou magnitude desse 
 
 
 
12
relacionamento. No que tange à direção, essa pode ser positiva, negativa ou zero, com 
os seguintes significados: 
- Positiva: valores altos em uma variável tendem a ser associados com valores altos na 
outra ou valores baixos em uma variável tendem a associar-se com valores baixos na 
outra. 
- Negativa: valores altos em uma variável são associados com valores baixos na outra 
variável. 
- Zero: Não existe um relacionamento linear entre as duas variáveis. 
Quanto à força do relacionamento, denominado de coeficiente de correlação, pode 
variar de 0, onde não há nenhuma relação entre as variáveis, a 1, onde há uma relação 
perfeita entre as variáveis (DANCEY e REIDY, 2006). 
Assim, foram analisadas duas a duas as seguintes varáveis: % população feminina, % 
eleitorado feminino e % mulheres eleitas, sendo feita para todas uma análise dos dados 
consolidados do Brasil e de cada Unidade da Federação e Distrito Federal, considerando 
o período de 1998 a 2010. O teste de correlação entre as variáveis foi realizado no 
Excel. 
Por fim, foi consultado o sitio eletrônico oficial de todas as AssembleiasLegislativas 
Estaduais e Distrital no sentido de obter informações acerca da participação feminina 
nas Mesas Diretora das Assembleias Legislativas de todos os estados brasileiros, bem 
como a evolução dessa participação, ao longo do período analisado. Todos os sítios 
eletrônico, com exceção do sitio da Assembleias de Alagoas que encontra-se 
indisponível, e de Roraima, cuja parte relativa à Mesas Diretoras encontra-se 
indisponível, apresentaram a composição atual das Mesas Diretoras que, embora não 
tenha sido configurado como objeto de análise dessa pesquisa, pois contempla apenas o 
período entre 1998 e 2010, foi também analisada. 
Quanto à informação sobre a composição das Mesas Diretoras de Legislaturas 
anteriores, sobretudo do período entre 1998 e 2010, apenas cinco dos 25 Estados (com 
exceção de Alagoas e Roraima) disponibilizam tal informação em seu site (Mato 
Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia). Assim, para a obtenção 
da informação referente às demais Assembleias Legislativas foi necessário o 
 
 
 
13
encaminhamento de e-mail, conforme contato disponibilizado em cada sitio, 
informando acerca da pesquisa em realização e da necessidade de encaminhamento dos 
dados. Além disso, buscou-se a complementação das informações através de contato 
telefônico disponibilizado em cada sitio, por meio do qual totalizou-se a informação de 
20 Assembleias Legislativas Estaduais (Anexo A). Apesar da não obtenção das 
informações das Mesas Diretoras da totalidades das Assembleia, acredita-se que as 
informações obtidas já fornece importante subsídio para tal análise. Assim, não foi 
possível ser feita análise desagregada, considerando cada Unidade da Federação, porém 
foi feita uma análise dos dados de forma geral, o que já originou importantes reflexões. 
Por meio dessas três fontes de dados foi possível, portanto, cumprir aos objetivos 
propostos nessa pesquisa. 
3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA 
Tendo em vista os objetivos da pesquisa, os dados, referentes ao período entre 1998 e 
2010, são analisados em três etapas: a primeira delas refere-se à análise do percentual da 
população feminina brasileira e das Unidades da Federação e Distrito federal; a segunda 
refere-se à análise do percentual do eleitorado feminino do Brasil e também distribuídos 
nos Estados e Distritos Federais; e a terceira fase analisa-se a composição das 
Assembleias Legislativas Estaduais e Distrital, e o consolidado do Brasil, 
especificamente em sua diferenciação quanto ao sexo. Nessa etapa são ainda analisados 
o perfil das mulheres eleitas, quanto à idade e escolaridade, além da participação dessas 
nas Mesas Diretoras, desde 1998 até a atual composição. 
3.1 POPULAÇÃO FEMININA 
No que tange à população brasileira, observa-se o crescimento da população feminina, 
se considerado o período de 2001 a 2010, sendo que em 2001, 50,79% da população 
brasileira era feminina, enquanto que em 2010, esse número passou para 51,03%. 
Se analisadas as Unidades da Federação, todas, com exceção de Amazonas e Distrito 
Federal acompanharam a tendência de crescimento da população feminina. No Estado 
do Amazonas, houve decréscimo, sendo que a população feminina passou de 49,72% 
para 49,68%, e no Distrito Federal, não houve alteração, sendo que no período analisado 
 
 
 
14
a população feminina permaneceu sendo 52,19% da população total, conforme dados da 
Tabela 1. 
Tabela 1 - Percentual da população feminina em relação à população total no Brasil e 
Unidades da Federação, no período de 2001 e 2010 
Unidade da Federação 2001 2010
Brasil 50.79% 51.03%
Acre 49.58% 49.79%
Alagoas 51.15% 51.55%
Amapá 49.81% 49.94%
Amazonas 49.72% 49.68%
Bahia 50.56% 50.93%
Ceará 51.18% 51.26%
Distrito Federal 52.19% 52.19%
Espírito Santo 50.45% 50.75%
Goiás 50.18% 50.34%
Maranhão 50.23% 50.39%
Mato Grosso 48.60% 48.95%
Mato Grosso do Sul 49.95% 50.19%
Minas Gerais 50.53% 50.80%
Pará 49.42% 49.59%
Paraíba 51.46% 51.56%
Paraná 50.46% 50.87%
Pernambuco 51.68% 51.90%
Piauí 50.82% 50.99%
Rio de Janeiro 52.06% 52.31%
Rio Grande do Norte 51.03% 51.11%
Rio Grande do Sul 50.98% 51.33%
Rondônia 48.71% 49.11%
Roraima 48.82% 49.20%
Santa Catarina 50.17% 50.38%
São Paulo 51.04% 51.34%
Sergipe 50.97% 51.40%
Tocantins 48.85% 49.23%
 
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano 2013 
Disponível em http://www.atlasbrasil.org.br/ 
Juntamente com o Estado do Amazonas e Distrito Federal, os estados que apresentaram 
menor crescimento da população feminina entre os anos de 2001 e 2010 foram: Ceará 
(0,08%), Rio Grande do Norte (0,08%) e Paraíba (0,10%), respectivamente. 
 
 
 
15
As cinco Unidades da Federação que apresentaram o maior crescimento percentual de 
população feminina no período compreendido foram: Sergipe (0.43%), Paraná (0.41%), 
Rondônia (0.40%), Alagoas (0.40%) e Roraima (0.38%). 
Considerando os dados de 2010, o Estado que apresenta o maior percentual de mulheres 
é o Rio de Janeiro (52,31%) seguido do Distrito Federal (52,19%), Pernambuco 
(51,90%), Paraíba (51,56%) e Alagoas (51,55%). Cabe destacar que embora o Distrito 
Federal tenha apresentado o 2º menor crescimento da população feminina entre os anos 
de 1998 e 2010, ainda configura-se como o 2º Estado com maior percentual de 
mulheres, conforme dados da Tabela 1. 
Os Estados com menor percentual de mulheres em relação à população total são Mato 
Grosso (48,95%), Rondônia (49,11%), Roraima (49,20%), Tocantins (49,23%) e Pará 
(49,59%) (Tabela 1). 
Quando se analisa os percentuais por Região, tem-se que em todas elas houve o 
aumento da população feminina, conforme demonstra a Tabela 2, sendo que a região 
que apresentou maior crescimento entre os anos de 2001 e 2010 foi a Região Sul 
(0,33%) e o menor crescimento foi Região Norte (0,18). 
É importante destacar ainda que, com exceção da Região Norte, a mulher representa 
maioria da população em todas as Regiões do Brasil. 
Tabela 2 - Percentual População Feminina em relação a população total, por Região, no 
período de 2001 e 2010 
Região 2001 2010 
Norte 49.36% 49.54% 
Nordeste 50.96% 51.19% 
Sudeste 51.09% 51.38% 
Sul 50.61% 50.94% 
Centro Oeste 50.15% 50.35% 
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano 2013 
Disponível em http://www.atlasbrasil.org.br/ 
Considerando a população atual (2010), tem-se que as Regiões Sudeste e Nordeste 
apresentam os maiores percentuais de participação feminina na população, sendo que a 
população feminina representa 51,38% e 51,19% da população total, respectivamente. A 
 
 
 
16
Região Norte é a que apresenta o menor percentual de participação feminina, sendo que 
a mulher representa 49,54% da população total, conforme dados da Tabela 2. 
3.2 ELEITORADO FEMININO 
No que se refere ao percentual do eleitorado feminino no Brasil, observa-se um 
crescimento no período entre 1998 e 2010, passando de 49,88% para 51,86%, conforme 
dados da Tabela 3. 
Tabela 3 - Percentual do eleitorado feminino em relação ao eleitorado total por 
Unidades da Federação, nos períodos 1998, 2002, 2006 e 2010. 
 
 
 
17
 
Unidade da Federação Oct-98 Oct-02 Nov-06 Oct-10
Rondônia 45.52 47.87 49.23 49.69
Acre 48.11 49.17 50.02 50.20
Amazonas 48.46 49.67 50.39 50.47
Roraima 45.98 47.88 49.72 49.83
Pará 47.33 49.08 49.86 49.95
Amapá 49.06 50.10 50.35 50.42
Tocantins 47.93 48.03 48.81 49.26
Maranhão 49.35 50.34 50.86 51.02
Piauí 50.51 51.28 51.34 51.29
Ceará 51.38 51.97 52.46 52.41
Rio Grande do Norte 51.26 51.62 52.03 52.24
Paraíba 51.58 52.32 52.50 52.66
Pernambuco 50.72 51.83 52.82 53.04
Alagoas 50.50 51.57 52.34 52.65
Sergipe 50.73 51.71 52.12 52.21
Bahia 49.88 50.76 51.56 51.95
Minas Gerais 49.76 50.54 51.10 51.37
Espírito Santo 48.18 49.81 51.02 51.43
Rio de Janeiro 50.99 52.43 53.18 53.37
São Paulo 49.97 51.15 51.96 52.17
Paraná48.96 50.34 51.19 51.51
Santa Catarina 49.27 50.05 50.70 51.01
Rio Grande do Sul 50.32 51.10 51.70 51.97
Mato Grosso do Sul 49.07 50.16 50.97 51.25
Mato Grosso 46.21 47.59 48.55 49.17
Goiás 49.08 50.26 51.03 51.34
Distrito Federal 52.95 53.28 53.75 53.64
Brasil 49.88 50.93 51.64 51.86
 
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral 
Disponível em http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais 
Importante destacar que, considerando os dados de 2010, o percentual do eleitorado 
feminino no Brasil (51,86%) é superior ao percentual da população feminina (51,03%), 
o que nos leva a concluir que além de existir maior número de mulheres em relação aos 
homens, existe também um maior número de mulheres em condições de voto se 
comparado aos homens. 
Analisando as Unidades da Federação, tem-se que em todas houve crescimento do 
percentual do eleitorado feminino, no período compreendido entre 1998 e 2010, sendo 
 
 
 
18
que o menor crescimento ocorreu no Distrito Federal (0,69%) e o maior crescimento 
ocorreu em Rondônia (4,17%), conforme dados da Tabela 3. 
Além dos Distrito Federal, os outros quatro Estados que apresentaram menores 
crescimentos no percentual do eleitorado feminino foram: Piauí (0,78%), Rio Grande do 
Norte (0,98%), Ceará (1,04%) e Paraíba (1,09%). 
Pode-se perceber significativa relação entre o crescimento da população feminina e o 
crescimento do eleitorado, tendo em vista que 4 dos 5 estados que apresentaram menor 
crescimento da população feminina, apresentaram também menor crescimento do 
eleitorado feminino, sendo eles: Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba. 
Além de Rondônia, os outros quatro Estados que apresentaram maiores crescimentos no 
período compreendido foram: Roraima (3,85%), Espírito Santo (3,25%), Mato Grosso 
(2,95%) e Pará (2,62%). Dois desses Estados (Rondônia e Roraima) também 
configuram-se como estados que apresentaram maiores crescimentos na população 
feminina, conforme pode ser visto na Tabela 3. 
Considerando a composição do eleitorado nas Eleições de 2010 (Tabela 3), os dois 
Estados que apresentam maior percentual de eleitorado feminino são Distrito Federal 
(53,64%) e Rio de Janeiro (53,37%), seguidos dos Estados de Pernambuco (53,04%), 
Paraíba (52,66%) e Alagoas (52,65%). Percebe-se, portanto, uma forte relação entre o 
percentual de mulheres na população e o percentual de eleitoras, tendo em vista que os 
cinco estado de maior população em 2010 são também os cinco estados que apresentam 
os maiores percentuais de participação feminina na composição do eleitorado de 2010. 
Os dois estados que apresentam menor percentual de eleitorado feminino são Mato 
Grosso (49,17%) e Tocantins (49,27%), seguidos de Rondônia (49,69%), Roraima 
(49,83%) e Pará (49,95%), conforme dados da Tabela 3. Cabe ressaltar que Mato 
Grosso também configura-se como o Estado de menor percentual feminino na 
população. Mais uma vez, pode-se concluir que o percentual de população feminina tem 
significativa relação com o percentual de mulheres eleitoras, já que os cinco estado com 
menor eleitorado feminino são também os cinco estados com menores percentuais de 
população feminina em relação à população total. 
 
 
 
19
No que tange às Regiões, tem-se que todas essas apresentaram crescimento do 
eleitorado feminino, se comparado o período de 2010 com 1998, assim como ocorreu 
com o crescimento da população feminina, conforme pode ser visto na Tabela 4. 
Tabela 4 - Percentual de eleitorado feminino em relação ao eleitorado total, por Região, 
nos períodos de 1998, 2002, 2006 e 2010 
Região Oct-98 Oct-02 Nov-06 Oct-10
Norte 47.45% 48.96% 49.81% 49.99%
Nordeste 50.52% 51.37% 51.99% 52.18%
Sudeste 50.06% 51.20% 51.95% 52.18%
Sul 49.58% 50.59% 51.29% 51.58%
Noroeste 49.16% 50.24% 50.99% 51.29%
 
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral 
Disponível em http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais 
A região com maior crescimento do eleitorado feminino é a Região Norte, com aumento 
de 2,54%, enquanto que a Região que apresentou o menor crescimento foi a Região 
Nordeste, com 1,66% de aumento. Cabe destacar que a Região Norte foi a que 
apresentou o menor percentual de crescimento da população feminina, de forma que o 
crescimento no eleitorado pode ter ocorrido também em função de outros fatores, como 
aumento no número de mulheres em condições de votar. 
Não obstante, a Região Norte apresentar o maior crescimento no percentual de mulheres 
eleitoras, essa Região ainda permanece como aquela que apresenta os menores 
percentuais de eleitorado feminino, sendo ainda a única Região que não apresenta 
eleitorado feminino superior ao eleitorado masculino, conforme pode ser visto na 
Tabela 4. Essa Região também apresenta os menores percentuais de população 
feminina, essa ainda minoria, conforme discutido anteriormente. 
As Regiões Sudeste e Nordeste são aquelas que possuem o maior percentual de 
eleitorado feminino, sendo que em ambas a mulher representa 52,18% do eleitorado 
total (Tabela 4), sendo essas regiões as duas que também possuem a maior população 
feminina, se comparada às demais regiões, conforme dados apresentado na Tabela 2. 
Percebe-se, também nas Regiões, significativa relação entre o percentual de população 
feminina e o percentual de eleitoras, tendo em vista que as Regiões Nordeste e Sudeste 
apresentam os maiores percentuais de população feminina e de eleitorado feminino, e a 
Região Norte, os menores percentuais. 
 
 
 
20
Diante do exposto, pode-se afirmar, que, conforme podia se esperar, há significativa 
relação entre o crescimento da população feminina e o crescimento do eleitorado 
feminino. Essa relação pode ser comprovada por meio dos dados de correlação entre 
essas duas variáveis que apresentam valores superiores a 0,9, demonstrando forte 
correlação positiva entre ambas, conforme dados da Tabela 5. 
Tabela 5 - Correlação entre percentual de população feminina e percentual de 
eleitorado feminino, nos períodos de 1998, 2002, 2006 e 2010 
Variáveis 1998 2002 2006 2010
População e eleitorado feminino 0.94 0.98 0.97 0.98
 
Fonte: elaborado pela autora 
3.3 PERCENTUAL E CARACTERIZAÇÃO DAS DEPUTADAS ELEITAS 
3.3.1 Brasil 
No que tange às mulheres eleitas para o cargo de deputada estadual e distrital, 
consolidado para o Brasil, tem-se que essas representam apenas 13,02% do total de 
deputados eleitos em 2010, conforme dados da Tabela 6. Não obstante relativo 
crescimento observado entre o período de 1998, no qual a mulher representava 10,11% 
do total de eleitos, e o período de 2010, pode-se dizer que a participação da mulher na 
política brasileira, especificamente nas Assembleias Estaduais, ainda é muito pequena 
se comparado aos percentuais de participação da mulher na população (51,03%) e no 
eleitorado (51,86%), nos quais a mulher já representa maioria. 
Tabela 6 - Percentual de mulheres eleitas para o cargo de Deputada Estadual e Distrital, 
por Unidades da Federação, nos períodos de 1998, 2002, 2006 e 2010. 
 
 
 
21
Unidade da Federação Oct-98 Oct-02 Oct-06 Oct-10
Rondônia 9.52 5.88 5.88 15.79
Acre 10.00 11.11 25.00 15.79
Amazonas 0.00 5.00 15.00 9.09
Roraima 15.79 17.65 15.79 11.11
Pará 10.81 18.92 15.15 17.65
Amapá 10.53 20.00 10.00 25.00
Tocantins 9.52 4.76 14.29 18.18
Maranhão 22.22 18.42 16.22 18.92
Piauí 7.69 7.41 11.54 25.93
Ceará 9.76 20.51 5.00 15.38
Rio Grande do Norte 19.05 19.05 20.00 9.52
Paraíba 25.00 17.65 12.90 18.75
Pernambuco 2.27 11.63 10.87 9.09
Alagoas 12.00 8.70 12.00 8.70
Sergipe 21.05 30.43 23.81 23.81
Bahia 12.28 10.71 12.28 19.30
Minas Gerais 5.48 12.86 9.86 5.80
Espírito Santo 3.57 18.52 11.54 7.69
Rio de Janeiro 16.13 19.05 14.75 16.39
São Paulo 8.89 11.36 11.76 9.52
Paraná 0.00 8.33 6.25 8.16
Santa Catarina 5.56 5.71 5.41 11.11
Rio Grande do Sul7.84 4.00 8.33 16.33
Mato Grosso do Sul 4.76 10.00 0.00 0.00
Mato Grosso 5.26 5.26 4.76 0.00
Goiás 15.79 19.44 13.89 5.71
Distrito Federal 10.53 21.05 15.79 18.75
Brasil 10.11 13.35 11.66 13.02
 
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral 
Disponível em http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais 
Tem-se, portanto, uma comprovação de que a mulher de fato é sub-representada nas 
Assembleias Legislativas brasileiras. Essa sub-representação pode estar associada às 
barreiras encontradas pelas mulheres no nível micro, sociológico e político - filosófico, 
conforme destaca Matos (2009). Diante disso, a sub-representação da mulher nas 
Assembleias Legislativas pode estar associadas à: percepção subjetiva da mulher à 
respeito de competir em igualdade com o homem, às regras e normais sociais e 
institucionais que associam o ambiente político ao ambiente masculino, à pouca 
abertura do sistema político para a candidatura, eleição e reeleição da mulher, às 
 
 
 
22
desigualdades na distribuição de poder, às barreiras encontradas no nível 
organizacional, sobretudo nos partidos políticos, ainda dominados por figuras 
masculinas, dentre outras questões (ALVES, 2007; MATOS, 2009; BOURDIEU, 
2011). 
Outra questão que merece destaque refere-se à comprovação de que grande parte da 
ausência da mulher na política se deve a uma inação da própria mulher, pois, tendo em 
vista que essa representa maioria da população e do eleitorado, a mulher possui grande 
poder de voto e, portanto, teria condições de eleger um número maior de mulheres se 
assim o quisesse. Assim, conforme afirma Matos (2009) o preconceito do eleitorado em 
relação à mulher manifesta-se, principalmente, pelo eleitorado feminino que também é 
influenciado pela cultura patriarcal, conservadora, e, muitas vezes, por forças religiosas 
que reforçam a subalternização da mulher. Tal situação representa ainda, conforme 
afirma Braga, Veiga e Miríade (2009) uma comprovação de que o baixo contingente de 
mulheres eleitas também se justificaria pela própria demanda dos eleitores, em sua 
maioria mulheres. 
Cabe destacar ainda que a sub-representação da mulher nas Assembleias Estaduais 
brasileiras permanece presente nos resultados das Eleições 2010, não obstante a 
vigência da Lei nº 12.034 de 2009, que estabeleceu a obrigatoriedade da cota por sexo, 
da destinação de 10% do tempo de propaganda política gratuita eleitoral para candidatas 
mulheres e ainda 5% do fundo partidário para a criação e manutenção de programas de 
promoção e difusão da participação feminina na política. Pode-se afirmar que tais 
medidas não trouxeram impacto significativo na participação da mulher na política 
estadual, já que antes da reforma de 2009 havia 11,66% das mulheres eleitas para as 
assembleias, conforme resultado das eleições 2006 e esse percentual passou para 
13,02% em 2010, conforme dados da Tabela 6. 
Diante disso, pode-se concluir que embora tais medidas afirmativas sejam importantes 
no sentido de ampliar a participação da mulher na política brasileira, é necessário 
avançar ainda mais para diminuir a desigualdade de gênero. Isso ocorre pois, conforme 
afirma Bourdieu (2011), a dominação masculina está inscrita na objetividade das 
estruturas sociais, sob formas de divisões objetivas entre homens e mulheres, e na 
subjetividade das estruturas cognitivas, que organizam a percepção dessas divisões 
objetivas, e tem como resultado uma violência simbólica, que é insensível e invisível. 
 
 
 
23
Essa violência simbólica não se constitui, no entanto, como meramente ‘espiritual’, 
irreal, mas possui efeitos reais sobre as mulheres e sua condição. Na política, esses 
efeitos reais são claramente percebidos por meio da sub-representação da mulher nas 
Assembleias Estaduais e Distrital. 
Outra questão observada, ainda no que tange ao Brasil, é que o crescimento da 
participação da mulher nas Assembleias Legislativas não ocorreu de forma linear no 
período analisado (1998 e 2010), não apresentando, portanto, um padrão de 
crescimento. 
Isso pode ser comprovado, quando se observa os dados da Tabela 6, que demonstra que 
de 1998 para 2002 houve crescimento de eleitas nas Assembleias, passando de 10,11% 
para 13,35%, porém de 2002 para 2006 houve um retrocesso nessa participação, tendo 
em vista que nas Eleições deste ano, as mulheres representaram 11,66% do total de 
eleitos. 
O Gráfico 1, nos mostra ainda que apesar do crescimento de eleitas entre o período de 
1998 (10,11%) e 2010 (13,02%), período analisado nessa pesquisa, tal crescimento não 
é observado entre o período de 2002 (13,35%) e 2010, ou seja, em 2002 houve maior 
percentual de mulheres eleitas do que em 2010. 
Pode-se afirmar que a evolução da participação feminina na política brasileira não 
ocorre de forma linear, apresentando alternância de crescimento e retrocesso, no que 
tange aos percentuais de mulheres eleitas. Embora tenha havido crescimento da 
participação da mulher na política brasileira, no período analisado de 1998 a 2010, não 
há como garantir que esse percentual será ainda maior nas próximas eleições, em 2014. 
Gráfico 1 - Evolução do percentual de eleitas nas Assembleias Estaduais e Distrital no 
Brasil, nos períodos de 1998, 2002, 2006 e 2010. 
 
 
 
24
 
Fonte: elaborado pela autora 
Porém, ainda analisando os dados consolidados para o Brasil, pode-se perceber certo 
avanço na participação da mulher na política brasileira, tendo em vista que o percentual 
de crescimento de eleitoras nas Assembleias Estaduais e Distrital, entre o período de 
1998 e 2010 (2,91%) foi maior do que os percentuais de crescimento da população 
feminina (0,24%) e do eleitorado feminino (1,98%), no período analisado. Pode-se 
concluir, portanto, que o crescimento da participação da mulher nas Assembleias 
Estaduais não se deve apenas ao crescimento da própria participação da mulher na 
população e eleitorado, mas sim a outros fatores, como talvez a própria melhoria e 
relativa abertura do ambiente político à mulher. 
3.3.2 Unidades da Federação 
Quando se analisa a evolução do percentual de mulheres eleitas, por Unidade da 
Federal, no período entre 1998 e 2010, destaque inicial deve ser dado ao fato de que o 
crescimento da participação da mulher nas Assembleias Estaduais e Distrital não 
ocorreu de forma unanime, tendo em vista que 8 Estados apresentaram em 2010 menor 
quantidade de deputadas eleitas do que em 1998. Esses Estados são: Goiás (-10,08%), 
Rio Grande do Norte (-9,52%), Paraíba (-6,25%), Mato Grosso (-5,26%), Mato Grosso 
do Sul (-4,76%), Roraima (-4,68%), Alagoas (-3,30%) e Maranhão (-3,30%), conforme 
dados da Tabela 6. 
 
 
 
25
Percebe-se que apenas Rio Grande do Norte e Paraíba encontram-se também entre os 
Estados que apresentaram menor crescimento da população e eleitorado feminino, 
conforme discutido anteriormente. 
Dentre os Estados que apresentaram os maiores crescimentos percentuais, destacam-se: 
Piauí (18,23%), Amapá (14,47%), Amazonas (9,09%), Tocantins (8,66%) e Rio 
Grande do Sul (8,48%), conforme dados da Tabela 6. Pode-se perceber que não há 
relação desses Estados com aqueles que crescimentos quanto à população e eleitorado 
feminino. 
Quando se analisa o percentual de mulheres eleitas em 2010, tem-se que os Estados do 
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não elegeram nenhuma mulher. Juntamente com 
esses dois Estados, tem-se Unidades de Goiás que elegeram 5,71% de mulheres, Minas 
Gerais, com 5.80% de mulheres eleitas, e Espírito Santo, com 7.69% de mulheres 
eleitas em relação ao total de eleitos, conforme dados da Tabela 6. Percebe-se que 
apenas Mato Grosso encontra-se também entre os Estados que possuem menor 
percentual de população e eleitorado feminino, em 2010. 
No que tange aos Estados que apresentaram os maiores percentuais de mulheres eleitasem 2010, destaca-se o Piauí, com 25,93% de mulheres eleitas em relação ao total de 
eleitos e Amapá, com 25,00%. Na sequência estão os Estados de Sergipe, com 23.81%, 
Bahia, com 19.30% e Maranhão, com 18.92% de mulheres eleitas em relação ao total de 
eleitos. Mais uma vez pode-se perceber que nenhum desses Estados encontram-se entre 
aqueles que apresentam menores percentuais de população e eleitorado feminino. 
No intuito de verificar se de fato não há influência das características demográficas 
(percentual de mulheres) e políticas (percentual de mulheres eleitoras) de cada estado 
brasileiro na participação feminina nas Assembleias Estaduais, ao longo do período 
compreendido entre 1998 e 2010, foi analisada a correlação entre os percentuais de 
população feminina e mulheres eleitas e entre os percentuais de eleitorado feminino e 
mulheres eleitas, para cada período analisado, ou seja, 1998, 2002, 2006 e 2010. 
Para ambas as análises e considerando todos os 4 períodos, percebe-se uma baixa 
correlação positiva entre as variáveis analisadas, conforme dados da Tabela 7. Diante 
disso, pode-se afirmar que embora haja uma forte correlação positiva entre o percentual 
de população feminina e o percentual de eleitorado feminino, conforme discutido 
 
 
 
26
anteriormente, o mesmo não ocorre quando se analisa a influência da população e do 
eleitorado feminino na participação feminina nas Assembleias Estaduais e Distrital. 
Assim, pode-se afirmar que as características demográficas e políticas não influenciam, 
portanto, a eleição de mulheres para as Assembleias Estaduais Brasileiras, ou seja, o 
fato de possuir maior percentual de mulheres na população e no eleitorado brasileira não 
significa a ampliação da participação das mulheres na política brasileira. Pode-se dizer 
que tal situação corrobora o fato de que o preconceito para eleição de uma mulher se 
manifesta na própria mulher que, apesar de ser maioria da população e do eleitorado, 
não reflete tal participação na composição das Assembleias Estaduais e Distrital. 
Tabela 7- Correlação entre o % de população feminina, o % de eleitorado feminino e o 
% de mulheres eleitas para as Assembleias Estaduais e Distrital, nos períodos de 1998, 
2002, 2006 e 2010 
Variáveis 1998 2002 2006 2010
População feminina e eleitas 0.20 0.37 0.12 0.18
Eleitorado feminino e eleitas 0.26 0.42 0.13 0.10
 
 Fonte: elaborada pela autora 
Quando se analisa as Regiões do país, tem-se que com exceção do Centro-Oeste, todas 
as demais apresentaram crescimento no percentual de mulheres eleitas, se comparados o 
período de 2010 e 1998. A região Centro-Oeste apresentou um decréscimo de 4,93%. 
No entanto, percebe-se também para essa Região que 2010 constitui-se, dentre o 
período analisado, o ano cuja eleição feminina foi a menor, conforme dados da Tabela 
8. Essa Região, apresentou, em 2002, o segundo maior percentual de eleitas femininas 
dentre as Grandes Regiões. Percebe-se, mais uma vez, ausência de linearidade no que 
tange à evolução da mulher nas Assembleias Legislativas que se manifesta sem um 
padrão uniforme. 
Tabela 8: Percentual de Deputadas Federais e Distritais, por Grandes Regiões, nos 
períodos de 1998, 2002, 2006 e 2010 
Grandes Regiões 1998 2002 2006 2010
Norte 9.49 12.67 14.67 16.23
Nordeste 13.77 15.46 12.87 16.61
Sudeste 9.09 14.52 11.93 10.00
Sul 4.38 6.02 6.77 11.94
Centro Oeste 10.31 14.89 9.28 5.38
 
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral 
Disponível em http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais 
 
 
 
27
O maior crescimento na participação da mulher nas Assembleias, entre 1998 e 2010 
ocorreu na Região Sul, com 7,56% de aumento, mas ainda sim, essa Região apresentou 
em 2010 percentual menor (11,94%) do que a média do Brasil (13,02%). 
Quando se analisa os resultados das últimas eleições (2010), tem-se que a Região 
Centro-Oeste, que apresentou o menor crescimento no período observado constitui 
também aquela com menor percentual se comparada às demais Regiões, sendo que 
apenas 5,38% do total de deputados estaduais e distrital eleitos são mulheres. Em 
seguida, encontra-se a Região Sudeste, com apenas 10% de mulheres eleitas em relação 
ao total de eleitos, conforme dados da Tabela 8. A Região Sudeste apresenta uma sub-
representanção feminina nas Assembleias Estaduais não obstante configura-se como a 
Região com maior percentual de população e eleitorado feminino, conforme discutido 
anteriormente. 
Apesar de a Região Sul não se configurar entre os menores percentuais de eleitas em 
2010, cabe observar que essa Região esteve entre aquela com menor percentual de 
eleitas em 1998, 2002 e 2006, apresentando valores significativamente menores do que 
as demais regiões nessas três eleições, conforme pode ser visto na Tabela 8. 
As Regiões Nordeste e Norte são aquelas que elegeram maior percentual de mulheres 
nas Eleições 2010, com 16,61% e 16,23% de mulheres eleitas em relação ao total de 
eleitos, respectivamente, conforme dados da Tabela 8. 
O fato de a Região Nordeste ser aquelas com maior representação feminina na 
Assembleia Estadual, pode estar relacionada não apenas ao fato de que essa é a segunda 
Região com maior percentual de população e eleitorado feminino, conforme 
apresentado anteriormente, mas também ao próprio papel desempenhado pela mulher 
nessa Região. 
Costa (1998) afirma que existem pesquisas que demonstram que a região Nordeste é 
historicamente aquela que apresenta maior quantidade de mulheres eleitas se comparada 
às demais regiões do Brasil. 
Embora tais resultados possam demonstrar uma aparente contradição com a 
predominância de estruturas patriarcais de poder que caracterizam a região Nordeste, 
 
 
 
28
Costa (1998, p. 140) argumenta que tais dados refletem, na verdade, a força da estrutura 
de dominação patriarcal ainda existente nessa Região. De acordo com essa autora: 
as mulheres, nessa região, formam parte da estratégia de conservação e manutenção 
desse poder patriarcal e oligárquico. Elas são chamadas a participar na estrutura do 
poder local (tanto no âmbito federal como estadual), para garantir a continuidade de 
controle do poder. São chamadas sempre que os interesses do grupo familiar ao qual 
pertencem estão em risco. Para as mulheres, a atividade política é somente mais uma 
tarefa a ser cumprida dentro da família e só uma atividade a mais entre as que 
tradicionalmente fazem parte do seus afazeres cotidianos. Não é coincidência que um 
número significativo delas jamais teve algum tipo de experiência política e/ou 
profissional anterior às candidaturas. 
Diante disso, a atuação política feminina no poder formal na Região Nordeste, conforme 
apresentado na Tabela 8, reflete a própria dinâmica política dominante em toda a região. 
Isso pode ser corroborado com o fato de que a Região Nordeste apresenta os maiores 
percentuais de mulheres eleitas em todos os anos analisados, com exceção de 2006 
quando fica em segundo lugar. Essa Região apresenta ainda percentuais de eleitas 
sempre maiores do que a média nacional, se considerados os 4 períodos analisados. 
3.3.2.1 Perfil das mulheres eleitas para as Assembleias Estaduais e Distrital 
Embora não tenha sido inserido como um objetivo da pesquisa em questão, após a 
identificação do percentual de mulheres eleitas nas Assembleias Estaduais e Distrital e a 
conclusão de que a mulher é de fato sub-representanda na política brasileira, considera-
se importante a análise acerca do perfil das mulheres eleitas, para identificar quais 
seriam as principais características de elegibilidade da mulher. 
Considerando as diversas barreiras de nível micro, sociológico e filosófico-político que 
dificultam a participação da mulher na política brasileira, a análise do perfil das eleitas 
permite-nos tecer considerações acerca dequal é o perfil que apresenta maior 
elegilidade, em meio às dificuldades de representação da mulher na política. Além 
disso, torna-se possível a comparação acerca do perfil das eleitas com o perfil dos 
deputados eleitos. Diante disso, analisa-se o perfil das eleitas no que tange à Idade 
Média e Escolaridade. 
De acordo com a Tabela 9, tem-se que tanto para o homem quanto para a mulher, a 
idade média está na Faixa Etária entre 40 e 49 anos, contemplando, portanto os grupos 
etários de 40 a 44 anos e 45 a 49 anos. Percebe-se ainda um envelhecimento dos eleitos, 
tanto do sexo masculino quanto feminino, se comparados os períodos de 1998 a 2010. 
 
 
 
29
No que diz respeito à mulher eleita, esse crescimento é contínuo ao longo dos 4 
períodos analisados. Tal envelhecimento pode estar relacionado à profissionalização do 
cargo político, conforme destaca Codato e Costa (2011), sinalizando maior ocorrência 
de reeleição entre os deputados, sejam do sexo feminino ou masculino. 
Tabela 9 
Ano Feminino Masculino
1998 43,32 45,15
2002 46,14 45,08
2006 46,33 46,78
2010 48,44 47,76
Sexo
Brasil: Idade média dos Deputados Estaduais
e Distritais eleitos segundo sexo
1998, 2002, 2006 e 2010
 
 Fonte: Tribunal Superior Eleitoral 
 Disponível em http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais 
Analisando especificamente a idade média da mulher eleita, pode-se dizer que o 
predomínio dessa faixa etária estaria relacionado ao fato de que nessa idade o dilema da 
mulher, apresentado por Matos (2009) como a necessidade de conciliação entre vida 
doméstica e familiar e vida profissional, talvez seja menor do que em faixas etárias 
inferiores. Isso ocorre, pois, aos 40 anos, grande parte das mulheres, já constituíram 
família, possuem filhos que não estão mais na fase infatil, demandando, portanto, menor 
atenção das mães, o que lhes permite dedicar-se à vida política. 
E sendo assim, a mulher não apenas se sente mais apta a concorrer a um cargo político, 
aumentando, portanto, o quantitativo de candidaturas, como também o eleitor a percebe 
como mais elegível, tendo em vista a possibilidade de maior dedicação à vida política 
em função de menor intensidade de compromissos familiares. 
Quanto ao nível de escolaridade, as Tabelas 10 e 11 nos permite tecer considerações 
acerca da evolução do nível de escolaridade dos deputadas e deputados eleitos. A 
Tabela 10 apresenta o nível de escolaridade, segundo sexo, dos deputados eleitos em 
1998 e a Tabela 11 dos eleitos em 2010. 
Tabela 10 
 
 
 
 
30
 
Sexo
Lê e 
escreve
1º Grau 
incompleto
1º Grau 
completo
2º Grau 
incompleto
2º Grau 
completo
Superior 
incompleto
Superior 
completo Total
Feminino 0,00 0,00 1,04 2,08 19,79 6,25 70,83 100,00
Masculino 0,35 3,04 2,81 3,51 16,28 10,77 62,30 100,00
Nível de escolaridade
Brasil: Percentual de Deputados Estaduais e Distritais eleitos segundo sexo e nível de escolaridade
1998
 
 Fonte: Tribunal Superior Eleitoral 
 Disponível em http://www.tse.jus.br/eleicoes/repositorio-de-dados-eleitorais 
 
Tabela 11 
 
Sexo
Lê e 
escreve
1º Grau 
incompleto
1º Grau 
completo
2º Grau 
incompleto
2º Grau 
completo
Superior 
incompleto
Superior 
completo Total
Feminino 0,00 0,00 1,67 0,00 12,50 8,33 77,50 100,00
Masculino 0,12 1,00 3,62 1,00 13,47 11,85 68,95 100,00
Brasil: Percentual de Deputados Estaduais e Distritais eleitos segundo sexo e nível de escolaridade
2010
Nível de escolaridade
 
Por meio da análise das Tabelas 10 e 11 percebe-se o crescimento do nível de 
escolaridade dos eleitos, tanto do sexo masculino quanto feminino, quando se observa o 
crescimento dos percentuais dos eleitos e eleitas que possuem Superior incompleto e 
Superior completo. No que diz respeito às eleitas, 70,83% dessas possuiam curso 
superior em 1998, passando para 77,50%, em 2010. Quantos aos eleitos, 62,30% desses 
possuiam curso superior completo em 1998, passando em 2010 para 68,95%. 
Diante desses dados, cabe ressaltar que significativa parcela dos eleitos, possuem curso 
superior completo, seja do sexo masculino ou feminino. 
Ainda, diminui-se também os percentuais de eleitos que sabem apenas ler e escrever e 
daqueles que possuem 1º grau incompleto, se comparado os dados de 1998 e 2010, 
sendo que os eleitos que sabem apenas ler e escrever passam de 0,35% em 1998 para 
0,12% em 2010, e os que possuem 1º grau incompleto passam de 3,04% para 1%, em 
2010. 
A tendência da representação das pessoas com alta escolaridade no conjunto dos 
candidatos e, consequentemente, no total dos eleitos pode ser explicada como questão 
de demanda dos selecionadores, segundo Ranney (1981) e Norris e Lovenduski (1995), 
 
 
 
31
em que os membros dos partidos preferem aqueles com nível educacional mais elevado, 
posto que escolaridade denota habilidade, capacidade e prestígio social. Entretanto, 
Norris e Lovenduski (1995) também lembram que estudos sobre participação política 
mostram que a educação é um dos principais requisitos para o ativismo, pois 
proporciona conhecimento e interesse político. 
Outra questão que merece destaque refere-se ao maior nível de escolaridade da eleita 
em detrimento do nível de escolaridade do eleito. Isso se manifesta quando se compara 
o maior percentual de mulheres eleitas com Ensino superior completo, tanto em 1998, 
quanto em 2010, e quando observa ainda que o pequeno percentual daqueles que sabem 
apenas ler e escrever e que possuem 1º grau incompleto são todos de homens, não 
havendo nenhum mulher com esses níveis de escolaridade. 
Tal situação reforça ainda mais que a sub-representação da mulher nada tem a ver com 
sua capacidade intelectual, mas que pelo contrário, essa estaria mais apta do que o 
homem para a elegibilidade. Assim, a maior qualificação e conhecimento da mulher 
não significa maior possibilidade de eleição, dada a sub-representação das mulheres na 
política brasileira, sobretudo nas Assembleias Estaduais e Distritais. 
3.3.2.2 Composição das Mesas Diretoras das Assembleias Estaduais e Distrital 
O último objetivo específico pretendido por essa pesquisa refere-se à análise da 
composição das Mesas Diretorias das Assembleias Legislativas Estaduais e Distrital, 
sobretudo no que tange à participação de mulheres. 
As Mesas Diretoras das Assembleias Legislativas constituem o órgão responsável pela 
direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos das Casas. Trata-se de 
um órgão Colegiado, eleito pelos deputados, para um mandato de dois anos. As Mesas 
Diretoras de todas as Assembleia compõe-se de Presidente, Vice-Presidente e 
Secretário, em grande parte das vezes, na quantidade de 1, 2 e 4, respectivamente, 
embora em algumas Assembleias o quantitativo de Vice-presidente e Secretário pode 
variar. 
Trata-se de um órgão de extrema relevância para as Assembleias Legislativas, pois além 
de responsabilizar-se pela condução legislativa e administrativa das unidades, possui 
 
 
 
32
atribuições que lhe compete privativamente, o que concede, aos seus membros, certa 
influência e poder. 
Nesse sentido, verificar a participação da mulher nesse órgão significa analisar, 
primeiramente, a abertura para a participação da mulher em cargos de relevância dessas 
instituições e, segundo, como consequência do primeiro, a possibilidade de influência 
da mulher nas decisões mais estratégicas e diretivas dessa instituição. Compor a Mesa 
Diretora de uma Assembleia Legislativa significa, portanto, influência, poder e status. 
Como objetivo, tem-se, portanto, analisar em que medida esses fatores estão sendo 
distribuídos entre homens e mulheres. 
A participação da mulher nas Mesas Diretoras das AssembleiasLegislativas, nas 
Legislaturas que compreendem o período de 1999, ano de ingresso dos eleitos em 1998, 
a 2013, atual composição, é apresentada na Tabela 12. Nessa tabela, foram consolidados 
os dados de participação feminina nos cargos de Presidente, Vice-presidente e 
Secretário de todas as Assembleias Legislativas. O Anexo A contem os dados 
completos por Unidade da Federação. 
Tabela 12 - Percentual de mulheres na composição das Mesas Diretoras das 
Assembleias Legislativas e Distrital, por cargo, no período de 1999 e 2013 
Legislatura 
Presidente Vice-presidente Secretário 
2013-2014 (Atual) 4.00% 9.38% 17.35%
2011-2012 0.00% 14.58% 10.67%
2009-2010 0.00% 12.24% 9.21%
2007-2008 0.00% 13.04% 10.53%
2005-2006 0.00% 11.36% 9.72%
2003-2004 0.00% 15.91% 9.72%
2001-2002 0.00% 11.36% 6.94%
1999-2000 0.00% 2.33% 4.29%
Cargos 
 
 Fonte: elaborada pela autora 
Merece destaque a pouca participação da mulher nas Mesas Diretoras das Assembleias 
Legislativas Estaduais, não chegando a 18% de ocupação em nenhuma das Legislaturas, 
para nenhum dos cargos. Em 2013, observa-se que pela primeira vez, no período 
compreendido nessa análise (desde 1998), o cargo de Presidente da Mesa está sendo 
ocupado por uma mulher, na Assembleia Legislativa de Sergipe. 
 
 
 
33
Cabe destacar que analisado todo o período, a ocupação da mulher em algum cargos da 
Mesa Diretora foi de 9,19%. 
Tal situação reforça a colocação de Matos (2009) de que a mulher se depara com 
barreiras não apenas de elegibilidade, mas também dentro dos próprios órgãos 
legislativos, possuindo menores oportunidades de envolvimento em instâncias de 
deliberação. Em consequência, a mulher apresenta menor possibilidade de influência 
nas decisões e, portanto, menores possibilidades de mostrar seu potencial no âmbito 
desses órgãos, o que reflete, em última caso, em dificuldades de reeleição, fechando, 
portanto, o ciclo de barreiras. 
Cabe destacar ainda, que quanto maior o nível do cargo, menor é a participação da 
mulher. Conforme pode ser observado no Anexo A, desde 1999 até 2013, 62 mulheres 
ocuparam o cargo de Secretária da Mesa, enquanto 43 mulheres ocuparam o cargo de 
Vice-Presidente e apenas 1 de Presidente. Tal situação reforça a análise de Benchop e 
Brouns (2004) e Crampton e Mishra (1999), quando afirmam sobre a existência de um 
"teto de vidro" nas organizações que configura-se como uma barreira invísível que 
dificulta o alcance pela mulher de postos mais altos de dada instituição. 
Ressalta-se que os percentuais da Tabela 12, no que tange aos cargos de Secretário, em 
alguns momentos são inferiores ao de Vice-Presidente, pois o cargo de Secretário 
geralmente é ocupado por quatro pessoas, enquanto o de Vice-Presidente por apenas 
dois, o que aumenta significativamente o total de Secretários em relação ao total de 
Vice-Presidentes. 
Outra questão que merece destaque refere-se ao fato de que a participação da mulher na 
composição as Mesas Diretoras, embora esteja maior em 2013 se comparado a 1999, 
para todos os cargos, não se observa um padrão de crescimento. 
Além disso, o fato de haver maior percentual de mulheres compondo as Mesas 
Diretoras das Assembleias em 2013 se comparado a 2009 não parece ser um avanço tão 
significativo no que tange ao alcance de maior equidade de gênero na política, já que em 
mesmo em 2013 os percentuais de participação são pequenos, o que reforça que o poder 
nas instâncias legislativas permanece sobretudo com os homens. 
 
 
 
 
34
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A partir da presente pesquisa conclui-se que a mulher continua sub-representada no 
campo político, especificamente quando se analisa o percentual de mulheres eleitas para 
as Assembleias Legislativas Estaduais e Distrital. 
No que diz respeito à composição da população e do eleitorado brasileiro houve uma 
reversão do hiato de gênero e as mulheres passaram a ser maioria da população e dos 
votantes. Contudo, o maior peso eleitoral feminino não tem se refletido no alcance da 
equidade de gênero, pois as mulheres continuam sub-representadas na política e a 
participação feminina no parlamento no Brasil continua sendo uma das mais baixas, em 
termos percentuais, da América do Sul e do mundo (ARAÚJO, 2001; TABAK, 2002; 
ALVES, 2003). 
Assim conforme demonstram Braga, Veiga e Miríade (2009), os eleitores no Brasil 
continuam preferindo candidatos homens em detrimento das mulheres. Tal situação 
pode estar relacionada tanto a uma questão cultural do eleitor, quanto uma maior 
disponibilidade de recursos de campanhas para esse segmento que, de antemão, já tende 
a sair vitorioso. O fato é que tanto uma quanto a outra situação demonstra o prejuízo da 
mulher quando se fala da participação feminina na composição dos representantes 
eleitos. E tal prejuízo não se sustenta na ausência de qualificação da mulher, tendo em 
vista que, quando se analisa o perfil dos eleitos, essa apresenta maior nível de 
escolaridade do que os homens. 
Além das barreiras de elegibilidade, observou-se também a existência de barreiras 
institucionais, tendo em vista o pequeno percentual de mulheres que compõem as Mesas 
Diretora das Assembleias Estaduais e Distrital. Tal situação corrobora o fato de que a 
mulher se depara com barreiras não apenas de elegibilidade, mas também dentro dos 
próprios órgãos legislativos, possuindo menores oportunidades de envolvimento em 
instâncias de deliberação. Em consequência, a mulher apresenta menor possibilidade de 
influência nas decisões e, portanto, menores possibilidades de mostrar seu potencial no 
âmbito desses órgãos, o que reflete, em última caso, em dificuldades de reeleição, 
fechando, portanto, o ciclo vicioso de participação da mulher na política. 
A sub-representação da mulher na política brasileira manifesta-se em todas as 
Assembleias Legislativas, embora haja especificidades para cada uma delas. 
 
 
 
35
Conclui-se, portanto, que embora tenha ocorrido alguns avanços, desde a obtenção do 
direito ao voto pela mulher, em 1932, ou até mesmo se considerado o período analisado 
nessa pesquisa, ainda persistem as diversas barreiras para a efetiva participação da 
mulher na política brasileira e, portanto, para o alcance de maior equidade de gênero 
nesse campo. 
Espera-se que o passar do tempo de publicação da Lei nº 12.034/09 e as diversas 
discussões e iniciativas que vem ocorrendo no sentido de buscar maior equidade de 
gênero mudem a realidade aqui apresentada. Sabe-se, porém, que o desafio é enorme, 
pois, conforme afirma Bourdieu (2011), as mudanças visíveis que afetaram e ainda 
afetam a condição feminina ao longo do tempo mascaram a permanência de estruturas 
invisíveis que só podem ser esclarecidas por um pensamento relacional, capaz de 
contrapor a divisão de trabalho e poderes, e os diferentes setores do campo econômico, 
político e social em que estão situados homens e mulheres. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALMEIDA, C.; LUCHMANN, L.; RIBEIRO, E. Associativismo e representação 
política feminina no Brasil. Revista Brasileira de Ciência Política(8): 237-263. 2012. 
ALVES, J.E.D. Mulheres em movimento: voto, educação e trabalho. Ouro Preto, REM, 
2003. 
ALVES, J.E.D. Paradoxos da participação política da mulher no Brasil. 2007. 15fl. 
Disponível em 
http://www.prt18.mpt.gov.br/eventos/2007/mulher/anais/artigos/jose_eustaquio.pdf. 
Acesso em 20/09/2012 
ARAÚJO, C. Construindo novas estratégias, buscando novos espaços políticos – as 
mulheres e as demandas por presença. In: MURARO, R. M. et al. Mulher, gênero e 
sociedade. Rio de Janeiro: Relume Dumará, FAPERJ, 2001. 
BENCHOP, Y.; BROUNS, M. The trouble with the glass ceiling: critical reflections on 
famous concept. In: INTERNATIONAL CRITICAL MANAGEMENT STUDIES 
CONFERENCE, 4th, 2004. Proceedings...Cambridge: University of Cambridge, 2004. 
BOURDIEU,P. A dominação masculina. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. 
BRAGA, M.S.S.; VEIGA, L.F.; MIRÍADE, A. Recrutamento e perfil dos candidatos e 
dos eleitos à câmara dos deputados nas eleições de 2006. Revista Brasileira de Ciências 
Sociais - Vol. 24 No. 70. Junho de 2009. 
CODATO, A.; COSTA, L.D. A profissionalização da classe política brasileira no século 
XXI: um estudo do perfil sócio-profissional dos deputados federais(1998-2010). 
Encontro Anual da ANPOCS, 35 (Anais). Caxambu, Minas Gerais. 2011. 
COSTA, A.A.A. As donas no poder. Mulher e política na Bahia. Salvador: NEIM/UFBa 
- Assembleia Legislativa da Bahia. 1998. 248p. - (Coleção Bahianas; 02) 
 
 
 
36
CRAMPTON, S.M.; MISHRA, J.M. Women in management.Public Personnel 
Management, Alexandria, v.28, n.1, p.97-106, Spring 1999. 
DANCEY, C.P.; REIDY, J. Estatística sem matemática para a psicologia. Porto Alegre: 
Artmed, 2006. 
DESOUZA, E. et al. A construção social dos papéis sexuais femininos. 
Psicologia:Reflexão Critica, Porto Alegre, v.13, n., p.485-496, 2000. 
MATOS, M. Paradoxos da incompletude da cidadania política das mulheres novos 
horizontes para 2010?. 2009. Disponível em 
http://opiniaopublica.ufmg.br/biblioteca/marlise.pdf. Acessado em 20/09/2012. 
NORRIS, P.; LOVENDUSKI, J. Political recruitment: gender: race and class in the 
British Parliament. Cambridge, Cambridge University Press. 1995. 
PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano. Sustentabilidade e Equidade: um 
futuro melhor para todos. 2011. 
http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2011/download/pt/. Acessado em 20/01/2013. 
RANNEY, A. Candidate Selection In: BUTLER, D.; PENNIMAN, H. and RANNEY. 
A. (eds). Democracy at the Polls: a comparative study of competitive national elections. 
Washington DC: American Enterprise Institute of Public Research, 1981. 
SOCIAL WATCH, Relatório 2012. Desenvolvimento Sustentável: o direito a um 
futuro. 2012. http://www.socialwatch.org/es/node/14383. Acessado em 14/01/2013. 
SOW, M.M. A participação feminina na construção de um parlamento democrático. 
Revista Eletrônica do Programa de Pós-graduação. Centro de formação, treinamento e 
aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados. Disponível em http://bd.camara.gov.br. 
Acessado em 20/10/2012. 
TABAK, F. Mulheres públicas: participação política e poder. Rio de Janeiro: Letra 
Capital, 2002. 
UNIÃO INTERPARLAMENTAR (IPU). Posição dos países quanto à participação da 
mulher nas casas legislativas. 2012. Disponível em http://www.ipu.org/wmn-
e/arc/classif311212.htm. Acessado em 19/02/13 
VAZ, G.A A participação da mulher na política Brasileira: a lei de cotas. Monografia de 
Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Especialização em Processo Legislativo 
do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento, da Câmara dos Deputados. 
2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
 
 
 
 
38
Anexo A – Dados das Mesas Diretoras, por Unidade da Federação, no período de 1998 - 2013 
Assembléia Legislativa 
Atual -2013-2014 2011-2012 2009-2010 2007-2008 2005-2006 
P V.P S P V.P S P V.P S P V.P S P V.P S 
H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M H M 
Acre 1 0 3 0 4 1 1 0 1 0 2 0 1 0 1 0 2 0 1 0 1 0 2 0 1 0 1 0 2 0 
Alagoas 0 
Amapá 1 0 1 1 3 1 
Amazonas 1 0 2 1 2 1 1 0 2 1 2 1 1 0 3 0 2 1 1 0 3 0 2 1 1 0 3 0 3 0 
Bahia 1 0 3 0 3 1 
Ceará 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 
Distrito Federal 1 0 1 0 2 1 
Espírito Santo 1 0 2 0 2 2 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 1 1 3 1 1 0 2 0 3 1 
Goias 1 0 2 0 4 0 
Maranhão 1 0 3 1 4 0 
Mato Grosso 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 1 1 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 
Mato Grosso do Sul 1 0 1 2 3 0 1 0 1 2 3 0 1 0 3 0 2 1 1 0 3 0 3 0 1 0 3 0 3 0 
Minas Gerais 1 0 3 0 3 0 1 0 3 0 3 0 1 0 2 0 3 0 1 0 3 0 3 0 1 0 3 0 3 0 
Pará 1 0 2 0 2 2 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 1 1 4 0 1 0 2 0 3 1 
Paraíba 1 0 4 0 3 1 1 0 2 1 4 0 1 0 3 1 4 0 1 0 4 0 4 0 1 0 2 2 3 1 
Paraná 1 0 3 0 5 0 1 0 2 0 4 0 1 0 3 0 5 0 1 0 3 0 4 1 1 0 2 1 5 0 
Pernambuco 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 3 1 
Piauí 1 0 3 1 3 1 1 0 3 1 3 1 1 0 2 2 4 0 1 0 1 1 4 0 
Rio de Janeiro 1 0 4 0 3 1 1 0 4 0 3 1 1 0 3 1 3 1 1 0 4 0 3 1 1 0 3 1 2 2 
Rio Grande do Norte 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 1 1 3 1 1 0 1 1 3 1 1 0 1 1 4 0 
Rio Grande do Sul 1 0 2 0 3 1 1 0 1 1 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 
Rondônia 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 3 1 
Roraima 
Santa Catarina 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 3 1 1 0 1 1 4 0 1 0 2 0 4 0 
São Paulo 1 0 4 0 4 0 1 0 4 0 3 1 1 0 4 0 3 1 1 0 2 0 2 2 1 0 2 0 4 0 
Sergipe 0 1 1 0 3 1 1 0 0 1 4 0 1 0 1 0 4 0 1 0 1 0 4 0 1 0 1 0 4 0 
Tocatins 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 3 1 1 0 1 1 4 0 1 0 2 0 4 0 
Total 24 1 58 6 81 17 20 0 41 7 67 8 20 0 43 6 69 7 20 0 40 6 68 8 19 0 39 5 65 7 
 (Continua)
 
 
 
39
Assembléia Legislativa 
2003-2004 2001-2002 1999-2000 
P V.P S P V.P S P V.P S 
H M H M H M H M H M H M H M H M H M 
Acre 1 0 1 0 2 0 1 0 1 0 2 0 1 0 1 0 2 0 
Alagoas 
Amapá 
Amazonas 1 0 3 0 3 0 1 0 3 0 3 0 1 0 3 0 3 0 
Bahia 
Ceará 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 
Distrito Federal 
Espírito Santo 1 0 0 2 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 
Goias Qtd. Mulheres por cargo 
Maranhão Presidente 1 
Mato Grosso 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 Vice presidente 43 
Mato Grosso do Sul 1 0 2 1 3 0 1 0 2 1 3 0 1 0 3 0 3 0 Secretária 62 
Minas Gerais 1 0 3 0 3 0 1 0 3 0 3 0 1 0 2 0 2 0 Total de Mulheres 106 
Pará 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 
 
 
Paraíba 1 0 3 1 2 2 1 0 4 0 3 1 1 0 3 1 4 0 Total de membros da Mesa 1154 
Paraná 1 0 2 1 5 0 1 0 3 0 5 0 1 0 3 0 4 0 
Pernambuco 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 Percentual de mulheres 9,19% 
Piauí 
Rio de Janeiro 1 0 3 1 3 1 1 0 1 3 4 0 1 0 4 0 4 0 
Rio Grande do Norte 1 0 1 1 4 0 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 
Rio Grande do Sul 1 0 2 0 4 0 1 0 1 1 4 0 1 0 2 0 4 0 
Rondônia 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 3 1 
Roraima 
Santa Catarina 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 
São Paulo 1 0 2 0 3 1 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 4 0 
Sergipe 1 0 1 0 4 0 1 0 1 0 4 0 1 0 1 0 4 0 
Tocatins 1 0 2 0 4 0 1 0 2 0 2 2 1 0 2 0 2 2 
Total 19 0 37 7 65 7 19 0 39 5 67 5 19 0 42 1 67 3

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes