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1 ANNE SULLIVAN UNIVERSITY. REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO INTERNACIONAL EM EDUCAÇÃO O PLANEJAMENTO DE ENSINO NA REDE MUNICIPAL DE JOSÉ DE FREITAS-PI: UMA AÇÃO MEDIADORA JOSÉ GOMES DE ABREU TERESINA (PI), OUTUBRO, 2017 2 ANNE SULLIVAN UNIVERSITY. REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO INTERNACIONAL EM EDUCAÇÃO JOSÉ GOMES DE ABREU O PLANEJAMENTO DE ENSINO NA REDE MUNICIPAL DE JOSÉ DE FREITAS-PI: UMA AÇÃO MEDIADORA TERESINA (PI), OUTUBRO, 2017 3 JOSÉ GOMES DE ABREU O PLANEJAMENTO DE ENSINO NA REDE MUNICIPAL DE JOSÉ DE FREITAS-PI: UMA AÇÃO MEDIADORA Dissertação apresentada ao Programa do Mestrado Internacional em Educação da Unisullivan Inc. como requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação. Profª. Msc. Olivette Rufino Borges Prado Aguiar: Doutora em Educação UFRN (2006) 4 JOSÉ GOMES DE ABREU O PLANEJAMENTO DE ENSINO NA REDE MUNICIPAL DE JOSÉ DE FREITAS-PI: UMA AÇÃO MEDIADORA BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Prof°. Dr. Mariano Alves de Brito ________________________________________________ Profª. Dra. Lucinete de Aragão Mascarenhas e Silva. ________________________________________________ Profª. Dra. Olivette Rufino Borges Prado Aguiar. Aprovada em: _______/_________/____________ 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer os obstáculos, aos meus familiares principalmente, minha esposa Ana Cristina, minhas filhas Giovana Valentina e Maria Cecilia e meu primogênito Vitor Emannuel, meus pais Silvestre e Maria Gomes, minha sogra Lucilene Araujo meu sogro João de Deus e aos demais. Aos professores, mestres e doutores pela ajuda que nos deram, a Doutoranda Lucinete Aragão Mascanheras pelo espaço, compreensão e amizade que sempre teve comigo. Finalmente a Dra. Olivette pela ajuda nestes meses de atividades, contribuindo para o meu crescimento profissional e a todos que de alguma forma colaboraram para a concretização deste trabalho. 6 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus por permitir que este momento de alegria esteja acontecendo em minha vida. Aos colegas de turma pela grande amizade que tiveram a mim. O Instituto Mascanheras, doutoranda Lucinete Aragão Mascanheras pelo espaço e dedicação que teve a mim, a University Anne Sullivan em especial aos doutores que representam a mesma. Dr. Marcos Lima, por acreditar em nós mestrandos. À professora Dra. Olivette Rufino Borges Prado Aguiar pelas tão lindas palavras positivas que sempre nos destes e ao Prof. José Gomes pela confiança e disponibilidade. A minha família que sempre me deu força, coragem e determinação para alcançar este tão grande e almejado objetivo. 7 “É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória, nem derrota. ” (Theodore Roosevelt) 8 RESUMO Buscamos com a construção dessa pesquisa, que se atrela à linha de pesquisa “Formação de professores, Currículos e Práticas Pedagógicas”, contemplar a arte de planejar, assumindo como objeto de estudo, “o planejamento de ensino na rede municipal de José de Freitas-PI: uma ação mediadora”, por conta dessa, queremos dizer que é necessário, possível e aceitável, planejar ações pedagógicas, para que se possam planejar as formas de como se deve exigir na forma correta das crianças, com isso, destaca-se aqui a seguinte problemática detectada, “como facilitar o entendimento para os professores no que diz respeito entre o que foi planejado e o que vai ser aplicado e os tipos de planejamento desenvolvidos junto às crianças da escola da rede municipal de José de Freitas-PI”, dessa forma os relatos e considerações levantados depois do questionário aplicado, foi o que deu origem a esta pesquisa. Os resultados esperados foram coletados conforme o questionário aplicado aos professores, este evidenciou que a referida Instituição de Ensino possui no planejamento como ação pedagógica dentro de seu ambiente escolar no Ensino Fundamental I, embora diferentes entre si e a pesquisas nos mostra que a referida modalidade teve pouca preocupação na construção de um desenvolvimento saudável da criança nessa etapa de ensino. Considerando os vários fatores que devem ser pensados na elaboração do planejamento pedagógico na Educação como um todo, foi que nos surgiu os questionamentos sobre o que fazer e como planejar o trabalho educativo observando e a prática em sala de aula. Contudo verificou-se que o registro do planejamento que é feito através de temas e projetos, em conjunto com outras educadoras e sob orientação da instituição. Nossas pesquisas se basearam no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, na LDB 9394/96, em obras de, Vasconcellos (2005), Ilza (2008), Menegola (2010) Ilca Oliveira (1986), entre outros e na observação direta do planejamento e prática pedagógica dentro do cotidiano da escola pesquisada. Palavras – chave: Planejamento Pedagógico, Educação, Ensino e Aprendizagem. 9 ABSTRACT We seek with the construction of this research, which bundles the research line "training of teachers, curricula and Educational Practices", contemplate the art of planning, taking as object of study, "the teaching planning at municipal José de Freitas- PI: an action mediator ", by this, we mean that it is necessary, feasible and acceptable, pedagogical, plan actions to plan ways of how one should require the correct way of children, with that, stresses the following problems detected," to facilitate the understanding for teachers in that respect between what was planned and what will be applied and the types of planning developed by the school children of municipal José de Freitas-PI ", thus the reports and considerations raised after questionnaire applied, was what gave rise to this survey. The expected results were collected as the questionnaire applied to teachers, this showed that the said educational institution has in planning as pedagogical action within your school environment in elementary school I, although different between you and Research shows us that this modality had little concern in building a healthy development of the child in this step. Considering the various factors that should be considered in the preparation of educational planning in education as a whole, was that we came the questions about what to do and how to plan the educational work observing and practice in the classroom. However it was found that the planning that is done through themes and projects, together with other educators and under the guidance of the institution. Our research based on National Curriculum Frame for early childhood education, in LDB 9394/96, in works of, Vasconcellos (2005), Ilza (2008), Menegola (2010) Ilca Oliveira (1986), among others and in direct observation of planning and pedagogicalpractice within the everyday school search. Keywords: Pedagogical Planning, Education, Teaching and Learning. 10 LISTA DE SIGLAS CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social DUDH – Declaração Universal dos Direitos do Homem ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio FUNDESCOLA – Fundo de Fortalecimento da Escola IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa LDB – Lei de Diretrizes e Base MEC – Ministério da Educação e Cultura ONGS – Organização Não Governamentais ONU – Organização das Nações Unidas PCNS – Parâmetros Curriculares Nacionais PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola PPP – Projeto Político Pedagógico PTD – Plano de Trabalho Docente RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Basica SEED – Schlumberger Excellence in Educational Development TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 13 1.1 Objetivos -------------------------------------------------------------------------------------- 17 1.1.1 Geral ----------------------------------------------------------------------------------------- 17 1.1.2 Específicos --------------------------------------------------------------------------------- 17 2. O PLANEJAMENTO COMO UMA AÇÃO MEDIADORA -------------------------- 18 2.1 Histórico do Planejamento ---------------------------------------------------------------- 18 2.2 O Planejamento Pedagógico no Ensino Fundamental I --------------------------- 24 2.3 O Planejamento Frente as Diferentes Pedagogias -------------------------------- 24 2.4 Planejamento Participativo ---------------------------------------------------------------- 26 2.5 Breve Desmistificação do Conceito de Planejamento ----------------------------- 28 2.6 O Planejamento na Escola Pública ---------------------------------------------------- 28 2.7 Níveis de Planejamento ------------------------------------------------------------------- 29 2.8 Como os Professores Usufruem do Planejamento -------------------------------- 31 2.9 Flexibilidade em Questão ----------------------------------------------------------------- 33 2.10 Planejamento e Organização do Trabalho Escolar ------------------------------- 34 2.11 O Significado do Planejamento -------------------------------------------------------- 35 2.12 Planejamento: Um Processo Contínuo ----------------------------------------------- 37 2.12.1 Dimensões da gestão escolar e suas competências--------------------------- 37 2.12.2. Planejar representa definir compromissos de ação --------------------------- 38 2.13 Contribuições objetivas do planejamento -------------------------------------------- 38 2.14 Planejar é um processo de reflexão -------------------------------------------------- 39 2.14.1 Dimensões da Gestão Escolar e Suas Competências ------------------------ 40 2.14.2 Dimensões da Gestão Escolar e Suas Competências Planejadas -------- 40 3 TIPOS DE PLANEJAMENTO -------------------------------------------------------------- 42 3.1 Projeto Político-Pedagógico – PPP ---------------------------------------------------- 42 3. 2 Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE --------------------------------------- 43 3.3 A Estruturação do PDE Considera ------------------------------------------------------ 43 3.4 Plano de Ensino ----------------------------------------------------------------------------- 44 3.5 Plano de aula --------------------------------------------------------------------------------- 44 3.6 Planejamento participativo ---------------------------------------------------------------- 45 3.7 Cuidados na orientação pelo diretor ao processo de planejar ------------------- 45 3.8 Planejamento de resultados educacionais -------------------------------------------- 46 3.8.1 Dimensões da gestão escolar e suas competências ---------------------------- 48 3.9 A Definição e Característica de Indicadores Educacionais ----------------------- 49 3.10 Tipos de Indicadores ---------------------------------------------------------------------- 50 3.11 O Papel das Avaliações Externas para Verificação do Desempenho Escolar ---------------------------------------------------------------------------------------------- 50 3.12 A centralidade da gestão pedagógica ------------------------------------------------ 51 3.13 O Papel do Diretor na Construção da Cultura Escolar de Caráter Educativo ------------------------------------------------------------------------------------------ 56 3.14 A Desconexão Entre os Objetivos Educacionais e os Objetivos Expressos na Cultura Escolar Planejada ----------------------------------------------------------------- 59 3.14.1 O Papel do Poder na Cultura Organizacional ------------------------------------ 60 3.15 A Lógica do Perde-Ganha se Opõe a do Ganha-Ganha ------------------------ 61 3.16 Características da cultura organizacional ------------------------------------------- 64 12 3.17 Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências quanto a -------------- 66 3.18 Dimensões do Planejamento Escolar e suas Competências (Gestão) ------ 67 3.19 Dimensões da gestão escolar e suas competências Eixos Situacionais ---- 70 4. METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------------ 84 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES --------------------------------------------------------- 86 6. CONSIDERAÇÕES -------------------------------------------------------------------------- 91 REFERENCIAS ----------------------------------------------------------------------------------- 93 APÊNDICES -------------------------------------------------------------------------------------- 95 ANEXOS -------------------------------------------------------------------------------------------- 102 13 INTRODUÇÃO A escola tem papel fundamental na formação do indivíduo. Tendo no professor a função de destaque em todo contexto geral. Cabe a ele refletir sobre como desenvolverá essa importante função. Nessa circunstância tem-se a necessidade de planejar, coordenar e administrar. A opção por este tema surgiu diante do fato da existência de professores que tem visões negativas inerentes ao planejamento de uma forma geral. O que nos despertou o desejo de compreender de que forma o planejamento de ensino é, como ele é visto pelos professores da instituição de ensino na qual nos serviu de palco para esse estudo. Assim, a importância desse assunto justifica-se por ser o planejamento um orientador das ações que serão desenvolvidas para o professor atingir seus objetivos, permitindo-o uma constante reflexão sobre sua prática docente. Com isso ressaltamos que as boas práticas em sala de aula mostram-se eficientes e eficazes no cenário educacional, justamente porque são planejadas a partir de uma postura crítica e reflexiva. O planejamento facilita esse trabalho educativo do professor, possibilitando ao aluno um resultado eficiente que contribuirá na preparação para a sua vida familiar, social e profissional. (LUCKESSI, 1980, 108). E como objetivo, analisar o planejamento de ensino como um plano estratégico na escola da rede municipal de José de Freitas-PI. Até por que sabemos que ao se planejar, se almeja identificar, verificar e por fim aplicar, uma vez que esse é nosso intuito em dar seguimento a esta pesquisa. Conforme o acima exposto, devemos levar em conta a influência da dimensão objetivasobre a subjetiva das formas de planejar, pois essa reflexão precisa ajudar com clareza este nosso esforço no decorrer desta. Ao nosso ver, semelhante empenho deve ser feito no processo de formação dos educadores, se desejamos contribuir para a mudança concreta da prática educacional. Buscaremos mostrar como objetivos específicos: Identificar de que forma é aplicado o planejamento dos professores nas escolas da rede municipal de José de Freitas-PI. Verificar como os professores aceitam o planejamento enquanto ferramenta de ensino. Avaliar de que forma é aplicado o conteúdo planejado pelos professores. A partir de observações teóricas sustentadas nas Lei de Diretrizes e Bases, Planos Curriculares Nacionais, e na vivência contínua da prática educativa em sala de aula e na escola, buscamos responder ao problema enfatizado na introdução, mas 14 como melhorar a qualidade de ensino neste contexto educacional, evitando a evasão e estimulando professores e alunos, para muitos professores, à medida que vão questionando suas diversas práticas, identificadas, conhecidas e analisadas através de processos de pesquisa, são os que podem efetivar intervenções no cotidiano das escolas, desenvolvendo alternativas às propostas oficiais. Essa possibilidade/necessidade, é sentida a partir da compreensão das diferenças culturais existentes em nossa sociedade. É, pois, com seus estudos que começamos em nosso país a relacionar cotidiano escolar com cultura, com isso, surge desse ramo a inquietante pergunta: O planejamento pode interferir na qualidade de ensino no processo de educação? Acreditamos, que é por isso que nos limitamos a Modalidade Ensino Fundamental I, do município de José de Freitas, da supracitada, que é possível a partir da observação do planejamento e conscientização de trabalhar de forma a serem citados no tópico Introdução, que gera a nosso ver o analfabetismo funcional no ensino fundamental público e nos subsequentes anos da educação básica. É nesse momento que ocorre um choque entre o tradicionalismo das instituições de educação e as múltiplas vertentes de como se aprende. A sociedade atual vem de um histórico em que aprender era papel do aluno. Ou seja, o professor transmitia e o aluno assimilava. Paulo Freire denominou esse sistema de “educação bancária”, cuja concepção era: O educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição; o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam; o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos. (FREIRE, 1983, p. 68, grifo do autor). É exigido dos docentes que eles estejam o tempo todo inovando, estudando, buscando novas metodologias para se adequar ao ensino de alunos com dificuldades em aprendizagem. Contudo, não é sempre que estes estão preparados 15 para além do seu domínio cognitivo, assimilar e enfrentar de forma tão rápida e intensa os desafios desse novo modelo de educação. Assim, frequentemente o professor tem que lidar com alunos que apresentam distúrbios de aprendizagem, entretanto sabemos que a maioria dos educadores não foi e não está habilitada ou preparada para compreender e lidar com essa gama tão ampla de modelos mentais que geram transtornos em aprendizagem. É fato que ninguém sabe, de antemão, o que uma criança é capaz de aprender. Muitos professores têm a ideia, construída em decorrência de sua formação profissional, de que podem determinar o que será mais aprendido por esta ou aquela criança e esperam que os alunos atendam às suas expectativas. Contudo, o tempo de aprender faz parte de cada aluno, mas pode ser ampliado ou reduzido em função das condições objetivas e subjetivas do trabalho do professor. (SMEHA; FERREIRA, 2008, p. 37-48). Alguns nem se percebem do fato, e ignoram que existem aspectos orgânicos que impedem os alunos de aprender. Outros reconhecem o problema, mas não entendem de que modo podem ajudar o aluno a aprender, outros optam por promovê-lo para a série seguinte, por conta de sua “incapacidade”, e há ainda os que se revoltam frente à “indústria de laudos” que respalda a irresponsabilidade de crianças e adolescentes sem limites e que se utilizam desses meios para conseguir a progressão nos estudos. É necessário, portanto, estudar o problema a fundo, conhecer, se informar e buscar estratégias de ensino apropriadas para cada caso de dificuldade de aprendizagem. O professor deve se preocupar em conhecer pelo menos as habilidades mínimas que cada transtorno permite ao aluno realizar, para que dessa forma esse aluno aprenda com qualidade e não seja somente um número na sala de aula, que espera pacientemente o fim do ano porque sabe que será aprovado. Assim, espera-se que a escola não perca de vista a sua essência, que é formar cidadãos integralmente, preparados para o mundo, mesmo com suas dificuldades, que devem ser superadas e não servirem de escudo para superprotegê-los. 16 A má alfabetização, desatenção, hiperatividade, heterogeneidade ou diversidade e falta de conhecimento pedagógico-cognitivo e de ensino-aprendizado por parte dos professores mediante a aplicação do planejamento, aplicada aos professores, à medida que vão questionando suas diversas práticas, identificadas, conhecidas e analisadas através de processos de pesquisa, muitos ao decorrer de sua vida acadêmica percebem cedo e outros tarde e em raríssimos casos de forma alguma, que “algo”, necessita melhorar e é nesse momento que acreditamos que o planejamento, é uma ferramenta necessária para que aconteça essa mudança. Buscamos responder ao problema enfatizado na introdução: Como melhorar a qualidade de ensino neste contexto educacional, usando a ferramenta planejamento, estimulando professores a planejar e alunos a absorver o planejado, com isso vimos que no cotidiano das escolas em especial, no início e no final de ano, é realizada uma série de práticas, como preencher formulários com objetivos, conteúdos, estratégias, avaliações, indicação de livro didático, etc. Em outros momentos, os professores são convocados para discutirem a proposta de planejamento da escola, o que se percebe, é que com frequência são feitas quase que mecanicamente, cumprindo prazos e rituais formais, vazios de sentido. É muito comum, o professor considerar tudo isso como mais uma burocracia. Dentre essas ações mecânicas de realização exclusiva dos docentes destacamos os fatos e ou situações abaixo relacionadas que nos foram melhor visualizados: ✓ Coordenadores, orientadores e supervisores, cobram exaustivamente os professores para que entreguem os planos; ✓ Os planos por sua vez são entregues, recebidos e posteriormente engavetados; ✓ A pratica do professor em sala de aula, não leva em conta o que foi colocado no plano; ✓ Planos são copiados do livro didático, do colega (da mesma escola ou de outras), ou de um ano para outro; ✓ Escolas fazem seus projetos e estes ficam esquecidos; ✓ Escola faz projeto político pedagógico, muda a direção (ou o governoou prefeito), e o projeto é arquivado para não dizer esquecido. Sabemos que existe uma ambiguidade na pratica dos professores, pois ao mesmo tempo em que não negam a importância do planejamento, percebem sérias limitações em sua realização, com vistas a isso, mostraremos aqui como resolver esta 17 questão, que é uma das maiores responsáveis pelo fracasso iminente de muitos alunos e professores durante sua vida escolar. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 OBJETIVO GERAL Analisar o planejamento de ensino como um plano estratégico na escola da rede municipal de José de Freitas-PI. 1.1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS • Identificar de que forma é aplicado o planejamento dos professores nas escolas da rede municipal de José de Freitas-PI. • Verificar como os professores aceitam o planejamento enquanto ferramenta de ensino. • Avaliar de que forma é aplicado o conteúdo planejado pelos professores. 18 2. O PLANEJAMENTO COMO UMA AÇÃO MEDIADORA 2.1 Histórico do Planejamento O ato de planejar acompanha o homem desde os primórdios da evolução humana. Todas as pessoas planejam suas ações desde as mais simples até as mais complexas, na tentativa de transformar e melhorar suas vidas ou as das pessoas que as rodeiam. Mas não é só na vida pessoal que as pessoas planejam suas ações, o planejamento atinge vários setores da vida social. Se o ato de planejar é tão importante, porque algumas pessoas ainda resistem em aceitar este fato, principalmente no contexto escolar? Diante desse questionamento objetivou-se identificar os motivos pelos quais os professores resistem em preparar suas aulas e conscientizá-los da importância de utilizar o plano de aula como um norteador da ação pedagógica. Dentro de uma compreensão da temática relativa ao planejamento educacional na perspectiva da UNESCO (Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e Cultura) faz‐se necessário entender esta Organização como órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), especializada em educação. Desde a sua constituição em 1945, a UNESCO vem realizando ao redor do mundo um conjunto de Conferências Internacionais, com o intuito de definir formas consensuais e unitárias de pensamento sobre os temas de interesse dos Estados membros que a compõem. Esta analise em forma de pesquisa, se justifica pela dependência desse discurso, a formação moral do ser humano, sintonizado com os princípios liberais da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948). Nessas condições, estabeleceu mediações entre as recomendações aprovadas e a organização escolar propondo princípios, objetivos, prioridades políticas ou valores morais adequados ao momento histórico posterior à Segunda Guerra Mundial, num processo contraditório e fortalecedor das relações capitalistas de produção. No contexto geral, o Brasil da década de 1960 fortaleceu o perfil urbano industrial, que exigiu mão‐de‐obra qualificada para o mercado interno de consumo. Essa condição obrigou o Estado a enfrentar sérios problemas sociais, como o aumento na inflação, o crescimento urbano, o desenvolvimento econômico industrial, aumento no número de desempregados e de analfabetos. 19 Sob os cuidados da ditadura, o Estado adotou medidas de restrição dos direitos políticos com redução dos direitos econômicos, caracterizando‐se como um governo a favor da classe de maior poder aquisitivo, conforme argumentou Sader (2007). Em sua concepção, a organização do Estado brasileiro passou de um modelo que: Atendia estritamente os interesses da oligarquia primário‐exportadora e considerava a questão social “um caso de polícia” – nas palavras de Washington Luis, o presidente derrubado pela revolução de 1930, passava‐se a um Estado nacional que assumia os direitos sociais como responsabilidade sua. A criação do Ministério do Trabalho, a adoção da Legislação do Trabalho, a criação da Previdência Social, assim como da carreira do funcionalismo público, com os concursos correspondentes, e dos programas de fomento da produção eram algumas marcas do novo tipo de Estado que estava sendo criado e que nortearia a transformação do Brasil de um país agrícola e rural em um outro, industrial e urbano. (SADER, 2007, p.76). Segundo Moretto, percebe-se que o planejamento é fundamental na vida do homem, porém no contexto escolar ele não tem tanta importância assim: (2007, p. 100) “o planejamento no contexto escolar não parece ter a importância que deveria ter”. Este fato acontece porque o planejamento só passou a ser bem definido a partir do século passado, com a revolução comunista que construiu a União Soviética. Damos continuidade a essa pesquisa informando, que para ensinar, precisa-se de no mínimo de recursos, e o máximo de vontade. Esta afirmação é o ponto primordial de nosso trabalho empírico e científico, apoiado na dialética discursiva a partir de pesquisas bibliográficas e observações em nosso principal campo de estudo e amostra, a escola e consequentemente a sala de aula. Até que ponto o professor se distancia do puramente profissional e atua como educador, seja planejando e aplicando o planejado? O problema do planejamento na aprendizagem não é somente uma questão de método, mas, sobretudo, uma questão comportamental do professor e, claro, do aluno. Com isso, devemos na posição em que nos encontramos, perguntar: qual dos dois lados possui a competência para reconstruir essa realidade educacional? Num primeiro momento, notamos que o conhecimento pedagógico por parte dos professores é muito limitado. Nas reuniões pedagógicas temos muitas discussões soltas, sempre com os mesmos temas, mas com pouca fundamentação 20 teórica, levando, dessa forma, a pauta para o “achismo”, que não é o propósito pedagógico do encontro. Não se vê, por exemplo, uma análise com base teórica por parte dos professores, ou mesmo, uma orientação psicopedagógico fundamentada cientificamente por parte dos gestores, no sentido único de fazer com que os docentes utilizem o mesmo discurso pedagógico-disciplinar. Guardadas as devidas proporções, as reuniões denunciam um descomprometimento com a tarefa científica, pedagógica e árdua que a educação reclama. Não se trata aqui de falarmos, por exemplo, de interdisciplinaridade como uma palavra em moda no âmbito da educação, mas entender sua essência como elemento constituinte da formação do aluno, ou seja, a percepção que a interdisciplinaridade se dá, na verdade, no reforço temático, dentro do conteúdo disciplinar, com o objetivo de tornar real e experimental a informação curricular mínimo e de forma concomitante à formação referencial do futuro cidadão. Portanto, o que conjeturamos é a conscientização por parte do corpo docente em entender plenamente o processo cognitivo do educando. Os professores não podem ser indiferentes, devem entender inteiramente seus livros de diretrizes educacionais: os PCNs, projetos pedagógicos, bibliografias especializadas, materiais esses, que os subsidiarão na compreensão, elaboração das aulas e o funcionamento mental do ensino-aprendizado docente/discente. Uma das propostas postuladas é que o corpo docente da escola passasse por cursos de qualificação em que pudessem atualizar continuamente seus conhecimentos disciplinares e pedagógicos, também, interagindo com outros profissionais, trocando experiências, através de pesquisas e de estudos sistematizados. Apoiados nessas mídias educacionais, tivessem, também, à sua disposição uma bibliografia apropriada e atualizada sempre rematada por cursos de qualificação e treinamento no manuseio dosnovos recursos tecnológicos (informática), para, assim, fomentar seus conhecimentos pedagógicas e facilitar sua didática na educação fundamental. A atuação docente exige a necessária conscientização de que a elaboração e a avaliação do planejamento educacional são atribuições precípuas de todos os profissionais que atuam na educação. Vale mencionar que a capacidade de planejar, definindo metas e objetivos, bem como organizando sistematicamente os recursos e 21 esforços necessários para tais realizações, avaliando os resultados em confronto com as expectativas projetadas, são estratégias relevantes rumo aos objetivos propostos. O planejamento é um alicerce fundamental para a construção de uma “educação corajosa, [...] de uma educação que leve o homem a uma nova postura de seu tempo e espaço” (FREIRE, 2011, p. 122). Isso porque, afinal, o maior compromisso do processo educativo está na crença de que é possível a mudança social. Essa mudança deve refletir-se em uma escola que promova uma aprendizagem pautada na construção de um planejamento sério e comprometido com a realidade dos estudantes; que reconhece esses sujeitos em suas singularidades, em suas identidades e com eles estabelece o diálogo esclarecedor, ensinando-os a pensar; procura, também, suprimir práticas voltadas à inculcação. O planejamento é um instrumento que possibilita a superação de rotinas. Visa organizar e disciplinar a ação. É de fundamental importância em toda a Educação Básica e não seria diferente no ensino Superior, uma vez que será o norte do professor, e a qualidade da disciplina ministrada depende tanto do conhecimento dele quanto de um bom planejamento, de forma que o tempo seja adequado ao aprendizado e atividades do discente. O planejamento é um processo de busca de equilíbrio para a melhoria do funcionamento do sistema educacional. Como processo o planejamento não deve ocorrer em um momento único e sim a cada dia. A realidade educacional é dinâmica, os problemas, a reivindicação não tem hora nem lugar para se manifestar. Assim decidimos a cada dia, a cada hora. Por vezes, o planejamento é apresentado e desenvolvido como se tivesse um fim em si mesmo; outras vezes, é assumido como se fosse um modo de definir a aplicação de técnicas efetivas para obter resultados. LUCKESI (1980 p. 115) afirma que: O ato de planejar, como todos os outros atos humanos, implica escolha e, por isso, está assentado numa opção axiológica. É uma "atividade-meio", que subsidia o ser humano no encaminhamento de suas ações e na obtenção de resultados desejados, e, portanto, orientada por um fim. O ato de planejar se assenta em opções filosófico-políticas; são elas que estabelecem os fins de uma determinada ação. E esses fins podem ocupar um lugar tanto no nível macro como no nível mico da sociedade. Situe-se onde se situar, ele é um ato axiologicamente comprometido. Os profissionais que planejam fixam na elaboração do "melhor modelo de projeto": tópicos, divisões, numerações, recursos, fluxos, cronogramas. Os roteiros 22 técnicos de elaboração de planejamentos estão se tornando cada vez mais direcionados aos detalhes de técnicas eficientes. Porém, pouco ou nada se discute a respeito do significado real e aplicável da ação que se está planejando, ou vão além, decidem que não mais precisam planejar, talvez já tenha estagnado suas ações e pensa que não mais podem ou necessitam construir algo. Não se deve pensar num planejamento pronto, imutável e definitivo. Deve- se antes acreditar que ele representa uma primeira aproximação de estruturas adequadas a uma realidade, tornando-se, através de sucessivos replanejamentos, cada vez mais apropriado para enfrentar a problemática desta realidade. Estas medidas favorecem a passagem gradativa de uma situação existente para uma situação desejada. Os profissionais da área da educação, em partes, têm um sentimento de “descrença em relação ao planejamento”. Sua origem situa-se “em uma fase marcada pelo excesso do possível, ou seja, onde tudo parecia muito fácil de realizar. ” (VASCONCELLOS, 2000, p.34) Em uma análise sobre a questão em causa, VASCONCELOS (2005, p.34) descreve a circunstância afirmando que: inicialmente o professor foi “seduzido” pelas promessas do planejamento, como se através dele tudo pudesse ser resolvido. Só que depois, à medida que as coisas não aconteciam, foi desacreditando, se decepcionou, mas continuou cobrado para que fizesse: caiu-se no vazio do fazer alienado. Deixou de ser uma autêntica elaboração, tornando-se uma prática do fazer por registro. Como consequência, a prática de realizar o planejamento escolar nas unidades passou a representar uma situação não desejada, não valorizada e produzida, apenas, para fazer frente a exigências e requisitos legais. Em evidência, aborda-se que esta pesquisa não tem o objetivo de discutir estas questões de quem faz ou deixa de realizar o planejamento, e sim, a relevância dele dentro do contexto educacional. Para se compreender melhor a importância e necessidade de se planejar segue os conceitos básicos de planejamento na área da educação segundo VASCONCELOS e FREIRE, 2005: “Planejamento Educacional: é o processo de abordagem racional e científica dos problemas de educação, incluindo definição de prioridades e levando em Conta a relação entre os diversos níveis do contexto educacional. Planejamento Curricular: é uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos de conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino- 23 aprendizagem; é a previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da educação. Planejamento do Ensino: é a previsão inteligente e bem articulada de todas as etapas do trabalho escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo a tornar o ensino seguro, econômico e eficiente; é a previsão das situações específicas do professor com a classe; é o processo de tomada de decisões bem informadas que visam a racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior produtividade." Como o planejar... são tão somente uma aplicação mais sistemática da Pedagogia (UNESCO). Passamos agora nossa reflexão deste trabalho acerca do desenvolvimento do planejamento educacional, pautado nas técnicas, avaliações e replanejamento. É necessário repensar com um exemplo que se vivencia a todo o momento: A chegada de um professor em uma determinada disciplina e curso no ensino superior. Que passos ele dará para planejar o curso? Revisará o programa utilizado pelo docente anterior? Pesquisará todo material possível sobre o curso? Organizará seu material selecionado de acordo com a ementa do curso? Fazendo uma autocrítica, será que planejamos de forma correta? Esse é o problema em geral dos planejamentos: é que em momento algum ele se lembrou do aluno. Ele só levou em conta o conteúdo, os conhecimentos que ele, o professor, vai ensinar. Não incluem no seu programa as experiências que o aluno deve viver para aprender de forma ativa, criativa, que desenvolva sua pessoa inteira. Para FALSTICH (1994): Esta deformação se deve ao fato de que os professores são em geral especialistas em uma determinada matéria e a concentração no campo que dominam lhes faz esquecer outros aspectos do processo educacional efetivamente, tem sido permanente a influência exercida pelos especialistas das diferentes disciplinas, desde que existem programasapelou-se, como fonte de inspiração, aos seus conteúdos e, para elaborá-los, àquelas pessoas que tivessem manifestado um maior domínio deles. Em termos curriculares, isto traduziu-se em programas sobrecarregados de conteúdos de matéria, com o que se pretendia formar especialistas em miniaturas em cada uma das disciplinas. Foi sacrificada ao rigor lógico destas a diversidade que representa o grupo humano e as diferenças individuais, inevitavelmente subestimadas 24 pelo caráter rígido, inflexível e único dos programas elaborados para um grupo reduzido e escolhido de alunos. Na ordem pedagógica, semelhante situação expressou-se em um afã de aprofundar em todos e cada um dos diversos aspectos do programa, o que converteu o professor em agente protagonista do processo de aprendizagem e os alunos em sujeitos passivos. O professor, constrangido a “passar” todo o programa, não teve em mente as mudanças que se operam nos seus alunos, nem a possibilidade de organizar atividades que lhes permitissem desenvolver altos níveis de aprendizagem. 2.2 O Planejamento Pedagógico no Ensino Fundamental I O Ensino Fundamental é apresentado na atual legislação brasileira como a terceira etapa da educação básica, onde a prática pedagógica deve favorecer a construção do conhecimento das crianças de 6 a 10 anos de idade. 2.3 O Planejamento Frente as Diferentes Pedagogias O dentre as diferentes pedagogias verificou-se a existência de um conjunto de influências teórico-metodológicas adentrando a construção das propostas curriculares, ao longo da história dentro da escola. Conforme Vasconcellos (2005, 22): “Na acepção moderna, dialética significa o modo de pensarmos as condições da realidade como essencialmente contraditória e em permanente formação”, entre as tendências pedagógicas, que se têm estabelecido merecido destaque nas escolas através das ações educativas dos professores, podemos classifica-las em: Pedagogia Liberal e Pedagogia Progressista. Pedagogia liberal, a escola é tida como instrumento de preparação dos indivíduos para a sociedade. É neste grupo, que encontramos a forma tradicional, ou seja, a tendência renovada progressista, a tendência renovada não diretiva e a tendência tecnicista. Na tendência tradicional, o professor era o total responsável pelo planejamento, não considerando nem os interesses nem as necessidades da criança, consolidando-se uma prática pedagógica voltada para a construção da moralidade, para o cuidado com a higiene e para o treinamento de habilidades, através das Unidades Didáticas. 25 A tendência progressista compreende: a globalização, o interesse e a participação dos alunos, onde os conteúdos escolares foram organizados em torno de um ponto de Interesse. Na tendência renovada e não diretiva, a escola em si é a responsável pela formação de atitudes na criança, onde a educação estava centrada na mesma. Esta tendência tinha como princípios buscar por si só os conhecimentos necessários. Já no âmbito educacional tecnicista, o planejamento didático é formal e previamente elaborado, segue um parâmetro pré-definido, introduzido na pedagogia comportamental, visando à aquisição de habilidades, atitudes e técnicas específicas voltadas a um determinado campo de atuação profissional. Pedagogia progressista, que almejava a transformação da sociedade através da análise crítica da realidade, sobressaiu-se a tendência libertadora, a tendência libertária e a tendência crítico social dos conteúdos. Tendência libertadora ou método de Paulo Freire abordou os Temas Geradores como forma de planejamento. Com concepções epistemológicas semelhantes ao planejamento por temas geradores, encontram-se outras formas de definir o currículo, difundidos como Rede Temática ou Complexo Temático. Tais definições partem do levantamento da realidade local, onde a escola está inserida. Tendência libertária, outra tendência progressista que partia da análise crítica da realidade social a qual se inseria num projeto de modificação da sociedade, como instrumento de resistência contra a burocracia. Conforme Menegolla (2010, 56) “Os conteúdos eram colocados à disposição do aluno, mas não era exigido, sendo o principal conhecimento adquirido aquele resultante das experiências grupais desenvolvidos pelos alunos através da autogestão”. Tendência crítico-social dos conteúdos assume os Projetos de Trabalho como forma de organizar o currículo, valorizando a escola como mediadora entre o aluno e o conhecimento. Procurou-se neste item mostrar as diferentes maneiras de abordagens e planejamento do ensino abrangendo desde a listagem dos conteúdos da educação tradicional, passando pela organização das aprendizagens escolares em torno dos centros de interesse, no meio escolar inovado, ou ainda, questões interdisciplinares tratadas por temas geradores na pedagogia libertadora e, por fim, os projetos de trabalho têm sido difundidos ao longo da história. 26 2.4 Planejamento Participativo Inicialmente é o planejamento da ação educativa que talvez consista apenas em uma luta constante para a elaboração de um rumo, passando por relatórios extensos para assumir, nos dias atuais, uma característica especial, em que todos os planos de desenvolvimento de um ano letivo se entrelaçam em um dinamismo continuo e progressivo, dando assim maior destino de objetivos e fins aos professores na educação como um todo Sobre este aspecto o Planejamento educacional tem se tornado uma atividade multidisciplinar, que vem a exigir trabalho conjunto e integrado de Pedagogos, administradores, e educadores para uma discussão e constante procura da conciliação de vários pontos de vista, dando a cada aspecto especifico o real valor que possui dentro do contexto e não dar a preferência uns e outros não, gerando, contudo, um bem comum aos participantes do ato de planejar. De acordo com Ilca (1986, 52): “O professor deve ser um indivíduo capaz de acercar-se e mesmo renunciar, em benefício de outrem. Também necessita ser um indivíduo que goste da profissão que abraçou para não ter de fingir e violentar a própria na natureza ou transformar-se em marionete da situação. Precisa ser um indivíduo que acredite no que faz, em seu poder de criador e nos que com ele convivem no trabalho de educar gerações em especiais os da educação infantil, chegando ao ponto de ser chamado verdadeiramente planejamento participativo”. Para tanto ao se trabalhar em regime participativo, precisa-se de indivíduos objetivos, com a capacidade de entender a evolução dialética do social e seus pontos permanentes, levando a crer que pontos como permanência e atuação são elementos de dinamização das estruturas através ato inovador e criador. Portanto não se pode entender a efetivação do Planejamento Participativo das atividades escolares sem a participação da família ou algum de seus representantes em um trabalho integrado com objetivos e fins comuns, para que isso verdadeiramente exista é necessário que exista segundo Ilca (1986 53): Verdadeiros centros polivalentes, de interesses mais abrangentes para a comunidade, a organização e criação de novos centros de pesquisas, objetivando investigações sobre o meio urbano e estudo de novos modelos de Educação parda entender e atender a uma sociedade cada vez mais extensivamente urbanizada e globalizada, 27 visando por fim uma participação coerente e crescente da comunidade no processo global de educação. Muitas vezes, o planejamento é visto apenas como uma cobrança, outras vezes, o que exigem dos professores o planejamento, elespróprios também sabem planejar, os professores inseguros notam a insegurança dos que mandam fazer, onde a pouca orientação da aos mesmos levam-nos a desacreditar no planejamento. De acordo com Menegolla, (2005, 145): O planejamento está presente em nosso dia-a-dia, mesmo que implícito, como o caso da pessoa que, ao levantar-se pela manhã, pensa no seu dia, no que vai acontecer ao longo dele, como não se tem certeza do que realmente irá acontecer no passar dessas vinte e quatro horas, a pessoa obriga-se a pensar, prever, imaginar e tomar decisões, contudo, ela sempre espera tomar as decisões mais acertadas, para que sua ação alcance os objetivos esperados; mesmo não tendo consciência de que está realizando um planejamento, esta pessoa está fazendo o uso do ato de planejar. No caso do planejamento educacional são várias as definições, sendo que cada autor procura descrevê-lo sob sua própria visão. Para Ilca (1986, 78), entende-se por planejamento: Um processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis a fim de alcançar objetivos concretos em prazos determinados e em etapas definidas a partir do conhecimento e avaliação cientifica da situação original junto ao planejamento. Este tipo de definição não se caracteriza por um tipo específico de planejamento, podendo também ser compreendido como planejamento econômico, industrial ou ainda como o tipo de planejamento que a presente pesquisa se propõe a apresentar, ou seja, o planejamento educacional. Para Menegolla e Ilca (2001, p. 25): Planejar o processo educativo é planejar o indefinido, porque educação não é o processo, cujos resultados podem ser totalmente pré-definidos, determinados ou pré-escolhidos, como se fossem produtos de correntes de uma ação puramente mecânica e impensável. Devemos, pois, planejar a ação educativa para o homem não lhe impondo diretrizes que o alheiem. Permitindo, com isso, que a educação, ajude o homem a ser criador de sua história. 28 Segundo esta definição pode perceber que os autores se preocupam em especificar que tipo de planejamento educacional visa, sobretudo, enfatizar o papel como formador de opiniões e acima de tudo capaz de ser o criador de sua história. Então se entende que a escola tem um importante papel na formação e no desenvolvimento do homem e, um aliado insubstituível dessa concepção de escola, é o planejamento educacional que possibilita a ela uma organização metodológica do conteúdo a ser desenvolvido pelos professores em sala de aula, baseado na necessidade e no conhecimento de mundo dos alunos, que por sua vez são os principais interessados e possivelmente os principais beneficiados com o sucesso nesse tipo de organização metodológica que visa o crescimento do homem dentro da sociedade. 2.5 – Breve Desmistificação do Conceito de Planejamento A discussão do conceito de planejamento, à primeira vista, pode parecer perda de tempo, sendo que, na verdade o ponto de maior importância seria discutir o como fazer. Mas torna-se importante perceber que a clareza no conceito do planejamento proporciona maior liberdade e mais autonomia do sujeito professor, sendo que quanto menor for à conceptualização de planejamento maior será a necessidade de receitas, Segundo Vasconcellos (2000) o conceito de planejar fica claro, pois: Ao se planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a serem realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa. (p.79). Desta forma, planejar pode ser obra de um indivíduo, de um grupo ou mesmo de uma coletividade social bem mais ampla, como no caso do planejamento participativo dentro de uma rede de ensino. 2.6 – O Planejamento na Escola Pública Planejar o conteúdo a ser aplicado durante o ano letivo é uma tarefa que envolve tanto professores quanto diretores e coordenadores pedagógicos, enfim, toda massa de profissionais voltados para a área da educação pertencentes à escola. 29 O planejamento voltado para a área da educação apresenta variações, sendo que o mesmo pode ser educacional, curricular ou de ensino. No planejamento educacional, a visão que se tem é mais ampla, pensa-se no progresso global do país. Podemos então defini-lo, segundo Ilza (1972, p. 79) como: Processo contínuo que se preocupa com o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto às necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo. O planejamento curricular visa, sobretudo, a ser funcional, promovendo não só a aprendizagem do conteúdo, mas também promovendo condições favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Podemos definir o planejamento curricular, nas palavras de Ilca (1986, p.84) como: Uma tarefa multidisciplinar que tem por objetivo a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino aprendizagem. O planejamento de ensino está pautado a nível mais específico dentro do contexto da escola podendo ser compreendido como: “Previsão das situações do professor com a classe”. (Menegolla, 2005, p.14). Este tipo de planejamento vária muito de uma instituição para outra. 2.7 – Níveis de Planejamento No contexto escolar podem ser realizados diferentes níveis de abrangências de planejamento. Segundo Vasconcellos (2000, p. 95) são esses os diferentes níveis do planejamento: O planejamento da escola trata-se do que chamamos de projeto político-pedagógico ou projeto educativo, sendo esse plano integral da instituição, o mesmo é composto de marco referencial, diagnóstico e programação. Este nível envolve tanto a dimensão pedagógica quanto a comunitária e administrativa da escola” Partindo para o nível de abrangência seguinte, Vasconcellos (2000, p. 95), define o planejamento curricular como sendo: 30 “A proposta geral das experiências de aprendizagem que serão oferecidas pelas Escolas incorporados nos diversos componentes curriculares, sendo que a proposta curricular pode ter como referência os seguintes elementos: fundamentos da disciplina, área de estudo, desafios pedagógicos, encaminhamento, proposta de conteúdo, processos de planejamento”. Este nível de abrangência das escolas é realizado sempre com base nos PCNS (Parâmetros Curriculares Nacionais) que foram elaborados procurando de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais e políticas existentes no país e, de outro lado, considerar a necessidade de construir referências nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras. Com isso pretende-se criar condições, nas escolas, que permitam aos nossos jovens ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania. Os PCN´s vêm com intuito de fortalecer a Escola como unidade do sistema escolar, credenciá-la para a elaboração de um projeto educacional. Com base no que diz os PCN´s sobre o nível de projeto educativo: O projeto educativo precisa ter dimensão de presente, a criança, o adolescente, o jovem vive momentos muito especiais de suas vidas; vivenciam tempos específicos da vida humana e não apenas tempos de espera ou de preparação para a vida adulta. Daí a importância de a equipe escolar procurar conhecer, tão profundamente quanto possível, quem são seus alunos,como vivem, o que pensam, sentem e fazem. Quando os alunos percebem que a escola atenta às suas necessidades, os seus problemas, as suas preocupações, desenvolvem autoconfiança e confiança nos outros, ampliando as possibilidades de um melhor desempenho escolar; isso vale também para os adultos que trabalham na escola ou que estão de alguma forma, envolvidos com ela: professores, funcionários, diretores e pais. Para Ilca (1997, p. 87) Todos os níveis do planejamento deveriam tomar como base os parâmetros curriculares nacionais, partindo agora para outro nível de abrangência do planejamento, uma vez que para Vasconcellos (2000, p. 96) o: “Projeto de ensino aprendizagem, que é o planejamento mais próximo da prática do professor e da sala de aula, diz respeito mais restritamente ao aspecto didático”. Pode ser subdividido em projeto de curso e plano de aula. A Escola, além de desenvolver todos esses níveis de planejamento já acima citados, também deveria desenvolver o planejamento de projeto de trabalho que geralmente assume caráter 31 interdisciplinar, como afirma Vasconcellos (idem) Ilca: “O projeto de trabalho é o planejamento da ação educativa baseado no trabalho por projeto: são projetos de aprendizagem desenvolvidos na escola por um determinado período, geralmente de caráter interdisciplinar ”. Todas as modalidades de planejamento dentro de uma instituição de ensino procuram atender aos PCNS, seguindo-o fielmente ou apenas baseando-se nele, mas sempre de acordo com o que ele diz. 2.8 – Como os Professores Usufruem do Planejamento O ato de planejar é de fundamental importância na vida de todo ser humano, principalmente quando esse planejar influencia num bom desempenho de crescimento intelectual, como é o caso do planejar na educação. Esse tipo de atitude favorece a organização das ações pedagógicas bem como estabelece uma metodologia de sequência lógica, que influi nos futuros resultados de ensino aprendizagem no quais professores e alunos estão submetidos dentro do espaço da sala de aula. O planejamento proporciona ao professor uma linha de raciocínio, que o direciona em suas ações, sendo que a ação docente vai ganhando eficácia na medida em que o professor vai acumulando e enriquecendo experiências ao lidar com situações concretas de ensino, pois segundo Ilca (1995, p. 225): “O professor serve, de um lado, dos conhecimentos do processo didático e das metodologias específicas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática”. O docente, a cada nova experiência, vai assim criando sua didática, e com isso, enriquecendo sua prática profissional e, também, ganhando mais segurança, sendo que agindo dessa forma, o professor acaba usando o seu planejamento como fonte de oportunidade de reflexão da sua prática. O professor precisa estar preparado, também, para os momentos em que o seu planejamento necessite ser modificado sem que com isso o planejamento perca a sua essência, observando também que planejar não significa alienar-se da realidade dando assim autonomia para que o mesmo adapte o seu planejamento a cada realidade de sala de aula. Mas para que isso aconteça realmente, o professor necessita, cada vez mais, compreender que o planejamento é uma prática que procura ajudar a sanar problemas de organização de conteúdos e que ele, por si próprio, não é a solução 32 absoluta de todos os problemas que surgirão quanto à organização metodológica, tendo em vista que o planejamento é somente um passo de uma caminhada longa. Como afirma Menegolla (1994, p. 225): “O planejamento não assegura, por si só, o andamento do processo de ensino”. O importante é salientar que o planejamento sirva para o professor e para os alunos, que ele seja útil e funcional a quem se destina objetivamente, através de uma ação consciente, responsável e libertadora, desconsiderando a noção de planejamento como uma receita pronta, pois sabemos que cada sala de aula é uma realidade diferente, com problemas e soluções diferentes. Cabe ao professor, em conjunto com os demais profissionais na área de educação pertencentes à escola, adaptar o seu planejamento, para que assegure o bom desenvolvimento a que ele se propõe, que é o de nortear as práticas docentes em sala de aula. Em alguns determinados momentos ressaltamos que a maioria dos professores se mostra descrentes, na metodologia do planejamento. Segundo Menegolla e Ilza (2001, p. 43), alguns professores não simpatizam com o ato de planejar: Parece ser uma evidência que muitos professores não gostem e poucos simpatizem em planejar suas atividades escolares. O que se observa é uma clara relutância contra a exigência de elaboração de seus planos. Há certa descrença manifesta nos olhos, na vontade e disposição dos professores, quando convocados para planejamento. O que acontece com esses profissionais para que se mostrem desmotivados com a metodologia do planejamento ninguém sabe ao certo, mas acreditamos que seja devido à descrença, pois esses profissionais acreditam que planejar é apenas atender à burocracia escolar, evidenciando a não utilização do que se planeja, pois a partir do momento que não acreditamos nos resultados de nossas ações deixamos de praticá-las da forma que ela está prevista, ou seja, planejamos mas não usamos o planejamento, tendo em vista que não acreditamos no possível sucesso desta metodologia. Cabe ao professor uma mudança de postura: procurar conhecer melhor as vantagens e desvantagens de usar o planejamento para então, depois, resolver se é ou não viável utilização dessa metodologia, que se encontra desacreditada por alguns docentes. 33 2.9 – Flexibilidade em Questão É comum quando ouvimos falar em planejamento, sobre a flexibilidade, que necessita ser uma característica essencial do ato de planejar, mas por outro lado, segundo Vasconcellos (2000, p. 159) há uma questão que precisa ser levada em considerarão pelo planejador: “Estamos aqui correndo o risco de duas tentações extremas: de um lado, o planejamento se tornar o tirano da ação, ou de outro, se tornar um simples registro, um jogo de palavras desligado da prática efetiva do professor”. Já por outro lado, também corremos o risco de sermos flexíveis aos extremos, perdendo assim a essência do planejamento, deixando que essa metodologia se torne algo banal, ou seja, um simples registro, um jogo de palavras totalmente desligados da prática do educador em sala de aula. Ainda relatamos que Vasconcellos (2000, p. 159) procura atentar-nos para um ponto muito importante: Precisamos distinguir a flexibilidade de frouxidão, é certo que o projeto não pode se tornar uma camisa de força, obrigando o professor a realizá-lo mesmo que as circunstâncias tenham mudado radicalmente, mas isto também não pode significar que por qualquer coisa o professor estará desprezando o que foi planejado”. O planejamento não pode ser colocado, como diz Vasconcellos, como uma camisa de força, que aprisiona quem a veste, mas, por outro lado, a frouxidão das ações, também não pode ser encarada como um fator positivo, pois pode colocar o planejamento em uma posição ridicularizada, fazendo com que ele perca a sua credibilidade, que arranha ainda mais a imagem de uma prática, que para alguns professores já nasce fadada ao descrédito. Uma coisa é certa, em qualquer momento, alguma das ações previstas pelo planejamento não serão concretizadas, mas, saibamos que isto ficará por conta de fatores adversos, que são difíceis de serem previstos, ou seja, significa que se algo não for realizado como estava previstono planejamento, uma explicação lógica para a sua não realização deverá partir do professor para justificar a tal mudança, daí a existência do termo adequação, pois será verificado a partir de então a capacidade de adequação do docente. O mais importante deve ser a postura de comprometimento que o professor tende a assumir, visando à prevenção de uma possível acomodação, já que o planejamento pode assumir uma postura flexível em alguns raros e possíveis momentos. 34 2.10 Planejamento e Organização do Trabalho Escolar Planejar é fazer possível o necessário. A melhor forma de viver o futuro é criá-lo. Competências de planejamento e organização do trabalho escolar A Função Diretor e o Planejamento Estabelece na escola a prática do planejamento como um processo fundamental de gestão, organização e orientação das ações em todas as áreas e segmentos escolares, de modo a garantir a sua materialização e efetividade. Orienta a elaboração de planos de ação segundo os princípios e normas do planejamento, como instrumento de delineamento de política e estratégia de ação. Promove e lidera a elaboração participativa, do Plano de Desenvolvimento da Escola e o seu Projeto Político-Pedagógico, com base em estudo e adequada compreensão sobre o sentido da educação, suas finalidades, o papel da escola, diagnóstico objetivo da realidade social e das necessidades educacionais dos alunos e as condições educacionais para atendê-las. Orienta e coordena a elaboração de planos de ensino e de aula pelos professores, a serem adotados como instrumento norteador do processo ensino- aprendizagem, segundo as proposições legais de educação e o Projeto Político- Pedagógico da escola. Promove o delineamento de visão, missão e valores com os participantes da comunidade escolar e a sua tradução em planos específicos de ação, de modo a integrá-los na organização e modo de fazer das diferentes áreas de atuação da escola. Promove a realização sistemática de diagnóstico da realidade escolar, compreensão dos seus desafios e oportunidades, como subsídios para a elaboração de planos de melhoria. Estabelece o alinhamento entre o Projeto Político-Pedagógico, Plano de Desenvolvimento da Escola e o Regimento Escolar e sua incorporação nas ações educacionais. Reforça e orienta a prática de planejamento em diversos níveis e âmbitos de ação como instrumento de orientação do trabalho cotidiano, de modo a dar-lhe unidade, organização, integração e operacionalidade. A importância e a necessidade do planejamento em educação, conforme indicado na unidade anterior, a ação do gestor escolar será tão ampla ou limitada, quão ampla ou limitada for sua concepção sobre a educação, sobre a gestão escolar e o seu papel profissional na liderança e organização da escola. 35 No entanto, essa concepção, por mais consistente, coerente e ampla que seja, de pouco valerá, caso não seja colocada em prática mediante uma ação sistemática, de sentido global, organizada, seguramente direcionada e adequadamente especificada em seus aspectos operacionais. E essas condições somente são garantidas mediante a adoção de uma sistemática de planejamento das ações educacionais em todos os segmentos de trabalho da escola. Isso porque sem planejamento, que organize e dê sentido e unidade ao trabalho, as ações tendem a ser improvisadas, aleatórias, espontaneístas, imediatistas e notadamente orientadas pelo ensaio e erro, condições que tantos prejuízos causam à educação. Sem planejar, trabalha-se, mas sem direção clara e sem consistência entre as ações. Dá-se aula, mas não se promove aprendizagens efetivas; realizam-se reuniões, mas não se promove convergência de propósitos em torno das questões debatidas; realiza-se avaliações, mas seus resultados não são utilizados para melhorar os processos educacionais; enfrenta-se os problemas, mas de forma inconsistente, reativa e sem visão de conjunto, pela falta de análise objetiva da sua expressão e da organização das condições para superá-las. 2.11 O Significado do Planejamento Planejar constitui-se em um processo imprescindível em todos os setores da atividade educacional. É uma decorrência das condições associadas à complexidade da educação e da necessidade de sua organização, assim como das intenções de promover mudança de condições existentes e de produção de novas situações, de forma consistente. O planejamento educacional surgiu como uma necessidade e um método da administração para o enfrentamento organizado dos desafios que demandam a intervenção humana. Cabe destacar também que, assim como o conceito de administração evoluiu para gestão, também o planejamento como formalidade evoluiu para instrumento dinâmico de trabalho. Planejar a educação e a sua gestão implica em delinear e tornar clara e entendida em seus desdobramentos, a sua intenção, os seus rumos, os seus objetivos, a sua abrangência e as perspectivas de sua atuação, além de organizar, de forma articulada, todos os aspectos necessários para a sua efetivação. Para tanto, o planejamento envolve, antes de tudo, uma visão global e abrangente sobre a natureza da Educação, da gestão escolar e suas possibilidades de ação. 36 Vale dizer que as finalidades, princípios e diretrizes da educação somente são promovidos, na medida em que sejam traduzidos por ações integradas, sistemáticas, organizadas e orientadas por objetivos detalhados, responsabilidades e competem dimensões da gestão escolar e suas competências cias estabelecidas, tempo e recursos previstos e especificados. Esse processo de planejamento resulta em um plano de ação, cujo papel é o de servir como mapa norteador da ação educacional, em vista do que deve estar continuamente sobre a mesa de trabalho. Planos nas gavetas e que não são cotidianamente consultados para a orientação das ações a serem realizadas e para o monitoramento já realizadas, têm valor meramente formal (Lück, 2008). Como vimos, o planejamento é inerente ao processo de gestão, constituindo-se na sua primeira fase. É considerado como a mais básica, essencial e comum de suas dimensões, uma vez que é inerente a todas as outras, já que sem planejamento não há a possibilidade de promover os vários desdobramentos da gestão escolar, de forma articulada. Apesar da importância do planejamento, no entanto, há fortes indícios de que as ações educacionais carecem de um processo de planejamento competente e apropriado para produzir planos ou projetos com capacidade clara de orientar todos e cada momento das ações necessárias. Observa-se haver em várias circunstâncias do contexto educacional a desconsideração em relação à importância do planejamento para a determinação da qualidade do ensino, pela organização do seu trabalho com esse foco. Essa desconsideração é demonstrada quando os planos são delineados com uma orientação formal, de que resulta, por exemplo, que o Projeto Político- Pedagógico da Escola e o seu Plano de Desenvolvimento fiquem guardados em gavetas ou armários, em vez de estarem na mesa do diretor, dos coordenadores ou supervisores pedagógicos e dos professores; que até mesmo sejam desconhecidos por profissionais que trabalham na escola; que os planos de aula sejam cópias daqueles realizados em outras turmas e outros anos letivos, isto é, “planeja-se”, mas não se usa o plano resultante para orientar o cotidiano do trabalho escolar (ou, na pior das hipóteses, que esses planos nem existem, por falta de acompanhamento e reforço por parte do diretor escolar); que os planos sejam considerados como meros instrumentos burocráticos e não como mapas orientadores do trabalho.37 2.12 Planejamento: Um Processo Contínuo A partir de uma visão abrangente e integradora, o planejamento contribui para a coerência e consistência das ações, promovendo a superação do caráter aleatório, ativista e assistemático. Como instrumento de preparação para a promoção de objetivos, ele antecede as ações, criando uma perspectiva de futuro, mediante a previsão e preparação das condições necessárias para promovê-lo e, acima de tudo, a visualização, pelos seus executores, de suas responsabilidades específicas e das competências e determinações necessárias para assumi-las adequadamente. Embora, no entanto, o planejamento esteja associado à fase que antecede as ações, é necessário ter em mente que deve estar também presente em todos os momentos e fases das mesmas, constituindo-se, dessa forma, em um processo contínuo: planeja-se antes, durante e depois das ações, pois não é possível prever antecipadamente todas as condições de execução de planos, notadamente, das dinâmicas sociais, como é o caso da educação. 2.12.1 Dimensões da Gestão Escolar e Suas Competências Há, pois, a necessidade de, diante de imprevistos e novas condições que ocorrem naturalmente no processo educacional, estar mentalmente preparado e bem informado para tomar decisões de forma contínua sobre a necessidade de correção de rumos, reorganização e reorientação de ações. Portanto, como um plano ou projeto educacional, por mais bem delineado que seja, não consegue prever todas as condições e situações da dinâmica educacional, não deve ser considerado como uma camisa de força que tolha iniciativas necessárias para fazer face a situações não previstas e emergentes; deve também prever a necessidade de adaptações, a partir do princípio de flexibilidade. Daí porque a tomada de decisões do processo de planejamento deve acompanhar também a implementação dos planos delineados, seu monitoramento. Essa característica que exprime uma condição de sucesso ao exercício do trabalho escolar, também demanda do diretor um posicionamento claro, porém flexível e compreensivo em relação aos fenômenos e circunstâncias inerentes à dinâmica social. 38 2.12.2. Planejar Representa Definir Compromissos de Ação O tempo e o esforço despendido em planejamento, são válidos caso o plano ou projeto delineado seja implementado, isto é, que as idéias desenvolvidas e as decisões tomadas sejam postos em ação. É, portanto, inócuo, o planejamento e o bom plano ou projeto que não venham a resultar em uma mudança e melhor desempenho. Um plano ou projeto constitui, portanto, um compromisso de ação, com percepções claras e específicas sobre o que será feito, como, quando, por quem, para quem e com que objetivos. Esse compromisso é construído a partir de um processo analítico de compreensão dos múltiplos desdobramentos de ações e de correspondente responsabilização pela efetivação da proposta de trabalho, a fim de que resultados pretendidos sejam efetivados. Para tanto, o planejamento envolve a previsão, provisão, organização, ordenação, articulação, sistematização de esforço e de recursos voltados para promover a realização de objetivos. Pelo planejamento delineia-se o sentido, os rumos, a abrangência, as perspectivas e as especificidades das ações necessárias para o alcance dos resultados pretendidos. É importante ter em mente que de nada valem as boas idéias, se não vierem se converter em ações que as ponham em prática. Assim como não se à deve pensar em ações, sem que se considere as suas dimensões conceituais de sentido amplo. 2.13 Contribuições Objetivas do Planejamento O planejar e liderar o processo de planejamento, cabe ao diretor escolar promover as condições para que o processo seja realizado de modo a contribuir, como é o sentido do planejamento, para que se promova: • o desenvolvimento de maior compreensão dos fundamentos e dos desdobramentos Dimensões da gestão escolar e suas competências das ações educacionais; • a construção de um quadro abrangente e com maior clareza sobre o conjunto dos elementos envolvidos em relação à situação sobre a qual se vai agir e sua relação com interfaces; • uma maior consistência e coerência entre as ações educacionais; • uma preparação prévia para a realização das ações; • um melhor aproveitamento do tempo e dos recursos disponíveis; 39 • uma concentração de esforço na direção dos resultados desejados; • uma superação da tendência à ação reativa, improvisada, rotineira e orientada pelo ensaio e erro; • um controle e redução das hesitações, ações aleatórias e de ensaio e erro; • a formação de acordos e integração de ações; • a definição de responsabilidades pelas ações e seus resultados; • o estabelecimento de unidade e continuidade entre operações e ações, superando-se a fragmentação e mera justaposição destas. 2.14 Planejar é um Processo de Reflexão Quem planeja, examina e analisa dados, comparando-os criteriosamente, coteja-os com uma visão de conjunto, estuda limitações, dificuldades e identifica possibilidades de superação das mesmas. Esse processo de análise, cotejamento, dentre outros processos mentais, define o planejamento como um processo de reflexão diagnóstica e prospectiva mediante o qual se pondera a realidade educacional em seus desdobramentos e se propõe intervenções necessárias. O planejamento será, portanto, tanto mais eficaz quanto mais cuidada for a reflexão promovida: rigorosa, crítica, de conjunto e livre de tendências e de idéias preconcebidas. Conforme Padilha (2001, p. 30) afirma, “o ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação, de previsão de necessidades e racionalização do emprego de meios necessários para a concretização de objetivos”. Aponta-se como sendo comum, embora limitada e negativa, a concepção, entre os educadores, de que planejar corresponde à elaboração de um plano ou projeto, com um valor em si mesmo. Planejar é muito mais do que isso: planos e projetos constituem-se apenas em documentos em que registram os resultados do processo de planejamento, de modo a não se perder a sua riqueza de detalhes e variedade de aspectos envolvidos, sua seqüenciação, etc. Em última instância constitui um processo mental, dinâmico, continuo e complexo, de modo a acompanhar os estágios de tomada de decisão que antecedem, acompanham e sucedem a realização de intervenções sistematizadas e orientadas para a consecução de resultados. Dentre as operações mentais da reflexão que o planejamento envolve destacam-se as de identificação, análise, previsão e decisão a respeito do quê, por 40 quê, para quê, como, quando, onde, com quem e para quem se quer promover uma mudança, em relação a uma dada realidade. 2.14.1 Dimensões da Gestão Escolar e Suas Competências O conjunto dos elementos do planejamento o que diz respeito ao conteúdo da ação, o conceito principal a ser trabalhado. Por que se refere aos pressupostos da ação, os antecedentes da orientação para se estabelecer uma linha de ação. Para que diz respeito aos objetivos, as mudanças a serem alcançadas, os resultados a serem promovidos. Como se refere aos métodos, técnicas, procedimentos e passos das ações. Quando se refere à especificação do tempo necessário para a realização de uma ação e a sua cronologia. Onde consiste nas circunstâncias de espaço. Com quem nomeia as pessoas a serem envolvidas como agentes. Para quem aponta o benificiário da ação. • identificar, analisar, prever, decidir, O quê, por quê • para quê • como • quando • onde • com quem • para
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