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Livro Eletrônico Aula 00 Direito Penal e Processual Penal-Conhecimentos Específicos p/ Perito Polícia Federal (Área 01)- 2018 Professor: Renan Araujo 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo AULA DEMO DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTçRIA. SUMçRIO 1 CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTçRIA ............................................................... 5 1.1 Art. 1¡ da Lei 8.137/90 .................................................................................. 5 1.2 Art. 2¡ da Lei 8.137/90 .................................................................................. 7 1.3 Questes comuns aos arts. 1¡ e 2¡ da Lei 8.137/90 ....................................... 8 1.3.1 Causas de aumento de pena ............................................................................ 8 1.3.2 Confisso espontnea (Delao premiada) ......................................................... 9 1.3.3 Ao penal .................................................................................................... 9 1.3.4 Extino da punibilidade ................................................................................. 9 1.3.5 Aplicao do princpio da insignificncia .......................................................... 11 1.4 Art. 3¡ da Lei ................................................................................................ 12 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 13 3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 15 3.1 Smulas vinculantes .................................................................................... 15 3.2 Smulas do STF ............................................................................................ 16 4 RESUMO .............................................................................................................. 16 5 EXERCêCIOS PARA PRATICAR ............................................................................. 18 6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 26 7 GABARITO .......................................................................................................... 43 Ol, meus amigos! com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprovao de vocs no concurso da POLêCIA FEDERAL (2018). Ns vamos estudar teoria e comentar exerccios sobre DIREITO PENAL, para o cargo de PERITO (çREA 01). E a, povo, preparados para a maratona? O edital ainda no foi publicado, mas cresce a expectativa pela realizao do novo certame. A Banca do ltimo concurso foi o CESPE. Bom, est na hora de me apresentar a vocs, certo? Meu nome Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pblico Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pblica da Unio no Rio de Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Tcnico Judicirio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps- graduado em Direito Pblico pela Universidade Gama Filho. Minha trajetria de vida est intimamente ligada aos Concursos Pblicos. Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam como consegui sucesso nos concursos em to pouco tempo. Simples: Foco + Fora de vontade + Disciplina. No h frmula mgica, no h ingrediente secreto! Basta querer e correr atrs do seu sonho! Acreditem em mim, isso funciona! muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, poder colaborar para a aprovao de outros tantos concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprovaoÓ, no estou falando apenas por falar. O Estratgia Concursos possui ndices altssimos de aprovao em todos os concursos! Neste curso vocs recebero todas as informaes necessrias para que possam ter sucesso na prova da POLêCIA FEDERAL. Acreditem, vocs no vo se arrepender! O Estratgia Concursos est comprometido com sua aprovao, com sua vaga, ou seja, com voc! Mas possvel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda no esteja plenamente convencido de que o Estratgia Concursos a melhor escolha. Eu entendo voc, j estive deste lado do computador. Ës vezes difcil escolher o melhor material para sua preparao. Contudo, alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: Esse print screen acima foi retirado da pgina de avaliao do curso. De um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da PC-PE), s que ministrado em 2015. Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%. Ainda no est convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que pode estar dentro daqueles 1,61%. Em razo disso, disponibilizamos gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. Acha que a aula demonstrativa pouco para testar o material? Pois bem, o Estratgia concursos d a voc o prazo de 30 DIAS para testar o 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente o material e, se no gostar, devolvemos seu dinheiro. Sabem porque o Estratgia Concursos d ao aluno 30 dias para pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso no vai acontecer! No temos medo de dar a voc essa liberdade. Neste curso estudaremos todo o contedo de Direito Penal estimado para o Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambm com exerccios comentados. Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: ! AULA CONTEòDO DATA Aula 00 Crimes contra a ordem tributria. 09.02 Aula 01 Crimes contra o sistema financeiro nacional. Crimes contra o mercado de capitais. 16.02 Aula 02 Crimes contra a previdncia social. Crimes contra as finanas pblicas. 23.02 Aula 03 Crimes de lavagem de dinheiro ou ocultao de bens, direitos e valores. Crimes de fraude a credores em processos de recuperao judicial, extrajudicial e na falncia do empresrio e da sociedade empresria. 02.03 Aula 04 Disposies gerais sobre a prova (Captulo I, Ttulo VII). Exame do corpo de delito e percias em geral (Captulo II, Ttulo VII). Peritos enquanto auxiliares da justia (Captulo VI, Ttulo VIII). 09.03 Nossas aulas sero disponibilizadas conforme o cronograma apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questes que foram cobradas em concursos pblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matria. Sempre que possvel, trabalharemos com questes do CESPE, que ser a provvel Banca do concurso. Mais de 90% das nossas questes sero do CESPE! Alm da teoria e das questes, vocs tero acesso a duas ferramentas muito importantes: ¥! RESUMOS Ð Cada aula ter um resumo daquilo que foi estudado, variandode 03 a 10 pginas (a depender do tema), indo direto ao 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo ponto daquilo que mais relevante! Ideal para quem est sem muito tempo. ¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð No entendeu alguma coisa? Simples: basta perguntar ao professor Vinicius Silva, que o responsvel pelo Frum de Dvidas, exclusivo para os alunos do curso. Outro diferencial importante que nosso curso em PDF ser complementado por videoaulas. Nas videoaulas iremos abordar os tpicos do edital com a profundidade necessria, a fim de que o aluno possa esclarecer pontos mais complexos, fixar aqueles pontos mais relevantes, etc. No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! Prof. Renan Araujo E-mail: profrenanaraujo@gmail.com Periscope: @profrenanaraujo Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br Youtube: www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ Observao importante: este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos. ;-) 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1! CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTçRIA Considerando a relevncia da matria tributria, eis que so os tributos pagos por todos ns que sustentam o pas, nada mais natural que determinadas condutas atentatrias ordem tributria sejam tuteladas penalmente, de forma a tentar garantir o respeito a estes bens jurdicos. Para tanto foram criados alguns tipos penais denominados de CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTçRIA, previstos na Lei 8.137/90. Vejamos cada um dos delitos previstos. 1.1!Art. 1¡ da Lei 8.137/90 Art. 1¡ Constitui crime contra a ordem tributria suprimir ou reduzir tributo, ou contribuio social e qualquer acessrio, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei n¼ 9.964, de 10.4.2000) I - omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias; II - fraudar a fiscalizao tributria, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operao de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo operao tributvel; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatrio, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestao de servio, efetivamente realizada, ou fornec-la em desacordo com a legislao. Pena - recluso de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pargrafo nico. A falta de atendimento da exigncia da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poder ser convertido em horas em razo da maior ou menor complexidade da matria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigncia, caracteriza a infrao prevista no inciso V. Os cinco incisos previstos so os cinco meios pelos quais o agente poder praticar as condutas previstas no caput do artigo. Desta forma, pelo princpio da taxatividade, s haver crime se o agente reduzir ou suprimir tributo MEDIANTE UMA DESTAS CONDUTAS. Os termos ÒtributosÓ, Òcontribuies sociaisÓ e ÒacessriosÓ so elementos normativos jurdicos, e a meno s Òcontribuies sociaisÓ desnecessria, na medida em que espcie de tributo. O acessrio, para estes fins, deve ser entendido como o valor decorrente do descumprimento de alguma obrigao acessria (que no seja o pagamento do tributo), como a prestao de uma declarao, etc. Existem vrias condutas possveis, de forma que temos um crime de ao mltipla. Caso o agente pratique mais de uma conduta, mas relativamente ao MESMO TRIBUTO OU ACESSîRIO, teremos um crime nico. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo No entanto, ainda que o agente pratique apenas uma das modalidades de conduta, mas relativamente A DIVERSOS TRIBUTOS, teremos pluralidade de crimes, cometidos em concurso formal ou material, a depender do caso. O sujeito ativo aqui o contribuinte ou o responsvel tributrio. O elemento subjetivo exigido O DOLO, no se punindo criminalmente na forma culposa. No inciso IV permite-se tanto o dolo direto quanto o DOLO EVENTUAL. A consumao do crime se d com A OCORRæNCIA DO RESULTADO DANOSO, que consiste na SUPRESSÌO OU REDUÌO do tributo. A tentativa admissvel. No entanto, na conduta prevista no ¤ nico o delito se consuma com o mero descumprimento ou no atendimento da ordem legal da autoridade, sendo, portanto, INADMISSêVEL a tentativa. ATENÌO! O STF entende que as condutas previstas no art. 1¼, I a IV, caracterizam o tipo penal como crime material, de forma que o lanamento definitivo do tributo necessrio para a consumao do crime. Vejamos: SòMULA VINCULANTE N¼ 24 ÒNo se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1o, incisos I a IV, da Lei no 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo.Ó Percebam que o inciso V no foi contemplado pela Smula Vinculante n¼ 24 do STF. Isso no quer dizer, contudo, que ele no seja um crime material. Doutrinariamente, inclusive, ele considerado crime material. Na Jurisprudncia, a tese majoritria a de que ele tambm crime material, pela mesma lgica que os demais: O tipo penal diz: Ò(...) suprimir ou reduzir tributo...Ó. Isso denota a exigncia do efetivo dano para a consumao do delito. Contudo, ainda h decises em sentido contrrio, de forma que na Jurisprudncia no to pacfico assim. CUIDADO MASTER! O simples fato de ao crdito tributrio estar prescrito, ou seja, no ser mais possvel o ajuizamento da execuo fiscal (ou seu prosseguimento, caso reconhecida a prescrio durante o processo executivo) NÌO influencia na ao penal. Isso porque o crime se consuma com o lanamento definitivo do tributo. Uma vez lanado o tributo, h completa desvinculao entre as esferas. O fato de a Fazenda Nacional vir a perder o prazo para ajuizar a execuo fiscal 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo (ocasionando a prescrio tributria) no gera reflexos na seara penal. Nesse sentido, o entendimento do STJ: ÒO reconhecimento de prescrio tributria em execuo fiscal no capaz de justificar o trancamento de ao penal referente aos crimes contra a ordem tributria previstos nos incisos II e IV do art. 1¡ da Lei n. 8.137/1990 (RHC 67.771-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/3/2016, DJe 17/3/2016 Ð Informativo 579 do STJ).Ó 1.2!Art. 2¡ da Lei 8.137/90 O art. 2¡ da Lei 8.137/90 prev o seguinte: Art. 2¡ Constitui crime da mesma natureza: (VideLei n¼ 9.964, de 10.4.2000) I - fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuio social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigao e que deveria recolher aos cofres pblicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficirio, qualquer percentagem sobre a parcela dedutvel ou deduzida de imposto ou de contribuio como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatudo, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por rgo ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigao tributria possuir informao contbil diversa daquela que , por lei, fornecida Fazenda Pblica. Pena - deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. O crime previsto aqui possui a mesma natureza do anterior, sendo, entretanto, condutas menos gravosas e, at por isso, receberam sano mais branda. Alm disso, todas as condutas previstas neste artigo so DE MERA CONDUTA (Doutrina majoritria). Na verdade, parte da Doutrina sustenta serem crimes de mera conduta, e outra parte sustenta serem crimes formais. Todavia, o crime do inciso I, mais se apresenta como um crime FORMAL (no vejo possibilidade de ser considerado como crime de mera conduta), na medida em que h possibilidade de que ocorra resultado naturalstico (o agente consiga obter o resultado pretendido). De uma forma ou de outra, o importante que o resultado IRRELEVANTE PARA A CONSUMAÌO DO DELITO. O sujeito ativo o contribuinte ou o responsvel, ou seja, aquela pessoa que possui uma relao direta ou de responsabilidade em relao obrigao tributria. Temos, portanto, um crime PRîPRIO. CUIDADO! Crime prprio no sinnimo de crime praticado por funcionrio pblico. Crime prprio um crime que no pode ser cometido por qualquer 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo pessoa, mas somente por aquelas que se encontrem em determinada situao, como o caso do artigo. O sujeito passivo ser a administrao fazendria prejudicada (se o tributo for federal, a Fazenda Nacional, se estadual, a Fazenda Estadual, etc.). O tipo subjetivo (elemento subjetivo) das condutas descritas no art. 2¡ o DOLO. No inciso I, entretanto, exige-se, ainda, um ELEMENTO SUBJETIVO ESPECêFICO (especial fim de agir), consistente na inteno de se eximir do pagamento total ou parcial do tributo. A consumao do delito se d com a mera prtica de qualquer das condutas enumeradas, sendo IRRELEVANTE, para a consumao do delito, A OCORRæNCIA DO EFETIVO PREJUêZO (supresso ou reduo do tributo). A tentativa s ser admissvel nas condutas que possam ser fracionveis. Portanto, apenas a ttulo de exemplo, nas modalidades omissivas (ÒomitirÓ, Òdeixar de aplicarÓ, etc.), no cabe tentativa, pois no se pode fracionar a execuo do delito, de forma que, ou o crime se consuma, ou sequer chega a ser tentado. Como a pena mxima prevista para este delito de DOIS ANOS, temos aqui uma INFRAÌO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO Ð IMPO, de forma que a competncia para o processo e julgamento deste crime dos Juizados Especiais Criminais (art. 61 da Lei 9.099/95). Alm disso, como a pena mnima inferior a um ano, cabvel a suspenso condicional do processo. Portanto, e considerando ainda que a pena mnima no ultrapassa 01 ano, aplicam-se a este crime os institutos despenalizadores da SUSPENSÌO CONDICIONAL DO PROCESSO E DA TRANSAÌO PENAL. 1.3!Questes comuns aos arts. 1¡ e 2¡ da Lei 8.137/90 1.3.1!Causas de aumento de pena Em ambos os crimes, se das condutas praticadas resultar grave dano sociedade, ou se forem praticadas por servidor pblico no exerccio das funes, ou ainda, se forem praticadas em relao prestao de servios ou ao comrcio de bens essenciais vida ou sade, a pena aumentada de 1/3 metade. Vejamos o que diz o art. 12 da Lei: Art. 12. So circunstncias que podem agravar de 1/3 (um tero) at a metade as penas previstas nos arts. 1¡, 2¡ e 4¡ a 7¡: I - ocasionar grave dano coletividade; II - ser o crime cometido por servidor pblico no exerccio de suas funes; III - ser o crime praticado em relao prestao de servios ou ao comrcio de bens essenciais vida ou sade. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo O inciso III praticamente no possui aplicao aos crimes contra a ordem tributria, tendo mais sentido no que se refere aos crimes contra a ordem econmica. 1.3.2!Confisso espontnea (Delao premiada) Se o crime for cometido em concurso de agentes, e um dos agentes confessar o crime, revelando autoridade a trama delituosa, ter a pena reduzida de 1/3 a 2/3. o que se chama de confisso espontnea (ou delao premiada). Vejamos: Pargrafo nico. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co- autoria, o co-autor ou partcipe que atravs de confisso espontnea revelar autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa ter a sua pena reduzida de um a dois teros. (Pargrafo includo pela Lei n¼ 9.080, de 19.7.1995) necessrio, portanto, que esta confisso seja ESPONTåNEA. No se exige, no entanto, VOLUNTARIEDADE, ou seja, no se exige que essa vontade parta do agente. Pode ser que ele espontaneamente se prontifique a confessar quando informado das vantagens dessa confisso. Trata-se de DIREITO SUBJETIVO DO RU, ou seja, ele tem o direito de realizar esta confisso e ter sua pena reduzida nos moldes legais. 1.3.3!Ao penal A ao penal nestes crimes PòBLICA INCONDICIONADA, por fora do art. 15 da Lei: Art. 15. Os crimes previstos nesta lei so de ao penal pblica, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n¡ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal. 1.3.4!Extino da punibilidade Quando um delito cometido surge para o Estado o poder-dever de punir o infrator. Esse poder chamado de Ius Puniendi. Entretanto, esse poder pode desaparecer, em razo de diversos fatores (prescrio, abolitio criminis, etc.). A punibilidade no elemento do crime. A Lei 8.137/90 trouxe uma hiptese especial de EXTINÌO DA PUNIBILIDADE, prevista em seu art. 14. Vejamos: Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1¡ a 3¡ quando o agente promover o pagamento de tributo ou contribuio social, inclusive acessrios, antes do recebimento da denncia. (Artigo revogado pela Lei n¼ 8.383, de 30.12.1991) Como vocs podem ver, este artigo est riscado, pois fora revogado pela Lei 8.383/91. No entanto, essa modalidade de extino da punibilidade foi novamente prevista, desta vez, no art. 34 da Lei 9.249/95: 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei n¼ 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e na Lei n¼ 4.729, de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do tributo ou contribuio social, inclusive acessrios,antes do recebimento da denncia. Agora eu vos pergunto: No dava para incluir um artigo na Lei 8.137/90 pra dizer isso? Precisava colocar em outra lei, s pra dificultar a vida do candidato? Bom, o importante que a punibilidade estar extinta caso o agente promova o PAGAMENTO INTEGRAL do tributo, contribuio social ou acessrios ANTES DO RECEBIMENTO DA DENòNCIA. Como disse a vocs, o pagamento do tributo, antes do recebimento da denncia, EXTINGUE A PUNIBILIDADE. Entretanto, existe uma possibilidade de SUSPENSÌO DA PRETENSÌO PUNITIVA DO ESTADO, que ir ocorrer quando o agente reconhecer o dbito relativo ao crime e realizar o PARCELAMENTO DA DêVIDA. Enquanto a dvida estiver sendo paga parceladamente, no h extino da punibilidade, pois pode ser que o agente deixe de pagar o parcelamento. Assim, a punibilidade s estar extinta quando o agente TERMINAR DE PAGAR O PARCELAMENTO. Essa previso de suspenso da pretenso punitiva est prevista na Lei 8.137/90? NÌO! Essa previso est contida no art. 9¡ da Lei 10.684/03: Art. 9o suspensa a pretenso punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Ð Cdigo Penal, durante o perodo em que a pessoa jurdica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver includa no regime de parcelamento. ¤ 1o A prescrio criminal no corre durante o perodo de suspenso da pretenso punitiva. ¤ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurdica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos dbitos oriundos de tributos e contribuies sociais, inclusive acessrios. Percebam, ainda, meus caros alunos, que enquanto o camarada (inclusive Pessoa Jurdica, obviamente) estiver pagando o parcelamento, NÌO CORRE O PRAZO DE PRESCRIÌO. Importante ressaltar que a jurisprudncia do STJ se consolidou no sentido de que, em razo do advento da Lei 10.684/03, o pagamento do tributo (ou contribuio social) e seus acessrios, a qualquer tempo, desde que antes do trnsito em julgado, gera a extino da punibilidade (contrariamente ao que prev a Lei). 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1.3.5!Aplicao do princpio da insignificncia A Jurisprudncia entende, ainda, que em se tratando de prejuzo inferior a ao patamar estabelecido pela Fazenda Nacional como irrelevante para fins de execuo fiscal, temos hiptese de aplicao do PRINCêPIO DA INSIGNIFICåNCIA, de forma a afastar a tipicidade do fato, ou seja, o fato seria atpico (por ausncia de lesividade social apta a justificar a tutela penal, j que por esse valor a Fazenda sequer promove a execuo fiscal, de modo que no faz sentido aplicar o Direito Penal se no se aplica nem o Direito Administrativo ao caso). CUIDADO! Isso s se aplica aos tributos federais, j que a Lei 10.522/02 foi editada dirigindo-se Fazenda Nacional.1 CUIDADO II Ð A Portaria MF n¼ 75 aumentou para R$ 20.000,00 o valor dos crditos tributrios federais considerados irrelevantes para fins de execuo fiscal, dispensando sua cobrana. Contudo, por se tratar de mera Portaria, o STJ entendia que ele no se aplicava para fins de caracterizao do princpio da insignificncia, que permaneceria no antigo patamar de R$ 10.000,00 (estabelecido pela Lei 10.522/02). O STF, porm (como vimos), passou a adotar o patamar de R$ 20.000,00 para caracterizao da insignificncia em crimes tributrios2. Assim, e para no gerar Òdivergncia jurisprudencialÓ, a QUINTA TURMA DO STJ passou a adotar a mesma tese (R$ 20.000,00).3 Porm, existiam decises no mbito da SEXTA TURMA do STJ ainda mantendo o entendimento antigo (de que o patamar seria de R$ 10.000,00). Assim, para sanar a controvrsia dentro do prprio STJ, a TERCEIRA SEÌO (que engloba a QUINTA TURMA e a SEXTA TURMA), mais recentemente, decidiu que o patamar deve ser o de R$ 10.000,00 (previsto na Lei).4 Para fins de prova, a resposta vai depender da pergunta. Se a questo se referir ao STF, o entendimento de que o patamar de R$ 20.000,00. Se exigir o entendimento do STJ, o patamar o de R$ 10.000,00. 1 (...) A jurisprudncia deste Superior Tribunal de Justia preceitua que a aplicao do princpio da insignificncia aos crimes sobre dbitos tributrios federais que no excedam R$ 10.000,00 (dez mil reais), com esteio no disposto no artigo 20 da Lei n. 10.522/2002, no se estende a tributos que no sejam da competncia da Unio, devendo ser aplicada a legislao do ente competente para legislar sobre o tributo em anlise. (...) (AgRg no AREsp 753.887/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 13/10/2015, DJe 03/11/2015) 2 Ver HC 126746 AgR / PR (Publicado em 07.05.2015) 3 (AgRg no AgRg no REsp 1447254/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 11/11/2014)Ó 4 (EREsp 1230325/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, TERCEIRA SEÌO, julgado em 22/04/2015, DJe 05/05/2015) 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 1.4!Art. 3¡ da Lei Art. 3¡ Constitui crime funcional contra a ordem tributria, alm dos previstos no Decreto-Lei n¡ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal (Ttulo XI, Captulo I): I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razo da funo; soneg-lo, ou inutiliz-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuio social; II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente. Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico. Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. O art. 3¡ inaugura a seo II, que conta tambm com o art. 4¡. Ambos os artigos preveem crimes FUNCIONAIS, ou seja, so praticados por funcionrios pblicos no exerccio de suas funes. So, portanto, CRIMES PRîPRIOS. O sujeito ativo o funcionrio pblico, mas nada impede que um particular pratique este crime, quando em concurso de agentes com um funcionrio pblico, e desde que conhea esta condio do comparsa, nos moldes do art. 30 do CP. No inciso I o elemento subjetivo exigido o DOLO, exigindo-se, ainda, UM ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na vontade de praticar a conduta com a finalidade de acarretar pagamento inexato ou indevido de tributo (esse ponto no pacfico na Doutrina). A consumao da conduta do inciso I se d com a prtica de uma das condutas previstas no ncleo do tipo, SENDO NECESSçRIA A OCORRæNCIA DO RESULTADO (pagamento indevido ou inexato do tributo). A tentativa somente admissvel na modalidade de extravio e inutilizao, pois so condutas PLURISSUBSISTENTES. Na modalidade ÒsonegarÓ, ou o agente sonega e o crime se consuma ou o agente no sonega e o crime no chega nem a ser tentado. As condutas previstas no INCISO II se assemelham aos crimes de concusso e corrupo passiva,previstos nos arts. 316 e 317 do CP. Entretanto, so crimes especiais, pois possuem todos os elementos daqueles e mais um adicional que lhe confere especialidade, que o fato de serem praticados em detrimento da ordem tributria. O elemento subjetivo o DOLO, exigindo-se o especial fim de agir consistente na expresso Òpara deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmenteÓ. A consumao na modalidade ÒexigirÓ se d com a mera exigncia, sendo, portanto, CRIME FORMAL. Na modalidade de solicitao tambm temos crime FORMAL. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Na conduta de Òaceitar promessaÓ e Òreceber vantagemÓ, o crime se consuma com o ato de aceitao ou recebimento, sendo que, neste ltimo, a efetiva entrega da vantagem necessria para a consumao do delito. O inciso III, por fim, traz modalidade especial de ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (que tambm crime previsto no art. 321 do CP). No entanto, aqui o crime especfico para a advocacia administrativa perante a administrao fazendria. O elemento subjetivo exigido aqui tambm o dolo, NÌO HAVENDO PREVISÌO DE ESPECIAL FIM DE AGIR. A consumao ocorre com a prtica do ato de advocacia administrativa, ou seja, com o ato de intermediao junto administrao fazendria, sendo irrelevante que haja sucesso na conduta EXEMPLO: Jos, analista da Receita, intervm em favor de Pedro, seu amigo, junto Paulo, Auditor-Fiscal, solicitando que este ltimo analise rapidamente o processo administrativo-fiscal de seu amigo Pedro, para que possa receber logo sua restituio. Nesse caso, o crime estar caracterizado com a simples solicitao, sendo irrelevante se Paulo atende o pedido ou no. A tentativa plenamente possvel, embora seja muito difcil a sua caracterizao no caso concreto. 2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES LEI 8.137/90 Ä Arts. 1¡ a 3¼ Ð Tipificam os crimes contra a Ordem Tributria: CAPêTULO I Dos Crimes Contra a Ordem Tributria Seo I Dos crimes praticados por particulares Art. 1¡ Constitui crime contra a ordem tributria suprimir ou reduzir tributo, ou contribuio social e qualquer acessrio, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei n¼ 9.964, de 10.4.2000) I - omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias; II - fraudar a fiscalizao tributria, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operao de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo operao tributvel; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatrio, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestao de servio, efetivamente realizada, ou fornec-la em desacordo com a legislao. Pena - recluso de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pargrafo nico. A falta de atendimento da exigncia da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poder ser convertido em horas em razo da maior ou menor 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo complexidade da matria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigncia, caracteriza a infrao prevista no inciso V. Art. 2¡ Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n¼ 9.964, de 10.4.2000) I - fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuio social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigao e que deveria recolher aos cofres pblicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficirio, qualquer percentagem sobre a parcela dedutvel ou deduzida de imposto ou de contribuio como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatudo, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por rgo ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigao tributria possuir informao contbil diversa daquela que , por lei, fornecida Fazenda Pblica. Pena - deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Seo II Dos crimes praticados por funcionrios pblicos Art. 3¡ Constitui crime funcional contra a ordem tributria, alm dos previstos no Decreto-Lei n¡ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal (Ttulo XI, Captulo I): I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razo da funo; soneg-lo, ou inutiliz-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuio social; II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente. Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico. Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Ä Arts. 8¡ a 17 Ð Regulamentam a pena de multa e as disposies gerais relativas aos crimes contra a ordem tributria, econmica e as relaes de consumo: CAPêTULO III Das Multas Art. 8¡ Nos crimes definidos nos arts. 1¡ a 3¡ desta lei, a pena de multa ser fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessrio e suficiente para reprovao e preveno do crime. Pargrafo nico. O dia-multa ser fixado pelo juiz em valor no inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos) Bnus do Tesouro Nacional BTN. Art. 9¡ A pena de deteno ou recluso poder ser convertida em multa de valor equivalente a: I - 200.000 (duzentos mil) at 5.000.000 (cinco milhes) de BTN, nos crimes definidos no art. 4¡; 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo II - 5.000 (cinco mil) at 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5¡ e 6¡; III - 50.000 (cinqenta mil) at 1.000.000 (um milho de BTN), nos crimes definidos no art. 7¡. Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilcito e a situao econmica do ru, verifique a insuficincia ou excessiva onerosidade das penas pecunirias previstas nesta lei, poder diminu-las at a dcima parte ou elev-las ao dcuplo. CAPêTULO IV Das Disposies Gerais Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurdica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade. Pargrafo nico. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por intermdio de outro em que o preo ao consumidor estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por este praticado no alcana o distribuidorou revendedor. Art. 12. So circunstncias que podem agravar de 1/3 (um tero) at a metade as penas previstas nos arts. 1¡, 2¡ e 4¡ a 7¡: I - ocasionar grave dano coletividade; II - ser o crime cometido por servidor pblico no exerccio de suas funes; III - ser o crime praticado em relao prestao de servios ou ao comrcio de bens essenciais vida ou sade. Art. 13. (Vetado). (...) Art. 15. Os crimes previstos nesta lei so de ao penal pblica, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n¡ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal. Art. 16. Qualquer pessoa poder provocar a iniciativa do Ministrio Pblico nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informaes sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos de convico. Pargrafo nico. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co- autoria, o co-autor ou partcipe que atravs de confisso espontnea revelar autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa ter a sua pena reduzida de um a dois teros. (Pargrafo includo pela Lei n¼ 9.080, de 19.7.1995) Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preos, quando e se necessrio, providenciar a desapropriao de estoques, a fim de evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento. 3! SòMULAS PERTINENTES 3.1!Smulas vinculantes Ä Smula Vinculante 24 Ð O STF editou o verbete de Smula VINCULANTE n¼ 24, no sentido de que os crimes do art. 1¼, I a IV da Lei 8.137/90 so materiais e, portanto, s restam caracterizados quando h o lanamento definitivo do tributo: SòMULA VINCULANTE N¼ 24 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo No se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no ! art. 1¼, incisos I a IV, da Lei n¼ 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo. 3.2!Smulas do STF Ä Smula 609 do STF: Consolida entendimento no sentido de que o crime de sonegao fiscal persequvel mediante ao penal pblica incondicionada: Smula 609 do STF - Ò pblica incondicionada a ao penal por crime de sonegao fiscal.Ó 4! RESUMO Para finalizar o estudo da matria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa sugesto a de que esse resumo seja estudado sempre previamente ao incio da aula seguinte, como forma de ÒrefrescarÓ a memria. Alm disso, segundo a organizao de estudos de vocs, a cada ciclo de estudos fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informao, no deixem de retornar aula. RESUMO Crimes do art. 1¼ da Lei 8.137/90 Bem jurdico protegidoÐ A sade fiscal do Estado. Consumao ⇒!Nos crimes do art. 1¼, I a IV Ð Com a efetiva supresso ou reduo de tributo, o que s pode ocorrer quando h o lanamento definitivo (SV 24) ⇒! Crime do art. 1¼, V Ð Controvertido. Na Doutrina prevalece que crime material. Na jurisprudncia h julgados no sentido de ser crime material e outros afirmando tratar-se de crime formal. Elemento subjetivo - O elemento subjetivo exigido O DOLO, no se punindo criminalmente na forma culposa. No inciso IV permite-se tanto o dolo direto quanto o DOLO EVENTUAL. Tentativa - A tentativa admissvel. No entanto, na conduta prevista no ¤ nico do art. 1¼ INADMISSêVEL a tentativa. Crimes do art. 2¼ da Lei 8.137/90 Bem jurdico protegidoÐ A sade fiscal do Estado. Consumao Ð No so crimes materiais, ou seja, no se exige a efetiva supresso ou reduo de tributo. Parte da Doutrina sustenta serem crimes de mera conduta, e outra parte sustenta serem crimes formais. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Elemento subjetivo - DOLO. No inciso I, entretanto, exige-se, ainda, um ELEMENTO SUBJETIVO ESPECêFICO (especial fim de agir), consistente na inteno de se eximir do pagamento total ou parcial do tributo. Tentativa - A tentativa s ser admissvel nas condutas que possam ser fracionveis. No cabe tentativa, por exemplo, nas modalidades omissivas. OBS.: So infraes de menor potencial ofensivo (pena mxima no ultrapassa dois anos). OBS.: Cabe suspenso condicional do processo (pena mnima no ultrapassa 01 ano). Causas de aumento de pena relativas aos crimes dos arts. 1¼ e 2¼ ⇒! Hipteses em que a pena aumentada de 1/3 metade: ⇒!Ocasionar grave dano coletividade ⇒! Ser o crime cometido por servidor pblico no exerccio de suas funes ⇒! Ser o crime praticado em relao prestao de servios ou ao comrcio de bens essenciais vida ou sade Confisso espontnea - Se o crime for cometido em concurso de agentes, e um dos agentes confessar o crime, revelando autoridade a trama delituosa, ter a pena reduzida de 1/3 a 2/3 Ao penal - PòBLICA INCONDICIONADA. Extino da punibilidade Ð Pode ocorrer com o PAGAMENTO INTEGRAL do tributo, contribuio social ou acessrios ANTES DO RECEBIMENTO DA DENòNCIA. OBS.: Para o STJ, o pagamento do tributo (ou contribuio social) e seus acessrios, a qualquer tempo, desde que antes do trnsito em julgado, gera a extino da punibilidade. Parcelamento do dbito - Gera SUSPENSÌO DA PRETENSÌO PUNITIVA DO ESTADO, que ir ocorrer quando o agente reconhecer o dbito relativo ao crime e realizar o PARCELAMENTO DA DêVIDA (fica suspensa a prescrio durante o parcelamento). Princpio da insignificncia Ð aplicvel, quando a leso for insignificante. Considera-se como insignificante a leso cujo valor no exceda a: ⇒! R$ 20.000,00 Ð Posio do STF ⇒! R$ 10.000,00 - Posio do STJ OBS.: Isso s se aplica aos tributos federais. Crimes do art. 3¼ da Lei 8.137/90 Bem jurdico protegidoÐ Administrao pblica fazendria. Natureza - Crimes FUNCIONAIS, ou seja, so praticados por funcionrios pblicos no exerccio de suas funes. So, portanto, CRIMES PRîPRIOS. 00000000000 - DEMO ==0== Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Inciso I Elemento subjetivo Ð Dolo. Exige-se, ainda, UM ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na vontade de praticar a conduta com a finalidade de acarretar pagamento inexato ou indevido de tributo (esse ponto no pacfico na Doutrina). Consumao - Com a prtica de uma das condutas previstas no ncleo do tipo, SENDO NECESSçRIA A OCORRæNCIA DO RESULTADO (pagamento indevido ou inexato do tributo). Tentativa - A tentativa somente admissvel na modalidade de extravio e inutilizao, pois so condutas PLURISSUBSISTENTES. Na modalidade ÒsonegarÓ no se admite. Inciso II Conduta Ð Crime especial em relao aos crimes de concusso e corrupo passiva, previstos nos arts. 316 e 317 do CP. Elemento subjetivo Ð Dolo. Exige-se, ainda, UM ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na expresso Òpara deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmenteÓ. Consumao ⇒!Modalidades de ÒexigirÓ, Ò solicitarÓ e Òaceitar promessaÓ- Basta a solicitao, exigncia ou aceitao (crime formal) ⇒!Modalidade de Òreceber vantagemÓ Ð necessria efetiva entrega da vantagem necessria para a consumao do delito (crime material) Inciso III Conduta - Modalidadeespecial de ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (que tambm crime previsto no art. 321 do CP). Elemento subjetivo Ð Dolo, no havendo especial fim de agir. Consumao - Ocorre com a prtica do ato de advocacia administrativa, sendo irrelevante se o agente alcana sucesso (crime formal) Tentativa - A tentativa possvel. _________________ Bons estudos! Prof. Renan Araujo 5! EXERCêCIOS PARA PRATICAR 01.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO DE POLêCIA) 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Se os crimes funcionais, previstos no art. 3.¼ da Lei n.¼ 8.137/1990, forem praticados por servidor contra a administrao tributria, a pena imposta aumentar de um tero at a metade. 02.! (CESPE Ð 2013 Ð PC/BA Ð DELEGADO DE POLêCIA) Servidor pblico que, na qualidade de agente fiscal, exigir vantagem indevida para deixar de emitir auto de infrao por dbito tributrio e de cobrar a consequente multa responder, independentemente do recebimento da vantagem, pela prtica do crime de concusso, previsto na parte especial do Cdigo Penal (CP). 03.! (CESPE Ð 2013 Ð TC/DF - PROCURADOR) No crime funcional contra a ordem tributria consistente em exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou mesmo antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente, extingue-se a punibilidade do agente, desde que haja pagamento integral do tributo antes da persecuo penal em juzo, nos termos da lei regente dos crimes contra a ordem tributria. 04.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-DF Ð AGENTE) Quem, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico, patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria praticar, em tese, crime funcional contra a ordem tributria. 05.! (CESPE Ð 2013 Ð TRF5 Ð JUIZ FEDERAL Ð ADAPTADA) Em se tratando de crime de supresso de tributo mediante falsificao de nota fiscal, o scio gerente responsvel pela administrao contbil e financeira da empresa que admitir autoridade policial ter praticado o delito e revelar a participao de outros scios, ou mesmo de contadores e falsrios, salvo em caso de quadrilha, ser beneficiado pela diminuio da pena, de um a dois teros, na terceira fase de sua aplicao. 06.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-DF Ð JUIZ - ADAPTADA) O prazo prescricional do delito material contra a ordem tributria comea a correr do dia da prtica do fato reputado como criminoso. 07.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR) Suponha que, antes do trmino do correspondente processo administrativo de lanamento tributrio, o MP tenha oferecido denncia contra Maurcio, por ter ele deixado de fornecer, em algumas situaes, notas fiscais relativas a mercadorias efetivamente vendidas em seu estabelecimento comercial. Nesse caso, de acordo 00000000000 - DEMO 0 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo com a jurisprudncia pacfica do STF, a inicial acusatria no deve ser recebida pelo magistrado, dada a ausncia de configurao de crime material. 08.! (CESPE Ð 2002 Ð SENADO Ð CONSULTOR LEGISLATIVO) Quanto aos crimes contra a ordem tributria, julgue o item que se segue. A razo primordial da instituio da figura delitiva tributria no a preservao da ordem, a tranqilidade da sociedade, mas impingir coao ao contribuinte, para que este possa trazer a sua participao a fim de que as necessidades pblicas sejam satisfeitas. 09.! (CESPE Ð 2002 Ð SENADO Ð CONSULTOR LEGISLATIVO) Quanto aos crimes contra a ordem tributria, julgue o item que se segue. Nos crimes contra a ordem tributria previstos na Lei n.o 8.137, de 1990, o ncleo da figura delitiva principal suprimir ou reduzir tributos com a inteno de causar dano ao errio pblico, tratando-se, portanto, de crimes de resultado. 10.! (CESPE Ð 2002 Ð SENADO Ð CONSULTOR LEGISLATIVO) Quanto aos crimes contra a ordem tributria, julgue o item que se segue. O pagamento do tributo devido, a qualquer tempo, extingue a punibilidade do sujeito passivo nos crimes contra a ordem tributria. 11.! (CESPE Ð 2002 Ð SENADO Ð CONSULTOR LEGISLATIVO) Quanto aos crimes contra a ordem tributria, julgue o item que se segue. O que diferencia o ilcito administrativo-fiscal do crime de sonegao a natureza da sano aplicada. 12.! (CESPE Ð 2008 Ð STF Ð ANALISTA JUDICIçRIO) No que concerne aos crimes contra a ordem tributria, julgue o seguinte item, com base no entendimento do STF. Dispe o art. 1.¼ da Lei n.¼ 8.137/1990 que constitui crime contra a ordem tributria suprimir ou reduzir tributo, ou contribuio social e qualquer acessrio, mediante determinadas condutas ali descriminadas. Em tais casos, se o crdito no houver sido lanado definitivamente, o crime no se tipifica, pois o delito material. 13.! (CESPE Ð 2008 Ð STF Ð ANALISTA JUDICIçRIO) No que concerne aos crimes contra a ordem tributria, julgue o seguinte item, com base no entendimento do STF. O delito de falsificao de contrato social absorvido por crime contra a ordem tributria, desde que tenha servido de meio para a sua prtica. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo 14.! (CESPE Ð 2001 Ð RFB Ð AUDITOR-FISCAL DA PREVIDæNCIA) O fim do direito penal s pode derivar do Estado e consiste em garantir a segurana dos cidados. E essa segurana s pode advir da preservao dos bens mais valiosos, como a vida, a integridade fsica, a liberdade e a propriedade. H ainda a necessidade de assegurar o cumprimento das prestaes de carter pblico de que depende o indivduo no quadro social por parte do Estado. O direito penal serve simultaneamente para limitar o poder de interveno do Estado e para combater o crime. Protege, portanto, o indivduo de uma represso desmesurada do Estado, mas protege igualmente a sociedade e os seus membros dos abusos do indivduo. Considerando o texto acima, julgue o item abaixo, no que se refere aos crimes contra a ordem pblica. Devido ao interesse estatal na arrecadao tributria e necessidade dela para satisfao do interesse pblico, os quais justificam a criminalizao das variadas formas de sonegao fiscal, a legislao brasileira prev a extino da punibilidade dos responsveis por esses delitos que, a qualquer tempo, procedam ao pagamento do respectivo crdito tributrio. 15.! (CESPE Ð 2006 Ð SEFAZ/AC Ð AUDITOR DA RECEITA ESTADUAL) No configura crime contra a ordem tributria praticado por funcionrio pblico a) extraviar livro oficial de que tenha a guarda em razo da funo. b) solicitar para outrem indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida. c) divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigao tributria possuir informao contbil diversa daquela que , por lei, fornecida fazenda pblica. d) patrocinar diretamente interesse privado perante a administrao fazendria valendo-se da qualidade de funcionriopblico. 16.! (CESPE Ð 2004 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO) Aps regularmente intimados pela autoridade administrativa para apresentarem a documentao fiscal da empresa, os scios no atenderam notificao no prazo de 15 dias. Em razo disso, os agentes da fiscalizao requisitaram auxlio policial, adentrando o estabelecimento comercial, onde, imediatamente, passaram a apreender notas fiscais e documentos de controle paralelo. Com tal documentao, e em virtude da fraude descoberta, o lanamento tributrio veio a ser realizado. Considerando a situao hipottica acima, julgue o item subseqente. O descumprimento da notificao nos termos apresentados caracteriza, em tese, crime contra a ordem tributria. 17.! (CESPE Ð 2002 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO) 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Sendo o direito uma realidade abstrata, no pode ter por objeto coisas concretas. Assim, o dinheiro, como as coisas em geral, jamais pode ser objeto do direito. Nenhuma coisa concreta pode ser objeto do direito, das normas jurdicas, das obrigaes jurdicas (porque o direito e suas realidades so abstratos). O objeto das normas jurdicas o comportamento humano. Assim, o objeto da obrigao tributria o comportamento do sujeito passivo. Geraldo Ataliba. Hiptese de incidncia tributria. 5.a ed. So Paulo: Malheiros, 1992, p. 30 (com adaptaes). No que se refere obrigao tributria e ao crdito tributrio, julgue o seguinte item. Considere a seguinte situao hipottica. Ldia falsificou documento com a finalidade de sonegar tributos, e apurou-se que o documento forjado tinha potencialidade lesiva para causar outros danos f pblica. Ldia foi autuada pela infrao tributria e veio a ser processada pelo Ministrio Pblico, por crime contra a ordem tributria e por crime contra a f pblica. No curso do processo penal, o crdito tributrio foi objeto de anistia. Nessa situao, a ao penal teria de gerar a absolvio total de Ldia, por fora da anistia incidente sobre o tributo. 18.! (CESPE Ð 2010 Ð MPU Ð ANALISTA) No item a seguir, apresentada uma situao hipottica seguida de uma assertiva a ser julgada com base no direito penal. Diogo, com a finalidade especfica de cometer sonegao fiscal, falsificou documento pblico e o utilizou na declarao feita autoridade fazendria, com o escopo de pagar tributo em valor menor do que o efetivamente devido. Nessa situao, de acordo com a legislao especial de regncia, as infraes penais cometidas − falsificao, uso de documento falso e sonegao fiscal − sero punidas de forma autnoma e em concurso material. 19.! (FCC Ð 2016 Ð SEGEP-MA Ð AUDITOR FISCAL) O funcionrio pblico que extravia qualquer documento de que tenha a guarda em razo da funo, acarretando pagamento indevido de tributo, pratica o crime a) de fraude. b) de extravio de documento. c) de prevaricao. d) de descaminho. e) contra a ordem tributria previsto na Lei n¼ 8.137/90. 20.! (FCC Ð 2012 Ð PGM-JOÌO PESSOA Ð PROCURADOR) O crime contra a ordem tributria previsto no art. 1o, IV, da Lei no 8.137/90 (Òelaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexatoÓ), 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo a) punido a ttulo de culpa. b) caracteriza-se independentemente da inteno de suprimir tributo. c) caracteriza-se independentemente de remunerao a quem fornece o documento falso ou inexato. d) caracteriza-se independentemente da inteno de reduzir tributo. e) no pode ser praticado por quem no contribuinte. 21.! (FCC Ð 2014 Ð TRF3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO) ÒNo se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1o, incisos I a IV, da Lei no 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo.Ó O enunciado da Smula Vinculante 24 do STF, citado acima, mais diretamente implica que a) o erro sobre elemento do tipo penal exclui o dolo. b) reduz-se a pena quando, at o recebimento da denncia, o agente de crime cometido sem violncia ou grave ameaa reparar o dano ou restituir a coisa. c) a prescrio comea a correr do dia em que o crime se consumou. d) o erro inevitvel sobre a ilicitude do fato isenta de pena. e) a confisso espontnea da autoria do crime atenua a pena. 22.! (FCC - 2013 - SEFAZ-SP - AGENTE FISCAL DE RENDAS - GESTÌO TRIBUTçRIA - PROVA 2) Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico, configura a) advocacia administrativa. b) crime contra ordem tributria. c) trfico de influncia. d) explorao de prestgio. e) condescendncia criminosa. 23.! (FCC Ð 2014 Ð ICMS/RJ Ð AUDITOR FISCAL) Estabelece o art. 3o, II, da Lei n¼ 8.137/1990 que constitui crime exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente. Tais condutas (A) so plurissubjetivas, devendo os coautores e partcipes exercer funes permanentes perante o fisco, ainda que vinculados a pessoas jurdicas de direito pblico diversas. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo (B) dependem da existncia do lanamento tributrio e da comprovao da condio de funcionrio pblico do sujeito ativo, para serem consideradas consumadas. (C) so tpicas de crime funcional que congrega, num s contexto, os ncleos dos tipos penais da concusso e da corrupo passiva. (D) so conceituadas como Òextorso fazendriaÓ, uma vez que o funcionrio coage o contribuinte prtica da corrupo. (E) tm por objeto a vantagem indevida fazendria que deve ser sempre direta, lquida e certa, pois o delito material, formal e instantneo em relao tentativa. 24.! (VUNESP Ð 2014 Ð TJ-SP Ð JUIZ) Acerca de crime contra a ordem tributria, previsto no art. 1.¼, incisos I a IV, da Lei n.¼ 8.137/90 (constitui crime contra a ordem tributria suprimir ou reduzir tributo, ou contribuio social e qualquer acessrio, mediante as seguintes condutas: É), assinale a opo que contenha afirmao falsa: a) No se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto nestas hipteses, antes do lanamento definitivo do tributo. b) No h justa causa para a ao penal antes de esgotada a via administrativa, ou seja, antes do lanamento definitivo do tributo. c) Por inexistir subordinao entre as instncias penal e administrativa, no que tange ao delito em tela no h que se falar na exigncia do esgotamento da via administrativo-fiscal para caracterizao do tipo e configurao da justa causa para a ao penal. d) Se est pendente recurso administrativo que discute o dbito tributrio perante as autoridades fazendrias, no h falar-se em incio do lapso prescricional, que somente se iniciar com a consumao deste delito, nos termos do art. 111, inc. I, do Cdigo Penal. 25.! (VUNESP Ð 2012 ÐTJ-RJ Ð JUIZ) Assinale a alternativa que retrata o entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal. a) No se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1.¼, incisos I a IV, da Lei n.¼ 8.137/90, antes de exaurida a discusso na esfera cvel. b) No se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1.¼, incisos I a IV, da Lei n.¼ 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo. c) No se tipifica crime contra a ordem tributria antes de exaurida a discusso na esfera cvel. d) No se tipifica crime contra a ordem tributria antes do lanamento definitivo do tributo. 26.! (FUNCAB Ð 2014 Ð PC-MT Ð INVESTIGADOR) 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Quanto aos crimes contra a ordem tributria, previstos na Lei n¡ 8.137/1990, correto afirmar: a) O art. 1¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias) deve ser classificado como crime material, que se consuma quando as condutas nele descritas produzem como resultado a efetiva supresso ou reduo do tributo, enquanto que o crime previsto no art. 2¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para se eximir, total ou parcialmente, de pagamento de tributo - sonegao fiscal) crime formal que independe da obteno de vantagem ilcita em desfavor do Fisco, bastando a omisso de informaes ou a prestao de declarao falsa. b) O art. 1¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias) deve ser classificado como crime de mera conduta, que se consuma quando as condutas nele descritas produzem como resultado a efetiva supresso ou reduo do tributo, enquanto que o crime previsto no art. 2¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para se eximir, total ou parcialmente, de pagamento de tributo - sonegao fiscal) crime material que independe da obteno de vantagem ilcita em desfavor do Fisco, bastando a omisso de informaes ou a prestao de declarao falsa. c) O art. 1¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias) deve ser classificado como crime formal, que se consuma quando as condutas nele descritas produzem como resultado a efetiva supresso ou reduo do tributo, enquanto que o crime previsto no art. 2¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para se eximir, total ou parcialmente, de pagamento de tributo - sonegao fiscal) crime material que depende da obteno de vantagem ilcita em desfavor do Fisco, bastando a omisso de informaes ou a prestao de declarao falsa. d) O art. 1¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias) deve ser classificado como crime material, que se consuma quando as condutas nele descritas produzem como resultado a efetiva supresso ou reduo do tributo, enquanto que o crime previsto no art. 2¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para se eximir, total ou parcialmente, de pagamento de tributo - sonegao fiscal) crime de mera conduta que independe da obteno de vantagem ilcita em desfavor do Fisco, bastando a omisso de informaes ou a prestao de declarao falsa. e) O art. 1¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (omitir informao, ou prestar declarao falsa s autoridades fazendrias) deve ser classificado como crime formal, que se consuma quando as condutas nele descritas produzem como resultado a efetiva supresso ou reduo do tributo, enquanto que o crime previsto no art. 2¼, I, da Lei n¡ 8.137/1990 (fazer declarao falsa ou omitir declarao sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para se eximir, total ou parcialmente, de pagamento de tributo - sonegao fiscal) crime de mera conduta que independe 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo da obteno de vantagem ilcita em desfavor do Fisco, bastando a omisso de informaes ou a prestao de declarao falsa. 27.! (FCC Ð 2015 Ð SEFAZ-PE Ð JULGADOR TRIBUTçRIO) Um contribuinte, ao fornecer informaes ao fisco, sobre as cem operaes efetivadas, mencionou apenas noventa e nove. Com tal conduta, efetivou o pagamento do tributo a menor em 1%. Neste caso, a conduta do contribuinte est caracterizada como a) fato atpico, tendo em vista o princpio da legalidade. b) crime contra a ordem tributria, com natureza de crime formal. c) crime contra a ordem tributria, com natureza de crime material. d) fato atpico, por se tratar de mera irregularidade sanvel. e) crime contra a ordem tributria, com natureza de crime de mera conduta. 28.! (FCC Ð 2014 Ð MPE-PE Ð PROMOTOR DE JUSTIA) De acordo com a atual posio do Supremo Tribunal Federal, nos crimes materiais contra a ordem tributria, o incio do lapso prescricional ocorre com a) a instaurao de inqurito policial. b) a representao fiscal ao Ministrio Pblico para fins penais. c) a data de efetiva supresso de tributo.. d) o lanamento definitivo do tributo. e) a instaurao do procedimento administrativo-fiscal. 6! EXERCêCIOS COMENTADOS 01.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO DE POLêCIA) Se os crimes funcionais, previstos no art. 3.¼ da Lei n.¼ 8.137/1990, forem praticados por servidor contra a administrao tributria, a pena imposta aumentar de um tero at a metade. COMENTçRIOS: O item est errado, pois esta causa de aumento de pena s se aplica aos crimes comuns, no aos crimes funcionais. Vejamos: Art. 12. So circunstncias que podem agravar de 1/3 (um tero) at a metade as penas previstas nos arts. 1¡, 2¡ e 4¡ a 7¡: I - ocasionar grave dano coletividade; II - ser o crime cometido por servidor pblico no exerccio de suas funes; III - ser o crime praticado em relao prestao de servios ou ao comrcio de bens essenciais vida ou sade. Percebam que o art. 3¼ no est includo, e exatamente este artigo que trata dos crimes funcionais. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Isso ocorre porque os crimes funcionais, necessariamente, so praticados por funcionrio pblico no exerccio das funes, de maneira que aplicar uma causa de aumento de pena em razo deste fato seria ocorrer em bis in idem, o que vedado pelo Direito Penal. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA. 02.! (CESPE Ð 2013 Ð PC/BA Ð DELEGADO DE POLêCIA) Servidor pblico que, na qualidade de agente fiscal, exigir vantagem indevida para deixar de emitir auto de infrao por dbito tributrio e de cobrar a consequente multa responder, independentemente do recebimento da vantagem, pela prtica do crime de concusso, previsto na parte especial do Cdigo Penal (CP). COMENTçRIOS: O item est errado, pois apesar de a conduta se amoldar ao tipo penal do delito de concusso, previsto no art. 316 do CP, o fato que para esta conduta existe um tipo penalespecfico, previsto no art. 3¼, II da Lei 8.137/90: !! Art. 3¡ Constitui crime funcional contra a ordem tributria, alm dos previstos no Decreto-Lei n¡ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal (Ttulo XI, Captulo I): (...) II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente. Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa. Assim, o agente responder por este crime, e no pelo crime do art. 316 do CP, pelo princpio da especialidade. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA. 03.! (CESPE Ð 2013 Ð TC/DF - PROCURADOR) No crime funcional contra a ordem tributria consistente em exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou mesmo antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr- los parcialmente, extingue-se a punibilidade do agente, desde que haja pagamento integral do tributo antes da persecuo penal em juzo, nos termos da lei regente dos crimes contra a ordem tributria. COMENTçRIOS: Tal delito est previsto no art. 3¼, II da Lei 8.137/90: !! Art. 3¡ Constitui crime funcional contra a ordem tributria, alm dos previstos no Decreto-Lei n¡ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal (Ttulo XI, Captulo I): (...) II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de iniciar seu exerccio, mas em razo dela, vantagem 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lanar ou cobrar tributo ou contribuio social, ou cobr-los parcialmente. Pena - recluso, de 3 (trs) a 8 (oito) anos, e multa. No h que se falar em extino da punibilidade pelo pagamento do tributo, neste caso, pois esta causa de extino da punibilidade s se aplica aos crimes que se consumam com a supresso ou reduo do tributo, o que no ocorre nos crimes funcionais, j que neles a eventual supresso ou reduo do tributo irrelevante para a consumao do delito. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA. 04.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-DF Ð AGENTE) Quem, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico, patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria praticar, em tese, crime funcional contra a ordem tributria. COMENTçRIOS: Item correto, pois a conduta se amolda perfeitamente ao disposto no art. 3¼, III da Lei: Art. 3¡ Constitui crime funcional contra a ordem tributria, alm dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): (...) III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao fazendria, valendo-se da qualidade de funcionrio pblico. Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA. 05.! (CESPE Ð 2013 Ð TRF5 Ð JUIZ FEDERAL Ð ADAPTADA) Em se tratando de crime de supresso de tributo mediante falsificao de nota fiscal, o scio gerente responsvel pela administrao contbil e financeira da empresa que admitir autoridade policial ter praticado o delito e revelar a participao de outros scios, ou mesmo de contadores e falsrios, salvo em caso de quadrilha, ser beneficiado pela diminuio da pena, de um a dois teros, na terceira fase de sua aplicao. COMENTçRIOS: Item errado, pois o agente poder ser beneficiado pela Òdelao premiadaÓ (ou confisso espontnea, como consta na Lei) ainda que o delito tenha sido praticado por quadrilha (Na verdade, atualmente o nome correto seria Òassociao criminosaÓ). Vejamos: Art. 12 (...) Pargrafo nico. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co- autoria, o co-autor ou partcipe que atravs de confisso espontnea revelar autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa ter a sua pena reduzida de um a dois teros. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995) Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA. 06.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-DF Ð JUIZ - ADAPTADA) 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo O prazo prescricional do delito material contra a ordem tributria comea a correr do dia da prtica do fato reputado como criminoso. COMENTçRIOS: Item errado. Considerando o fato de que os delitos materiais contra a ordem tributria somente se consumam com a efetiva supresso/reduo do tributo, e que isto s ocorre quando do lanamento definitivo do tributo (smula vinculante n¼ 24 do STF), este o marco inicial do prazo prescricional, por fora do art. 111, I do CP: Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr: (Redao dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) I - do dia em que o crime se consumou; (Redao dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA. 07.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR) Suponha que, antes do trmino do correspondente processo administrativo de lanamento tributrio, o MP tenha oferecido denncia contra Maurcio, por ter ele deixado de fornecer, em algumas situaes, notas fiscais relativas a mercadorias efetivamente vendidas em seu estabelecimento comercial. Nesse caso, de acordo com a jurisprudncia pacfica do STF, a inicial acusatria no deve ser recebida pelo magistrado, dada a ausncia de configurao de crime material. COMENTçRIOS: Cuidado! A conduta citada est prevista no inciso V do art. 1¼, no estando abarcada pela Smula Vinculante n¼ 24 do STF. Com relao s condutas previstas nos incisos I a IV do art. 1¼, de fato, a jurisprudncia pacfica, pois h smula vinculante a respeito. Contudo, em relao conduta do inciso V no h esta unanimidade, havendo decises no sentido de se tratar de crime material e decises no sentido de se tratar de crime formal. Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA. 08.! (CESPE Ð 2002 Ð SENADO Ð CONSULTOR LEGISLATIVO) Quanto aos crimes contra a ordem tributria, julgue o item que se segue. A razo primordial da instituio da figura delitiva tributria no a preservao da ordem, a tranqilidade da sociedade, mas impingir coao ao contribuinte, para que este possa trazer a sua participao a fim de que as necessidades pblicas sejam satisfeitas. COMENTçRIOS: De fato, nos crimes contra a ordem tributria, no h a criao de figuras tpicas com a finalidade manter a paz social, mas de compelir os contribuintes "andarem na linha", fornecendo informaes exatas, deixando de omitir informaes, bem como cumprindo todos os deveres acessrios que lhe so impostos pela Lei Tributria. Alm da coao ao cumprimento das obrigaes acessrias, h normas cuja coao se d para o cumprimento da obrigao principal, ou seja, o recolhimento do tributo. 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 43 DIREITO PENAL P/ POLêCIA FEDERAL (2018) Ð PERITO (çREA 01) Teoria e questes Aula 00 Ð Prof. Renan Araujo Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
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