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� PAGE \* MERGEFORMAT �9� INSTITUTO DE FORMAÇÃOE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA - IFETE CURSO DE LIVRE EM PEDAGOGIA REGINALDA FERREIRA OLIVEIRA GOMES O LÚDICO E OS JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL CABECEIRAS – PI 2014 REGINALDA FERREIRA OLIVEIRA GOMES O LÚDICO E OS JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para a obtenção do título de Graduação em Licenciatura em Pedagogia, do Instituto de Formação e Educação Teológica - IFETE. Orientadora: Professora Especialista. Maria Sandoly Fernandes. CABECEIRAS – PI 2014 REGINALDA FERREIRA OLIVEIRA GOMES O LÚDICO E OS JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL . Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para a obtenção do título de Graduação em Licenciatura em Pedagogia, do Instituto de Formação e Educação Teológica - IFETE. Orientadora: Professora Especialista. Maria Sandoly Fernandes. . Aprovado em -------/--------/--------- BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Professor Orientador ____________________________________ Professor Examinador ______________________________ Professor Examinador Dedico este trabalho aos meus familiares, como exemplo a ser seguido de que não há limite de idade para se alcançar o objetivo desejado quando temos projetos e persistimos em buscá–los. AGRADECIMENTO Agradeço ao Senhor, meu Deus, por mais esta conquista e por me fortalecer nesta caminhada para que os Seus projetos fossem realizados em minha vida. “A atividade Lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensáveis à prática educativa”. Jean Piaget RESUMO O presente estudo teve como objetivo analisar a relação do lúdico como facilitador da aprendizagem na sala de aula da Escola Municipal Manoel José de Almeida que está localizada na Zona Rural de Barras-PI. Para alcançarmos tais objetivos e conseguirmos as informações e dados necessários, foi utilizado um questionário semi-estruturado, que foram aplicados a professores que lecionam nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Foi possível mostrar o quanto o “lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, saber se os professores atuantes têm conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e a “brinquedoteca” e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. A partir disso, mostraremos a importância do “lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças. PALAVRAS–CHAVE: Pratica do professore. Lúdico na sala de aula. Motivação da aprendizagem. ABSTRACT This study aimed to analyze the relationship of play as a facilitator of learning in the classroom. To achieve these aims and get the information and data required, we used a semi-structured questionnaire, which were applied to teachers who teach from 1st to 4th grades. It was possible to show how the “play” can be an indispensable tool for learning, development and lives of children, make clear that the teachers and future teachers should be aware of this and need to know if teachers have working knowledge of some concepts such as “playful” and “toy” and many other questions about the relationship of play to learning and child development. From this, show the importance of “play” and how he, games, toys and games can be important for the development and learning of children. According to the data obtained, we found that leisure plays an important role in children's learning, where of teachers responded that it is possible to gather in the same situation playing and educate. We found that 76.92% of teachers have knowledge about the subject. From the foregoing concluded that most teachers “get” some knowledge on the subject, but noted the need for both public and proven in schools, a greater awareness in order to demystify the role of “play”, which is not a mere hobby, but an object of great value in learning and development of children. KEYWORDS: Teachers. Consciousness. Playful. Facilitator. Learning. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 10 2. A PRESENÇA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR 14 2.1 O JOGO NA PRÉ-ESCOLA NUMA VISÃO HISTÓRICA 14 3. A IMPORTANCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA VISÃO DE ANTUNES 18 3.1 OS JOGOS LÚDICOS COMO RECURSOS PEDAGÓGICOS 19 3.2 O ATO PEDAGÓGICO POLÍTICO E O NOVO MODO DE EDUCAR NA PERSPECTIVA DE ALGUNS TEÓRICOS 25 3.3 OBJETIVOS NO DESENVOLVIMENTO DOS JOGOS LÚDICOS COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 27 3.4 COMO A CRIANÇA APRENDE BRINCANDO NA VISÃO DE PIAGET 31 3.5 O ATO PEDAGÓGICO POLITICO E O NOVO MODO DE EDUCAR NA PERSPECTIVA DE ALGUNS TEÓRICOS 33 4. A PRESENÇA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DO SER CRIANÇA 41 4.1 O JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 42 4.2 O BRINCAR E A LUDICIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 45 REFERÊNCIAS BIBLIÓGRAFICAS 47 APÊNDICES 49 APÊNDICE A 50 APÊNDICE B 52 1 – INTRODUÇÃO Este trabalho visa relatar os dados obtidos através da realização de uma pesquisa sobre o tema: Aprender Brincando: o lúdico na aprendizagem. Que foi realizada alguns professores, de ambos os sexos, na Unidade Escolar Manoel José de Almeida, com o objetivo de coletar dados a respeito da importância do lúdico como facilitador da aprendizagem. Buscamos através da escolha desse tema buscar justificar-se pelo fato de que os resultados da educação, e que apesar de todos os seus projetos, continuam insatisfatórios, percebendo-se a necessidade de mudanças no âmbito educacional. Nesse sentido o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do ser humano, seja ele de qualquer idade, auxiliando não só na aprendizagem, mas também no desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento. Vale ressaltar, porém, que o lúdico não é a única alternativa para a melhoria no intercâmbio ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças este trabalho tem como tema “A importância dos jogos na Educação Infantil”, na Escola Municipal Escolinha da Monica nesta Cidade nesta Cidade. A inquietação que vem sendo provocada, nas crianças da referida Creche é algo preocupante tanto para educadores e gestores quanto para os pais de alunos. Verifica-se que esta insatisfação inquietante vem afetando os aspectos físicos, psicológicos, sociais e motor da criança dificultando a aprendizagem. Mediante esta situação torna-se necessário o desenvolvimento de ações que venham a solucionar a problemática que gera a insatisfação das crianças fazendo com que fiquem inquietos, e, trabalhar a interação e afetividade no ambiente escolar. Diante desta situação, o que fazer para manter as crianças interagidas no ambiente escolar? Devido a essa situação constrangedora é que realizou-se este trabalho com o objetivo de conhecer, tornar conhecida a importância dos jogos no desenvolvimento da criança procurando sensibilizar, assim, professores e gestores da sua significância e convencê-los de que os recursos pedagógicos são constituídos com o objetivo de provocar uma aprendizagem.Com base na teoria de Antunes (2003, p.14), “a aprendizagem é tão importante quanto o desenvolvimento social e o jogo, constituem uma ferramenta pedagógica ao mesmo tempo promotora do desenvolvimento cognitivo e do desenvolvimento social”. Mais ainda, o jogo pedagógico pode ser um instrumento da alegria. Uma criança que joga antes de tudo o faz porque se diverte, mas dessa diversão emerge a aprendizagem e a maneira como o professor, após o jogo, trabalha suas regras, pode ensinar-lhes esquemas de relações, interpessoais e de convívios éticos. O mesmo autor relata que, constitui, entretanto uma ilusão, entretanto supor que, para que o jogo possa abrigar o desenvolvimento cognitivo e estimular as relações interpessoais: quem dele poderá fazer esse instrumento será sempre o professor. Esse professor jamais poderá em suas ambições cognitivas e sociais esquecer o aspecto do prazer e da alegria. A infância não mais pode ser vista apenas como antessala da vida adulta, precisa ser reconhecida como a fase admirável que deve se aparecida em si mesma, razão pela qual a alegria e o prazer de jogar precisam sempre caminhar lado a lado com os propósitos de aprendizagem. Um único jogo pode em determinadas circunstâncias proporcionar elemento de intenso prazer na criança, mas sua aprendizagem somente se concretizará quando este jogo para melhor a sensibilidade tátil de uma criança mas se notará progresso sensível nessa sensibilidade se este for parte de um projeto que possa dar-lhe continuidade e significação. Portanto, sabe-se que, esta foi a maior preocupação que se teve em pesquisar os jogos, para saber como, quando e de que forma devem-se aplicar os jogos, de modo que possa proporcionar a alegria e o prazer junto à aprendizagem cognitiva e social, assim sendo, fazer não só a proporção dos saberes, mas também, e principalmente a interação aos seres, pois juntos é bem mais fácil adquirir os saberes. Sabe-se que a educação infantil deve ser a primeira, em termos de seriedade, pois é o seu primeiro contato formativo fora do seio familiar, onde a criança precisa ser acolhido, ser entendida, ter atividade interessante e encontra ali afeto, amor, paz, ternura e meiguice espontânea dos docentes. Para desenvolver este trabalho utilizou-se dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre o tema em estudo; pesquisa de campo através da observação em sala de aula com o intuito de averiguar as reais situações, pesquisa à internet sobre o assunto para ter-se base dos autores em questão e usar suas experiências e aplicações de questionários a quatro docentes da referida escola para que se conquiste informações mais precisas da realidade que se encontra os professores que atuam em sala de aula. O mesmo foi estruturado em três capítulos, a saber: No capítulo I refere-se ao jogo na Pré-escola: uma visão histórica; um pouco sobre a pré-escola no Brasil. Escolas: real e ideal; As múltiplas inteligências, visão teórica. Os jogos e as habilidades operatórias e as influências dos jogos na cultura infantil. No capítulo II, encontra-se o jogo e a educação infantil; jogo na visão de Antunes; O jogo é a sua natureza; a importância do brincar; Freud Vygotsky e Piaget. O jogo na escola. Os jogos e a aprendizagem significativa; compreendendo a mente infantil do nascimento aos seis anos. No Capítulo III, consta a definição e classificação dos jogos; Definição de jogo no dicionário de Pedagogia, classificação dos jogos X idade na visão de Piaget, Caillois, Erikson, Mandry e Nekula; o jogo de Sexo para sexo x faixa etária. O perfil do educador infantil; sugestões de ajudas técnicas. Sugestões de jogos numa perspectiva de aprendizagem significativa e Sugestões de jogos adaptados para deficientes físicos. Incluindo-se conclusão do referencial teórico com a Análise do resultado dos dados. Considerações finais; referencias bibliográficas, apêndices e anexos. Sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os moldes da educação bancária e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento principal para o desenvolvimento da criança. O jogo, e a maneira como o professor dirigem o brincar, desenvolverão psicológica, intelectual, emocional, físico-motora e socialmente as crianças, e por isso os espaços para se jogar são imprescindíveis nos dias de hoje. Através dos jogos lúdicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento motor da criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes para os alunos, são a partir de situações de descontração que o professor poderá desenvolver diversos conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares. Atualmente em nossa sociedade, extremamente capitalista, que influencia todos, inclusive as crianças, exercendo poder e controle através dos meios de comunicação, principalmente a televisão. Uma das alternativas para se burlar essa influencia está no lúdico, nas brincadeiras de uma forma geral, onde as crianças trabalhariam além do corpo a interação com o outro. A criança tem a característica de entrar no mundo dos sonhos das fábulas e normalmente utiliza como ponte às brincadeiras. Quando esta brincando se expressa mostrando seu intimo, seus sentimentos e sua afetividade. Os espaços lúdicos são ambientes férteis também para a aprendizagem e o desenvolvimento, principalmente da socialização. Isso não é assunto novo, pois Fröebel, que ocupa também uma posição relevante na história do pensamento pedagógico sobre a primeira infância e pertence à corrente cultural filosófica do idealismo alemão, sempre defendeu que o jogo constitui o mais alto grau de desenvolvimento da criança, já que é a expressão livre e espontânea do interior. As brincadeiras são importantes por fazerem parte do mundo das crianças e por proporcionarem momentos agradáveis dando espaço à criatividade. Todos deveram buscar o bem–estar dos pequenos durante o processo de ensino e aprendizagem, resgatando assim o lúdico como instrumento de construção do conhecimento. O brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se socializam com facilidade, apreendem o espírito de grupo, aprendem a tomar decisões e percebem melhor o mundo dos adultos. 2 – A PRESENÇA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO PRÉ – ESCOLAR 2.1. O Jogo na Pré-Escola Uma Visão Histórica De acordo com a professora Adriana Friedman o jogo infantil tem sido objeto de estudos pesquisas e com as mais diferentes visões de abordagens. A importância do jogo no desenvolvimento da criança vem assumindo papel fundamental dentro do currículo da pré-escola. Onde os professores pré-escolares devem ter consciência da importância da necessidade de um espaço tanto físico quanto temporal para o jogo acontecer. Existem inúmeras relações de jogos, em que estes são classificados por faixa etária, por área de desenvolvimento, por tipo de estímulo, pela origem, pela utilização ou não de objetivos etc. Existe também um tipo de classificação que se encontra na memória de cada um de nós: são aqueles jogos que nossos pais e avós brincavam na infância, e que nos transmitiam; jogos que não foram tirados de livros nem ensinados por um professor, mas sim transmitidos pelas gerações anteriores à nossa ou aprendidos com nossos colegas. Os jogos que, aconteciam na rua, no parque na praça, dentro de casa ou no recreio da escola. Estes são os jogos tradicionais. Sabe-se da importância que os jogos tem no desenvolvimento cultural, social, psicológico, motor, afetivo e apreensivo da criança, mas nem sempre condiz a realidade como são desenvolvidas no âmbito escolar, que vêem no jogo uma forma de se vê livre das crianças, quanto deveria ser a hora do professor auxiliar, mediar, interferir, aplicar, enfim suscitar o imaginário rumo à aprendizagem. Para OPIE& OPIE (1998, 137) “O jogo é um organismo vivo” e a sua pesquisa dirige-se aos jogos Tradicionais que vivem nas crianças todo dia e que constituem junto com as criações verbais das mesmas, um folclore infantil separado que integra a sua vida social. A autora ressalta ainda sobre a importância dos jogos Tradicionais dentro do contexto Lúdico, que ilustram a cultura local e que o resgate da mesma é muito importante para o nosso patrimônio Lúdico. A falta de espaço e de segurança nas ruas modificaram algumas brincadeiras. Amarelinhas, peão, papagaio, esconde-esconde e inúmeras outras brincadeiras estão hoje presentes na lúdica, muitas vezes sob uma outra forma ou com outra denominação. Mas o conteúdo continua sendo o mesmo. Com a evolução da indústria e da propaganda de brinquedos, cabe o papel ao educador de despertar as crianças para a comunicação e a criatividade através do aprendizado dessas brincadeiras tradicionais que são para elas muito novas. Qual a criança que frente a um pião, com toda a técnica que o seu uso implica, não fica admirada com este “novo – brinquedo – velho”? Na sua finalização sobre jogo Tradicional a professora Adriana Friedman relata que o papel fundamental desse jogo tem como instrumento para o desenvolvimento das capacidades físicas, motoras, sociais, afetivas, cognitivas e linguísticas nas crianças, toma como exemplo, o jogo de bolinha de gude, que partindo da visão de Piaget a mesma classifica como jogo de regras onde a criança ao desenvolvê-lo estará pondo em prática todos os fundamentos acima citados. O jogo simbólico que é próprio da idade dos dois aos seis anos pode ser de ficção ou de imitação. É através do faz de conta que a criança realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. Já o jogo de Regras começa a se manifestar entre os quatro e sete anos. Daí as regras transmitidas e espontâneas. O jogo de regras na pré-escola, na linha que KAM II e DEVRIES destacaram a fundamental importância do jogo em Grupo e analisaram a sua aplicação, dada por Piaget sua classificação ao papel. Da ação e a idéia de que a ação mental e a física estão muito relacionadas. As categorias são: jogos com propósitos definidos (jogos de bolinhas de gude, bolinhas de papel). Corridas, jogos de perseguição (pega-pega), de esconde, esconde, de adivinhar, de trabalho com tabuleiros (dominó) e jogos envolvendo comandos verbais, trava línguas. É importante ressaltar o papel do monitor numa brincadeira tradicional, na hora de propor as regras a serem cumpridas, é interessante compreender que a criança pré-escolar tem um pensamento diferente quando está frente a uma brincadeira de grupo que implica competição. O fato de a criança pré-escolar (dois a seis anos) não respeitar as regras é normal, pois inicialmente, ela é egocêntrica, desenvolvendo, gradualmente a habilidade de coordenações e pontos de vista com os alunos, para (Rousseau 2004, p. 33), “a Educação Infantil, primeira etapa da aprendizagem da criança, é constituída levando-se em consideração as diversas fases do desenvolvimento: os conhecimentos prévios adquiridos em seu ambiente sociocultural, seus costumes e valores, suas hipóteses e curiosidades, questionamentos e forma de entender e explicar as coisas”. O processo de desenvolvimento humano está atrelado à aprendizagem e acontece em diversas instituições, não somente na escola. O lúdico não está apenas no brincar, está também no ler, no apropriar-se da literatura como forma natural de descobrimento e compreensão do mundo, atividades de expressão lúdico criativas atraem a atenção das crianças e podem se constituir em um mecanismo que potencializa a aprendizagem. (Escolas Pequenas São Alternativas, 2001, pg. 54). No texto, o leitor tem dois papéis: o papel individual e o papel coletivo. Interagir com o seu personagem e ao mesmo tempo interagir com o grupo. “Na verdade, a atividade lúdica é uma forma de o indivíduo relacionar-se com a coletividade e consigo mesmo (amarilha, 1997, p. 88).” Defende essa autora que, o prazer e a ludicidade dependem diretamente da compreensão do texto e que ambos podem ser ensinados. Sobre a concepção da figura do livro como brinquedo, acredita-se que esta visão só vem a contribuir na formação de um futuro leitor. Cunha (1997, p. 29) afirma que: “Objetos, sons, movimentos, espaços, cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo através de um processo de interação em que funcionam como alimentos que nutrem a atividade lúdica, enriquecendo-a”. Este estudo tem como principal objetivo analisar a relação do lúdico como facilitador da aprendizagem na sala de aula. Para alcançarmos tais objetivos e conseguirmos as informações e dados necessários, foi utilizado um questionário semiestruturado, que foram aplicados em 26 professores que lecionam da 1ª a 4ª séries. Foi possível mostrar o quanto o “lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, saber se os professores atuantes têm conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e a “brinquedoteca” e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. A partir disso, mostraremos a importância do “lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças. De acordo com os dados obtidos, constatamos que o lúdico exerce um papel importante na aprendizagem das crianças, onde 96,1% dos professores de escolas publicas responderam que é possível reunir dentro da mesma situação o brincar e o educar. Destes Identificamos que uma grande porcentagem dos professores possui conhecimentos acerca do tema. A partir do exposto constatou-se que a maioria dos professores “obtém” certo conhecimento sobre o tema, porém observamos a necessidade tanto nas escolas públicas quanto privadas, uma maior conscientização no sentido de desmistificar o papel do “brincar”, que não é apenas um mero passatempo, mas sim, objeto de grande valia na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças. A partir disso, vamos tornar evidente a importância do “lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças. A pesquisa foi realizada na escola pública Unidade Escolar Manoel José de Almeida, em Barras - PI. 3 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO – APRENDIZAGEM NA VISÃO DE ANTUNES O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus’ que quer dizer “jogo”“. Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. “De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo”. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência, a finalidade é essencialmente pedagógica. A criança, e mesmo o jovem, opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa. Segundo Piaget, o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo. Para Didonet “é uma verdade que o brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação”. Mas é verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica, porque é ele que permite simular situações. A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço paraexpressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática. De acordo com Nunes, a ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido utilizada como recurso pedagógico. Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de ensino-aprendizagem: As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica; O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário; As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de outro caráter apenas lúdico é este: desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões. 3.1 – Os Jogos Lúdicos como Recurso Pedagógico na Visão de Antunes Para se compreender melhor a questão do lúdico, bem como o sentido desta como tantas outras dificuldades encontradas pelas crianças das séries iniciais em tentar através das brincadeiras em geral aprenderem harmoniosamente. O acesso gratuito à escola conforme nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo nº. 205, diz que: “A Educação é um direito de todos e dever do Estado [...].” É condição indispensável para a garantia dessa premissa constitucional e para que se complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de procedimentos que assegurem condições para sua concretização. O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criança precisa de tempo para brincar. As aulas muitas vezes, tornam-se meras repetições de exercícios educativos, ficando a aula monótona e como consequência vazia, procura-se a solução com a utilização dos jogos para despertar na criança o interesse pela descoberta de maneira prazerosa e com responsabilidade. Vivemos uma época em que a tecnologia avança aceleradamente inclusive na educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano escolar; porque a alternativa de trabalhar de maneira lúdica em sala de aula é muito atraente e educativa. De acordo com Ronca (1989, P.27): ...[“O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora sequências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”]... (1989, p. 27) Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo. Para Vygotsky(1989, p.84): ...[“As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade”]... Verificou-se, portanto que as atividades lúdicas propiciam à criança a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu interior, elas demonstram através das brincadeiras como vê e constrói o mundo, como gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e que problemas a estão atormentando, ou seja, expressa-se na brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras. E aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia, para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto (1994, p. 13): ...[“O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola”]... Dessa maneira percebemos a necessidade do professor de pensar nas atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando que o jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas, promovendo conquistas cognitivas, emocionais e sociais. Destaca-se ainda mais a importância do lúdico, lembramos as palavras de Ronca que diz: “O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo”. (1989, p.27). A tal ponto isso se faz verdade, que a criança sente e expressa a curiosidade e importante noção de que viver é brincar. E ao brincar, conhece a si própria e aos outros e realiza a dura tarefa de compreender seus limites e possibilidades e de inserir-se em seu grupo. Aí aprende e internaliza normas sociais de comportamentos e os hábitos fixados pela cultura, pela ética e pela moral. De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil(l998, v1.p.28): ...[“As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica”]... E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a educação. Pois de acordo com Ronca(1989, p.99): ...“O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas infância. Narealidade, embora predominante neste período, não se restringe somente ao mundo infantil”... E nessa perspectiva o lúdico se torna muito importante na escola, porque pelo lúdico a criança faz ciência, pois trabalha com a imaginação e produz uma forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao combinar informações e percepções da realidade problematizada, tornando-se criadora e construtora de novos conhecimentos. De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil (1998, v1. p.27) “as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a autoestima das crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”. Assim sendo entendemos que o lúdico contribui para o desenvolvimento da autoestima o que favorece a autoafirmação e valorização pessoal. E ainda, as brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e deve ser objetos de crescimento, possibilitando à criança a exploração do mundo, descobrir-se, entender-se e posicionar-se em relação a si e a sociedade de forma lúdica e natural exercitando habilidades importantes na socialização e na conduta psicomotora. De acordo com os PCNs de Educação Física (vol. 7. 1997, p.36) “As situações lúdicas competitivas ou não, são contextos favoráveis de aprendizagem, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos, que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-la de forma satisfatória”. A partir dessas definições constatamos que o lúdico está relacionado a tudo o que possa nos dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a curiosidade, desafiando a criança a buscar solução para problemas com renovada motivação. Não esquecendo de que de acordo com NOVAES (1992 28): ...[“O ensino, absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança”]... (1992, p.28). Desse modo, brincando a criança vai construindo e compreendendo o mundo ao seu redor. Lembrando que as atividades lúdicas são de grande valia para o educador que souber se utilizar apropriadamente dessas atividades, sendo que o aluno será o maior beneficiado. O jogo é uma fonte de prazer e descoberta para a criança, o que poderá contribuir no processo ensino e aprendizagem; porém tal contribuição no desenvolvimento das atividades pedagógicas dependerá da concepção que se tem do jogo. Os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o processo de ensino e aprendizagem e no processo de socialização das crianças. O jogo normalmente é visto por seu caráter competitivo, ou seja, uma disputa onde existem ganhadores e perdedores; esta visão está vinculada à postura de muitos educadores, para estes o jogo é um ato diferente do brincar, não podemos considerar o jogo apenas como uma competição. A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades sociais e intelectuais. Um dos principais objetivos da escola é proporcionar a socialização, por esse motivo não devemos isolar as crianças em suas carteiras, devemos incentivar os trabalhos em grupos, a trocas de idéias, a cooperação que acontece por ocasião dos jogos. Dentro da realidade brasileira qualquer instituição que tenha como objetivo potencializar atividades lúdicas ou de aprendizagens terá por si mesma um grande significado social. Alertar aos educadores em relação à repressão corporal existente e à forma mecânica e descontextualizada como os conteúdos vêm sendo passados para as crianças. O que podemos perceber em algumas escolas, é que existe ainda uma aprendizagem apoiada em métodos mecânicos e abstratos, totalmente fora da realidade da criança. Predominado sempre durante as aulas a imobilidade, o silencio e a disciplina rígida. O professor comanda toda a ação do aluno, preocupando-se excessivamente em colocá-los enfileirados, imóveis em suas carteiras comandando os olhares das crianças para que ficassem com os olhos no quadro – negro. Nestas escolas, as atividades lúdicas são descartadas, ou sofrem distorções sobre a sua função. Os jogos são vistos apenas como disputa, competições, fruto da imaginação das crianças, deixando de lado o valor pedagógico, a sua importância para o desenvolvimento cognitivo. Entretanto para FRIEDMANN(1996: p75): ...“O jogo não é somente um divertimento ou uma recreação”... Atualmente o jogo não pode ser visto e nem confundido apenas como competição e nem considerado apenas imaginação, principalmente por pessoas que lidam com crianças da educação infantil. O jogo é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras, não é apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, proporcionam a relação entre parceiros e grupos. Através da interação a criança terá acesso à cultura, dos valores e aos conhecimentos criados pelo homem. Para que essa visão seja realmente difundida e aplicada há uma necessidade de reestruturação da formação e conduta profissional dos professores para que se aproveite a atividade lúdica como centro das idéias sobre o processo de socialização. Além das indagações sobre a conduta profissional dos professores, pergunta-se ainda se as escolas estão ou não preparadas para essa renovação de atitude do quadro docente, se essa renovação será bem vista e apoiada para que esta realmente obtenha sucesso. Quando o professor recorre aos jogos, ele está criando na sala de aula uma atmosfera de motivação que permite aos alunos participarem ativamente do processo ensino aprendizagem, assimilando experiências e informações, incorporando atitudes e valores. Para que a aprendizagem ocorra de forma natural é necessário respeitar e resgatar o movimento humano, respeitando a bagagem espontânea de conhecimento da criança. Seu mundo cultural, movimentos, atitudes lúdicas, criaturas e fantasias. Brincar e jogar são coisas simples na vida das crianças. Parecem simples, mas depois de observá-los, se verifica que a atividade lúdica está no centro de muitas idéias sobre o desenvolvimento psicológico, intelectual, emocional ou social do ser humano. O jogo, o brincar e o brinquedo desempenham um papel fundamentalmente na aprendizagem e no processo de socialização das crianças. Conseqüentemente, entendendo que o jogo deve fazer parte do processo de ensino este trabalho, portanto pretende mostrar que a educação lúdica facilita não só o processo de socialização, mas também no processo de aprendizagem. O ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, na verdade o jogo faz parte da essência de ser dos mamíferos. O ensino utilizando meios lúdicos cria ambiente gratificante e atraente servindo como estímulo para o desenvolvimento integral da criança. É de suma importância que nós, educadores, saibamos como usar os jogos para ajudar o aluno no desenvolvimento do raciocínio lógico, pois o lúdico pode estar presente na aprendizagem e no desenvolvimento, sem esquecer que a sua principal importância é conhecer sua aplicação na escola. Considera-se que por meio dos jogos lúdicos, dos brinquedos e das brincadeiras em sala de aula possamos desenvolver o hábito do pensar nos educandos sem desviá-los do mundo real e de seu cotidiano. Ariés Para uma utilização eficiente e completa de um jogo educativo é necessário realizar previamente uma avaliação, analisando tanto aspectos de qualidade de software, como aspectos pedagógicos e fundamentalmente a situação pré-jogo e pós-jogo que se deseja atingir. Acredita-se que esse tema tenha a importância não só para a prática diária do professor que se configura como um meio, mas maior conhecimento sobre a importância da utilização dos jogos lúdicos na construção e no desenvolvimento do raciocínio lógico dos meus alunos. 3.2. DE QUE FORMA O BRINCAR CONTRIBUI NA EDUCAÇÃO INFANTIL NA VISÃO DE ANTUNES Normalmente, brincar é um ato reconhecido comoespontâneo e natural, que se constitui, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianças e que passa de geração a geração, de acordo com os interesses e necessidades de cada grupo e época. Rosamilha (apud Oliveira, 1986: p. 19), por exemplo, apresentam sintetizadas em seis pontos, algumas das principais tendências sobre o que leva a criança a brincar: As crianças brincam porque tem excesso de energias, as crianças brincam porque esse é um instinto que as leva a prepararem-se para a vida futura, as crianças brincam porque a hereditariedade e o instinto as levam a recapitular as atividades ancestrais importantes para o indivíduo às crianças brincam para descarregar suas emoções de forma catártica as crianças brincam porque e agradável o jogo é importante pelo seu aspecto hedônico o brincar é um aspecto de todo comportamento. Ele está implícito na assimilação que o indivíduo realiza em relação a realidade Pelas definições acima expostas, podemos perceber que há grande dificuldade em se encontrar uma concordância sobre o que significa o comportamento de brincar. Se, por um lado, para alguns autores, o brincar é livre e se opõe a toda regra fixa, por outro, podemos questionar as idéias dos autores que veem o brincar como meio para descarga de energias, isto é, não lhe atribuindo importância. Parece, pois, que vários motivos levam a criança a brincar. Não é, portanto, somente por simples prazer ou para gastar suas energias que as crianças brincam. Existem amplos aspectos que devem ser considerados, não se devendo de forma alguma subestimar esta atividade, que é, sem dúvida, essencial para o desenvolvimento da criança em idade pré-escolar. De qualquer modo, é através do brincar que a criança aprende a se preparar para o futuro e para enfrentar direta ou simbolicamente dificuldades do presente. Brincar, além de ajudar a descarregar o excesso de energias, é agradável, dá prazer à criança e estimula o desenvolvimento intelectual da mesma. É o que nos afirma, por exemplo, Bettelheim (1988): as crianças brincam porque esta é uma atividade agradável e ao brincar a criança exercita também a mente, além do corpo, pois ambos estão envolvidos. O brincar é muito importante porque, além de estimular o desenvolvimento intelectual da criança, ensina, sem forçá-la, os hábitos necessários para seu crescimento. De seu lado, Bomtempo (1986) faz um levantamento de como as crianças brincam. Segundo ela, as crianças têm várias maneiras de brincar, tanto sozinhas, como em grupo. Quando a criança é muito pequena, por exemplo, seu mundo, de certo modo, é muito restrito; ela não tem condições de brincar com um número grande de pessoas; no máximo, com duas ou três crianças, ou sozinhas. Além disso, nem sempre ao dividir os brinquedos, as crianças, nessa idade, estão brincando juntas e, sim, muitas vezes, brincam uma ao lado da outra, porém, sem brincar uma com a outra. Ao falar de crianças maiores, a autora coloca que estas já conseguem se organizar em grupos mais amplos e, na maioria das vezes, dividem tarefas, desenvolvendo atividades iguais ou semelhantes. Bandet e Sarazanas (citados por Andrade, 1994) também mostram preocupação sobre a forma como as crianças brincam e colocam que todos os meios de educação deveriam informar-se sobre este aspecto e sobre os objetos que poderiam ajudar na atividade construtiva da brincadeira. Acrescentam ainda que não se possa conhecer nem educar uma criança sem saber por que e como ela brinca. Cunha (1998, pg. 9), por sua vez, coloca que “[...] brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades”. Acrescenta ainda que brincar é um dom natural que contribuirá no futuro para o equilíbrio do adulto, pois o ato de brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Já Wayskop (1995) afirma que a brincadeira precisa perder o caráter de jogo e, assim, ganhar confiança para poder mostrar que é útil ao futuro da criança, para poder ser aceita como atividade infantil. Também acrescenta que a atividade dobrincar tem sido reconhecida como uma forma mais livre e informal de educação de crianças em idade pré-escolar. Para Lima (1992), o brincar é a combinação da ficção com a realidade. Ao brincar, a crianças trabalham com informações, dados e percepções da realidade, mas na forma de ficção. Assim, vão crescendo e incorporando a representação que fazem da sua realidade, dos conhecimentos adquiridos e de seus desejos e sentimentos. Conclui-se, pois, que conhecer a criança, bem como a importância do brincar e do por que e para que a criança brinca é fundamental para ajudá-la em seu desenvolvimento, pois, é no brincar que a criança aprende modos de se comportar, de reagir, de expressar emoções, de se relacionar. Logo, brincando a criança está aprendendo a criticidade, preparando-se para o futuro. 3.3 OBJETIVOS NO DESENVOLVIMENTO DOS JOGOS LÚDICOS COM ALUNOS Para Vygotsky (1996, 86), a ludicidade nesta fase da criança, nos faz crer que: Difundir os conhecimentos existentes sobre ambientes e programas de tempo livre entre os profissionais de planejamento e políticos, tomar medidas para permitir que as crianças se movimentem em segurança na comunidade, favorecendo um melhor ordenamento do tráfego e uma melhoria dos transportes públicos, aumentar a consciência da grande vulnerabilidade das crianças que vivem em favelas, apartamentos e espaços deteriorados, encorajar cada vez maior número de pessoas de diversas formações e níveis etários a ocuparem-se das crianças, encorajar o uso e a conservação de jogos tradicionais, por termo à exploração das brincadeiras infantis através da manipulação da publicidade, acabar com a produção e a venda de brinquedos de guerra de jogos violentos de destruição proporcionar a todas as crianças bons materiais lúdicos, sobretudo para as que têm necessidades especiais, através da pesquisa e cooperação com serviços da comunidade como grupos de animação para crianças em idade pré-escolar, bibliotecas e veículos de animação itinerantes de brinquedos. Se o objetivo é formar professores que vão educar crianças de 0 a 6 anos, em escolas temos que questionar como crianças dessas faixas etárias aprendem se desenvolve e se socializam. São pelo contato com brinquedos e materiais concretos ou pedagógicos que se estimulam às primeiras conversas, as trocas de idéias, os contatos com parceiros, o imaginário infantil, a exploração e a descoberta de relações. Portanto, estudar o brinquedo e o material pedagógico é essencial para a formação docente. Partindo do pressuposto de que é brincando que a criança ordena o mundo a sua volta, assimilando experiências e informações, interessei-me pelas atividades lúdicas e seus valores, também sua aplicação na área educacional. Portanto, acredita-se que é através do uso dos jogos que poderemos introduzir os educandos e estimular e seu desenvolvimento lógico, definido, fazendo relações, concluindo e concretizando de forma agradável e interessante. Para Vygotsky (1994, p.56) “[...] o jogo traz oportunidade para o preenchimento de necessidades irrealizáveis e também a possibilidade para exercitar-se no domínio do simbolismo”. A razão fundamental prende-se com a atualidade da teoria do desenvolvimento cognitivo de Vygotsky (1994, p.58), autor que tem sido bastante referido nos cursos e disciplinas de Educação, focando-se, no entanto, essencialmente os aspectos da sua teoria que se centram no desenvolvimento e na aprendizagem da criança em idade escolar. Para compreender a importância que Vygotsky atribui ao jogo em relação à criança precisamos esclarecer idéias a propósito da sua teoria de que o desenvolvimento cognitivo resulta na interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contatos regulares. Diz ele que “a adaptação da criança é bastante mais ativa e menos determinista” (SUTHERLAND apud Vygotsky, 1996, pg. 42), ou seja, Vygotsky deu maior ênfase à cultura do que à herança biológica para o desenvolvimento cognitivo.Para Sutherland(, 1996, p. 78) : “No processo de socialização para a respectiva cultura, as crianças aprendem coisas que constituem as características comuns da sua cultura, por exemplo: mitos, contos de fadas, canções e historia. As ferramentas integram uma arte extremamente importante de uma cultura, a criança precisa de ir conhecendo as ferramentas fundamentais para a nossa cultura”. O conceito central da teoria de Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal, e o autor define como a discrepância entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio. Partindo deste pressuposto considera-se que todas as crianças podem fazer mais do que o conseguiriam fazer por si sós. Onde Vygotsky, 1979, p. 138: No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidência as qualidades especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação. Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam o conceito de Zona do Desenvolvimento Proximal fazem referência à criança em idade escolar, no entanto isto não significa que o autor considere que este conceito seja apenas aplicável em idade escolar e em consequência do papel exercido pelas aprendizagens formais. O autor realça igualmente o papel do jogo da criança na medida em que este possibilita a criação de uma Zona de Desenvolvimento Proximal. Baquero sintetiza em três pontos fundamentais o que há de comum entre a atividade de jogo e as situações escolares de aprendizagem: a presença de uma situação ou cenário imaginário; a presença de regras de comportamento; a definição social da situação. Porém, o autor esclarece que Vygotsky (1979) distingue no jogo a sua amplitude. “Ainda que se possa comparar a relação brincadeira-desenvolvimento à relação instrução-desenvolvimento, a brincadeira proporciona um campo muito mais amplo para as mudanças quanto a necessidade e consciência”. Não é o caráter espontâneo do jogo que o torna uma atividade de vanguarda no desenvolvimento da criança, mas sim o duplo jogo que existe entre exercitar no plano imaginativo capacidades de planejar, imaginar situações, representar papéis e situações quotidianas; e o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos, e a regra inerente á situação.A ludicidade faz a criança criar uma situação ilusória e imaginária, como forma de satisfazer seus desejos não realizáveis. A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo dos adultos e não apenas ao universo dos objetos a que ela tem acesso. No brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Onde Vygotsky cita (1991, p.74): Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento. Em síntese, a regra e a situação imaginária caracterizam o conceito de jogo infantil em (Vygotsky, 1991, p.36): “Tal como a situação imaginária tem de ter regras de comportamento também todo o jogo com regras contém uma situação imaginária”. Como afirma Palangana (1994), as concepções de Vigotsky e Piaget quanto ao papel do jogo no desenvolvimento cognitivo diferem radicalmente. Para Piaget (1975) no jogo prepondera a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade às estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinante nas modificações das estruturas. Para Vygotsky o jogo proporciona alteração das estruturas. Por último importa referir que existe outra idéia fundamental em Vygotsky (1979) relativamente ao jogo que se relaciona com o papel que o autor atribui à imaginação, um dos pontos em que, em nossa opinião, a discrepância entre o autor e Piaget mais se acentua. Haverá dois tipos fundamentais de conduta humana que constituem a plasticidade do nosso cérebro: atividade reprodutora, em estreita relação com a memória; atividade criadora e combinatória, em estreita relação com a imaginação. Ora, a relação entre o jogo e o desenvolvimento cognitivo na criança deve também procurar se na relação entre o jogo e a atividade combinatória do cérebro, a essência da criatividade. Segundo Vygotsky (1979), uma das questões mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito à criatividade das crianças, o seu desenvolvimento e a importância do trabalho criador para a evolução e maturação da criança. Como este afirma, os processos de criação são observáveis, sobretudo nos jogos da criança, porque no jogo a criança representa e produz muito mais do que aquilo que viu(Vygotsky, 1979, p. 12). Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a imitação, com muita frequência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança. Esta idéia de transformação criadora é completamente diferente da idéia de Piaget de assimilação do real ao eu. Tanto em Vygotsky como em Piaget se fala numa transformação do real por exigência das necessidades da criança, mas enquanto que em Piaget (1975) a imaginação da criança não é mais do que atividade deformante da realidade, em Vygotsky a criança cria (desenvolve o comportamento combinatório) a partir do que conhece das oportunidades do meio e em função das suas necessidades e preferências. Na concepção de Vygotsky (1979), o que a criança vê e escuta (impressões percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criação, ela acumula material com o qual depois estrutura a sua fantasia que progride num complexo processo de transformação em que jogam a dissociação e a associação como principais componentes do processo. Toda a impressão representa um todo complexo composto por um conjunto de partes diferentes e a dissociação consiste na divisão dessas partes, das quais se destacam apenas algumas através de um processo de comparação entre elas. Para unir posteriormente os diferentes elementos o homem tem de romper com a relação natural em que os elementos foram percebidos. Para Vygotsky (1979) a imaginação depende da experiência, das necessidades e dos interesses, assim como da capacidade combinatória e do exercício contido nessa atividade e não podemos reduzir a imaginação às necessidades e sentimentos do homem. 3.4. COMO A CRIANÇA APRENDE BRINCANDO NA VISÃO DE PIAGET Segundo Piaget, o desenvolvimento do indivíduo se faz ao longo de um processo gradual, dinâmico e contínuo, de forma integrada com os aspectos cognitivos, afetivos, físicos-motores, morais, linguísticos e sociais. Para este autor, o que possibilita o desenvolvimento é a interação do sujeito com o seu meio, ou seja, é na interação sujeito-objeto (meio) que vão sendo assimiladas determinadas informações, segundo o estágio de desenvolvimento cognitivo em que este sujeito se encontra. Face a este postulado, o desenvolvimento é, pois, consequente de combinações entre o que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio. Em sua constituição, vários fatores interatuam e se entrelaçam de forma dinâmica e contínua: a maturação, que seria o crescimento biológico dos órgãos; os exercícios, experiências que supõem o funcionamento dos esquemas e órgãos que implicam a formação de hábitose a utilização das possibilidades adaptativas do indivíduo em relação dos objetos do meio; a aprendizagem social, que significa a aquisição de valores, linguagens, costumes e padrões culturais, que decorrem da interação social, já que é através desta que se realiza a transmissão social; e a equilibração, que se constitui no processo de auto regulação interna do organismo, ou seja, na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio. Em relação a cada um destes fatores, de acordo com Wadsworth(1992, pg. 104), pode-se dizer o seguinte: A maturação é um aspecto intrínseco ao indivíduo e desempenha papel importante também em seu desenvolvimento cognitivo, uma vez que este se constitui a partir das transformações ocorridas nos esquemas com os quais a criança nasce. Tais esquemas são estruturas, inicialmente de natureza reflexa, que se adaptam e se modificam com o desenvolvimento mental. Ao nascer, a criança possui poucos esquemas. Com “o seu desenvolvimento, os esquemas se transformam, tornam-se mais diferenciados, mais numerosos”. O meio físico é conhecido e conquistado através das experiências que a criança realiza, as quais podem ser de ordem física e lógico-matemática. Através da experiência física, a criança é capaz de extrair informações dos objetos, como: forma, peso, tamanho, etc.. Já a experiência lógico-matemática está relacionada às ações sobre os objetos. A criança baseia-se não mais nas características físicas dos objetos, mas nas propriedades das ações que foram exercidas sobre eles. Como exemplo, poderíamos citar uma criança que ao brincar com blocos, de repente, resolve separar os blocos pequenos dos grandes para brincar. Mas, ao terminar de selecioná-los, conta-os e descobre a quantia dos mesmos. E, assim, brincando, faz outras descobertas, ultrapassando o conhecimento do objeto utilizado e estabelecendo descobertas em torno do mesmo. Em relação ao ambiente social, a criança irá perceber inúmeras situações ocorridas em relação às pessoas, objetos e a si própria. Nessas situações, ocorrem interferências da criança, que poderão resultar em diferentes tipos de interação. Contudo, tanto as influências sociais, quanto a experiência, só podem ter efeito sobre o sujeito se ele for capaz de assimilá-las, isto é, se o indivíduo for capaz de relacionar essas novas experiências com as adquiridas anteriormente. Por fim, a equilibração é entendida no sentido mais amplo da auto regulação ou sequência de compensações ativas do sujeito em resposta às perturbações exteriores. O fator de equilibração é extremamente importante no processo de desenvolvimento. Quando o indivíduo está em equilíbrio, ele atinge o conhecimento. O equilíbrio é, portanto, um estado de balanço entre assimilação e acomodação. Estes dois processos, a assimilação e a acomodação, são os responsáveis pela adaptação do sujeito ao mundo. São processos distintos, porém, indissociáveis. Vejamos em que eles consistem. Na assimilação, o sujeito age sobre os objetos que o rodeiam, aplicando esquemas já constituídos ou solicitados anteriormente. Ou seja, a assimilação é a tendência a relacionar um novo acontecimento com uma idéia que a criança já possui. Ela acontece sem interferir no conhecimento, não havendo, portanto, modificação do mesmo. Já a acomodação representa o momento da ação do objeto sobre o sujeito. Ao contrário da assimilação, a acomodação exige mudanças no nível das idéias. A criança muda suas idéias próprias para que possam coincidir com um novo acontecimento. A assimilação/acomodação apresenta-se como suporte para o restabelecimento do equilíbrio. Não como volta ao equilíbrio anterior, mas como um novo equilíbrio, sendo esse de nível superior e que se constituirá em um novo ponto de partida para novos conhecimentos. Segundo Piaget (1982), a inteligência é, pois, o resultado da experiência do indivíduo, e é através da experiência (como ação e movimento) que o indivíduo incorpora o mundo exterior e o vai transformando ao longo de sua vida. Para que haja, portanto, o desenvolvimento da inteligência, Piaget admite a necessidade de o indivíduo se adaptar ao meio e, a partir do contato com o mesmo, garantir a construção do seu próprio pensamento, do ato de conhecer. Conhecer significa, portanto, para este autor, organizar, estruturar, explicar o real a partir das experiências vividas. E modificar, transformar o objeto, é compreender o mecanismo de sua transformação e, conseqüentemente, o caminho pelo qual o objeto é construído. 3.5 O Ato Pedagógico Político e o Novo Modo de Educar na Perspectiva de Alguns Teóricos Apegar-se no que já deu certo, por vezes traz em si certo conforto que faz com que toda tentativa de mudança seja vista com temeridade. Na atualidade a sociedade encontra-se em meio a profundas transformações. Em vista das tecnologias, da rapidez de acesso às informações, dentre outros fatores, a superação das idéias hoje concebidas como apropriadas, amanhã são questionadas. Essas questões trazem consigo certo desconforto e uma necessidade de rever sempre os conceitos. Entretanto, encontra-se nos dizeres de vários teóricos da educação, entre eles Sacristán (1998, pp. 11-12), a dificuldade e a grande resistência do sistema educacional acompanhar tais mudanças: Nesta época temos que pensar e decidir o percurso pelo qual queremos que transmita a realidade social e a educação dentro de coordenadas inseguras [...]. A crise dos sistemas educativos tem a ver com a perda da consciência em seu sentido [...]. Tomar opções não é fácil neste final de milênio em que vemos tombadas tantas referências e seguranças. A educação tem funções a cumprir; entretanto, estão ficando desestabilizadas pelas mudanças políticas, sociais e culturais que estão acontecendo [...]. Assistimos a uma crise importante nos discursos que têm guiado a escolarização nesta segunda metade do século xx. As práticas, entretanto, parecem seguir velhas seguranças, como se nada estivesse acontecendo [...]. Sacristán toca em questões que fazem pensar sobre as mudanças educacionais que documentos formulados nos meados do século passado, como o Relatório Delors1 e os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), permeiam a esfera educacional. Entretanto, apesar de serem muito bem formulados e apontarem um norte à educação, são, por vezes, acomodados numa prateleira qualquer das escolas e por ali ficam, não acontecendo, então, a transposição teórico-prática. Mais importante que criticar educadores e educadoras sobre a resistência a mudanças estruturais que delegam a essa categoria, e não querendo aqui cair em generalidades, seria refletir sobre o porquê de tal resistência. A quem interessa essa imagem de resistência criada em torno dos educadores? Quais são as possibilidades reais de se efetuar tais mudanças? Se, teoricamente, foram pensadas (as mudanças) com maestria, será que apontam como transpor para a prática? Que estrutura oferecem as políticas educacionais para que essas mudanças aconteçam na prática? Como foram pensadas e por quem? Atendem a especificidade da educação brasileira, ou, mais uma vez, trata-se de modelos copiados? Como foram apresentadas aos professores e professoras? Será que, ao mudar as regras do jogo enquanto esse acontecia, os jogadores foram consultados? Essas e outras muitas questões poderiam ser formuladas a respeito da formulação desses documentos que atualmente regem a educação brasileira. Levantar esses e outros questionamentos se faz necessário para professores e professoras; porém, o que não se pode negar é a urgência de provocar mudanças nas esferas educacionais. Entender que, por vezes, as mudanças educacionais são propostas por tecnoburocratas e por alguns educadores que atingiram certo nível de ilustração, não significa ficar alheio à realidade e a observar que a sociedade mudou, que as crianças estão envoltas hoje em um mundo «polifônico e policrômico [...] cheio de cores, imagens e sons. Muito distante do espaço quase que exclusivamente monótono monofônico e monocromáticoque a escola costuma oferecer (Kenski, 1996, p.133). Sendo assim, precisa-se refletir sobre a urgência de criar-se nas escolas um ambiente que dê conta dessas transformações sociais, pois é nessa sociedade que alunos e alunas vão interagir, e, quem sabe, como idealizava Paulo Freire, provocar transformações que levem a um bem viver coletivo. A respeito dessa transformação que urge, Gadotti (1998, p. 81) nos diz: O homem faz a sua história intervinda em dois níveis: sobre a natureza e sobre a sociedade. O homem intervém na natureza e sobre a sociedade, descobrindo e utilizando suas leis, para dominá-la e colocá-la a seu serviço, desejando viver bem com ela. Dessa forma ele transforma o meio natural em meio cultural, isto é, útil ao seu bem-estar. Da mesma forma ele intervém sobre a sociedade de homens, na direção de um horizonte mais humano. Nesse processo ele humaniza a natureza e humaniza a vida dos homens em sociedade. O ato Pedagógico insere-se nessa segunda tipologia. É uma ação do homem sobre o homem, para juntos construírem uma sociedade com melhores chances de todos os homens serem mais felizes (grifos nossos). Entender essa complexidade da ação educativa faz-se necessário para que se saia de posturas extremistas, ora endeusando ora demonizando quaisquer que sejam as mudanças no setor educativo. Endeusando, porque se nota nos dizeres de alguns educadores total apego a tudo que de novo apareça, caindo em verdadeiros modismos educacionais que apontam receitas sem nenhuma profundidade teórica. Demonizando, porque também se nota, nos dizeres de outros, total desapego ao que de novo apareça, ou seja, fortemente ligados à tradição, ao que deu certo, portanto, não deve ser mudado. Posturas extremistas assim não contribuem para a necessidade de promover transformações na esfera educacional. Talvez o que falte à educação, ou melhor, no entendimento das pessoas que lidam com a educação, mais especificamente àqueles que propõem mudanças em nível documental, que formulam os dizeres que permeiam as políticas educacionais, que precisam e necessitam ser implementadas, porque muito bem formuladas, seja a consciência de que «a mudança se opera por ato e decisão dos homens juntos (fatores subjetivos) e levando em conta as condições concretas que possibilitam a mudança (fatores objetivos) (GADOTTI, 1998, p. 82). Gadotti (1998, p. 83), assim como Paulo Freire, acreditam numa pedagogia transformadora que seja capaz de mudar comportamentos. Entendem que existem quatro categorias, entre outras, que posam contribuir para que a educação promova transformações substanciais: contradição, divergência, desobediência e desrespeito. É a partir da contradição que homens e mulheres se percebem enquanto seres inacabados, com um conhecimento ínfimo da realidade que os cercam e em constante transitoriedade, o que leva a certo desequilíbrio. Em relação a esse, Gadotti (1998, p. 83) diz que: O que mantém o homem em pé é o equilíbrio de forças opostas. Esse equilíbrio é estático quando um pé age sobre o outro, mas o homem só avança quando toma o risco de desequilibrar-se, impulsionando um pé para frente, rompendo o equilíbrio. Romper o equilíbrio é um ato pedagógico transformador: significa impulsionar o homem para frente. A divergência, enquanto ato pedagógico, por sua vez contribui para que educadores e educadoras entendam que vivem em uma sociedade plural e multifacetada; sendo assim, necessitam expor a seus alunos as várias possibilidades de encarar um mesmo conflito, abrindo um leque de atitudes possíveis na resolução desses conflitos. A desobediência, como a contradição e a divergência, também é vista por Gadotti como um ato pedagógico transformador, pois é por meio dela que acontece o progresso humano. Ao ser capaz de dizer não às imposições do sistema, educandos e educandas reafirmam o seu eu. Essa desobediência pode ser individual ou coletiva, sendo a segunda entendida como desobediência civil. Professores e professoras precisam instrumentalizar seus alunos e alunas para que entendam que podem provocar mudanças substanciais a partir do momento que forem desobedientes no sentido de não aceitar as mazelas do sistema, desenvolvendo uma consciência crítica. A última categoria apontada por Gadotti (1998, p. 84) refere-se ao desrespeito, “Para ele esse desrespeito aconteceria muito mais no campo das idéias que no pessoal, ou melhor” educadores e educadoras precisam entender que podem e devem ir contra a submissão pretendida pelo sistema para provocar mudanças estruturais, se submeterem ao sistema, aos preconceitos imbricados nele perpetuarão a status quo, e sua ação tornar-se-ia conservadora, já que incitaria o outro a permanecer na sua posição, na segurança que lhe dá o sagrado ou o consagrado em sua vida. Nessa perspectiva, assim como Paulo Freire, Gadotti (1998, p. 85) defende que a educação não pode negar a sociedade que está inserida e a luta de classes que há nessa sociedade, pois o “avanço das lutas sociais modifica a fisionomia das lutas pedagógicas”. Sendo assim, Gadotti defende que a educação pode promover nos estudantes uma consciência social e política, porém não política partidária, visando à melhoria da qualidade de ensino, à melhoria das relações interpessoais que se travam na escola, à melhoria da organização do trabalho que se desenvolve na escola, dentre outros fatores que só um estudante politizado pode reivindicar. Para Gadotti (1998, p. 85): Estudante politizado é aquele que atua politicamente dentro e fora da escola. É um estudante que tem motivação pela qualidade, pela relevância social e teórica do que é ensinado. Passa a exigir do professor, tem interesse pelas relações humanas estabelecidas no interior da escola, discute a gestão da escola, o currículo, enfim, o projeto político-pedagógico da escola. No entanto, pergunta-se: até que ponto esse espaço político almejado por Gadotti e Paulo Freire é oferecido aos alunos e alunas? Tem interessado a professores e professoras, mesmo aqueles que trabalham com os pequenos, desenvolver essa consciência crítica? O que se espera de um sistema escolar que classifica, separando os capazes dos incapazes, que não dá espaço ao mínimo questionamento de alunos e alunas que ali estão sem encará-lo como ato de subversão? Será que o profissional da educação em seu que fazer reflete sobre tais questões, se educa para transformar ou para manter o status quo? Ou ainda, será que, ao entrar em contato com os ideais freireanos de educação para transformação social, consideram-no utopia? A respeito da utopia, Pierre Furter (1976, pp. 44-45) já dizia: Sem a utopia, não existiriam perspectivas, nem horizonte profundo; sem a ação, a utopia se desfaria em abstração e em sonho delirante. Portanto, a utopia deve tornar-se concreta. [...]. As raízes da utopia consistem no fato de que o homem ainda não é um ser satisfeito, porque ainda não é perfeito, porque o mundo ainda não é acabado. Sendo assim, antes de se depositar na utopia a imobilidade educacional, deve-se entender que a utopia é precisa porque reafirma a necessidade de transformação, que pode acontecer de forma lenta, mas que permeia o que fazer de professores e professoras, a partir do momento em que a criança ingressa na escola, desde a educação infantil até os níveis superiores, pois não se pode esperar que o estudante que, desde pequeno é levado à submissão, cresça e se torne uma pessoa preparada para promover mudanças substanciais à humanidade. Se algum profissional da educação ainda tem dúvida da necessidade de promover mudanças sociais é só olhar em torno de si mesmo e observar as mazelas que a sociedade atual vem criando: a fome, a miséria, as injustiças sociais, o desrespeito aos mais básicos direitos humanos. Gadotti (1998, p. 87) mostra que: Educar nessa sociedade é tarefa de partido, isto é, não educa para a mudança àquele que ignora o momento em que vive, aquele que pensa estar alheio ao conflito que o cerca. É tarefa de partido porquenão é possível ao educador permanecer neutro. Ou educa a favor dos privilégios ou contra eles, ou a favor das classes dominadas ou contra elas. Aquele que se diz neutro estará apenas servindo aos interesses do mais forte. No centro, portanto, da questão pedagógica situa-se a questão do poder. Frente a essa imobilidade pedagógica que assola os meios educacionais, seja por insegurança, por apego ao que deu certo, ou por falta de vontade política, a escola vive às voltas de duras críticas2. A revista Veja 3 publicou um artigo escrito pelo colunista Diogo Mainardi com o título “Escola é perda de tempo”, cujo conteúdo questiona a falta de eficiência da escola em fornecer aos alunos requisitos básicos como ler e efetuar as quatro operações. A leitura do artigo mexe com a autoestima de professores, que se defendem colocando a culpa da falta de qualidade do ensino nas leis atuais e na ausência de reprovação. Questiona-se então, antes das leis mudarem, o que acontecia com essas pessoas que não conseguiam alcançar os requisitos básicos para avançar as séries do sistema? Quantas pessoas ficaram à margem da escola por desistirem frente a tantos obstáculos? Como incluir a todos se baixar a qualidade de ensino? Ou será que a escola é para poucos iluminados? Volta aqui, a questão da necessidade de politização, tanto de professores como de estudantes, para que, compreendendo esse sistema, compreendendo como acontece a elaboração das leis, possam atuar sobre elas. No entanto, Gadotti (1998, p. 89) entende que: Como pode o educador assumir um papel dirigente na sociedade se na sua formação o todo social resume-se a uns poucos conhecimentos de métodos e técnicas pedagógicas ou a uma história da educação que se perdeu no passado e nunca chega aos nossos dias? Como pode uma nação esperar que as novas gerações sejam educadas para o progresso, o desenvolvimento econômico e social, para a construção do bem-estar para todos, sem uma sólida formação política? Apesar de o ato político estar tão presente na fala de Gadotti, assim como na de Paulo Freire, ambos não reduz o ato pedagógico ao político, mas concordam que, apesar da política não dar conta de toda a complexidade pedagógica, ela não deve ser ignorada na esfera educacional. Concluindo, comunga-se com as palavras de Gadotti (1998, p. 90) que alia ao papel social de professores e professoras esperança em um futuro melhor para a educação brasileira: Ao novo educador compete refazer a educação, reinventá-la, criar as condições objetivas para que uma educação realmente democrática seja possível, criar uma alternativa pedagógica que favoreça o aparecimento de um novo tipo de pessoas, solidárias, preocupadas em superar o individualismo criado pela exploração do trabalho. Esse novo projeto, essa nova alternativa, não poderá ser elaborado nos gabinetes dos tecnoburocratas da educação. Não virá em forma de lei nem reforma. Se ela for possível amanhã é somente porque, hoje, ela está sendo pensados pelos educadores que se reeducam juntos. Essa reeducação dos educadores já começou. Ela é possível e necessária. Espera-se que os profissionais da educação acreditem nessa força que Gadotti lhes deposita, e desejem realmente participar da construção de uma nova educação para um novo mundo. O jogo permite uma assimilação e apropriação da realidade humana pelas crianças já que este não surge de uma fantasia artística, arbitrariamente construída no mundo imaginário da brincadeira infantil; a própria fantasia da criança é engendrada pelo jogo, surgindo precisamente neste caminho pelo qual a criança penetra na realidade. Por último, é preciso sublinhar que, no jogo, relações reais de interação entre as crianças ocorrem com a mesma intensidade que as lúdicas. Ao mesmo tempo em que os meninos desempenham papéis de trabalhadores e fazem a "avalanche" ter existência real, discutem entre si como o conteúdo do jogo deve ser elaborado. Assim, a brincadeira aparece como fator de organização entre as crianças que compreendem, durante a atividade, necessidades de uma escuta complementar e de ações complementares que condicionam, o próprio desenrolar do tema. Claro está em que, se as crianças brincam de maneira independente em casa, com os amigos ou parentes, a prática e a história nos têm revelado que elas também brincam, e muito, na escola. O fato é que, nem sempre, suas brincadeiras são levadas em conta pelo currículo pré-escolar e quando o são aparecem apenas como recreação ou possibilidade de desgaste de energia para que, em sala, as crianças possam concentrar-se em atividades didáticas dirigidas. A questão que se coloca, nesse artigo, é como levar em conta o jogo infantil ao serem elaborados planos pedagógicos pré-escolares, considerando-se o exposto até agora. Ou seja, como transformar o jogo infantil em recurso pedagógico pré-escolar de construção de conhecimento pelas crianças e como instrumento de organização autônoma e independente das mesmas. Para garantir o aparecimento do jogo independente, faz-se necessário na visão de Vygotsky: Que a rotina escolar contemple períodos razoavelmente longos entre as atividades dirigidas, para que as crianças sintam-se à vontade para brincar; Que existam materiais variados, organizados de maneira clara e acessível às crianças, de tal forma que possam deflagrar e facilitar o aparecimento das brincadeiras entre elas. O acesso e a organização dos materiais devem levar em conta a idade das crianças, sendo seu uso coordenado pelo adulto responsável pelo grupo. (...) Que a sala onde as crianças passam a maior parte de seu tempo tenha uma configuração visual e espacial propícia ao desenvolvimento da imaginação. (...) Que haja um período em que as crianças e o adulto responsável pelo grupo possam conversar sobre a brincadeira que vivenciaram, sobre as questões que se colocaram o material que utilizaram os personagens que assumiram as crianças com as quais interagiram; Que o jogo seja incorporado no currículo como um todo, e as questões colocadas no seu desenrolar possam fazer parte de pesquisas desenvolvidas em atividades dirigidas pelas crianças; ampliadas através de passeios, observação da natureza, projeção de vídeos, escuta de rádio, música, leituras etc.; Que o adulto seja elemento integrante das brincadeiras, ora como observador e organizador, ora como personagem que explicita ou questiona e enriquece o desenrolar da trama, ora como elo entre as crianças e os objetos. (...)” Assim, ao professor, cabe-lhe a ênfase às metodologias que se alicerçam no “brincar”, no facilitar as coisas do aprender através do jogo, da brincadeira, do brinquedo, do faz-de-conta. A arte do ensinar-aprender (Rojos, 1998), permite que o outro construa por meio da alegria e do prazer de querer fazer. O ato de criar permite uma pedagogia do afeto na escola, através do ato de amor, de afetividade, cujo território e o dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. O desenvolvimento das atividades, fazendo o uso do lúdico, facilita a aprendizagem do educando e norteia professores aos objetivos desejados como requisito a ser trabalho. Segundo Snydeis (1988), o despertar para o valor dos conteúdos das temáticas trabalhadas e que fazem com que o sujeito-aprendiz tenha prazer em aprender. 4 – A PRESENÇA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO CONTRIBUIÇÃO DA FORMAÇÃO DO SER CRIANÇA A Educação Infantil que é a primeira etapa da aprendizagem de qualquer ser humano, é constituída levando-se em consideração as diversas fases do desenvolvimento: os conhecimentos prévios adquiridos em seu ambiente sociocultural, seus costumes e valores, suas hipóteses e curiosidades, questionamentos e forma de entender e explicar as coisas. O processo de desenvolvimento humano está atrelado à aprendizagem e acontece em diversas instituições, não somente na escola. Dessa forma, a escola deverá constituir-se para
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