Buscar

Instituições Prisionais e sua História

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Clique para editar o estilo do subtítulo mestre
*
*
*
Clique para editar o estilo do título mestre
PRISÕES
*
*
*
Prisões
*
*
*
Instituições Prisionais
“Tantos pisam neste chão que
 Talvez um dia se humanize”. (Carlos Drummond de Andrade)
*
*
*
Instituições Totais
INSTITUIÇÃO: “São locais, tais como salas, conjunto de salas, edifícios ou fábricas em que ocorre atividade de determinado tipo” (Goffman, 1961)
I- INSTITUIÇÃO TOTAL O seu fechamento é simbolizado pela “barreira social” com o mundo externo e por proibições à saída, que muitas vezes estão incluídas no esquema físico. Por ex.: paredes altas, grades, trancas, etc.
*
*
*
Prisões
Conceito de Instituições Penais:
Instalações públicas destinadas ao acolhimento de criminais nos quais cometeram alguma infração ilícita, contrária ao ordenamento jurídico, sendo que têm por objetivo a reclusão destes indivíduos no intuito de afastá-los da sociedade de modo que estes possam cumprir pena, na finalidade de reprimir o mal social que causaram, bem como objetivar sua ressocialização na esperança de que não haja a reincidência.
*
*
*
Prisões
Cadeias, penitenciárias, campos de concentração – a intenção de proteger a comunidade contra os perigos intencionais – ISOLAMENTO DA SOCIEDADE (Goffman, 1961).
Na passagem de uma vida no exterior para uma vida de confinamento espacial e social, o indivíduo passa por processos de modificação 
*
*
*
Prisões
Aspectos da vida são realizados no mesmo local;
Atividade realizada na companhia de outras pessoas e todas tratadas da mesma forma e obrigadas a fazer as mesmas coisas;
Atividades estabelecidas em horários, sistema de regras;
Rompimento com o mundo externo e com os papéis anteriores/ perda dos direitos da vida civil;
Os processos de admissão: a perda de seu conjunto de identidade; aceitação de um novo papel; as proibições e “profanações do eu”;
Meio externo, o indivíduo possui objetos e territórios, os quais se ligam aos seus sentimentos e atitudes, porém “Nas instituições totais esses territórios do eu são violados; a fronteira que o indivíduo estabelece entre seu ser e o ambiente é invadida, e as encarnações do eu são profanadas” (Goffman, 1996, p.31). 
*
*
*
Prisões
Prisionização é um fenômeno que ocorre ao indivíduo preso e que seria a adoção dos usos, costumes, hábitos e cultura geral da prisão (Thompson, 1980). Todo encarcerado sofre em maior ou menor grau este processo de aculturação, sendo este inevitável;
A prisão significa não apenas imobilização, mas também expulsão ; significa uma prolongada e talvez permanente exclusão;
 Segundo Goffman (1988) a sociedade estabelece meios de categorizar as pessoas e baseamos nossas percepções nessas categorias, transformando-as em expectativas e exigências e formando-as, assim, em uma identidade social real.
 Indivíduo que se relaciona com um sujeito estigmatizado através de uma estrutura social é considerado também pela visão da sociedade, “como uma só pessoa”, como por exemplo, “filho de bandido, bandido é ou será”.
*
*
*
Prisões – História/Função
No fim do século XVIII e princípio do século XIX dá-se a passagem a uma penalidade de detenção, e a prisão seria a peça essencial no conjunto das punições, em substituição a outros métodos, como o suplício e a expiação corporal (Foucault, 1987). 
*
*
*
Prisões História/Função
Nessa época, uma nova legislação transforma a prisão na principal maneira de punir os homens, com novos mecanismos de dominação que definem um tipo particular de poder;
Não mais os castigos infligidos sobre o corpo dos condenados, mas uma técnica disciplinar quando “se elaboraram por todo corpo social, os processos para repartir os indivíduos, fixá-los e distribuí-los espacialmente, classificá-los, tirar deles o máximo de tempo, e o máximo de forças, treinar seus corpos, codificar seu comportamento contínuo, mantê-los numa visibilidade sem lacuna, formar em torno deles um aparelho completo de observação, registro e notações, constituir sobre eles um saber que se acumula e se centraliza” (Foucault, 1987, p.195).
*
*
*
Prisões História/Função
Foucault (1988) em sua obra Microfísica do Poder atribui como uma das funções da prisão, a de produzir a delinqüência, pois através dela, o indivíduo produz um ciclo, muitas vezes não interrompido de degeneração e agravamento de sua condição.
 A prisão fabrica a delinquência e os próprios deliquentes são úteis tanto no campo econômico como no político.
 Na história das prisões os delinqüentes eram utilizados nas lutas políticas e sociais contra os operários. Sem o delinquente não há polícia ou todo um sistema penal e judiciário que gera empregos.
*
*
*
História e Função
Prisão esteve ligada à exclusão social / classe inferior o recrutamento da delinqüência.
A instituição prisão surge como meio a fim de conter as desordens geradas pelo desemprego massivo, pela precarização do trabalho e a retração da rede de proteção social (Wacquant, 2001);
 Em A Prisão dos Pobres (Rocha, 1994), há uma profunda análise sobre a Instituição Prisional e nos é revelado fundamentalmente que a prisão, desde sua origem, destina-se ao aprisionamento de pobres.
 Desde sua origem o sistema penal tem em seu propósito reforçar uma ordem (social) descrita em termos de apartação social. 
Uma minoria de incluídos tem para si garantidos certos direitos básicos, enquanto uma maioria significativa da população sofre privações, violências, discriminações, preconceitos, se tomarmos como medidas os padrões de igualdade e cidadania previstos na constituição federal.
*
*
*
Prisão
Assim como o sistema socioeconômico sofreu transformações ao longo da história e impactou a vida das pessoas, as instituições sociais também passaram (e passam) por muitos projetos de reformas no sentido de dar-lhes uma feição mais humanizada. A Prisão não fica fora, ao contrário, tem se transformado num palco de investimentos privados e com obscuros objetivos de realmente reabilitar o indivíduo que lá se encontra (Wacquant, 2001).
Ampliam-se os investimentos nesta área, o gasto com novos sistemas de segurança e a transformação dos indivíduos presos, em números, estabelece um dos fatores desta nova ordem.
*
*
*
Prisão
A história da prisão retrata o caráter de exclusão social que esta instituição propicia. 
No Brasil temos prisões administradas pelas chamadas Organizações não-governamentais e a estrutura prisional do país está subordinada é estadualizado. 
O DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional) é um órgão do Ministério da Justiça, de controle, fiscalização e viabilização de recursos, destinado a acompanhar e zelar pela aplicação da Lei de Execução Penal, bem como das diretrizes da política criminal derivadas do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (DEPEN, 2006).
Entre dezembro de 2005 e dezembro de 2009, a população carcerária aumentou de 361.402 para 473.626, o que representou um crescimento, em quatro anos, de 31,05%. 
*
*
*
Prisões
No estado de São Paulo o complexo prisional é constituído por 156 unidades. Há 40 Centros de Detenção Provisória, 22 Centros de Ressocialização, 1 unidade RDD, 13 Centros de Progressão Penitenciária, 77 Penitenciárias, 3 Hospitais (Secretaria de Administração Penitenciária, 2013). 
*
*
*
Prisão
“Aceitamos entre nós esta gente de uniforme, armada enquanto nós não temos o direito de o estar, que nos pede documentos, que vem rondar nossas portas. Como seria aceitável se não houvesse delinquentes?” (Foucault, 1975);

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais