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I Modelo de Apostila Enfermagem em Neonatologia II III Código: 120315A Autora: Valdirene dos Santos Lopes Enfermagem em Neonatologia I Índice Apresentação ........................................................................................................................................................ 1 Objetivos ............................................................................................................................................................... 1 Unidade I – Assistência ao recém‐nascido normal.................................................................................................. 2 Aulas 01 a 03 – Assistência ao recém‐nascido na sala de parto............................................................................... 3 Sala de reanimação ....................................................................................................................................................................... 3 Etapas da assistência ao recém‐nascido termo na sala de parto.................................................................................................. 4 Atividades...................................................................................................................................................................................... 5 Aulas 04 e 05 – Aula prática em laboratório I ......................................................................................................... 7 Cuidados imediatos ao recém‐nascido na sala de parto............................................................................................................... 7 Aulas 06 a 08 – Assistência ao recém‐nascido no alojamento conjunto .................................................................. 8 Alojamento conjunto .................................................................................................................................................................... 8 Aleitamento materno.................................................................................................................................................................... 9 Avaliação do recém‐nascido ....................................................................................................................................................... 15 Declaração de nascido vivo e teste do pezinho .......................................................................................................................... 20 Atividades.................................................................................................................................................................................... 21 Aulas 09 a 11 – Técnicas Básicas de Enfermagem em Neonatologia ..................................................................... 26 Higiene do recém‐nascido........................................................................................................................................................... 26 Verificação de sinais vitais .......................................................................................................................................................... 27 Sondagem gástrica ...................................................................................................................................................................... 27 Administração de medicação em neonatologia.......................................................................................................................... 29 Coleta de glicemia capilar (dextro) ............................................................................................................................................. 30 Anotação de enfermagem em neonatologia .............................................................................................................................. 31 Atividades.................................................................................................................................................................................... 33 Aulas 12 a 14 – Aula prática em laboratório II ...................................................................................................... 34 Higiene do recém‐nascido........................................................................................................................................................... 34 Verificação de sinais vitais .......................................................................................................................................................... 34 Sondagem gástrica e alimentação por sonda ............................................................................................................................. 34 Administração de medicação em neonatologia.......................................................................................................................... 35 Coleta de glicemia capilar (dextro) ............................................................................................................................................. 35 Unidade II – Patologias do recém‐nascido............................................................................................................ 36 Aulas 15 e 16 – Patologias clínicas........................................................................................................................ 37 Icterícia neonatal ........................................................................................................................................................................ 37 Doença hemolítica do recém‐nascido......................................................................................................................................... 39 Hipoglicemia................................................................................................................................................................................ 40 Síndrome da morte súbita .......................................................................................................................................................... 41 Hipotireoidismo congênito ......................................................................................................................................................... 41 Fenilcetonúria ............................................................................................................................................................................. 41 Enterocolite necrotisante............................................................................................................................................................ 42 Hemangioma............................................................................................................................................................................... 42 Síndrome da aspiração meconial ................................................................................................................................................ 43 Refluxo gastroesofágico .............................................................................................................................................................. 43 Luxação congênita de quadril ..................................................................................................................................................... 44 Atividades.................................................................................................................................................................................... 45 II Aulas 17 a 19 – Malformações congênitas............................................................................................................ 46 Síndrome de Down......................................................................................................................................................................46 Malformações neurológicas........................................................................................................................................................ 47 Malformações gastrintestinais.................................................................................................................................................... 48 Malformações do sistema cardiovascular................................................................................................................................... 49 Atividades.................................................................................................................................................................................... 54 Unidade III – Apêndice I ....................................................................................................................................... 56 Portaria Ministério da saúde 1.016............................................................................................................................................. 56 1 Apresentação O nascimento é uma das fases de transição e de adaptação do ser humano. O recém‐nascido possui características e necessidades específicas sendo totalmente dependente de cuidados especializados. A atuação da enfermagem em neonatologia requer conhecimento das características normais do recém‐nascido e das patologias que acometem a criança nesta fase para a promoção de um crescimento e desenvolvimento saudável. Objetivos Apresentar as características do recém‐nascido a termo. Fornecer subsídios para a realização de cuidados imediatos no recém‐nascido sadio. Apresentar os equipamentos, materiais e instrumentos da unidade neonatal. Descrever as patologias clínicas e as más formações que acometem o recém‐nascido. Orientar os aspectos essenciais no manejo da amamentação. 2 Unidade I – Assistência ao recém‐nascido normal Aulas 01 a 03 – Assistência ao recém‐nascido na sala de parto Sala de reanimação Etapas da assistência ao recém‐nascido a termo na sala de parto Atividades Aulas 04 e 05 – Aula prática em laboratório I Cuidados imediatos ao recém‐nascido na sala de parto Aulas 06 a 08 – Assistência ao recém‐nascido no alojamento conjunto Alojamento conjunto Aleitamento materno Avaliação do recém‐nascido Declaração de nascido vivo e teste do pezinho Atividades Aulas 09 a 11 – Técnicas básicas de enfermagem em Neonatologia Higiene do recém‐nascido Verificação de sinais vitais Sondagem gástrica Administração de medicação em neonatologia Coleta de glicemia capilar (dextro) Anotação de enfermagem em neonatologia Atividades Aulas 12 a 14 – Aula prática em laboratório II Higiene do recém‐nascido Verificação de sinais vitais Sondagem gástrica e alimentação por sonda Administração de medicação em neonatologia Coleta de glicemia capilar (dextro) 3 Aulas 01 a 03 – Assistência ao recém‐nascido na sala de parto Sala de reanimação O nascimento consiste na transição da vida fetal para a vida uterina. Durante este processo a criança deve receber cuidados em condições ideais para sua adaptação. A recepção e a reanimação do recém‐nascido devem acontecer o mais próximo do local do nascimento, em geral dentro da própria sala de parto. As maternidades possuem em cada sala obstétrica o local para recepção e reanimação do recém‐nascido, evitando assim, a separação mãe e filho. 1. Preparo da sala de reanimação A área de reanimação do recém‐nascido fica localizada dentro do centro cirúrgico sendo dessa forma obrigatório o uso de roupa privativa. A temperatura do local deve ser ajustada para evitar a perda de calor no recém‐nascido. Deve conter: rede de oxigênio, ar comprimido, vácuo de preferência central; fonte de calor radiante: Berço aquecido deve ficar ligado para manter a temperatura; material de reanimação; relógio de parede; balança para pesar o recém‐nascido; incubadora de transporte. Tabela 1 – Materiais da sala de reanimação Procedimentos Materiais Recepção Luva de procedimento e campo esterilizado aquecido. Reanimação Luvas de procedimento e cirúrgica, sondas de aspiração n° 04, 06, 08 e 10 cateter umbilical para recém‐nascido termo e pré‐termo, dreno de tórax, fio cirúrgico, gaze estéril, agulhas, seringas 1,3,5,10 e 20ml, soro fisiológico, soro glicosado, água destilada, caixa de pequena cirurgia, lâmina de bisturi, estestocópio, campo fenestrado, solução antisséptica, equipo, material de entubação, medicamentos de reanimação, foco de luz. Vitamina K. Identificação do recém‐nascido Pulseiras de identificação, tinta para identificação plantar, gaze. Clampeamento do coto umbilical Clamp para cordão umbilical, gaze estéril, álcool a 70%, luvas, tubos para coleta de exames, seringa. Credê ocular Solução de nitrato de prata, gaze. Unidade de calor radiante neonatal 4 Etapas da assistência ao recém‐nascido termo na sala de parto Os objetivos da reanimação na sala de parto são: Promover boa expansão pulmonar, manter oxigenação tecidual adequada e assegurar débito cardíaco adequado. 1. Manutenção da temperatura Receber o recém‐nascido em campo estéril aquecido para evitar a perda de calor por evaporação; atender o recém‐nascido sob fonte de calor radiante; a temperatura deve ser de 30 a 32 graus; secar o corpo do recém‐nascido e retirar os campos úmidos. Não pendurar a criança pelos pés, pois essa manobra pode levar a hemorragia intracraniana e luxação de quadril. 2. Desobstrução das vias aéreas superiores Transportar a criança em posição trendelemburg lateral para a sala de reanimação. O objetivo é facilitar a drenagem de secreções das vias aéreas. Manter o recém‐nascido em posição de trendelemburg com a cabeça virada para a lateral para evitar a entrada de sangue, mecônio, coágulos ou líquidos nas vias respiratórias. A aspiração deverá ser realizada caso a criança apresente dificuldade respiratória ou choro fraco. Aspirar inicialmente a boca e a seguir as narinas. Se a sonda for introduzida nas narinas primeiro poderá desencadear uma inspiração levando a aspiração do conteúdo da cavidade oral. Utilizar pressão do vácuo em 15 a 20 mmHg. Não aspirar por tempo maior que 10 a 15 segundos para evitar reflexo vagal (bradicardia e apneia). Aspiração da cavidade oral: Aspirar o canto da boca com movimentos delicados. Evitar tocar na faringe posterior, pois provoca náuseas. Aspiração das narinas: Introduzir a sonda desligada para não lesar a mucosa, tracionar lentamente aspirando de forma intermitente. 3. Apgar – Avaliação da vitalidade do recém‐nascido A anestesista Virginia Apgar em 1953 estabeleceu parâmetros que avaliam a vitalidade do recém‐nascido. O boletim de Apgar é aplicado no primeiro e no quinto minuto de vida (Tabela 2). A nota final obtida na avaliação de apgar indica: 0 a 3: Asfixia grave 4 a 6: Asfixia moderada 7 a 10: Boa vitalidade, boa adaptação à vida uterina. Tabela 2 – Boletim de Apgar Sinais 0 1 2 Frequência cardíaca Ausente Abaixo de 100 bpm Acima de 100 bpm Esforços respiratórios Ausente Choro fraco Respiração regular, choro forte. Tônus muscular Flácido Flexão das extremidades Movimentação ativa Irritabilidade reflexa Ausente Careta Choro, espirro Cor da pele Cianose ou palidez Corpo róseo Completamente róseo 4. Aspiração do conteúdo gástrico A aspiração do conteúdo gástrico tem por objetivo testar a permeabilidade nasal, diagnosticar a atresia de esôfago, além de esvaziaro conteúdo gástrico prevenindo vômitos posteriores. A aspiração do conteúdo gástrico não é utilizada como via de regra por ser um procedimento invasivo. Está indicada nos casos de mecônio, presença de sangue no líquido amniótico e em crianças com asfixia perinatal. É realizada através da sondagem gástrica via nasal ou via oral. 5 5. Identificação do recém‐nascido colocar as pulseiras de identificação no pulso e tornozelo do recém‐nascido; a pulseira deve conter o nome da mãe (“RN de”), sexo do RN, número do quarto e do leito materno e hora e data de nascimento; realizar o plantigrama (identificação da superfície plantar) na ficha neonatal; utilizar tinta apropriada para evitar borrões, limpar a sujidade (vérnix, secreções); retirar a tinta após. 6. Cuidados com o coto umbilical Clampear o cordão umbilical a 3 cm da parede abdominal, seccionando o cordão a 1 cm acima do clamp com tesoura ou lâmina de bisturi; observar o número de vasos no cordão, duas artérias e uma veia; proceder a limpeza do coto com álcool a 70%. No momento do clampeamento do cordão umbilical colher sangue para tipagem sanguínea (grupo sanguíneo e Rh). 7. Credê ocular A utilização de nitrato de prata a 1% previne a oftalmia gonocóccica; instilar uma gota do colírio nitrato de prata a 1% em ambos os olhos, retirar o excesso com gaze estéril e seca. 8. Apresentação do RN à mãe Colocar a criança em contato com a mãe (se possível); entregar o bebê envolvido em campo aquecido, abrir o campo para que observe seu corpo inteiro; estimular o aleitamento materno. 9. Administração de vitamina K Aplicar 1 mg de vitamina K, intramuscular no vasto lateral da coxa; a vitamina K previne a doença hemorrágica do recém‐nascido. 10. Transporte do RN ao alojamento conjunto Transportar o recém‐nascido com campo aquecido junto com a mãe para o alojamento conjunto; os bebês aptos para o alojamento conjunto são aqueles que receberam nota acima de 6 no boletim de apgar. Os bebês que receberam nota menor que 6 serão encaminhados a unidade neonatal. Na unidade neonatal de acordo com as condições serão atendidos no setor de cuidados intermediários (observação), UTI ou isolamento. As rotinas destes setores estão descritas na apostila de Cuidados intensivos em Pediatria e Neonatologia. Atividades 01. Quais são as medidas para manter a temperatura do recém‐nascido durante a reanimação? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 6 02. Qual a finalidade de manter o recém‐nascido em trendelemburg com a cabeça lateral durante a reanimação? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 03. Qual a ordem de aspiração das vias aéreas? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 04. Qual é o objetivo da aspiração do conteúdo gástrico após o nascimento? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 05. Quais são os cuidados com o coto umbilical na sala de reanimação? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 7 Aulas 04 e 05 – Aula prática em laboratório I Cuidados imediatos ao recém‐nascido na sala de parto 1. Objetivo Promover o treinamento dos alunos na assistência ao recém‐nascido na sala de parto. Recepção do recém‐nascido; manutenção da temperatura; desobstrução das vias aéreas; boletim de apgar; identificação do recém‐nascido; clampeamento do cordão umbilical; credê ocular. 2. Materiais necessários Luva de procedimento; campo esterilizado aquecido; sondas de aspiração n° 04, 06, 08 e 10; pulseiras de identificação; tinta para identificação plantar; gaze; clamp para cordão umbilical; lâmina de bisturi; álcool a 70%; solução de nitrato de prata a 1%. 3. Descrição da técnica Seguir as etapas de assistência ao recém‐nascido descrita nas aulas 01 a 03. 8 Aulas 06 a 08 – Assistência ao recém‐nascido no alojamento conjunto Alojamento conjunto O alojamento conjunto foi implementado nas maternidades com o objetivo de propiciar o aleitamento materno precoce, além de outros benefícios para mãe e filho. Antes deste sistema os recém‐nascidos ficavam no berçário e em alguns períodos eram levados até a mãe para serem amamentados. Os horários de amamentação do berçário nem sempre coincidiam com o horário em que os bebês estavam acordados ou com fome, dessa forma muitas mães não conseguiam iniciar o aleitamento durante o período de hospitalização. 1. Definição Consiste em um sistema hospitalar onde o recém‐nascido sadio, logo após o nascimento permanece ao lado da mãe 24 horas por dia, em um mesmo ambiente até a alta hospitalar. Fonte: Ministério da Saúde, portaria 1.016 de 1993 O estatuto da Criança e do Adolescente (capítulo I, Art. 10°, inciso V) estabelece que: "Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes; públicos e particulares são obrigados amanter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe”. 2. Vantagens do alojamento conjunto estabelecer e fortalecer o vínculo mãe e filho; estimular e favorecer o aleitamento materno por livre demanda (de acordo com as necessidades da criança); diminuir o risco de infecção hospitalar; promover a oportunidade da mãe conhecer e observar seu filho. A mãe aprende a lidar e a cuidar da criança. favorecer a orientação da mãe através do contato direto com a enfermagem e a equipe médica. recuperação mais rápida da mãe e com menor complicação. Pesquisas realizadas com mães que utilizaram o sistema de alojamento conjunto demonstraram que a maioria (mais de 75%) aprovam o fato de permanecerem junto ao filho e que o aleitamento materno foi favorecido por esse sistema. 3. Estrutura do alojamento conjunto Recursos humanos O alojamento conjunto deve contar com um enfermeiro para 30 binômios e 01 auxiliar ou técnico de enfermagem para 8 binômios. Um médico pediatra para 20 crianças e um obstetra para 20 mães. Deve possuir também assistente social, psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo. Planta física As enfermarias devem ter no máximo 6 binômios, com 5 m² para cada um (leito/berço). A distância mínima entre um berço e outro deve ser de 2 metros. Em cada conjunto deve haver uma cama, mesa de cabeceira, berço e cadeira para amamentação. Cada enfermaria deve possuir 1 lavatório e um recipiente com tampa para recolhimento de roupa usada. As crianças aptas para o alojamento conjunto devem ter: Controle térmico e boa sucção. Peso maior que 2 kilos. Idade gestacional maior que 35 semanas. APGAR maior que 6 no quinto minuto. 9 4. Ações de enfermagem no alojamento conjunto prestar assistência de enfermagem ao binômio mãe/filho; avaliar se o recém‐nascido apresenta as condições necessárias para permanecer em alojamento conjunto; orientar e treinar a mãe no cuidado do recém‐nascido; sanar dúvidas relativas aos cuidados com a criança; orientar e promover o aleitamento materno com livre demanda; não oferecer ao recém‐nascido outro alimento ou dar bicos ou chupetas as crianças amamentadas ao seio materno; proibir as mães que amamentem outros recém‐nascidos que não o seu a fim de evitar infecção cruzada. Ao contrário do que se pensa a finalidade do alojamento conjunto não é diminuir a carga de trabalho da enfermagem. A enfermagem deve orientar e acompanhar a mãe durante a prestação de cuidados ao recém‐ nascido, bem como durante a amamentação. Deve manter vigilância constante da interação mãe e filho e de possíveis alterações que venham a surgir tanto no estado geral da mãe quanto do recém‐nascido. 5. Contraindicações para o alojamento conjunto todas as situações devem ser analisadas individualmente, mas a única contraindicação para o alojamento conjunto é doença infecciosa aguda da mãe com risco de contaminação do bebê; psicose puerperal, parto cesáreo, doença mental não são contraindicações para o alojamento conjunto; os casos de fototerapia podem ser realizados em alojamento conjunto. Acesse a portaria 1.016 do Ministério da Saúde que trata das normas para instalação do alojamento conjunto em anexo I desta apostila. Acesse‐o no final do material ou em Anexos no menu do curso on‐line. Aleitamento materno Cada espécie produz o leite adequado ao seu filho, o ser humano não é diferente. O leite materno é o mais completo alimento para o recém‐nascido e deve ser exclusivo até os 6 meses. 1. Leite humano 1.1. Produção de leite Anatomia das mamas: As mamas possuem em média 20 unidades lactíferas envoltas por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos. Cada unidade lactífera é formada por alvéolos com glândulas secretoras. Os alvéolos são estruturas arredondadas agrupadas como em um cacho de uva, estão unidos pelos canais lactíferos ou galactóforos, os quais se abrem no mamilo. São responsáveis pela produção do leite. Anatomia das mamas 10 Produção do leite: O hormônio prolactina secretado pela hipófise é o responsável pelo estímulo dos alvéolos para a produção de leite. A produção de prolactina pode ser estimulada através da sucção do mamilo; os mamilos possuem terminações nervosas que uma vez estimuladas (sucção do bebê) enviam mensagem ao hipotálamo e deste à hipófise para a produção de prolactina. Importante saber que a sucção do seio materno pelo recém‐nascido serve de estímulo para a produção de prolactina, que estimula a produção de leite. Descida do leite: O hormônio ocitocina produzido pela hipófise é responsável pela descida do leite; com a sucção do mamilo a hipófise é estimulada a liberar a ocitocina que age nas mamas contraindo os ductos mamários facilitando assim a saída do leite; a ocitocina ao mesmo tempo em que age nas mamas age também no útero promovendo sua contração, essa contração é importante para fazer o útero retornar ao normal no período pós‐parto. A ocitocina além de promover a “descida” do leite promove também a contração do útero. 1.2. Composição do leite humano O colostro é a primeira secreção produzida pela glândula mamária, é um líquido claro, rico em proteínas, sódio, potássio e em anticorpos; O colostro é chamado de primeiro leite. Ele é rico em anticorpos e funciona como uma vacina para a criança protegendo‐a das doenças até que ela adquira sua própria imunidade. É muito importante que a criança receba o colostro nas primeiras semanas de vida. o leite maduro que é produzido após o colostro é um leite com maior teor de gordura, essa gordura se comparada com a do leite de vaca possui maior qualidade e maior facilidade de digestão; o volume de leite aumenta entre o terceiro e quarto dia, esse período é conhecido como a descida do leite ou pojadura; o leite materno possui proteínas, vitaminas e ferro em quantidade adequada ao recém‐nascido; o leite humano é rico em água, ele é constituído por 85% de água, não sendo necessária a complementação de água durante a amamentação exclusiva (6 primeiros meses de vida). 2. Vantagens do aleitamento materno Vantagem nutricional O leite humano é o alimento completo para o crescimento do recém‐nascido; sendo um alimento completo, não é necessário a complementação com água, chás ou sucos durante os 6 primeiros meses. Vantagem imunológica Proteção contra infecções (diarreias, otites e infecções respiratórias); proteção contra alergia alimentar; proteção contra o câncer. Vantagem econômica É prático e econômico, não necessita preparo ou armazenamento e ainda vem na temperatura certa. Vantagem psicossocial O aleitamento materno fortalece o vínculo mãe‐filho; estimula o desenvolvimento psicomotor, social e mental. Pesquisas mostram que crianças amamentadas são mais seguras; favorece o desenvolvimento da estrutura facial e de suas funções: mastigação, fala, alinhamento dos dentes e respiração; reduz o risco de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, arterioesclerose. 11 3. Obstáculos ao aleitamento materno 3.1. Em relação ao recém‐nascido Algumas situações devem ser observadas para evitar o desmame. A puérpera deve receber apoio e orientações para promover o aleitamento materno. Gemelaridade Os gêmeos podem ser amamentados em horários alternados ou os dois ao mesmo tempo. A produção de leite obedece ao estímulo de sucção, quanto mais sucção houver maior será a produção de leite. Posições para amamentar gemelares Sucção inadequada A pega incorreta do mamilo pode levar a uma sucçãoineficiente. “Confusão de bicos” Se a criança for alimentada através de bico artificial durante os primeiros dias pode apresentar dificuldade em aceitar o seio materno. Prematuridade O recém‐nascido prematuro apresenta sucção fraca, porém pode ser estimulado através de técnicas de relactação ou ser alimentado através de sonda gástrica com o leite materno. Presença de fenda palatina A mãe deve ser orientada por profissional especializado (fonoaudióloga) para promover o aleitamento materno nestes casos. 3.2. Em relação à mãe Algumas situações maternas podem dificultar ou até mesmo impedir o aleitamento materno: depressão puerperal; carcinoma em tratamento com quimioterápicos; uso de drogas ilícitas. Situações preveníveis: ingurgitamento mamário; prevenção através do esvaziamento das mamas após as mamadas; mamilo doloroso; prevenção de pega correta; mamilos planos ou invertidos; prevenção através de exercícios durante a gestação. 12 3.3. Mitos Alguns mitos podem prejudicar o aleitamento materno, são eles: Leite fraco Orientar a nutriz que o colostro não é um leite fraco, e sim o primeiro e mais importante leite devido à presença de anticorpos. Amamentação deforma o corpo As alterações das mamas ocorrem durante a gestação e não durante a amamentação. Inimigos do peito: Medo de não ter leite; A mamadeira; Medo de peito caído ou deformado; Erros na técnica de amamentação (causam insatisfação do bebê e rachadura de mamilo); Introdução de água, chá ou outro alimento nos primeiros 6 meses; A enfermagem tem papel decisivo na promoção do aleitamento materno através da orientação e do auxílio à mãe durante a amamentação. O acompanhamento deve ter início no período de gestação. 4. Como amamentar? Preparo dos mamilos No caso de mamilos invertidos podem ser realizados exercícios de Hoffman. Exercícios de Hoffman Durante a amamentação evitar o uso de cremes e pomadas na região dos mamilos. Realizar higiene corporal diária (banho). A pele do mamilo pode ser hidratada com o próprio leite após a mamada. Duração do aleitamento O aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Após essa idade devem ser introduzidos alimentos sólidos. A criança deve ser avaliada pelo pediatra em relação ao crescimento e desenvolvimento para verificar a necessidade de complemento durante os seis meses. Se a mãe trabalha fora deve ser orientada para a introdução dos alimentos durante sua ausência e sobre a ordenha e armazenamento do leite. O desmame deve ser feito de maneira lenta, retirar uma mamada por mês, evitar o uso da mamadeira, se possível passar a criança do peito para o copo. A criança deve mamar no mínimo até o primeiro ano de vida. Horário e duração da mamada É aconselhável que a criança faça seu horário que em geral oscila entre 2 a 3 horas de intervalo entre uma mamada e outra. Crianças preguiçosas devem ser acordadas se ultrapassarem mais de 4 horas, principalmente se estiver com ganho de peso inadequado. Retirar a roupa e colocar em posição de cavaleiro estimula a criança a ficar alerta. 13 A criança deve mamar aproximadamente 15 minutos em cada seio. Os seios devem ser alternados durante as mamadas. Nos primeiros dias o recém‐nascido mama 5 minutos, este tempo aumenta gradativamente com o passar dos dias. Se o bebê mama menos que 5 minutos e mais que 30 minutos observar se existe algum erro na técnica de amamentação (pega incorreta, mamas cheias, entre outros). 5. Posições para amamentar A posição deve ser a mais confortável para mãe e filho. A mãe pode amamentar deitada ou sentada de acordo com as suas condições físicas. 5.1. Posição deitada: Essa posição é indicada após partos cesáreos; em decúbito lateral, ficar com as pernas um pouco encolhidas, manter o bebê de lado (barriga com barriga), olhando para a mãe. Uma das mãos repousa sobre a cama e puxa o bebê para si enquanto a outra mão oferece a mama ao bebê; utilizar coxins (travesseiro) para apoiar o bebê. Posição deitada 5.2. Posição sentada Apoiar as costas com travesseiros, manter a coluna ereta e apoio nos pés; trazer o bebê junto ao corpo, não curvar as costas; a cabeça do bebê deve ficar livre, as costas devem ser apoiadas pelo antebraço da mãe; na posição sentada a criança pode ficar deitada, em cavaleiro ou em posição invertida. Posição da criança em cavaleiro Posição sentada Pega do mamilo a mãe deve segurar a mama com o polegar e indicador formando um “C” ou em forma de tesoura, não pressionar; passar com delicadeza o mamilo no canto da boca da criança; ajudar a criança a abocanhar boa parte da aréola; para retirar a criança do mamilo: colocar o dedo mínimo (quinto dedo) na lateral da boca da criança, assim ela sugará o dedo e soltará o mamilo. 14 Pega inadequada do mamilo Pega correta do mamilo Eructação A eructação consiste na eliminação de ar que foi ingerido durante a mamada; após a mamada colocar a criança para eructar (arrotar) com a cabeça mais alta que o corpo por 5 minutos, em pé no ombro da mãe, deitado de bruços no colo, ou sentado no colo da mãe inclinado para a frente; após a eructação colocar a criança no berço ou carrinho em decúbito lateral com apoio de coxins. Posições para eructação Assista ao vídeo do Ministério da saúde sobre amamentação. Acesse em bibliografia. Ingurgitamento mamário Se a mama não for esvaziada de forma adequada pode causar desconforto e dor para a mãe; após a mamada realizar a palpação das mamas com as pontas dos dedos e procurar por regiões endurecidas “caroços”; para realizar a ordenha manual colocar os polegares lado a lado e os dedos das mãos encaixados sobre a mama, exercer pressão suave de cima para baixo na direção do mamilo. Manter a mama apoiada com uma das mãos, com a mão livre colocar o indicador e polegar na borda da aréola, realizar pressão até a saída do leite. Durante a ordenha não realizar pressão sobre os mamilos e sim sobre a linha areolar. Não utilizar bombinhas para retirada de leite. O leite ordenhado pode ser armazenado ou doado para banco de leite. Ordenha manual Assista aos vídeos sobre ordenha. Acesse as sugestões de links em bibliografia. 15 Armazenamento de leite A mãe que trabalha fora tem a opção de ordenhar o leite e guardá‐lo para oferecer ao bebê durante sua ausência; Retirar o leite através de ordenha manual. Prender os cabelos e lavar as mãos antes de realizar a ordenha; Armazenar o leite em frascos de vidro que devem ser fervidos por 15 minutos para sua desinfecção; O leite pode ser armazenado por 24 horas em geladeira ou 48 horas em congelador da geladeira; Para aquecer o leite utilizar banho‐maria, não utilizar micro‐ondas; Oferecer o leite com copinho ou com colher. Não utilizar mamadeira. Medicamentos e amamentação Os medicamentos passam para o leite materno. Alguns medicamentos podem ser utilizados durante a amamentação, consulte o médico para utilização de qualquer medicamento neste período. Veja mais informações sobre aleitamento materno e desmame no manual: Dez passos para uma alimentação para crianças brasileiras menores de dois anos do ministério da saúde. Avaliação do recém‐nascido 1. Classificação do recém‐nascido 1.1. Conforme o peso RN pequeno para a idade gestacional (PIG) Peso menor que 2500g. RN com peso adequado para idade gestacional (AIG) Peso entre 2500g e 4000g RN grande para a idade gestacional (GIG) Peso acima de 4000g. 1.2. De acordo com aidade gestacional RN pré‐termo (RNPT) Nascido até completar 37 semanas, pode ser: RNPT limítrofe: Entre 35 e 36 semanas; RNPT moderado: Entre 30 e 34 semanas; RNPT extremo: Abaixo de 30 semanas. RN termo (RNT) Nascido entre 37 até 42 semanas. RN pós‐termo Nascido acima de 42 semanas. Independente da idade gestacional qualquer criança nascida viva com menos de 2500g é considerada baixo peso e as crianças nascidas com menos de 1000g são consideradas muito baixo peso. 1.3. Avaliação da idade gestacional A avaliação da idade gestacional é realizada pelo Pediatra com base em parâmetros preestabelecidos. Ao situar um recém‐nascido em determinada idade gestacional é possível avaliar o risco de doenças e até mesmo de mortalidade. Exemplo: risco de mortalidade e complicações estão aumentadas no RNPT extremo. 2. Métodos de avaliação da idade gestacional A partir da data da última menstruação da mãe. A idade gestacional pode ser obtida através da data da última menstruação da mãe, porém nem sempre estes dados são fidedignos. A partir das características do recém‐nascido. Existem vários métodos para determinação da idade gestacional a partir das características do recém‐nascido. O método mais utilizado é o de CAPURRO. No método CAPURRO são avaliados cinco itens: formação do mamilo, textura da pele, forma da orelha, tamanho da glândula mamária e os sulcos plantares. 16 Tabela 3 ‐ Método de Capurro na Avaliação da Idade Gestacional Método de Capurro: (Somático e Neurológico) Formação mamilo A Mamilo pouco visível sem aréola 0 Mamilo nítido; aréola lisa diâmetro < 0,75 cm 5 Mamilo puntiforme aréola de borda não elevada > 0,75 cm 10 Mamilo puntiforme aréola de borda elevada > 0,75 cm 15 Textura da pele B Fina, gelatinosa 0 Fina e lisa 5 Algo mais grossa, com discreta descamação Superficial 20 Grossa, com sulcos superficiais, descamação de mãos e pés 15 Grossa, apergaminhada com sulcos profundos 20 Forma da orelha C Chata, disforme pavilhão não encurvado 0 Pavilhão parcialmente encurvado na borda 8 Pavilhão parcialmente encurvado em toda borda superior 16 Pavilhão totalmente encurvado 24 Tamanho da glândula mamária D Ausência de Tecido mamário 0 Diâmetro < 5 mm 5 Diâmetro 5 mm a 10 mm 10 Diâmetro > 10 mm 15 Sulcos plantares E Ausentes 0 Marcas mal definidas na metade anterior da planta 5 Marcas bem definidas na metade anterior e no terço anterior 10 Sulcos na metade anterior da planta 15 Sulcos em mais da metade anterior da planta 20 Sinal do Xale (posição do cotovelo) F Na linha axilar do lado oposto 0 Entre a linha axilar anterior do lado oposto e a linha média 6 Ao nível da linha média 12 Entre a linha média e a linha axilar anterior do mesmo lado 18 Posição da cabeça ao levantar o RN (ângulo (Â) cérvico‐torácico) G Totalmente deflexionada  = 270º 0  entre 180º ‐ 270º 4  = 180º 8  < 180º 12 Idade Gestacional: Somático: Somatório dos pontos em A, B, C, D , E + 204 /7 Somático‐neurológico: Somatória dos pontos B, C, D,E, F, G + 200/7 17 Método CAPURRO 3. Exame clínico do recém‐nascido O exame clínico do recém‐nascido é realizado na sala de parto e no alojamento conjunto pelo Pediatra, tem como objetivo detectar alterações. 3.1. Estado geral São observadas fácies, postura, choro, reação. Sinais de normalidade: RN ativo e reativo com choro forte. 3.2. Pele A pele do RN é avermelhada, nas primeiras horas e está coberta por vérnix caseoso. Sua textura varia de macia e sedosa à seca e degenerativa no recém‐nascido pós‐termo; Observar a presença de cianose, icterícia, palidez, manchas, cistos, petéquias; Sinais de normalidade: Pele corada e hidratada. Alterações comuns da pele: Pequenos pontos brancos podem estar presentes na face, nariz, testa e queixo. São chamados de millium sebáceo, originam‐se a partir de glândulas sebáceas obstruídas. Manchas azuladas extensas na região glútea e lombossacra podem aparecer nas crianças negras, amarelas e índias, são manchas de origem racial chamadas de mancha mongólica, seu desaparecimento ocorre gradativamente. Uma penugem muito fina chamada de lanugem pode estar presente nos prematuros. Mancha mongólica 3.3. Crânio É observada sua simetria e a presença de alterações como: Craniossinostose: fechamento precoce das suturas. 18 Cefaloematoma: Coleção sanguínea na superfície da abóboda craniana do recém‐nascido que pode surgir após parto laborioso, especialmente com o uso do fórceps. Bossa serossanguinea: edema tecidual mole sem limites precisos ultrapassando as linhas das suturas. As linhas das suturas são salientes e podem ser observadas entre os ossos parietais (sutura sagital), entre os ossos parietais e frontal (sutura coronariana) e entre os ossos parietais e occipital (sutura lambdoide). Exame das fontanelas Verificar a tensão das fontanelas bregmática e lambdoide. Cefaloematoma Fontanela bregmática ou anterior 3.4. Face Observar simetria, implantação das orelhas, aparência sindrômica, distância entre os olhos, tamanho de queijo, nariz e língua. 3.5. Olhos Pesquisar hemorragia subconjuntival, estrabismo, pupila branca (sinal de catarata congênita), presença de secreção ocular. A presença de secreção ocular está associada à conjuntivite química que pode ocorrer em reação ao colírio de nitrato de prata (crede ocular). 3.6. Orelha Observar forma, tamanho, implantação da orelha, audição, presença de apêndices pré‐auriculares. Algumas alterações de forma e tamanho da orelha são sugestivas de alterações renais. 3.7. Nariz Observar forma, tamanho, permeabilidade dos canais, presença de secreção. 3.8. Boca Verificar integridade do palato, lábios e língua;. Presença de dentes congênitos; Posição da mandíbula. 19 Alterações em lábios e palato 3.9. Pescoço Pesquisar massas, cistos e presença de dor o que pode ser sugestivo de torcicolo congênito. 3.10. Tórax Pesquisar simetria e presença de deformações. 3.11. Clavículas Pesquisar presença de fraturas. 3.12. Abdome O abdome do recém‐nascido é globoso e flácido. Pesquisar a presença de circulação colateral, distensão, massas. À ausculta deve ser observada a presença de ruídos hidroaéreos, a ausência destes sugere quadro de íleo paralítico. 3.13. Genitália Masculina Observar o pênis, orifício uretral, prepúcio (fimose), presença dos testículos na bolsa escrotal ou na região inguinal. Pesquisar presença de hérnia, hipospádia, epispádia. Feminina Observar tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios, orifício da vagina e uretra. Pesquisar presença de fístulas. 3.14. Membros Observar simetria e pesquisar malformações. Pesquisar sinais de luxação congênita de quadril com a manobra de Ortolani. Polidactilia 3.15. Avaliação neurológica Observar postura, simetria de movimentos, tônus muscular, choro (se é estridente ou não). Pesquisar a presença dos reflexos de sucção e deglutição, de preensão, de marcha, de moro. 3.16. Exame pulmonar Observar a frequência dos movimentos respiratórios. Pesquisar sinais de desconforto, tiragem, batimentos de asas de nariz, gemido. A respiraçãodo recém‐nascido é abdominal. 20 3.17. Exame cardiovascular Observar pulso, frequência, presença de sopros. 3.18. Sinais vitais Tabela 4 – Sinais vitais do recém‐nascido Sinais vitais Normalidade Características Frequência respiratória RNT – 40 movimentos respiratórios por minuto RNPT – 60 movimentos respiratórios por minuto. Respiração é abdominal. Frequência cardíaca 120 a 160 bpm. Verificar o pulso apical na região precordial abaixo do mamilo esquerdo com estetoscópio. Temperatura axilar 36,5 a 37°C Pressão arterial 70/40 mmHg Não é verificada rotineiramente. Fonte: Porto, A. Curso didático de enfermagem, 2010 Declaração de nascido vivo e teste do pezinho 1. Declaração de nascido vivo A declaração de nascido vivo (DN) consiste em um documento padronizado pelo Ministério de Saúde, que é preenchido no momento do nascimento de todas as crianças vivas. Tem o objetivo de recolher informações acerca da gestação e das condições de nascimento do recém‐nascido para fornecer indicadores de saúde do pré‐natal, assistência ao parto, vitalidade ao nascer, mortalidade infantil e materna. As informações pesquisadas são: Materna: idade, escolaridade, profissão, número de gestações, número de filhos vivos, abortos, tipo de parto, número de consultas pré‐natal. Recém‐nascido: peso, sexo, apgar, presença de malformações congênitas. 1.1. Instruções para preenchimento É composta de três vias em cores distintas, numeradas. A primeira via branca fica no Hospital até ser recolhida pela secretaria da saúde. A segunda via amarela é entregue a família para ser levada em cartório para registro da criança. A terceira via rosa fica arquivada no prontuário da criança no estabelecimento onde ocorreu o parto. Seu preenchimento é de caráter obrigatório, devendo ser preenchida pelo médico ou por profissional de enfermagem com treinamento para tal. Em caso de erro inutilizar as três vias e encaminhar as mesmas para secretaria. Não deve conter rasuras e as informações devem ser fidedignas, em caso de desconhecimento da informação colocar traço ou o código de ignorado, não deixar o campo em branco. A enfermagem deve preencher o documento de forma completa, buscar as informações necessárias junto à mãe e no prontuário da criança, uma vez que esses dados servem de base para intervenções de programas de saúde para o bem‐estar da mãe e filho. 1.2. Registro em cartório A declaração de nascido vivo deve ser levada ao cartório para que seja realizada a certidão de nascimento da criança.; A emissão da certidão de nascimento é gratuita; É importante que a enfermagem oriente os pais sobre a importância de realizar o registro da criança. 21 Em Junho de 2012, foi aprovada a Lei n° 12.662 que determina que a declaração de nascido vivo (DN) constitui documento provisório de identificação e deve ser aceita em todo território nacional. Importante orientar os pais que a DN não substitui o registro civil de nascimento, sendo este obrigatório. Importante salientar que os pais não danifiquem ou extraviem a DN, pois para emissão da certidão de nascimento é necessário o número de identificação da DN. Acesse o manual de instruções para preenchimento da declaração de nascido vivo do Ministério da saúde nos arquivos do curso desta apostila. 2. Teste do pezinho O teste do pezinho ou triagem neonatal é um exame laboratorial que tem como objetivo a detecção precoce de doenças metabólicas, genéticas ou infecciosas, as quais poderão causar lesões irreversíveis na criança caso não sejam tratadas. São detectadas as seguintes patologias: Fenilcetonúria Doença hereditária causada pela ausência ou diminuição de uma enzima, prejudicando a metabolização do aminoácido fenilalanina. Pode causar retardo mental grave. Hipotireoidismo congênito A falta de hormônio tireoidiano pode provocar retardo mental e de crescimento. Anemia facilforme É uma doença causada pela alteração estrutural da hemoglobina, pode levar a diversas complicações e a quadros de anemia, infecções e dores. O teste do pezinho básico descrito anteriormente é gratuito, entretanto existe o teste do pezinho mais e super que detectam até 40 patologias. Saiba mais no site da APAE: http://www.apaesp.org.br/OQueFazemos/ParaAPrevencaoDaDeficienciaIntelectual/Paginas/testes.aspx 2.1. Coleta O teste do pezinho como próprio nome sugere é colhido do calcanhar do bebê. Não traz riscos ao bebê. Deve ser colhido após 48 horas do início da alimentação do recém‐nascido. É importante que a enfermagem oriente a mãe sobre a importância da coleta do exame se esta tiver alta antes das 48 horas. Devem ser seguidas as orientações para que não ocorram interferências ou erros durante a coleta e análise. Saiba mais sobre as orientações para coleta acessando o manual de instruções de coleta do teste do pezinho da APAE São Paulo, disponível nos arquivos do curso desta apostila. Atividades 01. Qual é o conceito de alojamento conjunto? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 22 02. Fale sobre as vantagens do alojamento conjunto. _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 03. Qual situação contraindica o alojamento conjunto? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 04. É correto afirmar que quanto mais o bebê suga maior quantidade de leite é produzida? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 05. Quais são os hormônios da lactação? E quais são suas funções? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 06. Uma mãe pede sua orientação para utilização de leite artificial, pois acredita que seu leite é fraco. Ela refere que seu leite parece uma água rala. O que você orientaria para esta mãe? Ela encontra‐se no segundo dia pós‐parto. _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 23 07. Quais são os inimigos do peito e como esses fatores podem ser eliminados? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 08. No caso de recém‐nascidos que são preguiçosos para mamar o que pode ser feito? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 09. Leia os textos e responda: Texto 1: Hospital amigo da criança Fonte: http://www.unicef.org/brazil/pt/activities_9994.htm “A Iniciativa Hospital Amigo da Criança – IHAC – foi idealizada em 1990 pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo UNICEF para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. O objetivo é mobilizar os funcionários dos estabelecimentos de saúde para que mudem condutas e rotinas responsáveis pelos elevados índices de desmame precoce. Para isso foram estabelecidos os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno. Ao assinar, em 1990, a Declaração de Innocenti, em encontro em Spedale degli Innocenti, na Itália, o Brasil, um dos 12 países escolhidos para dar partida à IHAC, formalizou o compromisso de fazer dos Dez Passos uma realidade nos hospitais do País. Em março de 1992, o Ministério da Saúde e o Grupo de Defesa da Saúde da Criança, com o apoio do UNICEF e da OPAS (Organização Pan‐Americana de Saúde), deram os primeiros passos. A IHAC soma‐se aos esforços do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM/MS), coordenado pelo Ministério da Saúde para: informar profissionais de saúde e o público em geral; trabalhar pela adoção de leis que protejam o trabalho da mulher que está amamentando; apoiar rotinas de serviços que promovam o aleitamento materno; combater a livre propaganda de leites artificiais para bebês, bem como bicos, chupetas e mamadeiras.” Texto 2: Iniciativa Hospital amigo da criança (IHAC) Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24229 Foi incorporada pelo Ministério da Saúde como ação prioritária em 1992. Desde então, com o apoio das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, vem capacitando profissionais de saúde, realizando as avaliações e estimulando a rede hospitalar para o credenciamento. Já são mais de 20 mil hospitais credenciados na IHAC em todo o mundo e no Brasil já há 336 Hospitais Amigos da Criança. Ao ser reconhecido com o título Hospital Amigo da Criança, estes estabelecimentos se tornam referência em amamentação para seu município, região e estado. Nestes hospitais, as mães são orientadas e apoiadas para o sucesso da amamentação desde o pré‐natal até o puerpério, aumentando dessa forma os índices de aleitamento materno exclusivo e continuado e reduzindo a morbimortalidade materna e infantil, o que tem gerado grande interesse pelos gestores nessa habilitação. Objetivo 24 Mobilizar toda a equipe de saúde dos hospitais‐maternidade, estabelecimentos com leitos de parto para que modifiquem condutas e rotinas responsáveis pelos altos índices de desmame precoce e, para isso, foram estabelecidos os DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO. Vantagens para a instituição Ambiente mais calmo e tranquilo Menor taxa infecção neonatal Estimula o trabalho em equipe Melhor imagem e maior prestígio Mais seguro em emergências Vantagens econômicas a. Você conhece o programa Hospital Amigo da Criança? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ b. Em sua opinião este programa incentiva o aleitamento materno? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ c. Acesse a lista dos Hospitais Amigo da Criança e localize o mais próximo de você, são 335 Hospitais no Brasil. Acesse o link: http://www.unicef.org/brazil/pt/activities_9998.htm _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 25 10. Descreva as características normais do recém‐nascido relativo a: Estado Geral: ____________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ Pele: ___________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ Abdome: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 11. Qual é o objetivo do teste do pezinho (triagem neonatal)? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 12. Quais doenças podem ser detectadas precocemente com o teste do pezinho (básico)? _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 26 Aulas 09 a 11 – Técnicas Básicas de Enfermagem em Neonatologia Higiene do recém‐nascido 1. Banho do recém‐nascido O banho deve ser realizado após a verificação dos sinais vitais. Ao despir o recém‐nascido aproveitar para aferir o peso. Material necessário Banheira, mesa auxiliar, toalha de banho, sabonete líquido neutro, gaze ou bolas de algodão, lençol para berço, saco de lixo, luva de procedimento. Descrição da técnica Colocar água na banheira na temperatura de 37° a 38°C; testar a água. Se necessário utilizar termômetro de banho; calçar as luvas de procedimento;. despir o recém‐nascido e mantê‐lo envolto em toalha; lavar o rosto do recém‐nascido com água, enxaguar; o rosto e a cabeça podem ser lavados sem retirar a roupa da criança; lavar a cabeça com sabonete e movimentos circulares, enxaguar; secar o rosto e os cabelos; despir a criança e colocá‐la na banheira com o tórax apoiado em uma das mãos (decúbito ventral), colocar inicialmente os pés, jogar água aos poucos nas costas da criança.; a criança em decúbito ventral sente‐se mais protegida, uma vez que está sem roupa. Colocar a criança aos poucos na banheira permite que a mesma se adapte a temperatura da água; segurar o bebê com firmeza e o colocar sentado na banheira; lavar o pescoço, tórax, axilas, braços, pernas e genitais; proceder à higiene das costas, e pernas; retirar o bebê da água e envolver em toalha macia; secar com movimentos suaves; vestir a roupa do bebê (parte superior); proceder à higiene do coto umbilical; vestir a fralda e o restante da roupa.; anotar o procedimento e organizar a unidade.. Em casa a mãe pode ser orientada para fazer o banho de balde que tem como objetivo acalmar e relaxar o bebê. Veja mais sobre o balde assistindo aos vídeos. Acesse‐os no link em bibliografia. 2. Higiene do coto umbilical A higiene do coto umbilical deve ser realizada três vezes ao dia ou de acordo com a necessidade. Material necessário Cotonetes; álcool a 70%. Descrição da técnica Umedecer o cotonete com álcool a 70%; o álcool a 70% é antisséptico e auxilia no processo de mumificação do coto; proceder à limpeza da base do coto umbilical com movimentos circulares; com outro cotonete pincelar todo o coto umbilical com álcool a 70%; se o clamp estiver presente realizar desinfecção com álcool a 70%; observar presença de hiperemia ou sangramento; 27 colocar a fralda descartável. Não utilizar faixa, pois provoca infecção devido ao calor e umidade. Verificação de sinais vitais Aferição de temperatura, frequência cardíaca e respiratória. Material necessário Estetoscópio; termômetro; relógio; gaze; álcool a 70%. Descrição da técnica Temperatura: lavar as mãos; realizar desinfecção do termômetro com álcool a 70%; colocar o termômetro por 5 minutos na região axilar; proceder à leitura da temperatura e anotar. Frequência respiratória: realizar a contagem dos movimentos respiratórios por um minuto através da observação da elevação do abdome da criança. Anotar; a respiração do recém‐nascido é abdominal. Casos de respiração torácica sugerem desconforto respiratório. Frequência cardíaca: realizar desinfecção do estetoscópio com álcool a 70%; auscultar a região precordial, abaixo do mamilo esquerdo. Contar por 1 minuto. Anotar; organizar a unidade. A pressão arterial é verificada na unidade de cuidados intensivos com o auxílio de um monitor. Sondagem gástrica A sondagem gástrica é utilizada para: remoção de secreçõesdo estômago na sala de reanimação; em casos de distensão abdominal, para drenagem de suco gástrico; para alimentação dos recém‐nascidos. Tipos: a sondagem orogástrica é a mais apropriada para o recém‐nascido, pois evita traumatismo das narinas e as mantém livre para respiração; a sondagem nasogástrica é utilizada nos casos em que é necessário o treinamento de sucção, transição de alimentação por sonda para via oral. Considerações: a passagem de sonda gástrica pode desencadear reflexo vagal com apneia e bradicardia. Ter próximo ao leito material para oxigenação; quando a opção for a sondagem nasogástrica, alternar as narinas para evitar lesões. Trocar a sonda a cada 48 horas. 28 Material necessário: sonda gástrica longa ou curta nos números 4 a 8; seringa de 5ml; água destilada; gaze; micropore; esparadrapo; estetoscópio; fita reagente de pH; luvas de procedimento. Descrição da técnica: preparar o material; lavar as mãos; tocar o recém‐nascido, antes de iniciar o procedimento, com delicadeza e falar o que será realizado. Se necessário envolver o recém‐nascido em um lençol; colocar o recém‐nascido em posição dorsal com a cabeça mediana; calçar as luvas; abrir o invólucro da sonda protegendo‐a nas mãos; medir a sonda a partir do lóbulo da orelha à ponta do nariz e deste ponto até o apêndice xifoide, marcar este ponto com esparadrapo; flexionar a cabeça da criança durante a introdução da sonda; introduzir a sonda lentamente até a marca, observar reações do recém‐nascido; aspirar o conteúdo gástrico e realizar o teste de pH; pH ácido (5) indica conteúdo gástrico, enquanto pH alcalino (7) indica conteúdo duodenal; na ausência de retorno gástrico injetar 1ml de ar para RNT e 0,5 ml para RNPT e auscultar a região epigástrica para constatar a presença de ruídos; fixar a sonda; retirar as luvas; colocar o recém‐nascido em posição confortável; organizar a unidade; lavar as mãos; anotar o procedimento. Anotar a data de passagem da sonda para programar a troca em 48 horas. Teste da sonda com ar Fixação da sonda no recém‐nascido 1. Alimentação por sonda gástrica Material necessário: recipiente com leite; seringa de 10 ou 20 ml; gaze; ampola de água destilada; estetoscópio. 29 Descrição da técnica: conferir na prescrição e no frasco o volume e o tipo de leite a ser administrado; verificar a temperatura do leite; realizar o teste da localização da sonda através da aspiração do conteúdo gástrico ou injetar 0,5 ml de ar e auscultar o ruído; medir o resíduo gástrico, verificar o aspecto, de acordo com o mesmo desprezar ou devolver; resíduo gástrico leitoso deve ser devolvido; em caso de resíduo sanguinolento ou de cor escura comunicar o médico ou enfermeiro para verificar qual conduta deverá ser tomada; de acordo com o volume de resíduo suspender ou descontar do volume total de leite a ser infundido; manter o recém‐nascido em posição semifolwer; introduzir a dieta através de gavage ou por bomba de infusão; para introduzir a dieta por gavage: aspirar o conteúdo na seringa e conectar a sonda, retirar o êmbolo e deixar descer por gravidade, manter a seringa em altura acima da cabeça do recém‐nascido; observar a presença de distensão abdominal ou alterações respiratórias; lavar a sonda com 0,5ml de água para remover o resíduo de leite; manter a criança em decúbito ventral ou lateral ao término da dieta; lavar as mãos; anotar o procedimento no prontuário. Administração de medicação em neonatologia 1. Administração de medicação por via oral Material necessário: medicação; seringa, colher ou copinho; gaze; água destilada. Descrição da técnica: verificar a dose, horário, via de administração do medicamento com a prescrição e com o nome do recém‐ nascido; lavar as mãos; aspirar a medicação ou diluí‐la se necessário; reconferir a dose, horário, via de administração e nome da criança.; elevar a cabeça da criança, abrir sua boca e administrar a medicação com a ajuda de conta gotas, seringa, colher ou copinho; colocar sobre a língua em pequenas quantidades, aguardar deglutição; limpar os lábios com gaze; lavar as mãos; anotar e checar o procedimento. Na administração de medicação por sonda, realizar o teste de posicionamento da sonda, introduzir lentamente, lavar após com água destilada e manter a sonda fechada por uma hora. 2. Administração de medicação por via ocular Material necessário: medicação; gaze. 30 Descrição da técnica: verificar a dose, horário, via de administração do medicamento com a prescrição e com o nome do recém‐ nascido; lavar as mãos; manter a criança em decúbito dorsal, separar a pálpebra com auxílio da gaze e instilar as gotas prescritas no saco conjuntival; secar o excesso com a gaze; lavar as mãos; anotar e checar o procedimento. 3. Administração de medicação por via intramuscular Material necessário: seringa com medicação;. agulha de insulina (13x4,5) para recém‐nascido menor que 2500g, agulha 25x6 para recém‐nascido maior que 2500g. Descrição da técnica verificar a dose, horário, via de administração do medicamento com a prescrição e com o nome do recém‐ nascido; lavar as mãos; aspirar a medicação ou diluí‐la se necessário; reconferir a dose, horário, via de administração e paciente; trocar a agulha conforme a necessidade; conversar com a criança, tocá‐la antes do procedimento; preparar a criança para o procedimento; pedir para uma pessoa auxiliar oferecendo dedo enluvado com glicose para a criança sugar, conter a criança com as mãos ou com um pano para dar sensação de segurança; realizar a imobilização da perna com a mão, realizar a antissepsia com álcool a 70%; a região ideal para recém‐nascido é o terço superior da face lateral da coxa; introduzir no máximo 1ml; segurar o tecido muscular e introduzir a agulha; aspirar para verificar retorno de sangue, na ausência deste injetar lentamente a medicação; retirar a agulha e comprimir o local com algodão; vestir a criança e confortá‐la; colocar no colo da mãe se estiver presente.; lavar as mãos; anotar e checar o procedimento. Coleta de glicemia capilar (dextro) Material necessário: lanceta; fita reagente; álcool a 70%; algodão. Descrição da técnica: certificar na prescrição médica sobre o procedimento; lavar as mãos; preparar a criança para o procedimento: conversar com a criança, tocá‐la antes do procedimento; pedir para uma pessoa auxiliar oferecendo dedo enluvado com glicose para a criança sugar, conter a criança com as mãos ou com um pano para dar sensação de segurança; 31 aquecer o pé da criança se estiver frio, essa manobra promove a vasodilatação para saída adequada de sangue; realizar a antissepsia com álcool a 70%; a região a ser puncionada é a face lateral do calcanhar; não introduzir a lanceta na face central do calcâneo com o risco de perfuração óssea; realizar rodízio do local da punção; Punção para glicemia capilar introduzir a lanceta e ordenhar uma gota de sangue na fita; colocar a fita no aparelho e comprimir o local da punção; vestir a criança e confortá‐la; colocar no colo da mãe se estiver presente; lavar as mãos; anotar e checar o procedimento. Anotação de enfermagem em neonatologia 1. Estado geral Atividade: Ativo, hipoativo ou arreativo. Mucosas: Corado ou hipocorado Hidratação: hidratado ou desidratado. 2. Sinais vitais Respiração: Eupneico,
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