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Resumo Sistema Nervoso

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MÓDULO VI 
SISTEMA NERVOSO 
NEUROLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEZEMBRO/2009 
 
2 
 
SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
O sistema nervoso permite ao corpo reagir a mudanças contínuas nos seus ambientes interno e externo. 
 Controla e integra as atividades do corpo, como circulação e respiração. 
 Existe a necessidade de um sistema motor, que não permita só a locomoção pura e simples, mas que também inclua a organização 
de estratégias otimizadas na emissão de movimentos precisos e eficazes. 
 Também é evidente que o animal adaptado deve saber reconhecer a presença de inimigos naturais, ou de elementos que indiquem a 
potencial presença desse inimigo (como o território a ser evitado, no exemplo acima). 
 Esse reconhecimento requer processos sensoriais e cognitivos bastante elaborados, necessários à detecção e identificação de 
inúmeros elementos presentes no mundo habitado pelo animal (e que além de seus inimigos, inclui a capacidade de reconhecer seus 
alimentos, seus parceiros sexuais, seu próprio território, etc.). 
 Menos evidente, mas tão importante quanto os aspectos motores e sensoriais, é aquele componente mais diretamente relacionado à 
manutenção homeostática das diversas variáveis fisiológicas que compõem nosso organismo. 
 Esse componente, sob responsabilidade do sistema neurovegetativo, está relacionado ao controle, instante a instante, de variáveis 
fisiológicas tais como pressão arterial, glicemia, fluxo sangüíneo para diferentes órgãos, secreções glandulares (exócrinas e 
endócrinas), dentre inúmeras outras não menos importantes. 
 A adaptação de um animal ao seu meio ambiente requer uma estreita interação do animal com esse meio exterior. 
 No entanto, essa interação será adaptativa somente se o meio interior do animal (ou seja, o conjunto de suas variáveis fisiológicas) 
também estiver ajustado dentro de margens satisfatórias. 
 Para que o animal possa agir tanto sobre o meio exterior quanto sobre o meio interior, é necessário que sistemas efetores 
intermedeiem essas ações: 
1. No caso das interações com o meio exterior, as ações do animal são intermediadas pelo sistema motor, 
2. No caso das interações do animal com seu meio interior, pelo sistema neurovegetativo. 
 As ações intermediadas por esses sistemas efetores seriam nada eficazes, e até mesmo deletérias para o animal, se este não fosse 
provido com informações oriundas tanto do meio exterior (imagens, sons, odores, etc.) quanto de seu meio interior (pressão arterial, 
nível glicêmico, pH plasmático, força de contração exercida pelos músculos, etc.). 
 Essas informações são fornecidas pelo sistema sensorial, composto, na verdade, por um conjunto de subsistemas sensoriais 
distintos, mas que compartilham entre si princípios gerais de organização muito similares. 
 
 
É dividido estruturalmente em: 
1. Parte Central. 
 Composta pelo encéfalo e medula espinal. 
 Funções: 
a) Integrar e coordenar a entrada e saída dos sinais neurais. 
b) Executar funções mentais superiores como pensar e aprender. 
 Núcleo – coleção de corpos de células nervosas na parte central do sistema nervoso. 
 Trato – feixe de fibras nervosas que liga núcleos vizinhos ou distantes da parte central do sistema nervoso. 
 Compostos de substância cinzenta e substância branca. 
 Os corpos das células nervosas situam-se no seu interior e constituem a substância cinzenta. 
 Os sistemas de tratos de fibras interconectadas formam a substância branca. 
 Nos cortes transversais da medula espinal a substância cinzenta aparece como uma área em forma de H engastada em uma matriz da 
substância branca. 
 Cornos – braços do H (suportes) – cornos cinzentos anterior e posterior direito e esquerdo. 
 Três lâminas membranáceas (pia-máter, aracnóide e dura-máter ou paquimeninge) constituem, coletivamente, as meninges (tecido 
conjuntivo - importantes para sustentação e proteção) – o líquido cerebrospinal envolve e protege a parte central do sistema nervoso 
(localizado entre a pia-máter e a aracnóide, chamado espaço subaracnóideo). 
 O encéfalo e a medula espinal estão intimamente cobertos na sua face externa pela lâmina mais interna, uma cobertura delicada e 
transparente – pia-máter. 
 Aracnóide - Filamentos finos que formam uma teia que une a pia-máter e a aracnóide e se estende através do líquido cerebrospinal. 
 Externo à pia-máter e a aracnóide está a dura-máter – espessa e resistente; intimamente relacionada com o osso da face interna do 
neurocrânio. 
 A dura-máter se situa imediatamente interna ao endósteo do crânio e do canal vertebral. 
 A dura-máter encefálica forma quatro pregas principais que dividem incompletamente a cavidade craniana: foice do cérebro, tenda do 
cerebelo, foice do cerebelo e o diafragma da sela. 
 
 
3 
 
SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 
 
2. Parte Periférica. 
 Consiste em fibras nervosas e corpos de células fora da parte central do sistema nervoso que conduzem impulsos para a parte central 
do sistema nervoso e para longe dela. 
 Composta por nervos que unem a parte central às estruturas periféricas. 
 Nervo Periférico – feixe de fibras nervosas (Axônio) situado na parte periférica do sistema nervoso, unido pela bainha de tecido 
conectivo – forte cordão branco esbranquiçado nas pessoas vivas. 
 Gânglio – Coleção de corpos de células nervosas do lado de fora da parte central do SN – gânglio espinal (exemplo) 
 Os nervos periféricos são nervos cranianos ou espinais. 
 Nervos Cranianos – onze pares deste originam-se do cérebro; 12º par origina-se principalmente da parte superior da medula espinal. 
 Todos os nervos cranianos deixam a cavidade craniana através de forames (aberturas) no crânio. 
 Nervos Espinais – originam-se da medula espinal e saem através dos forames intervertebrais situados na coluna vertebral. 
 A parte periférica é anatômica e operacionalmente contínua com a parte central do SN. 
 Suas fibras aferentes (ou sensitivas) conduzem impulsos neurais para a parte central do SN a partir dos órgãos dos sentidos 
especiais (ex: olhos) e dos receptores sensitivos situados nas várias partes do corpo (ex: pele). 
 Suas fibras eferentes (ou motoras) conduzem impulsos neurais provenientes da parte central do sistema nervoso para os órgãos 
executores (músculos e glândulas). 
 Fibra nervosa periférica consiste em: um axônio, uma bainha de neurilema e uma bainha de tecido conectivo endoneural. 
 Bainha de Neurilema pode ter duas formas (criando duas classes de fibras): 
(1) Fibras Nervosas Mielinizadas – possuem uma bainha de neurilema que consiste em uma série contínua de neurolemócitos 
(células de Schwann) que envolvem um axônio individual e formam mielina. 
(2) Fibras Nervosas Amielínicas – são engolfadas em grupos por uma única célula de neurilema que não produz mielina – a 
maioria das fibras nos nervos cutâneos são amielínicas. 
 Os nervos periféricos são razoavelmente elásticos e fortes porque as fibras nervosas são apoiadas e protegidas por 3 revestimentos de 
tecido conectivo: 
(1) Endoneuro – bainha de tecido conectivo delicada que circunda as células de neurilema e axônios. 
(2) Perineuro – inclui feixe (fascículos) de fibras nervosas periféricas, fornecendo uma barreira eficiente contra a penetração das 
fibras nervosas por substâncias estranahas.(3) Epineuro – bainha espessa de tecido conectivo frouxo que circunda e envolve os fascículos nervosos, formando o 
revestimento mais externo do nervo; inclui tecidos gordurosos, vasos sanguíneos e linfáticos. 
 Nervo Espinal Típico – origina-se da medula espinal por meio de radículas que convergem para formar 2 raízes nervosas. 
(1) Raiz Anterior – contém fibras motoras provenientes dos corpos das células nervosas situadas no corno anterior da medula 
espinal. 
(2) Raiz Posterior – transporta fibras sensitivas para o corno posterior da medula espinal. 
 As raízes anterior e posterior se unem para formar um nervo espinal misto que imediatamente se divide em dois: um ramo primário 
posterior e um ramo primário anterior – conduzem tanto nervo motor quanto sensitivo. 
 Componentes do nervo espinal típico: 
(1) Fibras Somáticas: 
 Fibras Sensitivas Gerais (Aferentes Somáticas Gerais): 
 Transmitem sensações provenientes do corpo para a medula espinal – podem ser sensações exteroceptivas (dor, 
temperatura, tato e pressão) da pelo, ou dor e sensações proprioceptivas (provenientes dos músculos, tendões e 
articulações). 
 Sensações Proprioceptivas – sensações inconscientes que conduzem informação sobre a posição da articulação e a 
tensão do tendão e músculos, fornecendo informação de como o corpo e os membros estão orientados no espaço. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
Fibras Motoras Somáticas (Eferentes Somáticas Gerais): 
 Transmitem impulsos para os músculos esqueléticos (voluntários). 
(2) Fibras Sensitivas e motoras viscerais: 
Fibras Sensitivas Viscerais (Aferentes Viscerais Gerais): 
 Transmitem sensações de reflexo e dor provenientes das túnicas mucosas, glândulas e vasos sanguíneos. 
 Fibras Motoras Viscerais (Eferentes Viscerais Gerais): 
 Transmitem impulsos para o músculo liso (involuntário) e tecidos glandulares. 
 Duas variedades de fibras: pré-sináptica e pós-sináptica  trabalham em conjunto para conduzir impulsos 
provenientes da parte central do SN para o músculo liso e glândulas. 
(3) Revestimentos de tecido conectivo. 
(4) Vasa nervorum (vasos de nervos) – vasos sanguíneos que suprem os nervos. 
 
 
 Consiste em dois tipos principais de célula: neurônios (células nervosas) e neuroglia (células gliais) que auxiliam os neurônios. 
 
NEURÔNIO: 
 Unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. 
 Composto por: corpo celular e processos (dendritos e um axônio)  conduzem impulsos para o corpo da célula e para longe deste, 
respectivamente. 
 Mielina – camadas de substâncias de lipídios e proteína forma a bainha de mielina em torno de alguns axônios, aumentando muito a 
velocidade de condução do impulso. 
 Comunicam entre si nas sinapses – pontos de contato entre neurônios  através de neurotransmissores. 
 Células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras (células musculares e secretoras) usando 
basicamente uma linguagem elétrica, qual seja, modificações do potencial da membrana. 
 O meio intracelualr (citoplasma), que apresenta íons orgânicos com cargas negativas e potássio (K+) e o meio extracelular, onde 
predominam os íons sódio (Na+) e cloro (Cl-), são separados por uma membrana celular. 
 Seu potencial elétrico é estabelecido por estas cargas elétricas localizadas dentro e fora da célula. 
 O movimento dos íons através da membrana permitem alterações deste potencial – através de canais iônicos. 
 Os canais iônicos são formados por proteínas e caracterizam-se pela capacidade de fechar-se e abrir-se. 
 A maiorira dos neurônios possui três (3) regiões responsáveis por funções especilizadas : corpo celular, dendritos e axônio. 
 
Corpo Celular: 
 Contém núcleo e citoplasma com as organelas citoplasmáticas normalmente encontradas em outras células. 
 O núcleo é geralmente vesiculoso com um ou mais nucléolos evidentes. 
 Os núcleos também podem ser densos – núcleos dos grânulos do córtex cerebelar. 
 Pericário é o nome dado ao citoplasma do corpo celular. 
 Rico em ribossomos, retículo endoplasmático granular e agranular e aparelho de Golgi. 
 Em microscopia óptica os ribossomos, que podem se concentrar em pequenas áreas citoplasmáticas onde ocorrem livres ou aderidos a 
cisternas do retículo endoplasmático, são visualizados como grumos basófilos – corpúsculos de Nissi ou substância cromidial. 
 Mitocôndrias estão distribuídas por todo o citoplasma. 
 Microtúbulos e microfilamentos de actina são idênticos aos de células não-neuronais, mas os neurofilamentos (filamentos 
intermediários) possuem na sua constituição bioquímica diferente. 
 É o centro metabólico do neurônio. 
5 
 
SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 
Dendritos: 
 Geralmente são curtos e ramificam-se profusamente. 
 Apresentam contorno irregular e podem apresentar os mesmos constituintes citoplasmáticos do pericário. 
 O aparelho de Golgi limita-se à regiões de maior calibre, próxima ao pericário. 
 São especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana – entrada e saída de 
determinados íons. 
 Essas alterações podem se expressar por pequena despolarização (excitação) ou hiperpolarização (inibição). 
 Os distúrbios elétricos que ocorrem ao nível dos dendritos e do corpo celular constituem potenciais graduáveis, também chamados de 
eletrotônicos. Esses potenciais propagam-se em direção ao corpo celular e, neste, em direção ao cone de implantação do axônio. 
 
Axônio; 
 A grande maioria dos neurônios possui um axônio – prolongamento longo e fino que se origina do corpo ou de um dendrito principal, 
em região denominada cone de implantação. 
 É cilíndrico e, quando se ramifica, o faz em ângulo obtuso, originando colaterais de mesmo diâmetro do inicial. 
 É capaz de gerar, em seu segmento inicial, alteração do potencial de membrana – potencial de ação ou impulso nervoso. 
 Através da porção terminal estabelecem conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras. 
 
 
 
 
 
 Neurônios Aferentes ou Neurônios Sensitivos – são aferentes os neurônios, fibras ou feixes de fibras que trazem impulsos a uma 
determinada área do sistema nervoso. 
o Aferente se refere “ao que entra”. São neurônios cujos corpos estão no cérebro e aferentes ao cerebelo. 
o O corpo do neurônio pode estar dentro ou fora do Sistema Nervoso Central (SNC). 
o Nos vertebrados, a quase totalidade dos neurônios sensitivos tem seus corpos e, gânglios sensitivos situados junto ao 
SNC, sem, entretanto, penetrar nele. 
o A maioria desses neurônios é pseudo-unipolar (não é possível distinguir os dendritos, e apenas se encontra um axônio). 
Devido à sua posição, fica mais sujeito a lesões e, ao contrário dos axônios, que podem se regenerar, as lesões ao 
corpo de um neurônio é irreversível. 
o Em relação com a extremidade periférica dos neurônios sensitivos surgiram estruturas às vezes muito elaboradas, os 
receptores. 
o Estes são capazes de transformar vários tipos de estímulos físicos ou químicos em impulsos nervosos, que são 
conduzidos ao SNC pelo neurônio sensitivo. 
 Neurônios Eferentes ou Neurônios Motores – são neurônios situados no gânglio e especializados na condução do impulso do 
centro até o efetuador, no caso, o músculo ou glândula. 
o Eferentese refere “ao que sai de uma determinada área”. 
o Os neurônios eferentes que inervam os músculos lisos, músculos cardíacos ou glândulas têm seus corpos fora do SNC 
– gânglios viscerais. 
o Estes neurônios pertencem ao Sistema Nervoso Autônomo (SNA) – neurônios pós-ganglionares. 
o Os neurônios eferentes que inervam os músculos esqueléticos têm seu corpo sempre dentro do SNC – neurônios 
motores primários, neurônios motores inferiores ou via motora final comum de Sherington 
 Neurônios de Associação (ou Internucial) – são neurônios que fazem associação de um segmento com outro. 
o Assim, o estímulo aplicado em um segmento dá origem a um impulso que é conduzido pelo neurônio sensitivo ao centro 
(gânglio). 
o O axônio desse neurônio faz sinapse com o neurônio de associação, cujo axônio, passando pela corda ventral do 
animal, estabelece sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho. 
o Deste modo, o estímulo se inicia em um segmento e a resposta se faz em outro. 
o Nos vertebrados, os neurônios de associação constituem a maioria dos neurônios no SNC. 
o Alguns destes neurônios têm axônios longos e fazem conexão com neurônios situados em áreas distantes. 
o Outros têm axônios curtos e ligam-se somente com neurônios vizinhos – interneurônios ou neurônios internunciais. 
Funções psíquicas superiores surgiram em relação a esses neurônios de associação. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 
 
 
 
CÉLULAS DA NEUROGLIA: 
 São aproximadamente cinco vezes mais abundante que os neurônios. 
 São células não-neuronais, não-excitáveis, que formam o componente principal (arcabouço) do tecido nervoso. 
 Suporta, isola e nutre o neurônio. 
 Na parte central, a neuroglia inclui as células da oligodendróglia, astrócitos, células ependimárias e micróglia (pequenas células 
neurogliais). 
 Na parte periférica, a neuroglia inclui as células satélites (em torno dos neurônios nos gânglios espinais – gânglios da raiz dorsal) e os 
neurolemócitos (células de Schwann – forma a bainha de mielina e as bainhas de neurilema em torno das fibras nervosas periféricas). 
 
 
O sistema nervoso é um todo. Sua divisão em partes tem um significado exclusivamente didático, pois várias partes estão intimamente 
relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional. 
É dividido funcionalmente em: 
1) Parte Somática: 
 Composta das partes central e periférica. 
 Fornece inervação sensitiva e motora para todas as partes do corpo, exceto vísceras nas cavidades do corpo, músculo liso e 
glândulas. 
 Sistema Sensitivo Somático – transmite sensação de tato, dor, temperatura e posição provenientes dos receptores sensitivos. 
 Sistema Motor Somático – permite movimento voluntário e reflexo que causa contração dos músculos esqueléticos, como ocorre 
quando uma pessoa toca um ferro quente. 
 
2) Parte Autônoma: 
 Classicamente descrito como Sistema Motor Visceral. 
 Consiste em fibras que inervam o músculo involuntário (liso), músculo cardíaco modificado (tecido condutor e de estímulo intrínseco 
do coração) e glândulas. 
 As fibras nervosas eferentes e os gânglios da parte autônoma do SN são organizados em 2 sistemas ou divisões: 
(1) Divisão simpática (toracolombar): 
 Localizados nas colunas de células intermediolaterais ou núcleo da medula espinhal (IML). 
 As colunas de células intermediolaterais pares (direita e esquerda) são uma parte da substância cinzenta que se 
estende entre o 1º segmento torácico (T1) e o 2º e 3º segmentos lombares (L2 e L3) da medula espinhal. 
 Corte horizontal – as colunas de células intermediolaterais aparecem como cornos laterais pequenos da 
substância cinzenta em forma de H. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 Gânglios Paravertebrais – ligados para formar os troncos (cadeias) simpáticos direito e esquerdo de cada lado da 
coluna vertebral e essencialmente estender o comprimento da coluna. 
- Gânglio Cervical Superior (Paravertebral Superior) – situa-se na base do crânio. 
- Gânglio Ímpar – forma-se inferiormente onde os 2 troncos se unem no nível do cóccix. 
 Gânglio Pré-Vertebral – situados nos plexos que circundam as origens dos ramos principais da parte abdominal da 
aorta, como os dois gânglios celíacos grandes, que circundam a origem do tronco celíaco – uma artéria que se 
origina na aorta. 
(2) Divisão parassimpática (craniossacral) 
 Na substância cinzenta do tronco encefálico, as fibras deixam a Parte Central do SN dentro dos nervos cranianos 
III,VII, IX e X – essas fibras constituem o efluxo parassimpático craniano. 
 Na substância cinzenta dos segmentos sacrais da medula espinhal (S2 até S4), as fibras deixam a Parte Central do 
SN através das raízes anteriores dos nervos espinhais S2 a S4 e dos nervos esplâncnicos pélvicos que se originam 
de seus ramos anteriores – essas fibras constituem o efluxo parassimpático sacral. 
 
MENINGES: 
 O sistema nervoso (medula e encéfalo) encontra-se envolvido por membranas de tecido conjuntivo, denominadas meninges. 
 As meninges são representadas pela dura-máter (paquimeninge), pela aracnóide e pia-máter (conhecidas como leptomeninges). 
 Todas elas possuem função protetora. 
 Apesar de sua função protetora, as meninges podem ser alvo de patologias importantes, como alguns tumores benignos, geralmente 
meningiomas e as conhecidas meningites. 
 O conhecimento anatômico e funcional das meninges é muito importante tanto para entender sua função protetora, como também 
para entender as patologias que podem afetá-las. 
 
Dura-máter: 
 A dura-máter é a mais externa, resistente e espessa das três meninges existentes; 
 Ricamente vascularizada e inervada por terminações sensoriais. Por ser a única região do encéfalo que possui terminações 
nervosas sensoriais, é a principal responsável por dores de cabeça; 
 No sistema nervoso central, a dura-máter é formada por dois folhetos (externo e interno); o folheto externo é ricamente vascularizado 
(sua irrigação provém da artéria meníngea média) e está intimamente aderido à tabua óssea, comportando-se como um periósteo 
inativo, visto que não possui atividade osteogênica; 
 Em algumas regiões do encéfalo os dois folhetos da dura-máter se separam um do outro formando algumas estruturas: 
o Foice do cérebro: septo mediano que se insere na fissura longitudinal dividindo o cérebro em dois hemisférios; 
o Tenda do cerebelo: septo que separa o lobo occipital do cerebelo, dividindo as estruturas do encéfalo como supra e 
infratentoriais; 
o Foice cerebelar: septo que divide o cerebelo em dois hemisférios; 
o Diafragma selar: isola e protege a glândula hipófise ao fechar a sela túrcica; este diafragma possui uma abertura para a 
passagem da haste hipofisária que liga a glândula ao encéfalo. 
 
Seios da dura-máter: 
 São canais venosos localizados entre os folhetos da dura-máter cuja função é drenar o sangue venoso vindo das veias do encéfalo e 
do bulbo ocular e enviá-lo para as veias jugulares internas retirando-o da cavidade craniana; 
 Existem vários seios espalhados ao longo da dura-máter entre eles podemos citar alguns: 
o Seio transverso: localiza-se de ambos os lados ao longo da tenda do cerebelo e dá origem ao seio sigmóide; 
o Seio sigmóide: tem forma de letra S e vai da porção petrosa do osso temporal até o forame jugular, onde desemboca na 
veia jugular interna. Este seio drena quase que a totalidadedo sangue venoso craniano; 
o Seio cavernoso: situado dos dois lados do corpo do osso esfenóide e da sela túrcica. Elas drenam o sangue vindo das 
veias oftálmicas superiores, central da retina e região da face. Algumas estruturas atravessam este seio, entre elas estão a 
carótida interna, o nervo abducente, oculomotor e ramo oftálmico do nervo trigêmeo. Como a carótida atravessa este seio, 
aneurismas nesta região podem ocasionar compressão de nervos que resultam em distúrbios oculares. 
 
Aracnóide: 
 É uma meninge intermediária, pois fica entre a dura-máter e a pia-máter; 
 É uma fina membrana trabeculada próxima a dura-máter, separada desta por um espaço virtual conhecido como subdural. Suas 
trabéculas se ligam à pia-máter formando com ela o espaço subaracnóideo; 
 O espaço subaracnóideo é a região que abriga o líquor, ele está presente no encéfalo e na medula espinal, sendo uma via direta de 
comunicação entre a medula e o encéfalo. 
Cisternas subaracnóideas: 
 São espaços ou cisternas maiores que o espaço subaracnóideo formados entre a pia-máter e a aracnóide cujo acúmulo de líquor é 
maior que em outras regiões; 
 As principais cisternas são: 
o Cisterna magna: vai da face inferior do cerebelo à face posterior do bulbo, onde se liga ao IV ventrículo. Esta cisterna, em 
alguns casos, devido às suas grandes dimensões, é utilizada para a obtenção de líquor através de punção; 
o Cisterna pontina: localizada anteriormente à ponte; 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
o Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular; 
o Cisterna quiasmática: localizada anterior ao quiasma óptico; 
 Granulação aracnóidea ou de Pacchioni: são pequenas projeções da aracnóide para o interior da dura-máter, sendo responsáveis pela 
absorção ou drenagem do líquor do espaço subaracnóideo. 
 
Pia-máter: 
 É a meninge que está intimamente aderida ao encéfalo e aos feixes de fibras medulares. Sua função é dar resistência aos órgãos 
nervosos, que são de consistência extremamente delicada e mole. 
 
 
VIAS AFERENTES: 
 Levam aos centros nervosos supra-segmentares os impulsos nervosos originados nos receptores periféricos. 
 
1) RECEPTOR: 
o Sempre uma terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via. 
o A conexão deste receptor, por meio de fibras específicas, com uma área específica do córtex, permite o reconhecimento das diferentes 
formas de sensibilidade (discriminação sensorial). 
 
2) TRAJETO PERIFÉRICO: 
o Compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a este nervo. 
o Nos nervos que possuem fibras com funções diferentes, elas se misturam aparentemente ao acaso. 
 
3) TRAJETO CENTRAL: 
o No seu trajeto pelo SNC, as fibras que constituem as vias aferentes se agrupam em feixes (tratos, fascículos, lemniscos) de acordo 
com suas funções. 
o O trajeto central das vias aferentes compreende ainda núcleos relés, onde se localizam os neurônios de associação (II, III ou IV) da via 
considerada. 
 
4) ÁREA DE PROJEÇÃO CORTICAL: 
o Está no córtex cerebelar. 
o A via permite distinguir os diversos tipos de sensibilidade – é consciente. 
o Quando a via termina no córtex cerebelar, o impulso não determina qualquer manifestação sensorial e é utilizado pelo cerebelo para 
realização de sua função primordial de integração motora – inconsciente. 
 
 As grandes vias aferentes podem ser consideradas como cadeias neuronais, unindo os receptores ao córtex. 
 No caso das vias inconscientes, esta cadeia é formada por 2 neurônios: I e II. 
 Nas vias conscientes são geralmente 3 neurônios: 
(1) Neurônio I – localiza-se fora do SNC em um gânglio sensitivo – neurônio sensitivo, em geral pseudo-unipolar, cujo 
dendraxônio se bifurca em “T”, dando um prolongamento periférico e outro central. Prolongamento periférico se liga a um 
receptor enquanto que o prolongamento central penetra no SNC pela raiz dorsal dos nervos espinhais ou por um nervo 
craniano. 
9 
 
SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
(2) Neurônio II - localiza-se na coluna posterior da medula ou em núcleos de nervos cranianos do tronco encefálico (fazem 
exceção as vias olfatória e óptica). Origina axônios que geralmente cruzam o plano mediano logo após sua origem e entram 
na formação de um trato ou lemnisco. 
(3) Neurônio III – localiza-se no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex por uma radiação talâmica (faz exceção a via 
olfatória). 
 
 
 
VIAS EFERENTES: 
 Comunicação os centros supra-segmentares do SN com os órgãos efetuadores. 
 Divididas em: Vias Eferentes Somáticas e Vias Eferentes Viscerais. 
 Vias Eferentes Somáticas controlam a atividade dos músculos estriados esqueléticos, permitindo a realização de movimentos 
voluntários ou automáticos, regulando ainda o tônus e a postura. 
 Vias Eferentes Viscerais destinam-se aos músculo liso, músculo cardíaco ou ás glândulas, regulando o funcionamento das vísceras e 
dos vasos. 
 
 
MOTRICIDADE: 
 Toda e qualquer atividade motora é produzida pela ação de um único tipo de tecido, que constitui o músculo estriado esquelético 
(excetuando-se, obviamente, os movimentos produzidos pela musculatura lisa e estriada cardíaca, cuja atividade é modulada pelo 
sistema neurovegetativo). 
 Cada músculo esquelético é envolvido por uma capa de tecido conjuntivo que forma os tendões, nas extremidades do músculo. 
 É composto por centenas de fibras musculares, que são células musculares enfeixadas em uma direção preferencial. 
 Cada célula (ou fibra) muscular é inervada por um único axônio que se origina em um neurônio, por isso denominado neurônio motor 
ou motoneurônio. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 Os corpos celulares dos motoneurônios localizam-se no corno anterior (ventral) da medula espinal ou em núcleos do tronco cerebral 
que contribuem para a composição dos nervos cranianos. 
 A contração de um músculo é o resultado da contração relativamente independente dasfibras musculares que o compõem. 
 Um único motoneurônio pode inervar várias fibras musculares distintas de um mesmo músculo, já que seu axônio pode emitir 
ramificações que farão contatos sinápticos com essas diferentes fibras (sem esquecermos que uma dada fibra muscular recebe o 
contato sináptico de um único motoneurônio). 
 O potencial de ação que chega ao terminal sináptico do motoneurônio leva à liberação de acetilcolina, neurotransmissor responsável 
pela transmissão sináptica na junção neuromuscular. 
 A liberação e difusão de acetilcolina pela fenda sináptica leva à ativação de receptores colinérgicos na membrana pós-sináptica da 
fibra muscular, resultando em uma alteração da permeabilidade de canais iônicos e em uma conseqüente despolarização da 
membrana da fibra muscular. 
 A geração e propagação de um potencial de ação na fibra muscular culmina com a abertura de canais iônicos seletivos ao cálcio, o 
qual é um cofator essencial no processo bioquímico de contração. 
 As miofibrilas, que preenchem a fibra muscular, constituem-se em repetições sucessivas de uma estrutura protéica, o sarcômero, que 
é a unidade moleculardo processo contrátil. 
 A contração muscular pode ser concebida como uma reação bioquímica semelhante a qualquer outra, mas que se caracteriza por 
apresentar uma estrutura espacial altamente organizada, acontecendo em uma direção preferencial, e levando a um encurtamento 
dos sarcômeros, das miofibrilas, das fibras musculares, e então do músculo como um todo. 
 Como um mesmo motoneurônio pode inervar diferentes fibras musculares, a atividade conjunta dessas fibras estará subordinada à 
atividade do respectivo motoneurônio. 
 Se esse motoneurônio for ativado e sofrer um potencial de ação isolado, todas as fibras musculares que ele inerva serão também 
ativadas, e realizarão uma contração isolada denominada abalo muscular. 
 Esse conjunto composto por um motoneurônio e as respectivas fibras que ele inerva é por isso denominado unidade motora. 
 O que lhe confere essa unidade é o fato de ou permanecer em repouso ou ser ativada por inteiro. 
 O conceito de unidade motora é muito importante em fisiologia muscular, pois nos ajuda a entender, ao menos parcialmente, o 
mecanismo pelo qual o sistema nervoso controla a força de contração muscular. 
 Como as unidades motoras de um dado músculo podem ser recrutadas independentemente umas das outras (já que dependem da 
ativação de motoneurônios distintos), a força de contração pode ser graduada em função da quantidade de unidades motoras 
recrutadas pelo sistema nervoso em um dado instante. 
 Além desse mecanismo de regulação da força de contração (denominando recrutamento), um outro importante mecanismo é utilizado 
pelo sistema nervoso central. 
 Nesse segundo mecanismo, o intervalo temporal entre potenciais de ação sucessivos que trafegam por um dado motoneurônio 
determina o grau de somação temporal dos abalos produzidos nas fibras musculares daquela unidade motora. 
 Dependendo portanto da freqüência dos potenciais de ação em um motoneurônio, as fibras musculares por ele inervadas poderão 
apresentar perfis de contração que vão de abalos isolados ao tétano completo, onde não se pode mais distinguir contrações isoladas, 
e quando o músculo desenvolve a sua máxima força de contração. 
 
PLANEJAMENTO DO MOVIMENTO: 
 A organização e emissão de um movimento podem requerer, antes de sua execução, a elaboração de uma estratégia motora, seguida 
da elaboração de seus aspectos táticos. 
 A descrição abstrata corresponde à estratégia necessária à emissão daquele comportamento motor. 
 O aspecto tático refere-se ao padrão de ativação seqüencial dos músculos necessários à realização do plano motor, cujo aspecto 
estratégico já está definido. 
 A definição do conjunto de músculos, e de que forma deverão ser recrutados e ativados para chegarmos ao nosso destino, é o que 
caracteriza esse aspecto tático. 
 Definidos então os aspectos estratégicos e táticos do plano motor, passa- passa-se à execução do movimento, por meio de estruturas 
que converterão esse plano em uma seqüência de contrações e relaxamentos musculares que irão compor a atividade motora 
propriamente dita. 
 As áreas corticais de associação e os núcleos da base são estruturas neurais envolvidas mais diretamente com o primeiro e mais 
abstrato componente de um plano motor, ou seja, a elaboração de uma estratégia motora. 
 A elaboração dos aspectos táticos é responsabilidade mais direta do córtex motor e cerebelo. 
 A ativação de interneurônios e motoneurônios que participam tanto da geração quanto das correções dos movimentos, ou seja, a 
execução do plano motor, é responsabilidade fundamentalmente da medula espinal e de núcleos do tronco cerebral. 
 
SISTEMA PIRAMIDAL: 
NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR: 
 São todos aqueles neurônios do SNC que influenciam no funcionamento do neurônio motor inferior 
 Eles se dividem em 3 subgrupos PIRAMIDAL , EXTRAPIRAMIDAL e CEREBELO. 
 O neurônio motor superior começa no cérebro, mas emite axônio longo que percorre a medula espinhal para fazer sinapse com o 
neurônio motor inferior. 
 
NEURÔNIO MOTOR INFERIOR (MOTONEURÔNIO): 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 Tem seu corpo celular localizado no corpo anterior da substância cinzenta da medula espinhal ou nos núcleos motores dos nervos 
cranianos. 
 Ao longo do seu trajeto o axônio junta-se a outros axônios para formar as raízes, plexos e nervos. 
 Ramifica-se para inervar diversas fibras musculares. 
 Cada motoneurônio é responsável pela inervação de um número variável de fibras musculares. 
 Unidade Motora  motoneurônio + fibras musculares sob sua inervação. 
 Lesão de motoneurônios ocasiona sintomas e sinais que constituem a síndrome motora periférica ou síndrome do neurônio motor 
inferior. 
o Motoneurônios Alfa  motoneurônios que se destinam às fibras musculares esqueléticas comuns. 
o Motoneurônios Gama  motoneurônios que inervam as fibras do fuso muscular. 
 Aumento ou diminuição da atividade deste motoneurônio pode acarretar em hiper ou hiporreflexia, respectivamente. 
 
 
SISTEMA PIRAMIDAL: 
 Desencadeamento do movimento voluntário, hábil, aprendido. 
 O sistema piramidal (passa pela pirâmide do bulbo) é constituído por 3 grandes vias axônicas originárias do córtex cerebral unindo-se a 
medula, tronco encefálico e cerebelo. 
(1) TRATO CORTICO-ESPINHAL - As fibras partem do córtex até a medula espinhal contralateral influenciando os neurônios 
motores inferiores espinhais. 
(2) TRATO CORTICO-BULBAR - As fibras partem do córtex e vão até o bulbo influenciando os neurônios motores inferiores do 
tronco cerebral para os músculos da cabeça. 
(3) TRATO CORTICOPONTINOCEREBELAR - As fibras partem do córtex cerebral e fazem sinapse na ponte com um segundo 
neurônio que vai ao córtex cerebelar informar o cerebelo do movimento pretendido pelo córtex cerebral para que este faça os 
ajustes necessários. 
 
 O córtex cerebral pode controlar a atividade de neurônios da medula espinal tanto direta como indiretamente. 
 Conexões diretas são mediadas pelo trato corticoespinhal. 
 Esse trato compreende axônios de neurônios que se originam em áreas do córtex cerebral e se projetam sobre motoneurônios alfa e 
interneurônios da medula espinal. 
 É conhecido também como trato piramidal, em função de compor anatomicamente as pirâmides bulbares. 
 Nessa região bulbar, 90% das fibras corticoespinhais cruzam para o lado oposto, indo constituir o trato corticoespinhal lateral, enquanto 
2% dessas fibras permanecem na via descendente não cruzada. 
 Os 8% restantes vão compor o trato corticoespinhais anterior, projetando-se também ipsilateralmente para a medula espinal. 
 As fibras corticoespinhais se originam de várias partes do córtex cerebral, sendo a principal origem o córtex motor primário (área 4), de 
localização imediatamente anterior ao sulco central, o qual divide os córtices frontal e parietal. 
 Outras origens de fibras corticoespinhais incluem o córtex pré-motor (área 6), e porções do córtex parietal, especialmente as áreas 
somestésicas (áreas 1, 2 e 3). 
 A contribuição de neurônios somestésicos para a formação do trato corticoespinhal mostra não só a estreita relação entre os sistemas 
sensoriais e motores na organização da motricidade, mas também a ingenuidade em que incorremos ao dividir o sistema nervoso, de 
forma simplista, em componentes estanques, sensorial e motor. 
 Além das projeções diretas, via trato córticoespinhal, que o córtex cerebral fornece à medula espinal, sua influência sobre a motricidade 
requer a participação de outras vias corticais. 
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SISTEMA NERVOSOMARCUS N. OTTONI 
 O córtex motor e áreas pré-motoras recebem projeções de várias outras áreas do córtex cerebral por meio de conexões córticocorticais. 
 Além disso, o córtex cerebral também se projeta sobre diversos núcleos do tronco cerebral, influenciando as assim chamadas vias 
extrapiramidais, que incluem, por exemplo, as vias vestíbuloespinhal, retículoespinhal, tectoespinhal e rubroespinhal. 
 As projeções corticais para o tronco cerebral influenciam também a organização motora mediada pelos nervos cranianos, responsáveis 
pela motricidade do segmento cefálico. 
 O córtex cerebral envia maciças projeções para o cerebelo e núcleos da base que desempenham um papel fundamental no controle da 
motricidade. 
 As áreas motoras se organizam também de forma hierárquica que é um princípio fundamental de organização do sistema nervoso. 
 Em diversas áreas corticais motoras podemos observar uma organização somatotópica, muito evidente no córtex motor. 
 Nessa área cortical, diferentes regiões estão associadas a diferentes grupos musculares, preservando uma organização topográfica 
bem definida que representa os segmentos do corpo nas regiões do córtex motor. 
 A organização somatotópica e hierárquica do córtex cerebral está intimamente relacionada ao seu papel na integração da motricidade. 
 
ÁREA PRÉ-MOTORA (área 6): 
 Situa-se 1 a 3 cm anteriormente ao córtex motor primário, estendendo-se inferiormente para dentro da fissura de Sylvius e 
superiormente na fissura longitudinal, onde tem contato com a área motora suplementar. 
 Os sinais gerados na área pré-motora causam “padrões” muito mais complexos de movimento do que os padrões discretos gerados no 
córtex motor primário (Ex: posição dos ombros e braços, de modo que as mãos estejam orientadas apropriadamente para realizar 
tarefas específicas). 
 A parte mais anterior da área pré-motora desenvolve primeiro uma “imagem motora” do movimento muscular total que deve ser 
realizado. 
 No córtex pré-motor posterior esta imagem excita cada padrão de atividade muscular sucessivo necessário para obter a imagem. 
 Os sinais são enviados diretamente para o córtex motor primário para excitar músculos específicos ou, mais frequentemente, por meio 
dos núcleos de base e do tálamo de volta ao córtex motor primário. 
 Deste modo, o córtex pré-motor, os núcleos de base, o tálamo e o córtex motor primário constituem um sistema global complexo para o 
controle de padrões complexos de atividade muscular coordenada. 
 
ÁREA MOTORA SUPLEMENTAR (área 6): 
 Situa-se, principalmente, na fissura longitudinal, mas estende-se por alguns centímetros até o córtex frontal superior. 
 Contrações desencadeadas pela estimulação desta área costumam ser bilaterais e não unilaterais (movimentos bilaterais de agarrar 
com ambas as mãos simultaneamente). 
 Funciona em conjunto com a área pré-motora para gerar movimentos responsáveis pela postura geral do corpo, movimentos de 
posição da cabeça e dos olhos, e assim por diante, como base para o controle motor mais fino dos braços e das mãos pela área pré-
motora e o córtex motor primário. 
 
 
TRANSMISSÃO DE SINAIS DO CÓRTEX MOTOR PARA OS MÚSCULOS: 
 Sinais motores são transmitidos diretamente do córtex para a medula espinhal através do trato corticoespinhal ou trato piramidal – 
mais relacionadas aos movimentos discretos e detalhados (segmentos distais das extremidades – mãos e dedos). 
 Indiretamente, a transmissão é feita através de múltiplas vias acessórias que envolvem os núcleos da base, cerebelo e vários 
núcleos do tronco cerebral. 
 O trato piramidal origina-se (cerca de 30% das vezes) do córtex motor primário, em 30% das áreas motoras suplementares e da área 
pré-motora, e em 40% das áreas somatossensoriais posteriores ao sulco central. 
 Após sair do córtex, atravessa o ramo posterior da cápsula interna (entre o núcleo caudado e o putâmen dos núcleos de base). 
 Desce pelo tronco cerebral, formando as pirâmides da medula obongla (bulbo). 
 A maior parte das fibras piramidais então cruza na parte inferior do bulbo para o lado oposto, e desce pelos tratos corticoespinhais 
laterais da medula espinhal. 
 Terminam nos interneurônios das regiões intermediárias da substância cinzenta da medula. 
 Algumas fibras terminam em neurônios sensoriais da segunda ordem no corno dorsal, e pouquíssimas terminam diretamente nos 
neurônios motores anteriores que causam a contração muscular. 
 Os tratos corticoespinhais ventrais da medula espinhal – fibras que não cruzam para o lado oposto no bulbo, seguindo 
ipsilateralmente. Muitas, senão todas as fibras deste trato, acabam finalmente cruzando para o lado oposto da medula, seja na região 
cervical, seja na região torácica alta – podem estar relacionadas ao controle de movimentos posturais bilaterais pelo córtex motor 
suplementar. 
 Fibras mielinizadas  originam-se de células piramidais gigantes (células de Betz), que são encontradas apenas no córtex motor 
primário  mais rápida transmissão de impulsos do córtex para a medula espinhal. 
 O núcleo rubro, localizado no mesencéfalo, funciona em estreita associação com o trato corticoespinhal. 
 Recebe um grande número de fibras nervosas diretas do córtex motor primário através do trato corticorrubral (bem como colaterais do 
trato corticoespinhal quando atravessa o mesencéfalo). 
 Essas fibras fazem sinapses na parte inferior do núcleo rubro (magnocelular) que contém grande neurônios (semelhantes às céluls de 
Betz)  dão origem ao trato rubroespinhal (atravessa para o lado oposto na região inferior do tronco cerebral e segue trajeto adjacente 
e anterior ao trato corticoespinhal, entrando nas colunas espinhais da medula espinhal. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 As fibras terminam principalmente nos interneurônios das áreas intermédias da substância cinzenta da medula. 
 Algumas das fibras rubroespinhais terminam diretamente nos neurônios motores do corno anterior, juntamente com algumas fibras 
corticoespinhais. 
 A via corticorrubroespinhal serve como rota acessória para transmissão de sinais relativamente discretos do córtex motor para a 
medula espinhal. 
 Em casos de lesão das vias corticoespinhais, com as vias corticorrubroespinhais intactas, alguns movimentos discretos ainda podem 
ocorrer, mas os movimentos para controle fino dos dedos e mãos ficam consideravelmente comprometidos. 
 Os tratos corticoespinhais e corticorrubroespinhais são chamados de sistema motor lateral da medula, distinguindo-se do sistema 
vestibulorreticloespinhal que se situa principalmente na parte medial da medula (sistema motor medial da medula). 
 O sistema extrapiramidal é utilizado pra denotar todas as partes do cérebro e do tronco cerebral que contribuem para o controle 
motor, mas não fazem parte do sistema corticoespinhal piramidal direto – incluem vias através dos núcleos da base, a formação 
reticular do tronco cerebral, os núcleos vestibulares e, muitas vezes, o núcleo rubro. 
 
COLUNA VERTICAL DOS NEURÔNIOS NO CÓRTEX MOTOR: 
 Cada coluna de neurônios funciona como uma unidade, geralmente estimulando músculos sinérgicos ou um único músculo. 
 Cada coluna possui 6 camadas de células distintas. 
 Os neurônios de cada coluna operam como um sistema de processamento integrativo, usando informações de múltiplas fontes de 
aferências para determinar a resposta de saída da coluna. 
 Cada coluna pode funcionar como um sistema de amplificação para estimular grande número de fibras piramidais para o mesmo 
músculo ou para músculos sinérgicos simultaneamente. 
 A estimulação de uma única célula piramidal quase nunca consegueexcitar um músculo (50-100 células piramidais necessitam ser 
excitadas). 
 Cada coluna excita duas populações de neurônios de células piramidais – neurônios dinâmicos e neurônios estáticos. 
 Neurônios Dinâmicos – são excessivamente excitados por um curto período no começo de uma contração, causando o 
desenvolvimento de força rápido inicial. 
 Neurônios Estáticos – descarregam numa taxa muito mais lenta, mas continuam a disparar nesta faixa lenta para manter a força de 
contração enquanto for necessária a contração. 
 Se um sinal forte for enviado a um músculo para causar contração rápida inicial, então um sinal contínuo muito mais fraco 
pode manter a contração por longos períodos daí em diante. 
 Para controlar a precisão da contração muscular ocorre uma retroalimentação somatossensorial. 
 Quando os sinais do córtex motor causam uma contração muscular, sinais somatossensoriais retornam todo o caminho da região 
ativada do corpo para os neurônios no córtex motor que estejam iniciando a ação. 
 A maioria dos sinais se origina em: 
a. Fusos musculares. 
b. Órgão tendinosos dos tendões musculares. 
c. Receptores táteis da pele que recobre os músculos. 
 Os sinais somáticos costumam causar retroalimentação positiva da contração muscular: 
a. No caso dos fusos musculares, se as fibras fusimotoras musculares nos fusos se contraírem mais que as grandes fibras 
músculo-esqueléticas, as partes centrais dos fusos ficarão estiradas e, portanto, exictadas  estímulo às células piramidais 
no córtex motor  excitação ainda maior do músculo (até a contração dos fusos musculares). 
b. No caso dos receptores táteis, se a contração muscular causar compressão da pele contra um objeto (ex: compressão dos 
dedos em torno de um objeto que é agarrado), os sinais receptores da pele poderão, se necessário, causar ainda mais 
excitação dos músculos (ex: aumento da rigidez do aperto de mão). 
 
 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 
 
PAPEL DO TRONCO CEREBRAL NO CONTROLE DA FUNÇÃO MOTORA: 
 Formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. 
 Contém núcleos motores e sensoriais que realizam funções motoras e sensoriais da face e da cabeça do mesmo modo que a medula 
espinhal é responsável por estas funções para regiões do pescoço para baixo. 
 Funções: 
(1) Controle da respiração. 
(2) Controle do sistema cardiovascular. 
(3) Controle parcial da função gastrointestinal. 
(4) Controle de muitos movimentos estereotipados do corpo. 
(5) Controle do equilíbrio. 
(6) Controle dos movimentos oculares. 
 Serve como uma estação de passagem para “sinais de comando” de centros neurais superiores. 
 Importantes para o controle do movimento corporal total e no equilíbrio: núcleos reticulares e núcleos vestibulares do tronco 
cerebral. 
 Os Núcleos Reticulares podem ser: 
(1) Núcleos Reticulares Pontinos – transmitem sinais excitatórios descendentes para a medula espinhal através do trato 
reticuloespinhal pontino na coluna anterior da medula. 
o As fibras terminam nos neurônios motores anteriores mediais responsáveis pela excitação dos músculos axiais do 
corpo  sustentam o corpo contra a gravidade (músculos da coluna vertebral – paravertebrais, e músculos 
extensores das extremidades). 
o Têm alto grau de excitabilidade natural. 
o Recebem fortes sinais excitatórios dos núcleos vestibulares, bem como dos núcleos profundos do cerebelo. 
o Quando um sistema reticular pontino fica sem oposição do sistema reticular bulbar, provoca uma excitação poderosa 
dos músculos antigravitários em todo os corpos – ex: animais quadrúpedes, quando colocados numa posição em pé, 
sustentam o corpo contra a gravidade sem qualquer sinal de níveis mais altos do cérebro. 
(2) Núcleos Reticulares Bulbares – transmitem sinais inibitórios aos mesmos neurônios motores anteriores antigravitários por 
meio de um trato diferente, trato reticuloespinhal bulbar, localizado na coluna lateral da medula. 
o Recebem fortes colaterais de aferência do: (1) trato corticoespinhal, (2) do trato rubroespinhal e (3) de outras vias 
motoras. 
o As aferências ativam sistema inibitório reticular bulbar para contrabalançar os sinais excitatórios dos sistema reticular 
pontino, de modo que, sob condições normais, os músculos corporais não estejam anormalmente tensos. 
o Alguns sinais de áreas superiores do encéfalo podem “desinibir” o sistema bulbar quando se deseja excitar o sistema 
reticular pontino para que o indivíduo fique em pé. 
 Os núcleos reticulares excitatórios e inibitórios constituem um sistema controlável que é manipulado por sinais motores do córtex 
cerebral e de outras partes, provocando contrações musculares de base necessárias para ficar em pé contra a gravidade e para inibir 
grupos de músculos apropriados, conforme necessário, para que outras funções possam ser realizadas. 
 Núcleos Vestibulares – funcionam em associação com os núcleos reticulares pontinos para controlar os músculos antigravitários. 
o Transmitem fortes sinais excitatórios para os músculos antigravitários por meio dos tratos vestibuloespinhais lateral e 
medial nas colunas anteriores da medula espinhal. 
o Sem a sustentação dos núcleos vestibulares, o sistema reticular pontino perderia grande parte de sua excitação dos 
músculos antigravitários axiais. 
o Papel principal: controlar seletivamente os sinais excitatórios para os diferentes músculos antigravitários para manter o 
equilíbrio em resposta a sinais do sistema vestibular. 
 
SISTEMA VESTIBULAR: 
 Órgão sensorial para detectar sensações de equilíbrio. 
 Encerrado em um sistema de tubos e câmaras ósseos localizado na parte petrosa do osso temporal, o chamado labirinto ósseo. 
 Dentro deste sistema estão tubos e câmaras membranosos  labirinto membranoso – parte funcional do sistema vestibular. 
 Labirinto Membranoso – composto por: 
1. Cóclea (ducto coclear) – principal órgão sensorial para audição e tem pouco a ver com o equilíbrio. 
2. Três canais semicirculares- controlam a rotação da cabeça (ductos semicirculares anterior, posterior e lateral). Cada 
ducto possui um alargamento numa de suas extremidades, chamada ampola, que ficam cheias de líquido, endolinfa. O fluxo 
desse líquido através de um dos ducto e através de sua ampola excita o órgão sensorial da ampola. Em cada ampola existe 
uma pequena crista chamada crista ampular – na sua parte superior existe um tecido gelatinoso frouxo, cúpula. 
 Funcionamento: quando a cabeça de um indivíduo começa a girar em qualquer direção, a inércia do líquido em um 
ou mais dos ductos semicirculares faz com que o líquido permaneça estacionário enquanto o ducto semicircular gira 
com a cabeça. 
 Isto faz com que o líquido flua do ducto e através da ampola, deformando a cúpula para um lado. 
 Os quinócilos das células ciliadas desta área são orientados na mesma direção da cúpula  despolarização das 
células ciliadas; na direção oposta = hiperpolarização. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
3. Utrículo – mácula do utrículo  pequena área sensorial discretamente sobre 2 mm de diâmetro localizada principalmente no 
plano horizontal, na superfícies inferior do utrículo. Determina a orientação da cabeça quando esta fica em posição ereta. 
4. Sáculo – mácula do sáculo  localizada principalmente no plano vertical e sinaliza a orientação da cabeça quando o 
indivíduo está deitado. 
 Cada mácula é coberta por umacamada gelatinosa, na qual ficam imersos muitos pequenos cristais de carbonato de cálcio – 
estatocônias  estatocônias calcificadas têm um gravidade específica 2 a 3 vezes acima da gravidade específica do líquido e tecidos 
circunjacentes  curva cílios na direção da tração gravitacional. 
 Nas máculas encontramos milhares de células ciliadas  projetam cílios para cima na camada gelatinosa; as bases e lados das 
células ciliadas fazem sinapse com as terminações sensoriais do nervo vestibular. 
 Células Ciliadas na Mácula – Estereocílios (50 a 70 pequenos cílios) e Quinocílio (1 grande cílio) – quinocílio localizado em um lado e 
os estereocílios se tornam cada vez mais curtos em direção ao lado oposto. 
 Quando os estereocílios e o quinócilo se curvam na direção do quinócilo, os filamentos puxam os estereocílios, afastando-os do corpo 
celular  influxo de íons positivos  despolarização da membrana do receptor. 
 A deformação dos cílios para longe do quinócilo diminui o tráfego de impulsos, muitas vezes inibindo-o completamente  
hiperpolarização do receptor. 
 
CEREBELO: 
 Chamado de área silenciosa – excitação elétrica não causa qualquer sensação consciente e raramente causa qualquer movimento 
motor. 
 Dividido em 3 lobos: 
1. Lobo Anterior. 
2. Lobo Posterior. 
3. Lobo Floculonodular – mais antiga das partes do cerebelo. Desenvolveu-se juntamente com o sistema vestibular no 
controle do equilíbrio do corpo. 
 Auxilia na sequência das atividades motoras. 
 Monitora e faz ajustes corretivos nas atividades motoras corporais enquanto estão sendo executadas, de modo que elas estejam de 
acordo com os programas motores elaborados pelo córtex motor cerebral e outras partes do sistema nervoso central. 
 Recebe, a partir das áreas de controle motor cerebrais, informações continuamente atualizadas sobre a sequência de contrações 
musculares desejada. 
 Recebe informações sensoriais das partes periféricas do corpo, informando sobre as mudanças seqüenciais da situação de cada parte 
do corpo – sua posição, velocidade de movimento, forças que atuam sobre ela, etc. 
 Compara as informações com os movimentos reais – informações sensoriais periféricas com os movimentos originalmente 
programados pelo sistema motor. 
 Se houver discrepância entre as duas informações, envia sinais corretivos subconscientes instantâneos de volta para as estruturas 
envolvidas no controle motor com o objetivo de aumentar ou diminuir os níveis de ativação de músculos específicos. 
 Coordenação das funções de controle motor: 
o Vestibulocerebelo ou Arquicerebelo – consiste principalmente em pequenos lobos floculonodulares (cerebelo posterior) e 
porções adjacentes do vermis (parte central do cerebelo). 
 Proporciona circuitos neurais para a maioria dos movimentos associados ao equilíbrio do corpo. ajuda a coordenar 
o equilíbrio e os movimentos oculares. 
 Separado da porção principal do cerebelo pela fissura posterolateral, sendo, em termos filogenéticos, a mais antiga 
região cerebelar. 
 Mantém conexões recíprocas com os núcleos vestibulares do tronco cerebral, e atua essencialmente no controle do 
equilíbrio e na coordenação de movimentos oculares. 
 
o Espinocerebelo ou Paleocerebelo – consiste na maior parte do vermis do cerebelo posterior e anterior, mais as zonas 
intermediárias adjacentes em ambos os lados do vermis. 
 Fornece os circuitos necessários para a coordenação dos movimentos nas partes distais das extremidades 
(especialmente mãos e dedos). ajuda a coordenar o movimento estereotipado (locomoção e reações posturais) e o 
tônus muscular. 
 A porção principal do cerebelo é dividida em três regiões: vermis, zona intermediária e zona lateral. 
 O vermis e a zona intermediária constituem o espinocerebelo, e recebem informações sensoriais por intermédio da 
medula espinal, além de responderem também a estímulos visuais e auditivos. 
 De origem filogenética mais recente, o espinocerebelo deve ter-se desenvolvido paralelamente a uma maior 
complexidade de movimentos dos membros necessários à locomoção. 
 As projeções eferentes do espinocerebelo são efetuadas por intermédio dos núcleos cerebelares fastigial, globoso e 
emboliforme, alcançando a medula espinal e núcleos supraespinais do sistema extrapiramidal. 
 Eferências do espinocerebelo também alcançam o córtex motor, por intermédio de projeções talâmicas. 
 
o Cerebrocerebelo ou Neocerebelo – formado pelas grandes zonas laterais dos hemisférios cerebelares, situadas 
lateralmente às zonas intermediárias. 
 Recebe praticamente toda a sua aferência dos córtices motor cerebral e pré-motores adjacentes, e do córtex 
somatossensorial. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 Ajuda a coordenar a programação de movimentos dos membros, estando relacionado com os movimentos não 
estereotipados como aqueles resultantes de ensinamentos e treinamentos. 
 Transmite suas informações de saída na direção cranial de volta ao prosencéfalo, funcionando em um modo de 
feedback com o sistema sensoriomotor cortical para planejar movimentos voluntários seqüenciais do corpo e das 
extremidades – antes dos movimentos reais  desenvolvimento de imagens motoras dos movimento a serem 
realizados. 
 Densamente inervado por projeções de áreas corticais motoras e sensoriais. 
 As eferências do neocerebelo emergem do núcleo denteado, projetando-se majoritariamente, via núcleos talâmicos, 
sobre o córtex cerebral contralateral. 
 Esses núcleos talâmicos projetam-se sobre o córtex motor primário, o córtex pré-motor, e áreas pré-frontais. 
 O neocerebelo representa a aquisição filogenética mais recente dos circuitos cerebelares, relacionando-se com o 
controle de movimentos voluntários. 
 Enquanto o vestibulocerebelo constitui-se no responsável por ajustes posturais de origem labiríntica, o neocerebelo faria parte dos 
circuitos responsáveis pelo planejamento do movimento, e o espinocerebelo estaria relacionado ao controle da execução do 
movimento. 
 
APRENDIZADO: 
 O aprendizado pode ser definido como a capacidade para alterar o comportamento com base na experiência. 
Memória é a capacidade de relembrar eventos passados, a nível consciente ou inconsciente. 
 
NEUROPLASTICIDADE  Capacidade do sistema nervoso de alterar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de 
experiência. Pode ser concebida e avaliada a partir de uma perspectiva estrutural (configuração sináptica) ou funcional (modificação de 
comportamento). 
 
FORMAS DE APRENDIZADO: 
 Memórias são armazenadas no cérebro pela mudança da sensibilidade básica da transmissão sináptica entre neurônios como 
resultado da atividade neural prévia. 
 As vias novas ou facilitadas são chamadas de traços de memória – podem ser seletivamente ativados pelos processos mentais para 
reprodução das memórias. 
Habituação (Memória Negativa): 
 A maior parte das nossas memórias são memórias negativas – nosso cérebro é inundado com informações sensoriais de todos os 
nossos sentidos  o cérebro aprende a ignorar a informação sem consequências. 
 Forma simples de aprendizado em que o estímulo neutro é repetido muitas vezes. 
 Na primeira aplicação, o estímulo é uma novidade e evoca uma reação – reflexo de orientação. 
 Com a repetição, o estimulo evoca cada vez menos resposta elétrica, até o ponto em que o indivíduo se habitua e passa a ignorá-lo. 
 Exemplo de aprendizado não-associativo – aprende a respeito de um único estímulo. 
 Resulta da inibição das vias sinápticas. 
 
Sensitização (Memória Positiva): 
 De certa forma é uma reação oposta. 
 Um estímulo repetido produz umaresposta aumentada se estiver acoplado um ou mais vezes a um estímulo agradável ou 
desagradável. 
 O cérebro tem uma capacidade automática diferente de realçar e armazenar os traços mnemônicos. 
 Resulta da facilitação das vias sinápticas. 
 
REFLEXOS CONDICIONADOS: 
 Resposta reflexa a um estímulo que antes produzia pouca ou nenhuma resposta, adquirido pela associação repetida do estímulo a um 
outro estímulo que normalmente produz a resposta. 
 
CORPO CALOSO: 
 As fibras do corpo caloso fornecem conexões neurais bidirecionais abundantes entre a maioria das áreas corticais homólogas dos dois 
hemisférios cerebrais. 
 As exceções são as porções anteriores dos lobos temporais (em particular a amígdala) – interconectadas por fibras que passam pela 
comissura anterior. 
 Uma das funções do corpo caloso e da comissura anterior é disponibilizar informação para as áreas corticais correspondentes do 
hemisfério oposto. 
1) Seccionar o corpo caloso bloqueia a transferência de informação da área de Wernicke (região responsável pelo 
conhecimento, interpretação e associação de informações) do hemisfério dominante ao córtex motor do lado oposto do 
cérebro  funções intelectuais da área de Wernicke perdem o controle sobre o córtex motor direito (que inicia funções 
motoras voluntárias da mão e do braço esquerdo). 
2) Seccionar o corpo caloso impede a transferência de informações somáticas e visuais do hemisfério direito à área de Wernicke 
no hemisfério dominante esquerdo  informações somáticas e visuais do lado esquerdo do corpo frequentemente deixa de 
chegar a esta área interpretativa geral do cérebro e não podem ser usadas para tomar decisões. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
3) Completa secção do corpo caloso – os indivíduos possuem duas porções conscientes completamente separadas no cérebro. 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR: 
O desenvolvimento de determinada função depende do amadurecimento de seu substrato neural anatômico correspondente. 
 Tal amadurecimento decorre fundamentalmente de eventos aditivos/progressivos (proliferação neuronal, migração neuronal, 
sinaptogênese e mielinização) e subtrativos/regressivos (apoptose, retração axonal e degeneração sináptica). 
 O início do desenvolvimento embrionário do sistema nervoso central é marcado pela diferenciação dos neuroblastos a partir de células 
primitivas localizadas no neuropitélio do tubo neural. 
 Começa a proliferação celular, extremamente rápida, que origina neurônios bipolares, os quais começam a migrar a partir da 5ª 
semana de vida intra-uterina, com o aparecimento das primeiras células gliais que fornecem sustentação para o movimento de 
migração. 
 A maior parte da migração na direção da camada marginal do que será o futuro córtex dos hemisférios cerebrais se completa até o final 
do 5º mês – continua até o nascimento (ritmo mais lento). 
 Ao término da migração dos neurônios, tem-se o número máximo de neurônios (50-100 bilhões) e já se inicia o processo de apoptose. 
 Do 6º mês em diante se inicia a organização – arborização dendríticas, trajetória axonal e formação dos botões sinápticos. 
 A atividade funcional começa a mielinização – por volta da 10ª semana – nas raízes espinhais, permitindo atividade motora reflexa fetal. 
 Mielinização presegue a seguinte ordem: 
1. Sistema de fibras segmentares e intersegmentares da medula espinhal. 
2. Sistemas ascendentes e descendentes entre o tronco cerebral e a medula espinhal. 
3. Sistema acústico e vestibular: 28ª – 30ª semana. 
4. Via cerebelares ascendentes espinocerebelares e eferentes denteado-rubrais: 37ª semana. 
5. Sistema visual: 40ª semana. 
 Mielinização  processo de formação da bainha de mielina que ocorre durante a última parte do desenvolvimento fetal e durante o 
primeiro ano pós-natal. 
 Em cada célula de Schwann forma-se um sulco ou goteira que contém axônio. 
 Segue-se o fechamento dessa goteira com formação de uma estrutura com dupla membrana – mesaxônio. 
 O mesaxônio alonga-se e enrola-se ao redor do axônio várias vezes e o citoplasma é expulso entre as voltas. 
 Acontece a oposição das faces citoplasmáticas da membrana, com fusão, surgindo a linha densa principal, ou periódica, 
contínua, facilmente identificada nas secções transversais da bainha de mielina à microscopia eletrônica por sua elétron-
densidade. 
 As faces externas da membrana do mesaxônio também se encontram formando a linha densa menor, ou interperíodo. 
 O restante das células de Schwann – núcleo e citoplasma – forma o neurilema. 
 As áreas do desenvolvimento neuropsicomotor avaliadas no Exame Neurológico Evolutivo (ENE) são: fala, equilíbrio estático, 
equilíbrio dinâmico, coordenação apendicular, coordenação tronco-membros, persistência motora e sensibilidade. 
 
SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO MOTOR GROSSEIRO 
NÍVEIS DE MATURIDADE DESENVOLVIMENTO 
4 semanas A cabeça pende. Reflexo tônico cervical. 
16 semanas Cabeça firme. Posturas simétricas. 
40 semanas Senta-se sozinho. Engatinha. Coloca-se de pé apoiando as mãos num suporte. 
52 semanas Anda com ajuda. Costela. 
18 meses Corre bem. Chuta a bola. 
24 meses Sustenta-se num pé só. 
36 meses Pula de um degrau para o chão. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
48 meses Salta num pé só. Dá pulo largos. 
60 meses Salta em pés alternados. 
 
SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO MOTOR DELICADO 
NÍVEIS DE MATURIDADE DESENVOLVIMENTO 
4 semanas Punhos cerrados 
16 semanas Mãos abertas. Coça e agarra com as mãos. 
28 semanas Agarra o cubo na palma da mão. Faz gesto de arranhar o torrão. 
40 semanas Deixa o objeto cair de maneira de maneira rudimentar. Empurra com o indicador. 
52 semanas Segura a bola com movimento correto de torquês. 
18 meses Torre de três cubos. Vira duas ou três folhas de cada vez. 
24 meses Constrói torre com seis cubos. Vira as folhas uma a uma. 
36 meses Erige torre com 10 cubos. Segura lápis de cor à maneira dos adultos. 
48 meses Risca dentro dos limites das linhas. 
 
SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO ADAPTATIVO 
NÍVEIS DE MATURIDADE DESENVOLVIMENTO 
4 semanas Olha fixamente ao redor. Acompanhamento limitado com o olhar. 
16 semanas Acompanha os movimentos com o olhar. Olha para o chocalho na mão. 
28 semanas Transfere o cubo de uma das mãos para a outra. 
40 semanas Segura a garrafa e tenta ou consegue apanhar a bola. 
52 semanas Coloca o cubo dentro da xícara. Tenta erigir torre com dois cubos. 
18 meses Tira a bola da garrafa. Rabisca espontaneamente. 
24 meses Constrói torre com seis cubos. Imita risco circular. 
36 meses Imita ponte feita com três cubos. Copia círculo. 
48 meses Imita portão feito com cinco cubos. Copia cruz. 
60 meses Conta 10 objetos. Copia triângulo. 
 
SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO LINGUAGEM 
NÍVEIS DE MATURIDADE DESENVOLVIMENTO 
4 semanas Pequenos sons feitos na garganta. Presta atenção à sineta. 
16 semanas Arrulha. Ri. Vocaliza socialmente. 
28 semanas Vocaliza quando se dirige aos brinquedos. Produz sílabas com consoantes 
isoladas. 
40 semanas Diz uma palavra só. Imita sons. 
52 semanas Diz duas palavras ou mais. Identifica os objetos pelos simples. 
18 meses Jargões. Reconhece desenhos ou retratos. 
24 meses Usa enunciados curtos. Compreende instruções simples. 
36 meses Falapor meio de frases. Responde a perguntas simples. 
48 meses Usa conjunções. Compreende preposições. 
60 meses Fala com articulação infantilizada. Pergunta “por quê?”. 
 
MENINGOMIELOCELE: 
Meningomielocele – decorrente de um defeito do fechamento do tubo neural posterior (caudal), e em 80% dos casos o defeito ocorre em nível 
lombar. 
 Caracteriza-se pela presença da placa neural onde a região dorsal é mais comprometida do que a ventral e o tecido neural está 
deslocado dorsalmente  protaindo-se para o interior do saco da meningocele (malformação congênita que se apresenta sob o 
aspecto de tumor em forma de saco ou de quisto, localizado quer no crânio quer na coluna vertebral, sobretudo na lombar). 
 A coluna vertebral subjacente é malformada, com ausência dos arcos dos corpos vertebrais. 
 A pele recobre parcialmente o saco da menigocele, o qual é formado por tecido friável e que se rompe facilmente  caso haja 
rompimento, pode ocorrer a exposição do tecido neural. 
 
 -------- Meningocele ------- ------ Meningomielocele -------- 
 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 
 Época dos eventos que determinam a lesão não deve passar do 26º dia de gestação. 
 Incidência varia de acordo com fatores geográficos de natureza desconhecida – acredita-se que tenham ligação com fatores 
nutricionais e deficiência de vitaminas, particularmente ácido fólico. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
 Comprometimento do controle motor espinhal da motricidade e sensibilidade abaixo dos segmentos comprometidos da medula 
espinhal. 
 A gravidade será proporcionalmente maior quanto mais alto o nível da lesão. 
 Nível Lombar  déficit da força muscular, da sensibilidade nos membros inferiores e do controle esfincteriano (bexiga neurogênica). 
1. Em Nível Lombar Alto (L1 – L2)  impedem a deambulação, limitando o paciente à cadeira de rodas e, geralmente, sendo 
acompanhadas de escoliose. 
 Nível Sacral  compatíveis com a marcha independente. 
 Hidrocefalia é uma complicação freqüente (60-90%) – mais comum em lesões lombares  obstrução do líquido cefaloraquidiano por: 
1. Estenose do aqueduto de Sylvius 
2. Obstrução dos forames de saída do IV ventrículo, secundária à malformação de Arnold-Chiari 
 US é o exame utilizado para diagnóstico de hidrocefalia – realizado em todo RN com meningomielocele  comum detecção sem 
presença de sinais clínicos de descompensação (2 a 3 semanas pós-parto). 
 
 
 
 Arnold-Chiari  responsável pelos sintomas de disfunção do tronco cerebral observados em alguns casos de meningomielocele, e 
pela hidrocefalia. Características principais: 
o Deslocamento caudal da medula oblonga e IV ventrículo em direção do canal cervical alto. 
o Alongamento e estreitamento da medula oblonga e ponte. 
o Deslocamento do vermis cerebelar, através do forame magno, até níveis cervicais alto. 
 
MEDULA ESPINHAL: 
ANATOMIA: 
A Medula Espinhal, principal centro reflexo e via de condução entre o corpo e o encéfalo, é uma estrutura cilíndrica, ligeiramente achatada 
anterior e posteriormente. 
 Protegida pelas vértebras e seus ligamentos associados, meninges da parte espinhal e Líquido Céfaloraquidiano. 
 Começa como uma continuação da medula oblonga, a parte caudal do tronco encefálico. 
 Adultos – 42 a 45 cm de comprimento. Estende-se do forame magno do osso occipital até o nível da vértebra L2. 
 Sua extremidade inferior afilada – cone medular – pode terminar tão superior quanto T12 ou tão inferior quanto L3. 
 Ocupa dois terços superiores do canal vertebral. 
 É alargada em duas regiões para inervações dos membros: 
(1) Intumescência cervical  estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal, e a maioria dos ramos anteriores que 
se originam dela forma o plexo nervoso braquial, que inerva os membros superiores. 
(2) Intumescência lombossacral  estende-se dos segmentos T11 até a L1 da medula espinhal, e os ramos anteriores que se 
originam dela formam os plexos nervosos lombar e sacral, que inervam os membros inferiores. As raízes dos nervos 
espinhais que se originam da intumescência lombossacral e do cone medular forma a cauda eqüina – feixe de raízes dos 
nervos espinhais que corre através da cisterna lombar (espaço subaracnóide). 
 Nas regiões cervical e lombar situam-se os neurônios que inervam os membros superiores e inferiores, respectivamente. 
 Os tratos da substância branca contendo as vias sensoriais ascendentes e motoras descendentes localizam-se na periferia. 
 Os corpos das células nervosas estão aglomerados numa região interna em forma de trevo de 4 folhas que circunda o canal central, 
 As membranas que cobrem a medula espinhal – dura-máter, aracnóide e pia-máter – são contínuas com as do tronco encefálico e dos 
hemisférios cerebelares. 
 Possui 31 segmentos, cada um definido por uma raiz motora ventral de saída e uma raiz sensorial dorsal de entrada. 
 Os primeiros 7 pares de nervos espinhais cervicais saem acima dos corpos vertebrais de número correspondente, enquanto todos os 
nervos subseqüentes saem abaixo, porque existem 8 segmentos espinhais cervicais, mas apenas 7 vértebras cervicais. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
EX: Lesão no nível T10 da medula espinhal indica comprometimento da medula adjacente no 7º ou 8º corpo vertebral torácico (T7 ou 
T8). 
 
 
 
FISIOLOGIA: 
 A medula espinal se incumbe da inervação da maior parte da musculatura estriada esquelética. 
 Pode ser concebida como um importante “condutor”, o qual permite que informações sensoriais ascendam até estruturas neurais 
superiores, tais como o tronco cerebral e o tálamo, e que informações descendentes, originárias de estruturas superiores, alcancem a 
via final comum do sistema motor (o motoneurônio α). 
 Abrigando, no corno anterior ou ventral, os neurônios que se destinam às fibras musculares, denominados de motoneurônios alfa, é 
responsável pela execução de todo e qualquer movimento realizado pelo tronco e membros. 
 Portanto, quer se trate de um simples reflexo motor ou de um intrincado movimento voluntariamente elaborado, a ativação das 
musculaturas axial (tronco) e apendicular (membros) será resultado da ação da medula espinal, por intermédio dos motoneurônios alfa 
que nela se localizam. 
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SISTEMA NERVOSO MARCUS N. OTTONI 
 O papel do motoneurônio alfa é como via de execução final de todo e qualquer tipo de movimento, não importando se de natureza 
reflexa, rítmica ou voluntária, e não importando quais estruturas neurais, de medula espinal a córtex cerebral, participem de sua 
organização. 
 Aspectos vinculados tanto à contração muscular quanto às conseqüências do movimento resultante serão reaferentados ao sistema 
nervoso central, ou seja, o sistema nervoso será “informado” sobre o resultado dos movimentos executados, sendo essas informações 
fundamentais para a continuidade do movimento e suas correções. 
 Sensibilidade Proprioceptiva  Informações que são utilizadas na correção, momento a momento, do plano motor envolvido na 
elaboração e execução do movimento. 
o Inclui as sensibilidades

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