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Fichamento Psicopedagogia Clínica

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
Fichamento de Estudo de Caso
Walkiria Gladistone de Lucena Borges
Trabalho da Disciplina Psicopedagogia Clínica.
 Tutor (a): Prof (a). Elizabeth Luiz Soares 
Brasília-DF	 
2018
Estudo de Caso: 
Psicopedagogia Clínica
Atendimento Psicopedagógico em uma Clínica-Escola:
Um olhar para aspectos da adolescência 
REFERÊNCIA: Menezes, Rafael de Souza Menezes. Lopes, Maria Gentil Araújo da Silva Lopes. Avoglia, Hilda Rosa Capelão Avoglia. Atendimento Psicopedagógico em uma Clínica-Escola: Um olhar para aspectos da adolescência. São Paulo. 
	No estudo de caso apresentado, veremos como foi desenvolvido através dos serviços prestados pelos os estagiários do curso de Pós-Graduação de Psicopedagogia Institucional e Clínica, o atendimento realizado à uma adolescente de 14 anos que relatava apresentar dificuldades de aprendizagem. Foram feitos seis atendimentos avaliativos e treze atendimentos interventivos, buscando compreender e obter soluções efetivas.
	A busca crescente na solução das dificuldades de aprendizagem é o enfoque relacionando as áreas de educação e principalmente no meio familiar. Embora tenhamos profissionais empenhados nesta causa, deve-se estar atendo as particularidades de cada caso, pois a análise superficial resultará em perdas nas áreas envolvidas com as dificuldades. Essas relações têm haver muitas as vezes com o próprio indivíduo, com memória, atenção, ambiente social, familiar e escolar.
	Ao longo da história da educação houve uma necessidade em se trabalhar com crianças que ficavam isoladas devido as dificuldades de aprendizagem, observaram que profissionais da educação buscavam ajudar de forma inadequada, desprezando a interferência do ambiente, o contexto social, a relação com a família, a parte afetiva, entre outros aspectos. Eram feitos diagnósticos voltados para os aspectos percebidos somente no ambiente da escola. 
	Na década de 80, a visão a respeito das dificuldades de aprendizagem foi ampliada em sua avaliação, percebendo que os fatores de dentro e fora da escola eram propulsores na manifestação de algumas dificuldades. Autores mais atuais, Scoz e Porcacchia (2009), afirmam que o diagnóstico e o atendimento psicopedagógico deve ser pautado nas relações do sujeito, ter um olhar multidisciplinar e interdisciplinar para a forma de como se aprende, trazendo os aspectos orgânicos, psicológicos, cognitivos e sociais. A junção do tratamento interdisciplinar, da escola e a família, sugere uma superação e uma diminuição no índice dos casos de dificuldades de aprendizagem.	
	A cerca das dificuldades de aprendizagem os autores afirmam ser uma mudança de comportamento mediante a experiência vivenciada pelo sujeito e o ambiente onde ele está inserido. Aprender necessita interação com o ambiente, grupos, cultura, adquirir conteúdos humanos, desenvolver suas funções psicológicas, constituir intercâmbio do sujeito (interno) com o meio e aprender a partir do outro (externo). 
	A identificação das dificuldades de aprendizagem é feita quando se percebe que a criança não reproduz uma atividade aprendida anteriormente, ele não armazena e não assimila as informações. A atenção também é um fator importante para se relatar, ela é para o sujeito a forma da sua visão de mundo, quando há falha na atenção sua percepção é prejudicada tornando difícil sua interpretação e compreensão, podendo ser estendido para a memória, onde armazena-se seus conceitos acerca do mundo. Diante disto, podemos concluir que a concentração, percepção, a memória, capacidade diminuída de pensar e a indecisão, são fatores que estão ligados diretamente as dificuldades de aprendizagem.
	São vários os fatore que envolvem as dificuldades de aprendizagem, sendo a família uma parte de peso nessa questão. Retirada a culpa exclusiva da criança e com a visão mais ampla das partes envolvidas, a escola se tornou intermediária e referência nas questões sociais, possibilitando um trabalho conjunto com a família e a sociedade. 
	A configuração da família ao longo do tempo foi se modificando, com suas próprias características, regras e rotinas, com isso o formato da educação também sofreu mudanças. O sujeito, embora tenha características individuais, sua formação é composta do ambiente original, as pessoas que compõem esse ambiente e seus paradigmas são formados mediante essa relação. Quando necessário uma intervenção para o sujeito com dificuldades de aprendizagem, o profissional precisará reconhecer a sua composição, sua visão de mundo, seus comportamentos diante das situações e trabalhar em conjunto com a família.
	A fase da adolescência é composta de várias transformações, são mudanças bruscas que vão compor o sujeito adulto, por isso deve-se considerar e procurar apoiar esse adolescente nas suas questões e dificuldades, uma das formas de ajudá-lo é deixar claro os limites e regras que ele deverá seguir, de forma democrática e positiva.
	Baseado nas teorias acima relatados foi elaborado um trabalho para uma adolescente de 14 anos com queixas de aprendizagem. Indicada por sua escola e apoiada por sua família, pai, mãe e irmã, a adolescente apresentava um perfil aparentemente comum, transferida de uma escola particular para uma escola pública, com situação socioeconômica regular, com algumas características específicas de falta de concentração, dificuldades de colocar suas ideias no papel, notas baixas e repetência do sétimo ano do ensino fundamental pela terceira vez.
	Os dados foram coletados para investigação através de entrevista de anamnese, observação lúdica, observação do material escolar e exercícios matemáticos, leitura e escrita. Mediante ao processo de avaliação, observou-se aspectos afetivos e da relação com os ambientes em que estava inserida.
	As intervenções se deram com entrevistas devolutivas, tanto para a adolescente como para sua família e atividades interativas foram aplicadas. Os familiares e a adolescente mostraram interesse e empenho o que facilitou o processo.
	Foram percebidos mediante as atividades que os aspectos cognitivos, compreensão de textos, oralidade e vocabulário, não haviam prejuízo, no entanto sua exposição do que foi compreendido não era processado, nos mostrando a sua dificuldade de relacionamento, trazendo uma clareza da sua fragilidade na relação afetiva com a família e consigo, traços depressivos, desorganização na rotina, entre outros aspectos.
	Foi sugerido atividades em grupo, rotina mais organizada e eficaz mesclando atividades obrigatórias com atividades diferenciadas e estimulantes, estreitamento dos laços afetivos com a família e amigos buscando uma maior interação com os grupos de seu convívio, maior comprometimento com a educação formal (conteúdos programáticos) e por fim, acompanhamento psicológico para trabalhar melhor a sua autoestima.
	O ser humano precisa de interação para reconhecer aspectos que devem ser trabalhados e os profissionais devem estimular essa relação com respeito, sem crítica e de forma democrática, permitindo uma troca de conhecimento e saberes para todos os envolvidos no processo.
	
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