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0811 Zoologia de Invertebrados

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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA 
DE SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
 
Zoologia de 
Invertebrados 
1º SEMESTRE 
 
 CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA 
DE SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
Créditos e Copyright 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui 
publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários. 
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso 
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qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos. 
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É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SANT’ANNA, Bruno Sampaio 
 Zoologia dos Invertebrados. Bruno 
Sampaio Sant’anna: Núcleo de Educação a 
Distância da UNIMES, 2016. (Material didático. 
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas). 
 Modo de acesso: www.unimes.br 
 1. Ensino a distância. 2. Ciências 
Biológicas. 3. Zoologia I. Zoologia dos 
Invertebrados 
 
 CDD 591 
 
 
 CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA 
DE SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS 
PLANO DE ENSINO 
 
 
CURSO: Licenciatura em Ciências Biológicas 
COMPONENTE CURRICULAR: Zoologia dos Invertebrados 
SEMESTRE: 1º 
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas 
 
EMENTA: Morfologia, distribuição, sistemática e modos de vida dos principais 
animais invertebrados pertencentes aos grupos: Protozoários, Poríferos, Cnidários, 
Ctenóforos, Platelmintos, Nemertínos, Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos, 
Arthropoda, Lofoforados, Echinodermata, Chaetognatha e Hemichordata. Apresentar 
a classificação do Reino Animal e a evolução dos grupos. 
OBJETIVO GERAL: Conhecer os conceitos básicos de Zoologia, com ênfase 
aqueles relativos aos invertebrados. Adquirir conhecimento sobre a diversidade e 
sistemática zoológica. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 
Unidade I – Introdução aos Protozoários e Filo Porífera 
Objetivo da Unidade: Conceituar a história dos invertebrados, introduzindo os 
estudos dos diversos filos iniciando com os protozoários. Definir as principais 
características dos Protozoários e suas relações com o ser humano e com o meio 
ambiente. Definir as características diagnósticas dos poríferos e suas relações com 
o ser humano e com o meio ambiente. Estudar a morfologia, ciclo de vida, habitat e 
a taxonomia dos grupos desta unidade. 
 
Unidade II – Cnidários, Plathyelminthes e Nemertea 
 
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Núcleo de Educação a Distância 
Objetivo da Unidade: Definir as características diagnósticas dos cnidários, 
platelmintos e nemertinos e suas relações com o ser humano e com o meio 
ambiente. Estudar a morfologia, ciclo de vida, habitat e a taxonomia dos grupos 
desta unidade. 
 
Unidade III– Vermes pseudocelomados e Anelídeos 
Objetivo da Unidade: Definir as características diagnósticas dos animais 
pseudocelomados e dos anelídeos e suas relações com o ser humano e com o meio 
ambiente. Estudar a morfologia, ciclo de vida, habitat e a taxonomia dos grupos 
desta unidade. 
 
Unidade IV – Artrópodes 
Objetivo da Unidade: Definir as características diagnósticas dos artrópodes e suas 
relações com o ser humano e com o meio ambiente. Estudar a morfologia, ciclo de 
vida, habitat e a taxonomia dos artrópodes. 
 
Unidade V – Moluscos e Equinodermos 
Objetivo da Unidade: Definir as características diagnósticas dos moluscos e 
equinodermos e suas relações com o ser humano e com o meio ambiente. Estudar a 
morfologia, ciclo de vida, habitat e a taxonomia dos grupos desta unidade. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
Unidade I – Introdução aos Protozoários e Filo Porífera 
Aula 01 - História da Evolução dos Invertebrados 
Aula 02 - Introdução aos Protozoários 
Aula 03 - Protozoários I - Filo Sarcomastigophora (Subfilo Sarcodina) 
Aula 04 - Protozoários II - Filo Sporozoa 
Aula 05 - Protozoários III - Filo Ciliophora 
Aula 06 - Filo Porífera 
 
Unidade II – Cnidários, Plathyelminthes e Nemertea 
Aula 07 - Introdução ao Filo Cnidária 
 
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Aula 08 - Classes do Filo Cnidaria 
Aula 09 - Filo Platyhelminthes 
Aula 10 - Filo Plathyhelminthes – Classes Turbellaria, Monogenea e Cestoidea 
Aula 11 - Filo Platyhelminthes – Classe Trematoda 
Aula 12 - Filo Nemertinos 
 
Unidade III– Vermes pseudocelomados e Anelídeos 
Aula 13 - Vermes Pseudocelomados I - Filo Rotifera, Filo Gastrotricha 
Aula 14 - Vermes Pseudocelomados II - Filo Nematomorpha, Filo Acanthocephala, 
Filo Kinorhyncha 
Aula 15 - Vermes Pseudocelomados III – Filo Loricifera, Filo Priapulida e Filo 
Entoprocta 
Aula 16 - Filo Nematoda 
Aula 17 - Filo Annelida 
Aula 18 - Filo Annelida II - Classes do Filo Annelida 
 
Unidade IV – Artrópodes 
Aula 19 - Filo Arthropoda I - Evolução do Filo Arthropoda 
Aula 20 - Filo Arthropoda II - Introdução ao Filo Arthropoda 
Aula 21 - Filo Arthropoda III - Subfilo Crustacea 
Aula 22 - Filo Arthropoda IV - Classes do Subfilo Crustacea 
Aula 23 - Filo Arthropoda V - Classes do Subfilo Crustacea 
Aula 24 - Filo Arthropoda VI - Subfilo Hexapoda (Insetos) 
Aula 25 - Filo Arthropoda VI - Subfilo Hexapoda (Insetos) 
Aula 26 - Filo Arthropoda VIII - Subfilo Cheliceriformes 
Aula 27 - Filo Arthropoda IX - Subfilo Myriapoda 
 
Unidade V – Moluscos e Equinodermos 
Aula 28 - Filo Mollusca I - Introdução aos Mollusca 
Aula 29 - Filo Mollusca - Classes do Filo Mollusca 
Aula 30 - Filo Echinodermata – Introdução 
Aula 31 - Filo Echinodermata II – Classes 
 
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Aula 32 - Filo Echinodermata III – Classes 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
BARNES, R.S.K.; CALOW, P.; OLIVE, P.J.W. Os Invertebrados: uma nova 
síntese. São Paulo: Editora Ateneu. 1995. 
 
BRUSCA, R.C.; BRUSCA, G.J. Invertebrados. Rio de Janeiro: Editora Guanabara 
Koogan. 2. ed. 2007. 
 
RUPPERT, E.E.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados. 7. ed. São Paulo: 
Editora Roca. 2005. 
 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
DALY, H.V.; DOYEN, J.T.; PURCELL III, A.H. Introduction to Insect Biology and 
Diversity. Oxford Univ. Press. 1998. 
 
KÜKENTHAL, W.; MATTHES, E.; RENNER, M. Guia de Trabalhos Práticos de 
Zoologia. Livraria Almedina, Coimbra. 1986. 
 
MARCONDES, C.B. Entomologia Médica e Veterinária. 2. ed. São Paulo: 
Atheneu. 2011. 
 
MARGULIS, L.; SCHWARTZ, K. V. Cinco Reinos: um guia ilustrado dos filos da 
vida na Terra. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2001. 
 
RIBEIRO-COSTA, C.S.; ROCHA, R.M. Invertebrados. Manual de Aulas Práticas. 
Série: Manuais Práticos em Biologia – 3. ed, Ribeirão Preto: Holos. 2002. 
 
 
 
 
 
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METODOLOGIA: 
 
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio 
de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e 
atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de 
textos, indicação de pensadores, de sites, de atividadesdiversificadas, reflexivas, 
envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo 
ensino/aprendizagem. 
 
AVALIAÇÃO: 
 
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e 
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como 
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte 
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos 
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações à distância e Prova Presencial, 
de acordo com a Portaria de Avaliação vigente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Aula 01 - História da Evolução dos Invertebrados .................................................... 10 
Aula 02 - Introdução aos Protozoários ...................................................................... 14 
Aula 03 - Protozoários I - Filo Sarcomastigophora (Subfilo Sarcodina) .................... 18 
Aula 04 - Protozoários II - Filo Sporozoa .................................................................. 22 
Aula 05 - Protozoários III - Filo Ciliophora ................................................................. 25 
Aula 06 - Filo Porífera ............................................................................................... 28 
Aula 07 - Introdução ao Filo Cnidária ........................................................................ 31 
Aula 08 - Classes do Filo Cnidária ............................................................................ 35 
Aula 09 - Filo Platyhelminthes ................................................................................... 38 
Aula 10 - Filo Plathyhelminthes – Classes Turbellaria, Monogenea e Cestoidea ..... 42 
Aula 11 - Filo Platyhelminthes – Classe Trematoda .................................................. 46 
Aula 12 - Filo Nemertinos .......................................................................................... 50 
Aula 13 - Vermes Pseudocelomados I - Filo Rotifera, Filo Gastrotricha ................... 53 
Aula 14 - Vermes Pseudocelomados II - Filo Nematomorpha, Filo Acanthocephala, 
Filo Kinorhyncha ....................................................................................................... 57 
Aula 15 - Vermes Pseudocelomados III – Filo Loricifera, Filo Priapulida e Filo 
Entoprocta ................................................................................................................. 61 
Aula 16 - Filo Nematoda ........................................................................................... 65 
Aula 17 - Filo Annelida .............................................................................................. 69 
Aula 18 - Filo Annelida II - Classes do Filo Annelida ................................................. 72 
Aula 19 - Filo Arthropoda I - Evolução do Filo Arthropoda ........................................ 76 
Aula 20 - Filo Arthropoda II - Introdução ao Filo Arthropoda. .................................... 79 
Aula 21 - Filo Arthropoda III - Subfilo Crustacea ....................................................... 83 
Aula 22 - Filo Arthropoda IV - Classes do Subfilo Crustácea. ................................... 86 
Aula 23 - Filo Arthropoda V - Classes do Subfilo Crustácea ..................................... 88 
Aula 24 - Filo Arthropoda VI - Subfilo Hexapoda (Insetos) ........................................ 91 
Aula 25 - Filo Arthropoda VI - Subfilo Hexapoda (Insetos) ........................................ 93 
Aula 26 - Filo Arthropoda VIII - Subfilo Cheliceriformes ............................................ 96 
Aula 27 - Filo Arthropoda IX - Subfilo Myriapoda .................................................... 101 
Aula 28 - Filo Mollusca I - Introdução aos Mollusca ................................................ 104 
 
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Aula 29 - Filo Mollusca - Classes do Filo Mollusca ................................................. 108 
Aula 30 - Filo Echinodermata – Introdução ............................................................. 112 
Aula 31 - Filo Echinodermata II – Classes .............................................................. 116 
Aula 32 - Filo Echinodermata III – Classes. ............................................................ 119 
 
 
 
 
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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 10 
Aula 01 - História da Evolução dos Invertebrados 
 
Neste nosso primeiro contato vamos conversar um pouco sobre a história da 
evolução dos invertebrados. É importante conhecer o início para compreender o foco 
dado à disciplina. 
 
Para compreender a evolução dos animais desde o passado até os dias de hoje são 
necessários que existam alguns vestígios do passado, sendo estes por meio 
de evidências morfológicas (fósseis) ou evidências moleculares (biologia 
molecular). 
 
Os fósseis preservam vestígios que datam de antes da última era Glacial. As partes 
rígidas dos animais podem ser preservadas sofrendo poucas mudanças na 
aparência, entre os invertebrados, estas incluem as conchas dos moluscos e 
braquiópodes, os esqueletos e as espículas dos equinodermos, mandíbulas etc. O 
exoesqueleto dos artrópodes pode estar fossilizado por inteiro ou preservado como 
finos filmes de carbono em rochas. As partes moles fossilizadas normalmente foram 
transformadas em pedra pela substituição do material orgânico por minerais que se 
encontram dissolvidos em águas subterrâneas. 
 
Os fósseis podem ser chamados de fósseis vivos (animais que não existiam mais, 
e que em algum período foi descoberta a espécie viva), já os fósseis são rastros, 
linhas, covas (impressões deixadas nas rochas por alguns animais, como por 
exemplo, a água viva). O registro fóssil pode nos trazer informações acerca da 
estrutura e do estilo de vida dos animais do passado e da sequência na qual eles 
surgiram: os fatos sobre a dimensão do tempo podem permitir a construção de 
árvores evolutivas. 
Mesmo em um grupo com muitos fósseis, como os artrópodes, alguns animais eram 
bastante comuns antigamente, como as trilobitas. Em relação aos crustáceos, as 
cracas da praia representam um formidável exemplo. 
 
Desde os primeiros fósseis até as formas modernas, existe uma tendência de 
redução no número das placas laterais ao redor do corpo. Portanto, por meio das 
descobertas dos fósseis, estes devem ser incluídos na reconstrução filogenética e 
podem influenciar a classificação dos grupos atuais. 
 
 
 
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Muito já foi revelado sobre as relações evolutivas, a partir de estudos de genes 
altamente conservados, principalmente aqueles que codificam o RNA e os genes 
Hox que padronizam o desenvolvimento ao longo de um eixo. As pesquisas sobre 
estes e outros genes são muito intensas, de forma que qualquer publicação dos 
resultados tornar-se-á rapidamente desatualizada. 
 
Foi visto que os animais estão mais estreitamente relacionados com os fungos do 
que ambos com as plantas. Todos os animais multicelulares que conhecemos hoje 
têm um ancestral comum. As esponjas, por exemplo, foram consideradas de acordo 
com a morfologia tradicional, animais multicelulares mais simples e representam a 
primeira ramificação da árvore construída a partir de dados obtidos com genes 
ribossômicos. Já os ctenóforos e os cnidários se ramificam apósas esponjas. 
 
Os animais considerados triploblastosdesencadearam a explosão Cambriana. A 
determinação do tempo desses eventos é muito controversa, com as evidências 
moleculares sugerindo origens consideravelmente mais precoces que as evidências 
fósseis podem confirmar. 
 
Por meio de estudos moleculares as evidências dos genes 18SrDNA, realmente 
classificam os platelmintos como celomados protostômios em vez de colocá-los na 
base dos triploblastos; mais recentemente, as evidências dos genes Hox 
confirmaram esta classificação, que também se aplica aos nemertinos. Existem 
evidências moleculares de que os moluscos e anelídeos apresentavam 
semelhanças embrionárias larvais e surgiu a possibilidade de juntar os dois filos em 
somente um. Mas isto ainda não foi possível. 
 
Os nematódeos nos dias de hoje, são colocados perto dos artrópodes, reavivando 
um agrupamento antigo de animais com cutículas rígidas que sofrem mudas e usam 
a ecdisona no processo (no nematódeo Caenorhabditis elegans e no 
artrópode Drosophila melanogaster). 
 
Os protostômios estão divididos em dois grupos: os "Lofotrocozoários" e os 
"Ecdisozoários". Os Lofotrocozoários incluem os anelídeos, moluscos e protostômios 
com lofóforos (forônidas, briozoários e braquiópodes), enquanto os Ecdisozoários 
abrangem todos os artrópodes, onicóforos, tardígrados e nematódeos. Os 
platelmintos e os nemertinos são próximos dos Lofotrocozoários: as opiniões variam 
se eles devem ser inclusos entre estes. 
 
Pelo meio de evidências moleculares os únicos filos remanescentes dos 
deuterostômios são Equinodermos, Cordados e Hemicordados (se constituírem um 
filo separado). As relações entre eles, e especificamente a natureza dos 
hemicordados, continuam sendo tão controversas como sempre foram. 
 
 
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Dois exemplos são considerados com maior profundidade: os equinodermos, porque 
o registro fóssil é particularmente satisfatório para muitas classes, e os artrópodes, 
porque os genes Hox de muitos exemplos estão se tornando particularmente bem 
conhecidos. Em ambos os casos, as evidências moleculares podem ser 
detalhadamente comparadas com as morfológicas, tanto a partir dos fosseis quanto 
dos animais vivos. 
 
O estudo morfológico dos grupos vivos pode fornecer argumentos que apontam para 
uma única origem dos artrópodes (monofilia) ou origens separadas para os 
crustáceos, quelicerados, insetos e outros (polifilia), mas as evidências fósseis e 
moleculares apontam para a monofilia. Por exemplo, acreditava-se que os 
apêndices birremes dos crustáceos os separavam dos artrópodes, que possuem 
apêndices não ramificados; antigamente, ambos eram unidos como unirremes 
(incluindo os onicóforos, miriápodes e insetos). 
 
A divisão do corpo no prossoma e no opistossoma se desenvolve de forma 
semelhante em todos os quelicerados vivos estudados e é uma característica 
exclusiva do filo. A ausência total de antenas não se deve à ausência do primeiro 
segmento que contém os apêndices: a expressão dos genes Hox nas aranhas e nos 
carrapatos mostra que, pelo contrário, o prossoma como um todo corresponde à 
cabeça de insetos e crustáceos, com as quelíceras no primeiro segmento que 
contêm os apêndices e os pedipalpos no segundo. Quatro pares de patas para a 
locomoção vêm em seguida: os apêndices usados como mandíbulas por muitos 
insetos e crustáceos são utilizados como patas pelos quelicerados. 
 
Os centípedes apresentam o mesmo conjunto de genes Hox dos insetos, na 
realidade, apresentado por todos os grupos de artrópodes: o fato destes genes não 
terem sido utilizados para produzir segmentos especializados não permite relacioná-
los em particular com os insetos. Na realidade, com base em outras evidências, os 
centípedes parecem mais próximos dos quelicerados que dos insetos e crustáceos. 
 
A compreensão dos mecanismos moleculares não nos permite identificar locais e 
processos possíveis da mudança evolutiva. As filogenias baseadas nas mudanças 
(em taxas que podem variar) em um único gene podem ser incertas, mas fontes 
adicionais de informações estão sendo encontradas cada vez mais rápido; por 
exemplo, estudos do genoma inteiro da mitocôndria. Nos dois exemplos escolhidos 
acima, o estudo dos equinodermos está nos mostrando como pode ser proveitoso 
combinar as informações provenientes dos fósseis e das moléculas, e o estudo dos 
genes reguladores nos artrópodes revela novos usos para as informações 
moleculares. 
 
 
 
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 É emocionante ter à disposição novas ferramentas para estabelecer as relações 
entre os invertebrados. O registro da história, perdido em um tempo muito remoto, já 
não é mais tão inacessível. No entanto, o estudo das relações não pode desviar a 
nossa atenção dos animais propriamente ditos. A seleção natural nos proporcionou 
uma enorme variedade de animais. A sua estrutura, função e comportamento podem 
nos dizer mais sobre a evolução que aquilo que podemos aprender com qualquer 
filogenia. O maior desafio agora é preservar esses animais no mundo ameaçado e 
ameaçador dos dias atuais. Se acabarmos com as florestas, matarmos os recifes de 
corais e envenenarmos outros habitats terrestres, de água doce e marinha, os 
animais desaparecerão. A raça humana, como qualquer outra espécie, não pode 
sobreviver na ausência de muitas outras formas de vida. Atualmente, a preservação 
é a tarefa mais urgente de todos os biólogos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 02 - Introdução aos Protozoários 
 
Nesta aula iniciaremos o estudo dos protozoários, seres unicelulares que habitam 
qualquer ambiente onde haja vida. Veja que interessante! 
 
Os protozoários apresentam como principal característica serem unicelulares, ou 
seja, não estão divididos em células. Alguns são coloniais e alguns com estágios de 
multicelulares em ciclos de vida. 
 
Apresentam aproximadamente 64.000 espécies, sendo mais da metade fósseis. 
Embora sejam unicelulares são organismos completos funcionalmente. São 
encontrados em qualquer ambiente que exista vida, como ambiente marinho, de 
água doce, solo ou em regiões de matéria orgânica em decomposição. As formas de 
vida podem ser as mais variadas possíveis desde vida livre, mutualismo, 
comensalismo e até parasitismo. 
 
A maioria dos protozoários são microscópicos, com exceção de alguns que podem 
ser vistos a olho nu. Apresentam-se sob as mais diversas formas: variável ou 
constante, oval, esférica ou outras. Não apresentam camada germinativa nem 
órgãos ou tecidos e neste lugar são encontradas organelas especializadas, com 
núcleo múltiplo ou único. 
 
Alguns mecanismos foram desenvolvidos para a locomoção, como cílios, flagelos e 
pseudópodes, sendo que alguns apresentam movimentos celulares diretos ou até 
mesmo sésseis. 
 
A excreção e a osmorregulação são realizados pelos vacúolos contráteis, estes se 
esvaziam ou se enchem mais frequentemente em protozoários de água doce do que 
nos marinhos e endossimbiontes. 
Em relação à nutrição, podem ser encontrados seres autótrofos (sintetizam seu 
próprio alimento por meio da fotossíntese), heterótrofos (precisam obter moléculas 
orgânicas a partir de substratos inorgânicos) e saprozóica (uso de nutrientes 
dissolvidos no ambiente ao redor). 
 
A reprodução pode ser assexual (por meio de fissão binária, brotamento e cisto) 
ou sexual por conjugação (troca de núcleos gaméticos entre organismos 
 
 
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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 15conjugantes) ou por singamia (união de gametas masculinos e femininos para a 
formação de um zigoto). 
 
Da fissão binária resultam dois indivíduos idênticos. Na fissão múltipla a divisão 
ocorre no citoplasma (citocinese) e é precedida por várias divisões nucleares. Caso 
a fissão múltipla seja associada à união de gametas ocorre a esporogonia. Quando 
a célula gerada é menor que a célula inicial é denominada brotamento (ocorre na 
maioria dos ciliados). 
 
Durante o processo sexual os gametas podem aparecer iguais sendo denominados 
de isogametas, mas quando são dois diferentes é classificado de anisogamia. 
 
A maioria dos protozoários parasitas quando se encontram em ambiente que o 
sujeitam freqüentemente a condições extremas difíceis, encistam (forma latente que 
permite a interrupção do metabolismo). O desencistamento varia de acordo com as 
condições encontradas no hospedeiro, ou até mesmo quando o ambiente se torna 
propício para o desenvolvimnto do protozoário. 
 
Os maiores filos e o mais importantse dos eprotozoários são: Sarcomastigophora 
(flagelados e amebas), Sporozoa (importantes parasitas intracelulares, incluindo o 
causador da malária) e o Ciliophora (ciliados). 
 Filo Sarcomastigophora 
O Filo Sarcomastigophora inclui tanto os protozoários que se movem por flagelos 
(Mastigophora) quanto os que se movem por pseudópodes (Sarcodina). 
 
Subfilo Mastigophora (protozoários flagelados) 
Os protozoários flagelados ou mastigóforos incluem os protozoários que possuem 
flagelos. Eles incluem o maior número de espécies (cerca de 6.900). São 
comumente divididos em: fitoflagelados e zooflagelados. Os fitoflagelados 
geralmente têm um ou dois flagelos e tipicamente possuem cloroplastos. Esses 
organismos são conseqüentemente semelhantes a plantas, e muitos botânicos 
tratam as espécies desta divisão como algas. A divisão dos fitoflagelados contém a 
maioria dos membros de vida livre da classe, e incluem organismos tão comuns 
como Euglena, Chlamydomonas, Volvox e Peranema. Os zooflagelados possuem de 
um a muitos flagelos, não têm cloroplastos e são heterótrofos. Alguns têm vida livre, 
mas a maioria é comensal, simbiótica ou parasita em outros animais, especialmente 
artrópodos e vertebrados. 
 
 
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A presença dos flagelos é a característica distinguível dos flagelados, e a maioria 
das espécies possuem dois. Podem ser de comprimento igual ou desigual, e um 
pode conduzir e o outro se arrastar, como no Peranema e nos dinoflagelados. 
 
O efeito hidrodinâmico dos ramos é o de fazer com que o flagelo puxe em vez de 
empurrar mesmo que as ondas flagelares passem da base para a ponta. Os 
flagelados que apresentam películas flexíveis e finas, são frequentemente capazes 
de um movimento amebóide, mas alguns crisomonas e outros podem desprender 
seus flagelos e assumir um tipo completamente ameboide de locomoção. 
 
Dentro dos fitoflagelados existem os dinoflagelados, os quais possuem um flagelo 
longitudinal e um equatorial nas depressões do corpo. São 
primariamente autotróficos e contêm clorofila. Quando a clorofila não é mascarada 
por outros pigmentos, o flagelado parece de coloração esverdeada. Se as xantofilas 
dominarem, a cor é vermelha, laranja, amarela ou marrom. As espécies verdes (tais 
como a Euglena) são logicamente autotróficas e armazenam o carboidrato como 
grânulos de paramilo. As espécies hetetróficas incolores podem depender de 
compostos orgânicos absorvidos a partir da água circundante ou podem ser 
fagotróficas, como o Peranema. 
 
A reprodução é assexual no gênero Volvox (fitoflagelado), através de várias 
divisões mitóticas de algumas células germinativas, formando uma esfera oca, com 
a extremidade para dentro. Várias colônias filhas são formadas dentro da colônia 
mãe. 
 
Nos zooflagelados ocorre uma nutrição heterotrófica, bem como em alguns outros 
grupos, e há muitas espécies parasitas. A maioria dos zooflagelados remanescentes 
possui de quatro a muitos flagelos. Há poucas espécies de vida livre (Hexamita) a 
maioria vive anaerobicamente nos intestinos de vertebrados e insetos, 
especialmente baratas-de-madeira e cupins, e tipicamente não têm mitocôndrias. 
 
Alguns zooflagelados causam doenças nos seres humanos como: 
 
A) Giardia intestinalis ocorre no intestino dos humanos e geralmente não produz 
nenhum sintoma, mas as infecções fortes podem causar diarreia. É transmitida por 
meio de infecção fecal e sua distribuição é cosmopolita; 
 
 
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B) Trichomonas vaginalis é um pequeno parasita com quatro flagelos anteriores que 
habita o trato urogenital dos humanos e causa uma doença venérea muito 
disseminada. Pode invadir tecidos vivos e a vagina de mulheres seriamente 
infectadas produz um corrimento amarelo-esverdeado; 
 
C) A Leishmania é o agente da largamente disseminada calazar e de doenças 
relacionadas da Eurásia, África e América e causa lesões cutâneas e interferência 
nas respostas imunes, entre outros efeitos. Os mosquitos-pólvora constituem o 
hospedeiro inseto sugador de sangue desse protista: 
 
D) A doença de Chagas é causada pelo Trypanosoma cruzi e é transmitida por 
barbeiros sugadores de sangue. Podem-se causar danos extensos no hospedeiro 
humano quando o parasita deixa o sistema circulatório e invade o fígado, o baço e o 
músculo cardíaco. Também há várias doenças de tripanossomos de equinos, 
bovinos e ovinos que possuem uma importância econômica considerável. 
 
A maioria dos flagelados possui extremidade anterior e posterior distinta, embora 
ocorra quase qualquer plano de simetria. A maioria nada livremente, mas há 
algumas formas sésseis. Há, também, muitas espécies coloniais. 
 
Na próxima aula, começaremos outro subfilo dos Sarcomastigophora (Sarcodina) 
assim como outros filos dos protozoários. Se alguma informação desta aula não 
ficou clara, envie sua duvida para a nossa Tutoria que ela prontamente o 
esclarecerá. 
 
 
 
 
 
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Aula 03 - Protozoários I - Filo Sarcomastigophora (Subfilo 
Sarcodina) 
 
Iniciamos, na nossa mais recente aula, o estudo dos protozoários e dentro do Filo 
Sarcomastigophora estudamos o Subfilo Mastigophora (protozoários flagelados). 
Nesta aula falaremos sobre o Subfilo Sarcodina. 
 
Filo Sarcomastigophora (Subfilo Sarcodina) 
Amebas: 
As amebas podem ser nuas ou fechar-se em uma concha ou teste. As amebas 
nuas, que incluem os gêneros Amoeba e Pelomyxa, vivem no mar, na água doce ou 
em filmes de água ao redor de partículas de terra. A forma, embora constantemente 
mutável, é característica das diferentes espécies. Algumas formas gigantes 
alcançam vários milímetros de comprimento. 
 
Os protozoários amebóides adultos possuem extensões fluidas do corpo, 
denominadas pseudópodos. Os pseudópodos são utilizados para capturarem presas 
e, nos grupos bentônicos, também para locomoção. A forma ameboide de algumas 
espécies pode ser uma retenção de uma condição protista ancestral. No entanto, na 
maioria das espécies, provavelmente derivou secundariamente após a perda dos 
flagelos, pois muitos grupos possuem gametas flagelados em seu ciclo de vida. 
 
Os protozoários ameboides são assimétricos ou possuem uma simetria radial. 
Possuem relativamente poucas organelas e, nesse aspecto, são talvez os 
protozoários mais simples. Existem quatro grupos de protozoários amebóides: as 
amebas, o foraminíferos,os heliozoários e os radiolários. 
 
A ameba mais estudada é a Ameba proteus, que vive em cursos d’água e lagoas 
limpas. São encontradas na grande maioria em substratos pelo fato da necessidade 
de rastejar, com exceção de algumas que podem viver livres na coluna d’água. 
 
Existem muitas amebas que vivem no intestino dos humanos (endozoicas) e em 
outros animais. Os dois gêneros mais comuns são a Endamoeba e Entamoeba. 
 
 
 
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A Entamoeba histolytica vive no intestino grosso e pode invaginar a parede 
intestinal, caso isto ocorra acarreta a disenteria amebiana que às vezes é fatal. A 
infecção se dá pela ingestão de água contaminada ou por alimentos que contenham 
os cistos. Outras espécies de entamoeba é a E. coli, no intestino, e E. gengivalis na 
boca. Nenhuma dessas causam doenças. 
 
Os protozoários ameboides são completamente heterotróficos. O seu alimento 
consiste em todos os tipos de pequenos organismos: bactérias, algas, diatomáceas, 
protozoários e até pequenos animais multicelulares (tais como rotíferos, larvas de 
copépodos e nematoideos). A presa é capturada e engolfada por meio dos 
pseudópodos. 
 
A ingestão (endocitose) pode se dar em qualquer ponto na superfície do corpo e, no 
caso das amebas que se movem ativamente, os detritos são geralmente liberados 
na parte traseira, à medida que o animal se arrasta para frente. 
 
Foraminíferos: 
Algumas espécies de foraminíferos vivem dentro de uma concha de câmara única, 
mas a maioria das formas tem conchas multicamerais. Os foraminíferos 
multicamerais começam a vida em uma câmara única, mas à medida que o 
organismo aumenta de tamanho, o citoplasma transborda através de uma abertura 
grande na primeira câmara e secreta outro compartimento. O processo é continuo 
por toda a vida do foraminífero e resulta na formação de uma série de muitas 
câmaras, cada uma das quais podendo ser maior que a precedente. Como a adição 
de câmaras novas segue um padrão simétrico, as conchas possuem uma forma e 
um arranjo de câmaras distintos. 
 
Muitos foraminíferos são bentônicos, mas as espécies de Globigerina e os gêneros 
relacionados são formas planctônicas comuns. As câmaras dessas espécies são 
esféricas, mas arranjadas de uma maneira um pouco espiralada. Os foraminíferos 
planctônicos têm conchas mais delicadas que as espécies bentônicas, e suas 
conchas comumente apresentam espinhos. Os espinhos são tão longos em algumas 
espécies, que o foraminífero fica visível a olho nu e pode ser coletado sem ser 
danificado com uma jarra. 
Alguns foraminíferos são sésseis. O Homotrema forma tubérculos calcários 
vermelhos e grandes com aproximadamente o tamanho de uma verruga no lado 
interno das cabeças coralinas. 
 
 
 
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Muitos foraminíferos possuem diversidade incomum de protistas autotróficos 
simbiônticos tais como as clorófitas, diatomáceas ou algas vermelhas unicelulares, 
dependendo do foraminífero. 
 
Heliozários: 
Embora os heliozoários possam ser nus, encontram-se presentes esqueletos em 
algumas espécies, os quais podem ser compostos de pedaços orgânicos ou 
silicosos secretados pelo organismo e incrustados em um revestimento gelatinoso 
externo. 
 
Radiolários: 
Nos radiolários, quase sempre se encontra presente um esqueleto que é 
geralmente silicoso, mas na classe relacionada Acantharea, ele é composto de 
sulfato de estrôncio. Ocorrem vários tipos de arranjos esqueléticos. Um tipo tem uma 
estrutura irradiante, na qual o esqueleto compõe-se de espinhos longos ou agulhas 
que se irradiam do centro da cápsula central e se estendem para além da superfície 
externa do corpo. Um segundo tipo de esqueleto é construído na forma de uma 
treliça esférica ou bilateral, que é frequentemente ornamentada com farpas e 
espinhos. 
 
Reprodução: 
A reprodução assexuada na maioria das amebas, heliozoários e radiolários 
ocorrem por fissão binária. Nas amebas com concha macia, a concha divide-se em 
duas partes e cada célula-filha forma uma nova metade. Quando a concha é densa 
e contínua (como no caso de Arcella e Euglypha), uma massa de citoplasma protrai 
da abertura antes da divisão; essa massa protraída segrega uma nova concha. O 
animal de concha dupla agora se divide. A fissão múltipla é comum nas amebas e 
heliozoários multinucleados. 
 
A divisão nos radiolários é um pouco semelhante a das amebas com concha. O 
próprio esqueleto pode dividir-se e cada célula-filha forma a metade ausente, ou 
uma célula-filha recebe o esqueleto e a outra secreta um novo. 
 
A reprodução sexuada não é observada frequentemente nas amebas. Entre os 
heliozoários, conhece-se a reprodução sexuada em alguns gêneros, tais como 
o Actinosphaerium e o Actinophrys e várias espécies produzem estágios flagelados. 
Os estágios flagelados também foram descritos nos radiolários. No entanto, todos os 
 
 
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estágios flagelados nos protozoários ameboides não são gaméticos; em algumas 
espécies eles são dispersores assexuados. 
 
A reprodução nos foraminíferos envolve comumente uma alternância de gerações 
assexuadas e sexuadas (ciclo haplodiplóide). 
 
Resumindo, nesta aula discutimos o Subfilo Sarcodina, as amebas, os foraminíferos, 
os heliozários e os radiolários. Suas estruturas e maneiras de reprodução. Você tem 
alguma dúvida ou comentários que gostaria de fazer? Então o para nossa tutoria e 
vamos conversar mais sobre este assunto. 
Fique comigo, na próxima aula veremos o Filo Sporozoa, enfocando as suas 
principais características, ciclo de vida e representantes. 
 
 
 
 
 
 
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Aula 04 - Protozoários II - Filo Sporozoa 
 
Prosseguiremos nosso estudo sobre os protozoários com o Filo Sporozoa. 
Acompanhe a aula! 
 
Filo Sporozoa ou Apicomplexa 
Os membros deste filo são endoparasitas e a presença do complexo apical 
caracteriza este filo. Este complexo apical está presente em apenas algum dos 
estágios do ciclo de vida, como em forma de merozoíto e esporozoíto. 
 
O ciclo de vida inclui tanto reprodução sexuada quanto assexuada e às vezes com 
hospedeiro intermediário. Os indivíduos apresentam esporo (oocisto) que é 
infeccioso para o próximo hospedeiro. 
 
Classe Sporozoea. 
Esta classe apresenta três subclasses: Greganidina, Coccidia e Piroplasmia. As 
Gregarinas são parasitas em invertebrados, com pouca importância econômica. Os 
Piroplasmas possuem alguma importância veterinária como, a Babesia 
bigemina que causa no gado a febre água vermelha. Babesia também é parasita dos 
seres humanos. 
 
Subclasse Coccidia 
São parasitas intracelulares dos vertebrados e invertebrados e estão inclusas 
espécies de importância médica e veterinária. 
 
O Toxoplasma gondii é o causador da toxoplasmose. São parasitas de ratos e 
apresentam estágio extraintestinal. Quando alguns mamíferos ou aves ingerem 
esporozoítos, os mesmos atravessam o intestino e começam a reproduzir-se 
rapidamente. A infecção em humanos é ocasionada pela ingestão de carnes mal 
cozidas, e o Toxoplasma pode causar pouco ou nenhum mal exceto em pacientes 
imunodeprimidos (AIDS ou drogas) ou mulheres durante a gestação (defeito no 
bebê). 
 
 
 
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O Plasmodiumsp é o causador da malária é uma doença grave, comum e difícil de 
controlar. Apenas quatro espécies de plasmodium infectam humanos, sendo que 
cada uma apresenta um quadro clínico. 
 
O parasita é levado pelo mosquito Anopheles gambiae e os esporozoítos são 
injetados no humano por meio da saliva (picada). Os esporozoítos penetram nas 
células hepáticas e iniciam a esquizogonia (múltiplas divisões assexuadas). Este 
período em que o parasita está no fígado é chamado de período de incubação o 
qual dura de 6 a 15 dias, dependendo da espécie. Depois desse período passam 
para as células vermelhas, ocasionando os sintomas de febre e calafrios. 
 
A eliminação dos mosquitos e locais de procriação por meio de inseticida, é eficaz 
no controle da malária. Mas em alguns casos os mosquitos tornam-se resistentes ao 
inseticida (P. falciparum), trazendo o significado da gravidade da doença em 
humanos. 
 
Além dos seres humanos, aves, répteis e mamíferos são parasitados 
pelo Plasmodium. No caso da ave a transmissão principal é o Culex. 
 
EVOLUÇÃO DOS PROTISTAS 
A evolução dos protistas é a história da célula eucarionte, e os protistas vivos 
refletem os diferentes estágios dessa história. Os primeiros protistas eram 
provavelmente formas ameboides que capturavam partículas alimentares por meio 
de fagocitose. A maioria dos protistas possuem mitocôndrias, que inicialmente 
podem ter sido organismos procariontes simbiônticos adquiridos por meio de um 
engolfamento. Os flagelos também podem ter sido adquiridos cedo, tanto antes 
como depois da aquisição das mitocôndrias, pois elas encontram-se ausentes em 
alguns flagelados vivos. Muitos flagelados vivos possuem cloroplastos, que se 
acredita terem surgido através de uma parceria entre os eucariontes fagocitários 
flagelados iniciais e os simbiontes procariontes. Alguns flagelados vivos retêm o seu 
fagotrofismo ancestral junto com capacidades fotossintéticas; outros são somente 
fotoautótrofos. Contribuindo para o conjunto confuso das linhagens de protistas, 
algumas espécies perderam seus cloroplastos e são heterótrofos secundários, e 
algumas perderam os seus flagelos e são ameboides secundários. Então, 
claramente, amebas, flagelados, heterótrofos e autótrofos não formam grupos 
caprichosamente relacionados. Algumas amebas são provavelmente mais 
intimamente relacionadas a alguns flagelados que a outros grupos ameboides. 
 
 
 
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O sistema de classificação publicado em 1980 pela Sociedade de Protozoologistas 
reconhece somente seis filos. É simples, mas certamente artificial. O sistema de 
CORLISS reconhece 45 filos, o que provavelmente reflete melhor os grupos 
monofiléticos reais, significando que cada um tem um ancestral comum. 
 
Que tal a aula? Interessante o estudo do Filo Sporozoa? Importante também foi 
abordar a evolução dos protistas. Prosseguiremos na próxima aula com o estudo do 
Filo Ciliophora. Até lá! 
 
 
 
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Aula 05 - Protozoários III - Filo Ciliophora 
 
Nesta aula falaremos sobre um dos mais importantes grupos de protozoários. 
Vamos conhecê-los? 
 
Filo Ciliophora. 
O filo Ciliophora é o maior e mais homogêneo dos filos principais de protozoários, e 
todas as evidências indicam que seus membros compartilham um ancestral 
evolutivo comum. Foram descritas cerca de 7.200 espécies. Distribuem-se 
largamente na água doce, marinha e em filmes de água do solo. Cerca de um terço 
das espécies ciliadas são ecto e endocomensais ou parasitas. 
 
A forma do corpo é geralmente constante e em geral é assimétrica. Todas possuem 
cílios ou estruturas ciliares compostas como organelas locomotoras ou capturadoras 
de alimento em algum momento do ciclo de vida. Todas apresentam um 
sistemainfraciliar, composto de corpos basais ciliares ou cinetossomos, abaixo do 
nível da superfície celular e associados a fibrilas que correm em várias direções. 
Isso é uma característica distinta dos ciliados. 
 
O sistema infraciliar pode encontrar-se presente em todos os estágios do ciclo de 
vida, mesmo quando os próprios cílios são reduzidos. A maioria dos ciliados possui 
uma boca ciliar ou citóstomo. O corpo ciliado é tipicamente recoberto por uma 
película complexa, geralmente contendo várias organelas diferentes. 
 
A cavidade bucal é tipicamente característica dos filtradores. O alimento é trazido ao 
corpo e para o interior da cavidade bucal pelas organelas ciliares compostas. A partir 
da cavidade bucal, as partículas alimentares são empurradas através do citóstomo e 
ao interior da citofaringe. Quando as partículas alcançam a citofaringe, elas são 
coletadas no interior de um vacúolo alimentar. 
 
No Paramecium, o gênero mais familiar da ordem, um sulco oral ao longo do lado do 
corpo leva posteriormente a um vestíbulo, localizado a cerca de meio caminho para 
trás a partir da extremidade anterior. O vestíbulo, a cavidade bucal e 
a citofaringe juntos formam um funil grande e curvo. A membrana ondulatória (aí 
chamada de membrana endoral) corre transversalmente ao longo da parede direita e 
marca a junção do vestíbulo e da cavidade bucal. As três membranas também são 
modificadas. Duas delas (chamadas penículos) são grandemente aumentadas e 
 
 
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tendem consequentemente a ser mais semelhantes a uma membrana ondulatória 
em função do que a uma membrana mais típica. 
 
Os ciliados são os protozoários que se movem mais rápido. Os movimentos dos 
cílios adjacentes unem-se como resultado dos efeitos da interferência das camadas 
de água circundantes. Consequentemente, as forças hidrodinâmicas impõem uma 
coordenação dos cílios. O batimento dos cílios individuais, em vez de ser aleatório 
ou sincronizado, faz parte das ondas metacronais que deslizam ao longo da 
extensão do corpo. Não há evidências de que a infraciliatura funcione como um 
sistema condutor na coordenação. Ele pode servir primariamente na ancoragem 
ciliar e controlar a forma da célula. 
 
No gênero Paramecium, a direção do batimento ciliar efetivo é oblíqua ao eixo 
longitudinal do corpo. Isso faz com que o ciliado nade em um curso espiral e ao 
mesmo tempo rotacione no seu eixo longitudinal. O batimento ciliar pode ser 
revertido, e o ciliado pode mover-se para trás. Esse movimento para trás associa-se 
à chamada reação de evitação. Quando o ciliado entra em contato com alguma 
substância ou objeto indesejável, reverte-se o batimento ciliar. O ciliado move-se 
para trás por uma distância curta, vira ligeiramente no sentido do relógio ou 
contrário, e move-se para frente novamente. Se ainda encontrar condições 
desfavoráveis, a reação de evitação é repetida. Os estímulos externos são 
provavelmente detectados através da membrana celular, quando ela se modifica 
mecanicamente por meio de determinados cílios longos e rígidos que não exercem 
nenhum papel no movimento. 
 
O equilíbrio hídrico é dado pelos vacúolos contráteis, que são encontrados tanto 
nas espécies marinhas como nas de água doce, mas no caso das últimas, 
descarregam mais rapidamente. Em algumas espécies há um único vacúolo que se 
localiza próximo à porção posterior, mas muitas espécies possuem mais de um 
vacúolo. 
 
A reprodução sexuada envolve uma troca de material nuclear através de uma 
conjugação que geralmente precede uma série de divisões transversais. Através do 
contato no curso da natação, frequentemente pela liberação de substânciasatrativas, dois membros sexualmente compatíveis de uma espécie em particular se 
aderem comumente na região oral ou bucal do corpo. Os passos que levam à troca 
do material micronuclear entre os dois conjugantes são razoavelmente constantes 
em todas as espécies. Após duas divisões meióticas dos micronúcleos, todos 
degeneram menos um. Esse que sobra então se divide, produzindo dois 
 
 
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micronúcleos gaméticos geneticamente idênticos. Um é estacionário; o outro migra 
no interior do conjugante oposto. O núcleo migratório em cada conjugante move-se 
através da região de protoplasma fundida no interior do membro oposto do par 
conjugante. Lá os núcleos gaméticos fundem-se para formar um núcleo zigótico. 
Imediatamente após a fusão nuclear, os dois ciliados separam-se; cada um é agora 
chamado ex-conjugante. Após a separação, segue-se em cada ex-conjugante um 
número variável de divisões nucleares, levando à reconstituição da condição nuclear 
normal característica da espécie. 
 
A reprodução assexuada sempre se dá através de uma fissão binária, que é 
tipicamente transversal, com o plano de divisão cortando através das cineses as 
fileiras longitudinais de cílios e corpos basais. Isso ocorre em contraste com a fissão 
simetrogênica dos flagelados, na qual o plano da divisão é longitudinal. Os fusos 
mitóticos são formados somente na divisão dos micronúcleos. A divisão dos 
macronúcleos é geralmente obtida por meio de uma constrição. Quando vários 
macronúcleos encontram-se presentes, eles podem combinar-se primeiro como um 
corpo único antes de se dividirem. O mesmo vale para algumas formas com 
macronúcleos em contas ou alongados. 
 
Durante a divisão celular dos animais multicelulares, os centríolos (corpos basais) 
posicionam-se nos polos do fuso mitótico, provavelmente para assegurar que cada 
célula-filha receba um molde no qual um cílio possa ser produzido mais tarde. No 
entanto, à medida que a célula ciliada se divide, cada célula-filha recebe cílios e 
corpos basais (cinetossomos) replicados anteriormente no córtex celular. 
 
A maioria dos ciliados é capaz de formar cistos resistentes em resposta a condições 
desfavoráveis, tais como uma falta de alimento ou uma dessecação, fato visto nas 
aulas anteriores. 
 
O ancestral comum dos protozoários e dos metazoários era unicelular e a 
similaridade estrutural dos flagelos e dos cílios sugere descendência comum aos 
grupos com essas organelas. Estudos moleculares sistemáticos podem modificar a 
classificação atual. 
 
Nesta aula vimos a anatomia, ecologia e reprodução do Filo Ciliophora ou ciliados. 
Sugiro a você que complemente nossas aulas pesquisando na bibliografia e sites 
indicados. Pesquisa é uma atividade inerente a nossa profissão. Vamos nos habituar 
a elas. Até a próxima aula! 
 
 
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Aula 06 - Filo Porífera 
 
Filo Porífera ou espongiários (esponjas) é o tema desta nossa aula. Veja como é 
interessante. 
 
O filo Porífero designa em latim o que tem poros (porus, poro + fera, portador de). 
Foram registradas mais de 5.000 espécies de esponjas marinhas. O seu tamanho 
pode variar de alguns centímetros até 2 m de diâmetro. 
 
As esponjas são os animais multicelulares mais simples e muito diferentes de todos 
os outros. Elas não têm uma forma corporal fixa, tampouco um plano de simetria e 
são repletas de minúsculos poros e canais. São animais sésseis, algumas se 
encontram eretas, ramificadas, lobadas, pequenas, incrustantes e até mesmo 
podem perfuram rochas ou conchas. 
 
As esponjas podem ser utilizadas como abrigo por alguns caranguejos, 
nudibrânquios, ácaros, briozoários e peixes vivendo como comensais ou até mesmo 
como parasitas no interior delas. Estes animais também podem viver sobre 
moluscos, cracas, braquiópodes, corais ou hidroides. Elas dependem do fluxo de 
corrente que passa pelo seu sistema de canal único para trazer alimento e oxigênio 
e levar os dejetos para o exterior. 
 
Este filo não apresenta nenhum órgão ou tecido verdadeiro. Os sistemas nervosos e 
sensoriais são ausentes. A respiração e a excreção são realizadas por difusão. 
 
A parede corporal é formada por espículas (“esqueleto”) de carbonato de cálcio ou 
sílica e colágeno os quais permitem a sua sustentação e proteção evitando que os 
canais e as câmaras colapsem. As únicas aberturas corpóreas são 
os óstios (entrada de água) e os ósculos (saída da água). Elas dependem dos 
batimentos flagelares dos coanócitos para a água penetrar no interior desses 
animais através dos poros minúsculos chamados de óstios dérmicos. 
 
Existem três tipos de canais (asconoide, siconoide ou leconoide) nas esponjas. 
No canal asconoide as esponjas apresentam organização mais simples como 
a Clathrina sp. A água entra pelos poros dérmicos para a cavidade (espongiocele 
flagelada). Todas asconoides são encontradas na Classe Calcarea. 
 
 
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Os canais siconoides, presentes em Sycon sp, possuem corpo tubular e ósculo 
único, apresentam canais radiais que terminam na espongiocele. A água entra 
através dos canais inalantes passando para as prosópilas. Esse canal é 
encontrado somente nas Classes Calcarea e Hexactinellida. 
 
Os leuconoides formam massas com ósculos numerosos. Recebem água 
pelo canal inalante e a eliminam pelo exalante. Este tipo de canal permite que mais 
coanócitos possam obter alimento. Este tipo de canal é considerado o 
plano principal para as esponjas por permitir maior tamanho e eficiência na 
circulação da água. 
 
As células das esponjas são variadas e com diferentes funções como a miso-
hilo (tecido conjuntivo), pinacócitos (protetoras e contráteis), coanócitos (criam 
correntes d’água e apreendem partículas alimentares), arqueócitos (variedade de 
funções) ecolêncitos (secretam colágeno). 
 
A reprodução é assexuada ocorre por meio de brotamento, fragmentação e gêmula 
(brotos internos). As que apresentam reprodução sexuada são monoicas, ou seja, 
apresentam células sexuais femininas e masculinas em um único indivíduo. 
 
Apresentam grande capacidade regenerativa, não implica apenas na reorganização 
de todo o animal, mas também das partes feridas. 
 
Benefício das esponjas para os seres humanos. 
 
As esponjas produzem compostos bioativos, alguns dos quais podem nos beneficiar 
diretamente: por exemplo, foi descoberto que uma esponja usada há muito tempo 
pelos índios maoris da Nova Zelândia, promovia a cicatrização de um 
ferimento, devido a altas concentrações de um potente agente antiinflamatório. Uma 
lista crescente de tais exemplos enfatiza que nós precisamos conservar a 
diversidade bioquímica desses animais. 
Algumas esponjas são utilizadas para banho, como por exemplo, algumas da classe 
Demospongiae. 
 
Classe Calcárea 
 
 
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Também conhecidas como Calcispongiae são calcárias, podem variar de 10cm ou 
até menores. Possuem espículas de carbonato de cálcio que frequentemente 
formam uma franja ao redor do ósculo, apresentam três tipos de sistemas de canais 
(asconoide, siconoide e leuconoide). Um Exemplo de esponja asconoide 
é Leucosolenia sp. 
Classe Hexactinellida, 
São conhecidas como as esponjas de vidro, são muito diferentes das outras 
esponjas. Elas consistem em um pequeno grupo de 400 a 500 espéciesque habitam 
regiões no fundo do mar abaixo de 200 m de profundidade. O tamanho varia de 7,5 
cm a mais de 1,3 m de comprimento. O esqueleto de espículas de seis raios está 
fundido por malhas chamadas de rede trabecular. A malha é belíssima como, por 
exemplo, a que ocorre em Euplectella sp. 
Elas são sinciciais (as células não têm delimitações). Não existem pinacócitos, nem 
células com qualquer contratilidade e até mesmo os denominados coanócitos não 
são células separadas. Os hexactinélidas são orientados de acordo com as 
constantes correntes do mar profundo. 
 
A Classe Demospongiae, representa 95% das esponjas. Possuem espículas 
silicosas ou espongina com canais leuconoide, apresentam uma família de água 
doce e o restante marinha. 
 Exemplos: Thenea, Cliona, Spongilla, Myenia e as esponjas de banho. 
 
As esponjas apresentam um grupo antigo, através de estudos moleculares foi 
evidenciado que elas são grupo irmão de todos os Eumetazoa. 
 
Acabamos de conhecer os animais multicelulares mais simples e muito diferentes de 
todos os outros, as esponjas. Dúvidas? Estou à disposição para esclarecê-las. Até a 
próxima aula que será sobre Filo Cnidária. 
 
 
 
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Aula 07 - Introdução ao Filo Cnidária 
 
Esta aula e a próxima são dedicadas ao Filo Cnidária, indivíduos de natureza 
marinha e urticante. Vamos a eles? 
 
O Filo Cnidária (gr. Knide, urtiga) apresenta esse nome por possuir células 
chamadas cnidócitos, as quais são urticantes (nematocisto). Existe um vasto 
número de indivíduos que pertencem a esse filo, aproximadamente 10.000 espécies 
amplamente dispersas no mar, que inclui algumas das criaturas mais estranhas da 
natureza como: hidras, águas-vivas, anêmonas do mar, corais moles (gorgônias) e 
outros. A coloração brilhante de muitas espécies combinada com sua simetria radial 
é com frequência incrivelmente bonita. 
 
Os cnidários são marinhos, com a exceção das hidras e de uns poucos hidrozoários 
de água doce. Embora todos os cnidários sejam basicamente tentaculados e 
radialmente simétricos, encontram-se duas formas básicas dentro do filo. A forma 
que é geralmente sedentária ou séssil (pólipo) habita rochas ou formações 
coralinas nas águas tropicais. A outra forma é livre-natante, ou flutuante (medusa). 
 
Tipicamente o corpo de um pólipo é tubular ou cilíndrico, com a extremidade oral 
(incluindo a boca e os tentáculos) direcionada para cima, enquanto a extremidade 
oposta ou aboral fica presa. Estes indivíduos possuem extremidade cefálica. A boca 
(que também serve de ânus) é a única abertura da cavidade interna, denominada 
"celêntero", a qual engloba ou inclui uma parte da água em que o animal vive. A 
simetria radial permite a captura de alimento de todos os lados, mas pode ser 
secundariamente modificada em relação a necessidades funcionais particulares. 
 
A troca gasosa ocorre através da superfície corporal geral. Os detritos nitrogenados 
(amônia) também se difundem pela superfície corporal geral. Como em muitos 
outros animais de água doce, há um influxo contínuo de água no interior dos corpos 
das hidras através da parede corporal. A água em excesso, que é hipoosmótica em 
relação aos fluidos teciduais, é removida periodicamente da cavidade gastrovascular 
através da boca. A cavidade gastrovascular age consequentemente como um 
vacúolo contrátil gigante ou um nefrídio de um animal superior. 
 
Os Cnidários podem mover partes de seus corpos (principalmente os tentáculos) 
para alterar a forma corporal. A locomoção (movimento de um lugar para outro) 
 
 
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ocorre nas medusas e também em alguns pólipos. O movimento por contração 
muscular requer um esqueleto, pois os músculos precisam de alguma resistência 
contra a qual empurrar para que haja algum efeito; após a contração, eles devem 
ser novamente estendidos. Assim como outros animais de corpo mole, os cnidários 
usam a incompressibilidade da água como um esqueleto hidrostático. Estruturas 
rígidas existem nos cnidários, como os esqueletos calcários de corais, mas não 
cumprem nenhuma função na contração muscular. 
 
Ao contrário das esponjas, os cnidários possuem uma cavidade intestinal revestida 
por uma endoderme, como a maioria dos outros animais. No entanto, nos cnidários, 
ela é referida como cavidade gastrovascular por funcionar na circulação além de 
nadigestão. A cavidade gastrovascular abre-se externamente em uma extremidade 
para formar uma boca. Nos cnidários, um círculo de tentáculos (representando 
evaginações da parede corporal) circunda a boca para ajudar na captura e na 
ingestão de alimento. 
 
Existem apenas duas camadas celulares, o ectoderma (também denominado 
epiderme) e o endoderma (também denominado gastroderme). Eles são separados 
por uma "mesogléia" gelatinosa, que contém algumas células e fibras de tecido 
conjuntivo, mas não é uma camada celular propriamente dita. Por essa razão, os 
Cnidários são considerados "diploblásticos" em contraste com todos os outros 
animais multicelulares (exceto as esponjas), os quais são "triploblásticos" por 
possuírem três camadas celulares. 
 
A Epiderme é composta das seguintes células epitélio muscular 
principais: Epiteliomusculares, Intersticiais, Secretoras de Muco, Células 
Receptoras e Nervosas. 
 
Os nematocistos são os tipos de cnido mais importantes e são encontrados em 
todos os cnidários. Os outros dois tipos, os espirocistos e os pticocistos, só são 
encontrados nos antozoários. Os nematocistos funcionam na captura de presas, e 
muitos podem injetar uma toxina. O cordão fica geralmente aberto na ponta e 
frequentemente se arma com espinhos. Na descarga, o cordão perfura o seu 
caminho no interior dos tecidos da presa e injeta uma toxina proteica que tem uma 
ação paralisante. Embora os nematocistos estejam ausentes na gastroderme das 
hidras e de outros hidrozoários, encontram-se presentes em áreas restritas desta 
camada nas outras classes de cnidários. 
 
 
 
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O efeito tóxico dos nematocistos da maioria dos cnidários não é perceptível pelos 
humanos. No entanto, algumas espécies marinhas possuem nematocistos que 
podem produzir uma sensação de queimadura dolorosa e uma irritação ou até a 
morte. 
 
Quase todos os cnidários (incluindo as hidras) são carnívoros e alimentam-se 
principalmente de pequenos crustáceos. O contato com os tentáculos acarreta uma 
descarga de nematocistos, que enredam e paralisam a presa. Os tentáculos então 
puxam o animal capturado em direção à boca, que se abre para recebê-lo. 
 
As células nervosas arranjam-se em uma rede nervosa irregular ou plexo, na base 
da epiderme e da gastroderme, e concentram-se particularmente ao redor da boca. 
Um sistema de rede nervosa duplo na mesma camada corporal é comum nos 
cnidários que não sejam hidras. Uma rede nervosa age como um sistema de 
condução lenta e difusa de neurônios multipolares; os outros agem como um 
sistema de condução rápida de neurônios bipolares. 
 
A reprodução assexuada por brotamento (em pólipo) ou 
reprodução sexuada por gametas (em todas as medusas, em alguns pólipos) as 
formas sexuais são monoicas ou dioicas. O tipo larval é a plânula e ocorre 
clivagem indeterminada holoblástica. 
 
Importância ecológica dos recifes de corais 
Os recifes coralinos são a base de todo um ecossistema, uma vez que são 
habitados por uma grande variedade de peixes,crustáceos, equinodermos e muitos 
outros invertebrados. Eles foram denominados "as florestas tropicais do mar" e 
mantêm uma variedade ainda maior de espécies (mais de 93.000 foram descritas 
até hoje). Como as florestas tropicais, eles também correm um grande risco. 
Infelizmente, estes recifes estão sendo destruídos, em parte por predadores como a 
estrela do mar Coroa de Espinhos, mas principalmente pelos seres humanos. A 
poluição, a pesca, mineração e a remoção dos corais para venda causam sérios 
danos. As populações crescentes estão fazendo suas construções sobre corais 
frágeis e o desmatamento nas margens litorâneas faz com que camadas de 
sedimentos sejam transportadas até os recifes, fragmentando os pólipos. São 
necessários esforços urgentes de conservação, para preservar esse ecossistema 
marinho extremamente valioso. 
 
 
 
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Nesta sétima aula vimos a morfologia e anatomia dos indivíduos do Filo Cnidária. 
Prosseguiremos o estudo do filo com as suas classes. Até a próxima aula! 
 
 
 
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Aula 08 - Classes do Filo Cnidária 
 
Vimos na aula anterior a anatomia e a reprodução dos indivíduos do Filo 
Cnidária. Para finalizar este assunto vamos estudar as classes em que se dividem. 
 
Classe Hydrozoa (Hidróides) 
Os hidroides caracterizam tipicamente estágios de pólipo (solitários e cilíndricos) e 
medusa no ciclo de vida. O seu tamanho pode variar de uns poucos milímetros até 
1cm ou mais de comprimento, e, no entanto, o diâmetro raramente excede 1mm. Os 
pólipos são pequenos, sem mesentérios no celêntero, e a medusa pode ter um velo. 
As colônias de pólipos vivem frequentemente na região do entre-marés; alguns 
grupos são oceânicos. A Hydra vive na água doce. 
A extremidade aboral da haste corporal cilíndrica forma um disco basal, por meio do 
qual o animal prende-se a um substrato (locomoção). A extremidade oral contém 
uma plataforma ou cone chamado de hipostômio, com a boca no topo. Ao redor da 
base do cone encontra-se um círculo de cerca de seis tentáculos, este apresenta 
nematocisto e paralisa a presa, no entanto, a digestão começa somente na cavidade 
gastrovascular. 
As hidras reproduzem-se sexuada e assexuadamente. Na forma assexuada, os 
brotos, aparecem e desenvolvem hidras jovens. Geralmente a maioria das espécies 
é dióica, e as jovens eclodem na primavera quando o tempo é favorável. 
Classe Scyphozoa (Cifomeduzas) 
Inclui a maioria das águas-vivas maiores. Podem atingir um diâmetro do sino que 
excede os 2 metros e tentáculos que possuem de 60 a 40 m de extensão. A maioria 
dos cifozoários flutua em mar aberto em uma profundidade de até 3.000 metros. Sua 
coloração varia de incolor a rosa. 
Os sinos das diferentes espécies variam desde uma forma rasa de pires até o fundo 
de uma cuia. A margem do sino é lobada, possui um par de lóbulos e entre eles há 
um órgão do sentido (ropálio). A boca é central no lado da subumbrella*. O 
manúbrio normalmente forma quatro braços orais com frisos que são utilizados para 
a captura e ingestão de presa, como por exemplo, Aurélia aurita. 
No estômago dos cifozoários há quatro bolsas gástricas nas quais a gastroderme se 
estende em pequenas projeções dos tentáculos chamados de filamentos gástricos. 
Estes filamentos estão cobertos com nematocistos. Os filamentos gástricos estão 
ausentes nas hidromedusas. Um sistema de canais radiais se ramifica a partir de 
bolsas até um canal anelar e forma uma parte da cavidade gastrovascular. 
 
 
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O sistema nervoso em cifozoários é uma rede nervosa com uma rede umbrelar que 
controla as pulsações do sino e outra rede mais difusa que controla as reações 
locais, tais como a alimentação. 
Os sexos são separados com gônadas na bolsa gástrica. A fertilização é interna. A 
larva plânula ciliada torna-se presa e desenvolve-se em um cifístoma. Por um 
processo de estrobilação, o cifístoma forma brotos (éfiras) denominado estróbilo. A 
partir do momento que as éfiras se desprendem, crescem até se tornar águas vivas 
maduras. 
 
Classe Cubozoa 
A forma medusoide é predominante e o polipoide é inconspícuo, na maioria dos 
casos é desconhecido. Algumas podem variar até 25 cm de altura sendo que a 
maioria tem aproximadamente 2 a 3 cm. 
As cubomedusas são nadadoras vorazes, alimentando-se principalmente de peixes. 
O envenenamento por algumas espécies pode ser fatal aos seres humanos. 
O ciclo de vida é completo e conhecido apenas por uma espécie, Tripedalia 
cystophora. Os novos pólipos brotam lateralmente, separam-se e saem rastejando. 
Os pólipos não produzem éfiras, mas se metamorfoseiam diretamente em medusas. 
 
Classe Anthozoa (Anêmonas do mar, Corais) 
São pólipos com aparência de flor. Não há nenhuma fase de medusa. São todos 
marinhos e encontrados em águas profundas e rasas, tanto em mares polares como 
em mares tropicais. Apresentam grande variedade de tamanho e podem ser 
solitários ou coloniais. A maioria das formas é suportada pelo esqueleto. 
Pólipos com divisões verticais (mesentérios) do celêntero. Não apresenta nenhuma 
forma de medusa. 
Subclasse Zoantharia 
Compreendem as anêmonas-do-mar, corais e outros. As anêmonas-do-mar são 
cilíndricas em forma com uma coroa de tentáculos organizada ao redor da boca 
caracterizando o disco oral. A boca produz a faringe, e dentro desta há 
o sifonoglife que cria uma corrente de água para dentro da faringe. A faringe 
produz a cavidade gatrovascular que é dividida em seis câmaras radiais 
(hexâmeros) e seis pares de septos primários, ou mesentérios. Os septos menores 
são chamados incompletos e a extremidade deste éfilamento septal. 
A epiderme na base da coluna secreta uma teca de esqueleto calcário, 
incluindo esclerosseptos que se projetam superiormente no pólipo entre seus 
septos verdadeiros. Em muitos corais coloniais, os esqueletos podem ficar 
 
 
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volumosos, construídos ao longo de muitos anos, com o coral vivo formando uma 
lâmina de tecido por cima de sua superfície. 
 * Umbrella – Palavra originada do inglês, que significa guarda-chuva. 
 
As anêmonas são carnívoras, alimentando-se de peixes ou de qualquer animal vivo 
ou morto. Os sexos são separados e algumas são hermafroditas. 
Subclasse Ceriantipatharia 
Esta subclasse é representada pelos ceriantos e antipatários. Estes indivíduos 
apresentam septos casados, mas não pareados. Os ceriantos são solitários e vivem 
enterrados em sedimentos moles até o nível do disco oral. Ocupam tubos 
construídos com muco secretado e filamentos de organelas semelhantes aos 
nematocistos, para retrair. Os antipatários ou corais negros são coloniais e fixos a 
um substrato firme. O seu esqueleto é de material córneo e possui espinhos. 
Exemplos: Cerianthus sp, Antipathes sp, Stichopathes sp. 
Subclasse Alcyonaria 
São representados pelos corais moles e córneos, como penatuláceos, gorgônias e 
outros. Possuem pólipos com oito tentáculos (octômeros) e, tipicamente, oito 
tentáculos pinados organizados ao redor da margem do disco oral. 
A cavidade gastrovascular é grande e dividida por septos, mesentérios, que são 
extensões dentro da parede do corpo e se comunica por um sistema de tubo 
gastrodérmicos chamados solênicos, estes atravessam a mesogleia (cenênquima). 
O esqueleto é secretado no cenênquima e consiste em espículas cálcarias,espículas fundidas ou uma proteína córnea. 
Exemplos: Dendronephthya sp, Tubipora sp e Renilla sp. 
 
Com o estudo do Filo Cnidária encerramos a primeira Unidade de nosso curso onde 
estudamos os conceitos básicos de Zoologia, com ênfase àqueles relativos aos 
invertebrados, e também conhecemos a organização estrutural e funcional dos 
protozoários e seus principais filos, poríferas e cnidárias, e sua relação com o meio 
em que vivem. 
Agora revise as aulas e faça o exercício de autoavaliação. Dúvidas? Envie para 
nossa tutoria. 
Até a próxima aula! 
 
 
 
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Aula 09 - Filo Platyhelminthes 
 
Bem vindo à Unidade II. Acredito que seu desempenho nos exercícios de 
autoavaliação foi muito bom. Nesta aula iniciaremos o estudo dos filos que 
apresentam o corpo em forma de verme. 
 
O Filo Platyhelmintes (plathys= achatado + helmin= verme) são animais compridos, 
bilaterais acelomados (ausência de celoma) e sem apêndices. São triblásticos, isto 
é, possuem três camadas celulares que são ectoderme (externa), a mesoderme e a 
endoderme (interna). 
 
Os platelmintos incluem forma livre e parasitária. Três classes são completamente 
parasitárias e incluem os Trematoda, os Monogenea e os Cestoidea (solitárias). A 
quarta classe (os Turbellaria) é de vida livre sendo certamente o grupo a partir do 
qual surgiram os ancestrais das três classes parasitárias. 
 
A maioria dos turbelários possui epiderme ciliada que se estende por uma 
membrana basal. O rabdito é um envoltório mucoso, protetor ao redor do corpo 
quando há perda de água. Os Trematodas, Monogeneas e Cestodas não possuem 
cílios e ao invés de epiderme possuem tegumento. 
 
O sistema muscular possui forma de bainha e origem mesodérmica, camadas de 
fibras circulares, longitudinais e algumas vezes oblíquas abaixo da epiderme. 
 
O único espaço na cavidade do corpo é ocupado pelo tubo digestivo. Os espaços 
entre os órgãos são preenchidos com parênquima, uma forma de tecido conjuntivo 
ou mesênquima. O sistema digestivo é incompleto do (com boca, mas sem ânus) 
tipogastrovascular, ausentes em alguns animais. 
 
Eles são considerados primitivos em virtude da boca possuir uma única abertura 
para o trato digestório, eles não possuem cavidade corporal, não há nenhum 
sistema respiratório, sanguíneo e esquelético. 
 
O sistema nervoso dos platelmintos possui um par de gânglios anteriores com 
cordões nervosos latitudinais conectados por nervos transversais e localizados no 
 
 
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mesênquima. Os órgãos sensoriais são simples com a presença de ocelos em 
alguns. 
 
O sistema excretor apresenta dois canais laterais com ramos que apresentam as 
células-flama (protonefrídeos) fechados na extremidade proximal. Essas células 
são ausentes em algumas formas primitivas. 
 
A maioria dos platelmintos possui sistemas mais elaborados de órgãos glandulares 
musculares, que formam sistemas reprodutores hermafroditas extremamente 
complicados. A maioria dos turbelários reproduz-se sexuadamente e 
assexuadamente (fissão). 
 
Virtualmente todos os platelmintos são monóicos (hemafroditas), mas 
possuem fertilização cruzada. O vitelo para a nutrição do embrião é contido dentro 
da própria célula ovo (ovos endocélicos) enquanto outros turbelários como os 
tremátodes, monogêneos e céstodes, possuem os gametas femininos com pouco ou 
nenhum vitelo e várias dessas células circundam o zigoto dentro da cápsula do ovo 
denominado ectocélico. 
As formas parasitárias têm problemas ainda maiores. Elas possuem sistemas 
reprodutores ainda mais elaborados e uma série de larvas que facilitam a 
transferência entre hospedeiros. 
 
As planárias apresentam grande poder de regeneração. Em condições adversas 
este animal pode perder suas estruturas diferenciadas e encolher-se, aumentando 
novamente de tamanho e complexidade quando o ambiente tornar-se favorável. 
 
Simbiose e Parasitismo 
Muitos organismos dependem, para sua existência, de uma relação fisiológica íntima 
com outros organismos. Este relacionamento é conhecido como simbiose (do grego 
symbiosis, viver junto). O organismo maior é designado hospedeiro (pode receber 
benefício ou não) e o menor simbionte (recebe benefício). A relação simbiôntica 
normalmente é obrigatória para o simbionte, o que significa que este não pode viver 
sem o hospedeiro. Quando o simbionte pode viver sem o hospedeiro é chamada 
facultativa. Quando tanto simbionte como hospedeiro são beneficiados a relação 
denomina-se mutualismo, é o caso das algas que vivem nos amebócitos das 
esponjas dulcícolas e nas células gastrodérmicas dos corais. O metabolismo de 
cada espécie está associado à presença do outro organismo. 
 
 
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No comensalismo, o hospedeiro não se beneficia, nem é prejudicado. O simbionte, 
ou comensal protege-se ou utiliza o excedente alimentar do hospedeiro. O peixe 
palhaço que vive entre os tentáculos de anêmonas é um comensal. As anêmonas 
podem sobreviver sem os seus simbiontes, mas o peixe não pode viver sozinho. 
 
A relação simbiôntica mais comum é o parasitismo. Neste caso, o hospedeiro é 
prejudicado pela presença do simbionte ou parasita. Há os parasitas que vivem na 
superfície externa do hospedeiro (ectoparasitas) e os que vivem 
internamente(endoparasitas). Alguns parasitas necessitam de dois 
hospedeiros para completar seu ciclo biológico. O hospedeiro do estágio de larva é 
o hospedeiro intermediário; e o do estágio adulto o hospedeiro primário. 
 
Quase sempre o benefício que o parasita recebe do hospedeiro é a alimentação. Os 
parasitas alimentam-se dos tecidos, dos líquidos corpóreos ou do alimento ingerido 
pelo hospedeiro. Quando o parasita encontra-se dentro de alguma parte do corpo do 
hospedeiro, ele tem ainda a vantagem de estar protegido. Esta relação, no entanto, 
apresenta alguns problemas. O principal é encontrar e penetrar em novos 
hospedeiros. 
 
Os ectoparasitas que não se alimentam com frequência constante podem apresentar 
uma parte do aparelho digestivo modificada para o armazenamento. Por outro lado, 
alguns endoparasitas que se utilizam de alimentos já digeridos pelo hospedeiro 
perdem totalmente o aparelho digestivo. O problema da penetração e fixação no 
hospedeiro resultou na evolução de uma grande variedade de estruturas 
como ventosas, ganchos e dentes. Certas enzimas podem facilitar a penetração 
em algumas espécies. A entrada mais comum dos endoparasitas é a boca do 
hospedeiro. O parasita pode permanecer no aparelho digestivo do hospedeiro ou, 
como em algumas espécies, perfurar a sua parede, alcançando assim outros 
órgãos. 
 
O problema de encontrar novos hospedeiros fez com que muitos parasitas 
produzissem uma quantidade enorme de ovos ou passassem por outros estágios de 
desenvolvimento. A espécie é perpetuada apenas se um pequeno número de 
indivíduos encontra seu próprio hospedeiro. O aparelho reprodutor dos parasitas é 
altamente desenvolvido para a produção de um grande número de gametas. Em 
alguns parasitas, a maior parte do corpo está voltada para a reprodução. 
 
 
 
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As estruturas dos endoparasitas geralmente refletem o meio em que eles vivem. 
A locomoção está reduzida e os órgãos sensoriais que são encontrados nas 
formas de vida livre estão ausentes. O sistema nervoso

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