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Gloria Anzaldúa

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Gloria Anzaldúa, 
Alunas:
Gabrielle Oliveira 
Julia Oliveira 
a consciência mestiça e o “feminismo da diferença”
Sobre a autora
Gloria Anzaldúa foi uma autora norte-americana que nasceu no Texas em 26 de Setembro de 1942.
 Autodeclarada mestiça, trouxe valiosas contribuições para os estudos que interseccionam, dentro do feminismo, a categoria mulher com outras, tais como: “raça”, “cor”, “região” .
 Como uma das primeiras autoras americanas de origem mexicana assumidamente lésbicas, desempenhou um papel de grande relevância na redefinição de identidades chicanas, lésbicas e queer. 
Carreira
Se formou em Letras na Universidade Texas-Pan Americana.
Em 1974 fez doutorado na Universidade do Texas. Lecionava uma disciplina chamada “a mulher chicana” e percebeu a falta de material escrito sobre o tema.
Escreveu livros para crianças.
Anzaldúa é mais conhecida como autora de ”Borderlands/La Frontera: The New Mestiza”, no qual utilizou diferentes idiomas para retratar as “fronteiras” enfrentadas pela mulher chicana, lésbica em um mundo heteronormativo.
Linha do tempo
1980 - Discussão sobre a diferença se desloca do plano de uma dicotomia de gênero: diferenças entre as mulheres e no interior das mulheres.
“Feminismo da diferença” diferença racial, diferença étnica, diferença pós-colonial(...)
1987 – Anzaldúa lança seu livro Boderlands/La Frontera: The New Mestiza
1990 - A partir da obra diversas autoras começam a percorrer o curso aberto por Anzaldúa, examinando e polemizando as questões sobre diferença (interseccionalidade do gênero).
Amasamiento – tem o efeito de perturbar os binarismos culturais. Questiona as definições de luz e de escuro. Transculturação.
Homi Bhabha: Tradução cultural – Culturas constituídas em relação àquela alteridade interna a sua atividade de formação de símbolos que as torna estruturas descentradas. 
Judith Butler: somente através de existirmos no modo da tradução que teremos alguma chance de produzir um entendimento multicultural das mulheres ou, de fato, da sociedade.
Anzaldúa e o feminismo da diferença
Os terrenos da diferença são espaços de poder. Migrando pelos entre-lugares da diferença, mostra como esta é constituída na história e adquire forma a partir das articulações sempre locais – suas mestiçagens múltiplas revelam simultaneamente mecanismos de sujeição e ocasiões para o exercício da liberdade. 
“Como mestiça, eu não tenho país, minha terra natal me despejou; no entanto, todos os países são meus porque eu sou a irmã ou a amante em potencial de todas as mulheres. (Como lésbica não tenho raça, meu próprio povo me rejeita; mas sou de todas as raças porque a queer em mim existe em todas as raças.). Sou sem cultura porque, como uma feminista, desafio as crenças culturais/religiosas coletivas de origem masculina dos indo-hispânicos e anglos; entretanto, tenho cultura porque estou participando da criação de uma outra cultura, uma nova história para explicar o mundo e a nossa participação nele, um novo sistema de valores com imagens e símbolos que nos conectam um/a ao/à outro/a e ao planeta. Soy un amasamiento, sou um ato de juntar e unir que não apenas produz uma criatura tanto da luz como da escuridão, mas também uma criatura que questiona as definições de luz e de escuro e dá-lhes novos significados.” (“La conciencia de la mestiza,” Anzaldúa - 2005, p. 707-8)
Susan Friedman: Feminismo da diferença x Feminismo migratório (a mestiça de Anzaldúa).
Para Susan, a mestiça de Anzaldúa aponta para um lugar além da diferença!
Borderlands/La Frontera: The New Mestiza
 
Gloria Anzaldúa relata sua experiência como Chicana¹, lésbica, ativista e escritora que cresceu na fronteira entre México e Estados Unidos. Em suma, sua obra retratou a difícil missão de se estabelecer do outro lado da fronteira, criando um espaço cultural e político em que os indivíduos subalternos tivessem lugar e representação.
Rediscute o conceito de fronteira, não apenas como uma divisão territorial, mas também como uma divisão acerca da identidade cultural, social e física que distanciam os povos e suas relações de poder.
Pela combinação de uma narrativa histórica e biográfica, Anzaldúa permite ao leitor conhecer a situação da mulher dentro do contexto fronteiriço. 
¹ Entende-se como chicana a cidadã norte-americana com ascendência mexicana. 
7
Política identitária e política de alianças
Muitas pessoas que procuram uma maneira de alterar a sociedade são atraídas pela política identitária.
Aliança entre as instâncias de luta (política de alianças)
Uma das grandes contribuições da prática teórica de Anzaldúa é desenvolver uma perspectiva articulando política identitária e política de alianças, de modo que esses parâmetros, mesmo que aparentemente contrários, possam se reforçar e também dialogar. 
 Porém
sem perder de vista a especificidade histórica de cada instância de luta.
 Cultura chicana x lógica hegemônica
Hames-Garcia aponta que a lógica hegemônica² é reproduzida internamente na cultura chicana. Nela o movimento nacionalista buscou dissipar seus conflitos internos sob mitos nacionalistas, “protegendo” a família chicana do capitalismo e racismo anglocêntricos de uma maneira fictícia.
Ignora as desigualdades internas legitimadas pelo mito patriarcal de identidade nacional. 
“Não me convencem os mitos da tribo em que meu nascimento me inseriu. [...] Recuso-me a glorificar os aspectos da minha cultura que me feriram, e que me feriram em nome de me proteger” (Anzaldúa)
² Hegemonia significa preponderância de alguma coisa sobre outra. 
Crítica à representação de um retorno mítico ao passado asteca, representada pela águia e sustentada pela submissão das mulheres, simbolizadas pela serpente. 
Gloria problematiza, portanto, esse mito legitimador das dominações internas entre chicanos e chicanas.
Vídeos
Living in the borderlands: https://www.youtube.com/watch?v=fEZj5Hsgmuo
Trata da interseccionalidade https://www.youtube.com/watch?v=tVK1tlhIIUE
Entende-se neste artigo o termo chicana como cidadã norte-americana com ascendência mexicana.

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