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Geopolítica, regionalização e integração Professora Laís Araújo Teóricos - Mahan e o poderio naval • Alfred T. Mahan; • Almirante da marinha dos EUA; • Considerado um dos clássicos da geopolítica; • Apesar de escrever sobre a geopolítica, não fez uso do rótulo “geopolítica”, em seus escritos; Teóricos - Mahan e o poderio naval • Sua obra mais conhecida “A influência do poder marítimo sobre a história”, 1890; • Nome mais conhecido da estratégia naval; • Acreditava no fardo do homem branco; • As guerras eram inevitáveis na história; Teóricos - Mahan e o poderio naval • Para Mahan: “o controle dos mares para fins comerciais e militares fora sempre trunfo decisivo em todas as guerras desde o século XVII”; • Inglaterra como maior exemplo desta assertiva Mahaniana; • O poder marítimo da Inglaterra, até então, foi possível graças à opção de construir uma frota naval; Teóricos - Mahan e o poderio naval • A chave da hegemonia mundial estaria no controle das rotas marítimas, veias por onde circulavam o comércio; • O poder marítimo seria indispensável para um Estado que almejasse se tornar uma potência mundial; • Pensava no fortalecimento dos EUA; Teóricos - Mahan e o poderio naval • Os EUA passavam, naquele momento, por mudanças em sua política externa; • Os EUA estavam se consolidando como uma das grandes potências, a partir do enfraquecimento da Inglaterra; • Os EUA eram privilegiados pela sua posição geográfica; Teóricos - Mahan e o poderio naval • Ausência de inimigos por terra e pela importância do comércio marítimo; • Poder marítimo como centro das mudanças; • Para ele, ampliar os controles dos mares seria o grande objetivo da estratégia norte-americana; Teóricos - Mahan e o poderio naval • Principais ideias de Mahan: Foco no poder marítimo; Estratégia naval Ampliar o controle dos mares seria o grande objetivo da estratégia norte americana; Canal do Panamá. Teóricos - Mackinder: visão estratégica • Halford J. Mackinder; • Grande teórico da geopolítica; • Também não faz uso do termo “geopolítica” em seus escritos; • Interesse no poder terrestre; • Suas ideias servirão como base para outros pensadores; Teóricos - Mackinder: visão estratégica • Mackinder teria ligação com os primeiros desenvolvimentos de uma sólida teoria do poder terrestre; • Considerado como o “pai da teoria terrestre”; • Revolucionou o pensamento da época, com sua teoria sobre a maneira como se organizavam o mundo e a política de poder por meio da eterna luta pelo Heartland; Teóricos - Mackinder: visão estratégica • Geografia é o pivô da história; • Construiu toda uma teoria que tem na geoestratégia a chave para hegemonia mundial; • Criação de conceitos que seriam reproduzidos pelos geopolíticos clássicos: Pivot area, World island, Anel insular, Anel interior ou marginal, e principalmente, heartland; Teóricos - Mackinder: visão estratégica • Hierarquiza os espaços como se eles tivessem um valor intrínseco e permanente para o poderio mundial; World Island (Ilha mundial): grande bloco de terras, o “velho mundo”, no qual, de acordo com seus estudos, teria ocorrido a imensa maioria das guerras da história; Pivot area: imensa região central, localizada em parte na Europa e em parte na Ásia; Teóricos - Mackinder: visão estratégica Heartland: corresponde ao que hoje é a Europa Oriental Anel Interior ou marginal: área que envolve a pivot area; Anel Insular: região da qual fazem parte as Américas; Teóricos - Mackinder: visão estratégica Teóricos - Mackinder: visão estratégica • Região localizada dentro da Eurásia; • Vasta região com grande quantidade de diversidade de recursos naturais; • Região geoestratégica do planeta; Teóricos - Mackinder: visão estratégica • A importância da heartland se dá por três características: Presença de uma importante porção da maior planície do mundo (o que favorecia a mobilidade dos povos e guerreiros); Presença de alguns maiores rios do mundo; Natureza mais ou menos fechada em relação ás incursões marinhas; Teóricos - Mackinder: visão estratégica • Para Mackinder: “Quem controla a heartland (terra-coração), domina a pivot area, quem domina a pivot area, controla a ilha mundial, e quem controla a ilha mundial, domina o mundo. Esta era uma esquematização geográfica”. Teóricos - Mackinder e o poderio naval • Principais ideias de Mackinder: Interesse no poder terrestre; Hierarquização do espaços; Esquematização geográfica: entender a história (guerras, conflitos entre os países), através de características territoriais Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Este pensador e sua obra (revista da geopolítica) publicada na Alemanha de 1924 a 1944, tornaram a geopolítica famosa e definiram seus clássicos; • Enorme sucesso da revista. Colaboração de diversos intelectuais: militares, geógrafos, cientistas políticos, historiadores e economistas; Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Na América do Sul, pensadores, notadamente militares, reproduziram ou adaptaram inúmeras ideias divulgadas na revista; • Eco à ideologia nacional-socialista; Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Temas abordados da revista de geopolítica: Espaço Vital A nova ordem europeia ou mundial ideais Superioridade da raça ariana Destino da raça ariana Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Parte das ideias de Mackinder (geoestratégia, divisão das regiões, dominação de regiões) são adaptadas por Haushofer ao prisma alemão; • Haushofer considera a obra de Mackinder uma obra-prima da geopolítica; • Partiu de algumas ideias de Mackinder e teorizou sobre as condições para fortalecer o espaço germânico; Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Mackinder era defensor do império britânico e até antigermânico e antirusso. • Considerava que uma eventual aliança entre Alemanha e Rússia seria muito perigosa para Inglaterra; Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Para Mackinder Alemanha e Rússia, juntas, poderiam facilmente controlar a Heartland; • Para Haushofer, a ordem mundial ideal seria: aliança entre Alemanha, Rússia e Japão contra a Inglaterra, França e China, mantendo a pax americana; • A partir desta aliança, dividiria o mundo em quatro blocos ou zonas continentais Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk Teóricos - Haushofer e a expansão da geopolitk • Zona de influência alemã: Europa (menos a Rússia), a África e o Oriente Médio; • Zona de influência da Rússia mais o sul da Ásia; • Zona de influência do Japão: extremo oriente, sudeste asiático e a Oceania; • Zona de influência americana: todo continente americano Crise da Geopolítica Clássica • Esgotamento dos pressupostos da geopolítica; • Até 1970, não houve muita produção geopolítica; • Identificava-se vencidos o fascismo, a política expansionista do Japão e o nazismo alemão; Crise da Geopolítica Clássica • Escrever sobre geopolítica, a não ser para críticas passou a ser algo não recomendável; • Escolas de geopolíticas continuaram em alguns países como Brasil, Chile, Argentina até com ideias que serviram para suas políticas territoriais; Crise da Geopolítica Clássica • Nos estados centrais, os pensadores que teorizavam sobre o equilíbrio mundial ou regional de forças eram considerados como estrategistas militares, ou as vezes, políticos geográficos, ou sociólogos, mas nunca geopolíticos. Muito raramente mencionavam a geopolítica clássica, a não ser para falar de sua falácia; • Cenáriomundial até 1970. Crise da Geopolítica Clássica • A partir de 1970, a geopolítica volta a ser estudada; • Ótica renovada: não mais ideias pragmáticas sobre o poder marítimo versus poder terrestre, ou sobre heartland, ou mesmo sobre condições para um determinado Estado tornar-se potência mundial; • Agora as teorias se voltam ao embate entre capitalismo e socialismo, da guerra fria, sua lógica, perspectiva de uma 3º guerra mundial; Crise da Geopolítica Clássica • Retomada da geopolítica; • Yves Lacoste e seu grupo na revista Hérodote, início em 1976. No mesmo ano, é lançado o livro “A geografia – isso serve em primeiro lugar para fazer guerra”; • O subtítulo de Hérodote passou a ser “revista da geografia e da geopolítica”. Se tornou rapidamente o mais importante periódico geográfico acadêmico da França. Em seguida, foi clonado na Itália e Espanha; Crise da Geopolítica Clássica • Os EUA também adotaram a proposta de fazer “geografia crítica” nos meios acadêmicos; • A conjuntura internacional dos anos 70 e 80 impulsionaram a retomada dos estudos de geopolítica; • Preocupação do momento: holocausto nuclear e 3º guerra mundial; • Forte corrida armamentista; Crise da Geopolítica Clássica • Gastos com a corrida armamentista: entre 800 bilhões e 1 trilhão de dólares; • Dada a importância e forma como a conjuntura se construía naquele momento, pensar a guerra tornou-se uma necessidade para os movimentos sociais, instituições de pesquisa e intelectuais em geral; • Não havia condição de se refletir sobre o futuro da humanidade sem considerar a questão da guerra; Crise da Geopolítica Clássica • Condições que favoreceram a volta da produção geopolítica: três décadas da segunda guerra boa parte das feridas estavam cicatrizadas as gerações que tinham vivenciado a guerra, com fortes ressentimentos quanto à geopolitik, já não estavam mais em posição de mando da vida política ou no mundo acadêmico não era mais considerado algo impróprio ou perigoso como nos anos 50; Crise da Geopolítica Clássica • Mudanças que ocorreram naquele período: crise no mundo socialista, final da União soviética redefinições do mapa múndi; Preocupação com a nova ordem mundial Crise da Geopolítica Clássica • Quem vai dominar o século XXI? • Quem serão as grandes potências? • Como será o exercício do poder? Crise da Geopolítica Clássica • Pressupostos clássicos ficam para trás; • Agora, é o momento da globalização, progressivo enfraquecimento das Estados nacionais, revolução técnico científica; • Visão de que a corrida armamentista desperdiça inutilmente muitos recursos; • Todo o arsenal de armas pesadas, bombas nucleares e termonucleares, constituem um elefante branco; Crise da Geopolítica Clássica • Estima-se que o uso de apenas 10% das armas, bombas nucleares e termonucleares ocasionaria uma tal modificação na biosfera, que tornaria inviável a vida humana no planeta. Além disso, causaria enorme destruição física e demográfica; • Hoje, as economias desenvolvidas preocupam-se mais com tecnologia de ponta e armamentos de precisão do que destruição em massa; Crise da Geopolítica Clássica • A recente terceira revolução industrial (ou revolução técnico-cientifica), vem diminuindo gradativamente a importância dos recursos naturais ao utilizar técnicas de biotecnologia para produzir mais alimentos com menos espaços, inclusive em locais antes considerados impróprios. Além disso, há também a utilização dos avanços da informática e da robótica; Crise da Geopolítica Clássica • Desvalorização da mão de obra barata. Fica evidente a necessidade da qualificação da mão de obra; • Assim, dado o excessivo gasto, sem retorno da corrida armamentista e o desenvolvimento da tecnologia na produção, além do final do “mundo socialista”, ficou evidente que uma grande potência mundial é antes de tudo, um Estado que possui tecnologia moderna, com uma força de trabalho qualificada. Crise da Geopolítica Clássica • Ocorre, neste momento, quebra definitiva de pressupostos da geopolítica clássica: necessidade de grandes territórios, numerosa população, boa estratégia militar e armamentos pesados para a “construção” de uma grande potência. • O Japão simboliza bem esta ideia: deixa de lado o militarismo e a expansão territorial e enfatiza a pesquisa tecnológica, educação pública e a industrialização com controle de qualidade. Disputas mundiais de poder – foco econômico • Geoeconomia e a ideia de cooperação/competição • Edward N. Luttwak: em plena crise do mundo socialista e início do final da guerra fria, proclamou que as guerras militares foram substituídas pelos conflitos econômicos; • Artigo The Nation Interest, 1990: interpretação da nova ordem mundial. “da geopolítica à geoeconomia”. Disputas mundiais de poder – foco econômico • Não descarta a continuação dos conflitos militares • No entanto, afirma que o poder militar tem reduzida importância na questão da hegemonia mundial; • O cenário internacional é ainda ocupado primordialmente por Estados e blocos de Estados associados; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Agora os Estados e/ou blocos de Estados substituíram a concepção do poderio militar pela “geoeconomia”, pela lógica do comércio. • Após o fim da União Soviética e o final da guerra fria, os conflitos militares perdem importância para hegemonia mundial; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Para ele, a geopolítica está sendo substituída pela geoeconomia; • Forte papel da geoeconomia; • Formação de blocos econômicos e políticos; • Os Estados e os blocos dividem o poderio mundial com novos agentes – novas tecnologias, internet, empresas transnacionais; Disputas mundiais de poder – foco econômico Disputas mundiais de poder – foco econômico • Criação da Organização mundial do Comércio (OMC) 1994; • Instituição internacional responsável pela regulação, discussão e abertura de negociação multilateral no que diz respeito às trocas entre as nações; • Fluxos mundiais de comércio que favoreceram o crescimento da economia; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Outro fenômeno importante é a diminuição da participação do Estado na economia; • Processo de privatizações; • Nova forma de atuação do Estado; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Para este autor, a disputa não é mais com o comunismo, ou União Soviética. Agora é voltada para seus rivais comerciais como Japão, União Europeia e outros; • A ideia de competição ideológica e bélica fica para trás, dando espaço à conquista de mercados, deficit na balança comercial, tecnologia e seus respectivos ganhos monetários. Disputas mundiais de poder – foco econômico • Para ele, a guerra militar é cada vez mais difícil neste era de globalização e ausência de bipolaridades ideológicas; • Reinterpretou os conflitos mundiais no exato momento em que a guerra fria findava; • Propõe um nova forma de atuação para o seu Estado: competição por mercados, novas tecnologias e ganhos monetários; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Lester Thurow, professor de economia; • Desenvolve melhor a ideia de “guerras econômicas”; • As guerras econômicas passaram a dominar após a guerra fria; • Substituição dos conflitos militares pela questão econômica; Disputas mundiais de poder – foco econômico • “O confronto agora deixou de ser militar para se tornar econômico (...) Em última análise, os confrontos militares representam um desperdício de recursos. As competições econômicas são extremamente o contrário. Na competição econômica o mundo não está mais dividido em parceiros e inimigos.O jogo será simultaneamente competitivo e cooperativo. É possível ser amigo e aliado e, no entanto, querer vencer.” Disputas mundiais de poder – foco econômico • Século XIX – domínio britânico; • Século XX – domínio americano; • Preocupação com o século XXI; • Século XXI – não terá um única potência dominante, será marcado pela disputa entre os centros mundiais de poder: Japão, EUA e Europa. Disputas mundiais de poder – foco econômico • No passado: tentativa de arrasar o adversário; as economias eram relativamente independentes; • Agora há o fenômeno da interdependência entre as economias; • Concorrer, ao mesmo tempo se associar, crescer conjuntamente; Disputas mundiais de poder – foco econômico • No passado: produzir mais armamentos ou anexar territórios; • Agora: produzir mais e melhores bens e serviços, aumento da produtividade, aumento do nível tecnológico, aumento do nível educacional, aumento do padrão de consumo, qualidade de vida. Disputas mundiais de poder – foco econômico • Recessão Japonesa (1970-1980); • Crescimento acelerado da China; • Guerras sangrentas dos anos 1990; • Críticas à Thurow por colocar em segundo plano os conflitos militares; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Reformula as ideias criticadas, afirmando que os conflitos militares não acabaram. Afirma que as competições econômicas que decidem o destino dos povos; • “Cinco placas tectônicas”: se mexendo e alterando a geografia política do globo Disputas mundiais de poder – foco econômico • Transição do socialismo para o capitalismo; • Globalização da economia; • Mudanças tecnológicas – dividem a importância dos recursos naturais e até do capital, valorizando o conhecimento; • Multipolaridade; • Mudança demográfica – população envelhecida, fluxos migratórios. Disputas mundiais de poder – foco econômico • Enxerga o mundo sob a ótica do ocidente; • Perspectivas mundiais para o século XXI como o “futuro do capitalismo”; • Elevação nos padrões de vida dos povos que nenhum sistema econômico conseguiu; • Perigo do capitalismo seria ele próprio: desigualdades e as injustiças; Disputas mundiais de poder – foco econômico • Promover condições de crescimento do país: Pesquisa e desenvolvimento; Projetos de infraestrutura; Programas de pensão e assistência médica; Educação; Qualificação de mão de obra. Breve resumo • Geopolítica clássica deixa de ser a forma ideal de pensamento; • Pressupostos clássicos são substituídos pelo foco na economia; • Concepção de que a competição/cooperação entre os países gera ganhos para toda economia; • Interdependência na relação entre os países. Breve resumo • Ficam para trás: Estratégias de guerra; Colonialismo; Conquistas de espaço; Dominação de povos; Megablocos ou mercados regionais • Os avanços da globalização relativizam mercados fechados; • Expansão da interdependência econômica dos países; • Interdependência não ocorre por igual ao redor do mundo; • Agora, os megablocos e não mais os Estados dominam o cenário mundial. Megablocos ou mercados regionais • A ideia da formação dos megablocos ou “blocos regionais”, não é formulada por um teórico principal; • Esta ideia se desenvolve antes do fim da guerra fria; • O desenvolvimento da ideia ocorre por volta da década de 1960, e um dos primeiros ensaios desta cooperação entre os países foi a CEE (atual União Europeia); Megablocos ou mercados regionais • A dominação do cenário mundial, não necessariamente ocorre a partir da atuação de um país; • Os megablocos mundiais, e não mais os Estados, dominam o cenário mundial e as relações de poder; • O mundo é “dividido” em três blocos; Megablocos ou mercados regionais • Mercados regionais são a forma pela qual a globalização avança e não uma nova forma de divisão do mundo ou fechamento do continente em blocos; • Tentativa de se identificar os blocos no espaço mundial; • Substituição dos “blocos” da guerra, por três blocos, que aparentemente dominariam o mundo pós guerra fria: Japão, Europa Ocidental e EUA. Megablocos ou mercados regionais • Contexto: Ocorre entre 1989-1990; Fim da bipolaridade; Fim da disputa entre os blocos ideológicos; Neste momento, se analisa o mundo a partir da divisão de blocos. Megablocos ou mercados regionais • Bloco Americano: liderado pelos Estados Unidos; • Europeu: incluiria a África, liderada pela Alemanha; • Asiático ou Oriental: Incluindo a Oceania, sob a liderança do Japão e China; • Um possível bloco Russo (CEI – Comunidade dos estados independentes) • Potencial bloco islâmico. Megablocos ou mercados regionais • A motivação para o estudo da geopolítica na época estava na identificação da nova ordem mundial; • Na identificação também dos “novos blocos” no espaço mundial; • Já havia crescimento da economia Europeia; • Além de um crescimento da economia do Japão; Megablocos ou mercados regionais • Estando em evidência, dado o crescimento de suas economias, desde os anos 1970, a Europa ocidental, o Japão e os Estados Unidos eram chamados de “tríade” do mundo capitalista; • Pode-se dizer que houve uma substituição dos dois blocos da guerra fria, pela tríade capitalista; • Esta tríade dominava no mundo pós guerra. Megablocos ou mercados regionais • O sucesso da integração Europeia foi imitado em várias partes do mundo com a criação de vários blocos: Nafta Mercosul; Apec; Tentativa de criar a ALCA Megablocos ou mercados regionais • Nafta Megablocos ou mercados regionais • Nafta Tratado norte americano de livre comércio, criado em 1994; Composto pelos EUA, Canadá e México; Protagonismo dos Estado Unidos; Promover a integração comercial dos países membros; Megablocos ou mercados regionais • Mercosul Megablocos ou mercados regionais • Mercosul Mercado comum do Sul, criado em 1991; Países membros: Brasil, Argentina, Uruguai e o Paraguai; Países associados (não possuem poder de voto): Equador, Chile, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana e Suriname; Acordos para livre circulação de bens e serviços, visando ampliar e melhorar o ciclo de exportações entre os países-membros; Megablocos ou mercados regionais • Apec: Cooperação econômica da Ásia e do Pacífico Megablocos ou mercados regionais • Apec: Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, fundada em 1989; Principal objetivo: criação de uma área de livre comércio entre os países membros e Hong Kong; Além das trocas comerciais, a Apec possui objetivos secundários como a cooperação de tecnologias entre seus membros, melhoria nos índices de educação, saúde e qualidade de vida; Megablocos ou mercados regionais • Nos anos 1980, alguns autores citavam um fechamento do continente europeu, com o avanço da integração entre os países; • Passou-se a encarrar a integração entre os países como natural; • Processo de formação de mercados regionais nos diversos continentes; • Nascimento da nova ordem geopolítica mundial plural; Megablocos ou mercados regionais • Blocos com atuação essencialmente comercial; • Em assuntos políticos e militares, não atuando conjuntamente como sujeitos; • O avanço da globalização relativiza esses mercados pretensamente fechados; Megablocos ou mercados regionais • Fenômeno da globalização com regionalização, ou seja, expansão da interdependência econômica; • A interdependência não se dá por igual; • Interdependência mais acelerada nas economias mais avançadas; • Os mercados regionais ditam a forma como a globalização avança; Sistema-mundo e sua lógica• Sistema-mundo ou sistema global interpretado como um “ator” muito mais importante que os Estados Nacionais; • A crença no sistema-mundo é resultado do enfraquecimento do Estado- Nação, que deixa de ser o ator privilegiado no espaço mundial; • Pode-se considerar que há uma superação do conceito de grande potência; Sistema-mundo e sua lógica • A chave para entender as relações de poder seria o sistema global; • O fundamento do sistema-mundo é o capitalismo; • O sistema-mundo consiste basicamente na economia capitalista mundializada; • Concepção de que a geopolítica pode ser considerada com um efeito da competição e/ou dominação econômica; Sistema-mundo e sua lógica • Immanuel Wallerstein, historiador norte americano; • Analisa o sistema-mundo desde 1960; • Para ele, existem potências hegemônicas, ou seja, Estados com um forte papel a desempenhar, mas quem comanda de fato as mudanças é a lógica do sistema; • Seria a economia (e não a geopolítica) que determinaria o(s) Estado(s) que teria(m) um papel hegemônico a desempenhar no sistema-mundo; Sistema-mundo e sua lógica • Interpretação de Wallerstein implica na geometrização do espaço mundial; • Existe o centro do sistema e as diversas periferias; • No centro do sistema, sobressaem-se as potências hegemônicas; • Semi-periferias: conceito atribuído aos países que pertencem à periferia do sistema capitalista, no entanto, apresentam um nível de industrialização elevado; Sistema-mundo e sua lógica Sistema-mundo e sua lógica • Na divisão do mundo, proposta por Wallerstein, os países ocupam uma função na ordem produtiva capitalista; • Centrais ocupam-se da produção de alto valor agregado; • Periféricos fabricam bens de baixo valor e fornecem commodities e matérias-primas para a produção dos países centrais; • Semiperiféricos: ora comportam-se como centro para periferia, ora como periferia para os Estados centrais (papel intermediário); Sistema-mundo e sua lógica • Relação de dependência ente os países periféricos e os do centro; • Diferenças econômicas acentuadas; • Estados periféricos dependentes de empréstimos e de ajuda financeira e humanitários dos países centrais; Sistema-mundo e sua lógica • Os adeptos da teoria do sistema-mundo não estão interessados: Quem vai dominar o espaço mundial; Condições para manter ou reforçar a hegemonia de um país; • Preocupa-se com as alternativas à economia do sistema-mundo; • Considerado como antigeopolítico; Sistema-mundo e sua lógica • Contexto do pensamento de Wallerstein: Ampliação dos direitos humanos; Trabalho infantil; Desmatamentos Discriminação étnica ou sexual; Melhoria do ensino público; Sistema-mundo e sua lógica Globalização e descentralização • Processo de globalização enfraquece os grandes atores do cenário mundial; • Ao mesmo tempo, a globalização favorece atores menores; • Estados perdem importância, abrindo espaço para regiões, empresas, indivíduos; Globalização e descentralização • Algumas semelhanças com a teoria do sistema-mundo; • Globalização: crescente interdependência de todas as economias nacionais numa rede global impulsionada por novas tecnologias; • Semelhanças com o sistema-mundo: ênfase no global, crença no enfraquecimento dos Estados Nacionais; Globalização e descentralização • No entanto, a interpretação é oposta. O sistema global é visto como positivo, condição necessária para globalização; • No processo da globalização, o sistema global pode garantir a prosperidade e diminuição do autoritarismo e conflitos militares; Globalização e descentralização • Fenômenos associados à globalização: Aumento do acesso a informação; Interdependência do fluxo de bens; Expansão da internet e fluxo de dados; Fluxos globais contribuíram para o crescimento do PIB mundial; Globalização e descentralização Globalização e descentralização • A nova era digital inaugura uma etapa para o processo de globalização – ou globalização digital -, ditada pelos fluxos de dados que mudaram as formas de transmissão de informação e inovação e estabeleceram novos mecanismos de interação entre pessoas e empresas; • Os países mais desenvolvidos apresentam uma maior integração ao fluxo internacional de dados, países menos desenvolvidos apresentam maior dificuldade em embarcar na nova era digital; Globalização e descentralização • Kenechi Ohmae, fornece sua versão da globalização; • Ideia básica: o mercado nacional com suas “fronteiras” ou barreiras alfandegárias, com sua moeda nacional e seu espaço econômico, é algo que cada vez tem menos importância; • Essas “fronteiras” constituem um entrave ao progresso; Globalização e descentralização • Para Ohmae, o verdadeiro motor do desenvolvimento econômico hoje seria o que ele denomina de “estados-regiões”, ou seja, economias regionais; • Economias regionais relevantes: Norte da Itália, Hong Kong e o Sul da China, São Paulo, São Francisco, Catalunha; Globalização e descentralização Globalização e descentralização • A economia global estava alicerçada em 4 “is”: Investimento (Sistema financeiro); Indústrias (Empresas de transnacionalizadas); Informações (Tecnologias em rede); Indivíduos (Mercado consumidor); Globalização e descentralização • Os 4 “is” seriam mundiais, móveis e até mesmo independentes dos governos nacionais; • Os mercados dos “is” funcionariam perfeitamente por conta própria; • O papel de intermediário dos Estados Nacionais já se torna obsoleto; Globalização e descentralização • Na visão de Ohmae, o mundo pós-guerra fria, ainda procura funcionar numa lógica já superada: forte regulação dos Estados na economia; • Para ele, a intervenção dos Estados no cenário internacional seria gradativamente demolida pela expansão do sistema global; • Os Estados intervém no cenário internacional através da organizações ou blocos econômicos; Globalização e descentralização • Os atuais mapa mundi seriam uma ilusão cartográfica, por mostraram a superfície terrestre dividida em centenas de Estados-nações com suas fronteiras políticas; • Os mapas deixam de mostrar o essencial: os Estados-regiões que movem o mundo e pouco tem a ver com as fronteiras tradicionais; Globalização e descentralização • O que se advoga é uma descentralização política, uma maior autonomia para as economias regionais; • A política econômica, centrada no Estado seria um empecilho que atrapalha o dinamismo dos Estados-regiões mais ricos, sob o pretexto de “corrigir desequilíbrios”; Globalização e descentralização • Ohmae considera que, onde há prosperidade, a sua base é regional e não nacional; • Argumenta que as regiões estagnadas seriam beneficiadas por esse processo de esvaziamento do governo central e fortalecimento dos Estados-regiões; • Os subsídios recebidos tornam as regiões menos prósperas acomodadas Globalização e descentralização • Com esse sistema, gasta-se o dinheiro de forma perdulária, pagando altos salários para prefeitos e vereadores e investindo em obras inúteis do ponto de vista do bem-estar social ou modernização da economia; • As artérias econômicas do Estado estariam obstruídas, e para corrigir tal problema, o governo central deveria ser mais liberal; Globalização e descentralização • Estado menos intervencionista; • Deixar as regiões com maior autonomia de decisões; • Liberdade para que fixem sua própria política econômica; • Dessa forma, os verdadeiros impulsionadores da economia global deixará a economia mais livre dos entraves que melhoram a qualidade de vida das pessoas; Globalização e descentralização• John Naisbitt, se considera um analista de tendências do mundo; • Obra mais conhecida: Paradoxo Global, 1994: Com a crescente interdependência ou globalização, paradoxalmente, não são os grandes atores que saem ganhando, e sim os pequenos; Globalização e descentralização • Para ele, até 1980 grandes empresas e Estados levavam vantagem na competição econômica. Mas, a partir de então, pequenos atores ganham têm mais espaço com o fortalecimento dos mercado global. • As novas tecnologias e a globalização facilitam a vida dos pequenos; • Redução, reengenharia, organizações em redes e empresa ou economia virtual – são novidades que facilitam os menores atores; Globalização e descentralização • Hoje é mais fácil para uma empresa pequena conseguir empréstimos, expandir-se para o exterior; • Menos entraves burocráticos, modernizar sua tecnologia, reciclar-se; • O atual liberalismo econômico e político conduziria o mundo a uma fragmentação articulada, uma descentralização do poder econômico e do poder político; Globalização e descentralização • Era contrário aos autores clássicos que não acreditavam na viabilidade dos pequenos Estados; • Acreditava que uma unidade político-territorial pequena seria mais eficaz na gestão da economia e principalmente mais democrática; • Não dá importância a formação de megablocos e integrações políticas; Globalização e descentralização • O atual liberalismo conduziria o mundo a uma fragmentação, uma descentralização do poder econômico e político; • As pequenas unidades político-territoriais seriam mais adequadas ao novo cenário mundial, tanto por razões econômicas como políticas; • No entanto, a visão de Naisbitt omite as desigualdades internacionais geradas pelo sistema econômico; Globalização e descentralização • Sua visão de mundo não é adequada a todos os países do mundo; • Pressupõe uma população mais ou menos homogênea (educacionalmente e culturalmente); • População com alto nível educacional e com acesso à tecnologia; Globalização e descentralização Disparidades Norte-Sul • Norte: minorias de nações ricas; • Sul: imensa maioria de países subdesenvolvidos; • Na nova ordem mundial, uma potencial fonte de recursos seria a crescente disparidade entre o Norte e Sul; Disparidades Norte-Sul Disparidades Norte-Sul • Paul Kennedy publicou em 1988 a obra Ascensão e queda das grandes potências; • Analisa os novos desafios do século XXI; • Novos desafios do século se inicia: a nova revolução industrial, a biotecnologia, a nova explosão demográfica, a globalização, enfraquecimento dos Estados Nacionais e os perigos para o meio ambiente; Disparidades Norte-Sul • Pode-se considerar que Paul Kennedy como um crítico da inconfiabilidade do sistema ou do mercado livre, sugerindo reformas que dariam mais confiabilidade ao sistema globais; • Vê na nova ordem, em especial na globalização, um agravamento constante da pobreza e das desigualdades internacionais; Disparidades Norte-Sul • Preocupa-se com o futuro da humanidade e o perigoso crescimento das desigualdades internacionais, em especial do abismo que separa os Estados do Norte dos Estado do Sul; • Não se preocupa em demonstrar essas desigualdades, mas sim que elas vão se agravar no século XXI; Disparidades Norte-Sul • Desafios elencados por Kennedy, que contribuem para agravar as disparidades Norte-Sul: Problema demográfico; Nova revolução industrial; Avanços da robótica; Biotecnologia; Expansão do sistema internacional Disparidades Norte-Sul • Problema demográfico: Problema dos países pobres e sua consequência seria a migração em massa para os países ricos Produz mais intolerância e racismo, criando um clima de discórdia; • A revolução tecnológica continua, sendo incompatível com os países do Sul; Disparidades Norte-Sul • Revolução tecnológica e avanço da robótica: Processo contínuo e são impróprias para os países do sul que precisam preservar os empregos, além da carência de capitais; Ampliação das diferenças de produtividades entre as economias do Norte e do Sul; A robótica torna as forças de trabalho desqualificadas e com baixos salários; Disparidades Norte-Sul • Biotecnologia Diminui a necessidade de solos agricultáveis ou de minérios; Torna muitas economias subdesenvolvidas quase inúteis para o mercado mundial; Disparidades Norte-Sul • Sistema financeiros internacional: Implica em novos perigos para economias frágeis; O avanço nas telecomunicações beneficiam as economias desenvolvidas; Disparidades Norte-Sul • Também considera a problemática ambiental e seus impactos; • Não é adepto do “progresso a qualquer preço”; • Também destaca o papel das autoridades dos países mais ricos; • Segundo Kennedy, as economias desenvolvidas estariam interessadas em impedir que sua supremacia fosse ameaçada por um desenvolvimento das economias periféricas; Disparidades Norte-Sul • Daí essa “inconfiabilidade do sistema ou do mercado livre”; • Sugere reformas que dariam mais confiabilidade ao sistema globais; • Acredita no papel das lideranças políticas para realizar as reformas necessárias nas economias menos desenvolvidas; Disparidades Norte-Sul • Para ele, as lideranças políticas, deveriam voltar sua atenção à: Expansão da educação; Pesquisa tecnológica; Papel das mulheres nos países pobres; Aquecimento global; Regulamentação do sistema financeiro Crescimento demográfico e migração Disparidades Norte-Sul • No entanto, a visão da divisão do mundo em Norte-Sul pode ser considerada simplista e bastante genérica; • Essa noção não é muito útil para conhecer mais profundamente as desigualdades internacionais;
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