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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA ELLEN MARA SAMPAIO CORREIA GABRIELLE MOREIRA MARTINS ISABEL LUISA ARAUJO SOUSA MAYSON SILVA DE SOUSA INTRODUÇÃO À ECONOMIA CAPÍTULO 7 - CONSUMIDORES, PRODUTORES E A EFICIÊNCIA DE MERCADO SÃO LUÍS – MA 2017 ELLEN MARA SAMPAIO CORREIA GABRIELLE MOREIRA MARTINS ISABEL LUISA ARAUJO SOUSA MAYSON SILVA DE SOUSA INTRODUÇÃO À ECONOMIA CAPÍTULO 7 - CONSUMIDORES, PRODUTORES E A EFICIÊNCIA DE MERCADO Trabalho apresentado à disciplina de Administração e Economia, ao Prof. D.r Teruyuki Morita, para obtenção de nota referente ao quarto módulo. SÃO LUÍS – MA 2017 CONSUMIDORES, PRODUTORES E A EFICIÊNCIA DOS MERCADOS O capítulo 7 do livro Introdução à Economia, de N. Gregory Mankiw trata da chamada economia do bem-estar, que estuda como o bem - estar econômico é influenciado pela destinação de recursos e a relação entre consumidores e produtores com o capital que estes disponibilizam para comprar e/ou produzir bens e serviços. 1 EXCEDENTE DO CONSUMIDOR Quando uma troca acontece voluntariamente, os economistas em geral supõem que ela esteja beneficiando todos os participantes, pois, caso contrário, eles não teriam se envolvido em tal troca. Muitas vezes é bom que haja uma medida em termos monetários de quanto uma pessoa se beneficia de uma troca. Essa medida é chamada de excedente do consumidor. O excedente do consumidor nada mais é do que a diferença entre o montante que o consumidor estaria disposto a pagar, por determinado bem, e o valor desse bem. Ou seja, é um privilégio do consumidor, pois ele pagará menos do quanto se era esperado. Portanto, o excedente do consumidor mede o benefício obtido pelos consumidores mediante a participação no mercado. De certa forma, o excedente do consumidor só acontece quando os consumidores estão dispostos a pagar mais, por um bem ou serviço, do que realmente pagam. 1.1 Disposição para pagar Disposição para pagar é, simplesmente, a quantia máxima que um comprador está disposto a pagar por um bem. É o básico para que se tenha o excedente do consumidor. Exemplo: Suponha que se deseja fazer o leilão de um álbum do Elvis. Quatro pessoas se apresentam par o leilão: John, Paul, George e Ringo. Todos desejam possuir o álbum, mas há um limite quanto à quantia que todos estão dispostos a pagar. A tabela a seguir mostra o preço máximo que cada um dos possíveis compradores está disposto a pagar: Tabela 1 – Disposição para pagar de possíveis compradores COMPRADOR DISPOSIÇÃO PARA PAGAR John $100 Paul 80 George 70 Ringo 50 Fonte: Mankiw, 2001, p. 142 Cada comprador deseja comprar o álbum por um preço inferior à sua disposição para pagar. (Assim, acontece o excedente do consumidor). O pregão é iniciado com um preço baixo, US$ 10, suponha. E para assim que John oferece US$ 80 (ou um pouso mais). Neste ponto, Paul, George e Ringo já abandonaram o pregão, pois estavam dispostos a pagar bem menos que o valor oferecido. Então, John paga US$ 80 pelo álbum. Como John estava disposto a pagar US$ 100 pelo álbum, mas pagou apenas US$80, teve um excedente de US$ 20. Paul, George e Ringo não têm excedentes porque eles saíram sem o álbum e sem pagar nada. 1.2 Uso da curva de demanda para medir o excedente do consumidor O Excedente do consumidor está fortemente ligado à curva de demanda. Pois, a curva de demanda reflete a disposição para pagar dos compradores ela, também, pode ser usada pata medir o excedente do consumidor. Para melhor entender essa relação, segue o exemplo do leilão: A tabela a seguir mostra a quantidade de demanda de acordo com o preço estabelecido. Tabela 2 – Esquema de demanda dos compradores PREÇO COMPRADORES QUANTIDADE DE DEMANDA Mais de 100 Nenhum 0 80 a 100 John 1 70 a 80 John, Paul 2 50 a 70 John, Paul, George 3 50 ou menos John, Paul, George, Ringo 4 Fonte: Mankiw, 2001, p. 143 Se o preço for superior a 100, a quantidade de demanda é igual a 0, pois ninguém está disposto a pagar esse preço. Se o preço estiver entre 80 e 100, a quantidade de demanda é igual a 1, pois somente John está disposto a pagar por esse preço. Se o preço estive entre 70 e 80, a quantidade de demanda será igual a 2, e assim sucessivamente de acordo com o preço. A próxima figura representa graficamente a curva de demanda correspondente a este esquema de demanda. Figura 1 - Curva de demanda Fonte: Mankiw, 2001, p. 144 Há uma relação entre a altura da curva de demanda e a disposição para pagar dos compradores. A qualquer quantidade, o preço dado pela curva de demanda mostra a disposição para pagar do comprador marginal, que é o comprador que seria o primeiro a deixar o mercado se o preço fosse um pouco maior. Para a quantidade de 3 álbuns, por exemplo, a altura da curva de demanda seria de 70, o preço que George (comprador marginal nesse exemplo) está disposto a pagar. A próxima figura emprega a curva de demanda para calcular o excedente do consumidor. Figura 2 – Medição do excedente do consumidor com o uso da curva de demanda Fonte: Mankiw, 2001, p. 145 O excedente do consumidor é dado pela área acima do preço e abaixo da curva de demanda. 1.3 Como o preço mais baixo aumenta o excedente do consumidor O excedente do consumidor pode ser calculado determinando a área abaixo da curva de demanda e acima do preço do gráfico que apresenta uma curva com inclinação negativa, tipicamente apresentada pela curva de demanda. Figuras 3 e 4 – Como o preço afeta o excedente do consumidor Fonte: Mankiw, 2001, p. 147 Nos gráficos a área obtida é um triângulo ABC formado pelo preço (P1), a quantidade demandada (Q1) e o excedente do consumidor. Quando há uma queda no preço de P1 para P2, observado no gráfico b a quantidade demandada aumenta de Q1 para Q2 e o excedente do consumidor aumenta resultando no triângulo ADF. Este aumento é provocado porque surgem novos consumidores que entram no mercado atraídos pelo baixo preço e porque os consumidores já existentes que agora pagam menos. 1.4 O que mede o excedente do consumidor Sabendo que o excedente do consumidor é o valor que os compradores estão dispostos a pagar por um bem menos a quantia que efetivamente pagam por ele e que tem como objetivo buscar a economia de bem-estar por meio das melhores respostas do consumidor acerca de resultados de mercado, podemos chegar a conclusão que o excedente do consumidor mede de forma objetiva os benefícios que os compradores obtêm de sua participação no mercado agindo de forma racional, de acordo com o seu ponto de vista sobre a situação em questão . 2 O EXCEDENTE DO PRODUTOR 2.1 Custo e disposição para vender Definições importantes: Custo: gasto para produzir o produto ou presta serviço oferecido pela empresa. Competição: ação de competir com outro indivíduo/empresa a prioridade sobre alguma coisa. Circunstância em que há várias ofertas competindo umas com as outras. Excedente do produtor (EP): Quantidade que recebe um vendedor ou ofertante por um bem menor que o custo de produzi-lo. O QUE MEDE O EXCEDENTE DO PRODUTOR: mede o benefício que os vendedores obtêm por participar do mercado. EXEMPLO: Suponhamos que o dono de uma Pizzaria esteja interessado em aderir ao serviço de drones para a entrega dos pedidos. O proprietário consulta quatro empresas especializadas nesse tipo de produto. Depois de feita a pesquisa, ele abriu uma concorrência entre as empresas. De início os lances podem ser altos, mas eles caem a partir que da entrada de novas empresas na disputa pelo serviço. Evidentemente ele irá contratar a empresa que apresentar o menor preço. As empresas lançam seus preços e, óbvio, estarão dispostas a prestar o trabalho se o preço for superior ao valor dos custos para produzir os drones. Este custo deve incluir todo o materiale mão de obra necessária para a fabricação do produto, somado com o valor do tempo gasto para a produção. A tabela 3 mostra o custo de cada empresa. Tabela 3 – Custo de possíveis vendedores EMPRESA CUSTO (R$) EMPRESA X 2500 EMPRESA W 2600 EMPRESA Y 2800 EMPRESA Z 2900 Fonte: Mankiw, 2001, p. 148 - Adaptado Cada Companhia pode ofertar seus drones por preços superiores, negar o trabalho se o preço for inferior ao custo e mostrar-se indiferente ante a possibilidade de vender o serviço a um preço exatamente igual ao seu custo de produção. A empresa X oferece R$2600 (ou um pouco menos), conseguindo dessa forma superar as outras empresas. Ela está satisfeita em fazer o trabalho a este preço, porque o seu custo é de somente $2500. As companhias W, Y e Z não estão dispostas a oferecer por menos de $2600. Diante disso, a empresa com o menor custo é contratada para fazer o serviço O custo de produção é o preço mínimo geralmente oferecido. Logo, a empresa X estava disposta a oferecer seus produtos por R$2500, mas diante da concorrência ela obteve um preço superior de R$2600, ou seja, ela conseguiu um excedente do produtor de R$100. 2.2 Uso da curva de oferta para medir o excedente do produtor Excedente do produtor está estreitamente ligado à curva de oferta. Na tabela 4 que mostra o esquema de oferta que corresponde aos custos apresentados na tabela 3. Tabela 4 – Esquema de oferta para os vendedores PREÇO VENDEDORES QUANTIDADE OFERECIDA 2900 ou mais Empresa Z, Y, W e X 4 2800 a 2900 EMPRESA Y, W e X 3 2600 a 2800 Empresa W e X 2 2500 a 2600 Empresa X 1 2500 ou menos Nenhuma 0 Fonte: Mankiw, 2001, p. 149- Adaptado • Se o preço menor ou igual a R$ 2500,00 - Quantidade oferecida = 0: nenhuma empresa está disposta a prestar serviço. • Se o preço está entre R$ 2500,00 e R$ 2600,00 - Quantidade oferecida = 1: Apenas a empresa X aceitará o serviço. • Se o preço estiver entre R$ 2500 e R$ 2800 - Quantidade oferecida = 2: As empresas X e W estarão dispostas a aceitar o serviço. E assim por diante, portanto, o esquema de oferta é obtido através dos custos das quatro empresas. Figura 5 – curva de oferta 0 Fonte: Mankiw, 2001, p. 150 - Adaptado A figura a cima representa a curva de oferta registrada na tabela 3. A altura da curva de oferta tem a ver com os custos de cada empresa. A qualquer toda quantidade o preço ilustrado na curva de oferta mostra os custos do vendedor marginal - aquele que sai da concorrência se o preço for menor. Como a curva de oferta reflete os custos dos vendedores, podemos usá-la para medir o excedente do produtor. A figura 6 usa a curva de oferta para calcular o excedente do produtor do nosso exemplo. Figura 6 – Medição do excedente do produtor através da curva de oferta Fonte: Mankiw, 2001, p. 150- Adaptado A área abaixo do preço e acimada curva de oferta mede o excedente do produtor em um mercado. O raciocínio é simples: a altura da curva de oferta mede os custos das empresas e a diferença entre o preço e o custo de produção mede o excedente do produtor. Portanto, a área total é a soma dos excedentes de todas as empresas. 2.3 Como o preço mais alto aumenta o excedente do produtor É fato de que os vendedores sempre querem receber o maior preço pelos bens que vendem. Figura 7 – Como o preço afeta o excedente do produtor Fonte: Mankiw, 2001, p. 151 Como mostra esta análise, usamos o excedente do produtor para medir o bem-estar dos vendedores de forma semelhante àquela aquela empregada para medir o bem-estar dos compradores a partir do excedente do consumidor. 3 EFICIÊNCIA DE MERCARDO 3.1 O planejador social benevolente Os excedentes do produtor e do consumidor, além de medirem o bem – estar de consumidores e vendedores, respondem também se a alocação de recursos pelos mercados livres é desejada. A figura do planejador social benevolente, um ditador que tudo conhece; tudo pode e é bem intencionado, ajuda a avaliar a relação entre os excedentes do consumidor e do produtor. Esse planejador é capaz de decidir se interfere nos resultados do mercado ou deixam compradores e vendedores sob o equilíbrio que alcançam naturalmente. Para isso, define-se uma medida para o bem-estar social. Essa medida é feita através do somatório do excedente do produtor e do consumidor, dando origem ao excedente total. Então: Excedente total = excedente do consumidor + excedente do produtor Temos que: Excedente do consumidor = valor para os compradores – quantia paga pelos compradores Excedente do produtor = Quantia recebida pelos vendedores – custo para os vendedores Assim: Excedente total = (valor para os compradores – quantia paga pelos compradores) + (Quantia recebida pelos vendedores – custo para os vendedores) E como: quantia paga pelos compradores = quantia recebida pelos vendedores; esses valores se anulam resultando em: Excedente total = Valor para os compradores – Custo para os vendedores Definido o excedente total, o planejador preocupa-se com dois fatores: a eficiência e a equidade. Eficiência: Quando a alocação e recursos maximiza o excedente total. Equidade: imparcialidade na distribuição do bem-estar entre os membros da sociedade. Um mercado é eficiente se o excedente é o maior possível. Se um bem não está sendo produzido com o custo mínimo ou o bem não está sendo consumido pelos compradores que podem pagar o maior preço, a alocação de recursos é ineficiente. Para solucionar isso, se o custo for reduzido o excedente se eleva, com um deslocamento da oferta. No segundo caso, deslocar o consumo de um bem com avaliação baixa para outro consumidor com avaliação superior aumentará o excedente total. O planejador também se preocupa com a equidade – imparcialidade na distribuição do bem-estar entre os membros da sociedade. Os ganhos de comércio de um mercado são como um bolo que deve ser dividido entre os participantes do mercado. A eficiência objetiva o bolo cada vez maior e a equidade quer que o bolo seja dividido de forma imparcial. Há uma mudança no papel do planejador social benevolente quando se avalia o equilíbrio de mercado. 3.2 Avaliação do equilíbrio de mercado Figura 8 – excedentes do consumidor e do produtor no equilíbrio da oferta e da demanda. Fonte: Mankiw, 2001, p. 154 Para que um mercado esteja em equilíbrio o preço deve determinar quais vendedores e compradores participam do mercado. O gráfico a cima demonstra a curva de oferta e de demanda em um mercado em equilíbrio. O segmento AE da curva representa compradores que atribuem ao bem um valor maior que o preço e optam por comprá-lo. Segmento EB é o dos consumidores que atribuem menor valor que o preço e não fazem a compra. Segmento CE representa os vendedores com custos inferiores ao preço e produzem e vendem o bem e o segmento ED, vendedores com custo superior ao preço. Observando esse comportamento os resultados de mercado são: − mercados direcionam o produto para o consumidor com maior disposição para pagar − mercados livres alocam a demanda por bens aos vendedores que podem produzi-los ao menor custo. Assim, o planejador social benevolente não pode aumentar o bem estar econômico mudando a alocação de consumo entre os compradores ou a alocação de produção entre os vendedores (uma das soluções para mercados ineficientes). Ele também não pode aumentar o bem estar econômico aumentando ou diminuindo a quantidade de bens, pois os mercados produzem a quantidade de bens que maximiza a soma dos excedentes do produtor e consumidor. Ao analisar o equilíbrio de mercado percebe-se que o livre comércio regula-se por si só, não precisando que o planejador social benevolente interfira no mercado, pois há mão invisível que orienta consumidores e vendedores para a alocação de recursos que maximiza o excedente total e cabe ao planejador deixar os resultados do mercado tal como se apresentem. 4 CONCLUSÃO: EFICIÊNCIA E FALHA DE MERCADO Mesmoque um comprador e um vendedor estejam pensando apenas no seu próprio bem-estar, eles são conduzidos por uma mão invisível que leva ao equilíbrio para as duas partes, isso em um sistema competitivo (considerado perfeito). Porém, em mercados reais, a existência de um poder de mercado – um único comprador ou vendedor controlam o preço – provoca a ineficiência dos mercados, pois mantém os preços longe do equilíbrio da oferta e da demanda. Além do poder de mercado, há também outro fator que interfere no modelo perfeito. As externalidades são efeitos colaterais que atingem aqueles que não participam diretamente de uma negociação (comprador e vendedor). Como exemplo, a poluição. Consumidores e produtores não levam em conta os efeitos colaterais de suas escolhas quanto a produzir e a consumir, tornando ineficiente o equilíbrio de mercado do ponto de vista da sociedade como um todo. As externalidades e o poder de mercado fazem parte da falha de mercado, que acontece quando mercados não regulamentados são incapazes de alocar recursos eficientemente. Existindo uma falha de mercado, algumas intervenções governamentais, como impostos, controle de preços e salários e outras políticas públicas podem conter o problema e aumentar a eficiência econômica. REFERÊNCIAS MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Tradução da 2° edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001, págs. 141 à 160. FRANK, Robert H. Microeconomia e comportamento. 8° ed. AMHG Editora Ltda, 2013. WikiHow, Como calcular o excedente do consumidor. Disponível em: <https://pt.wikihow.com/Calcular-o-Excedente-do-Consumidor> Acesso em 15 de novembro de 2017 Enciclopédia temática, Excedente do Consumidor. Disponível em: <http://knoow.net/cienceconempr/economia/excedente-do-consumidor/> Acesso em 15 de novembro de 2017 CEPAL, Excedentes del Consumidor vs Productor. Disponível em: <https://www.cepal.org/ilpes/noticias/paginas/0/35920/Excedentes_del_Consumidor_y_Productor_.pdf> Acesso em 15 de novembro de 2017
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