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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ POSITION PAPER O ANDAR DO BÊBADO CURITIBA 2018 O ANDAR DO BÊBADO É natural do ser humano buscar um significado e um padrão em tudo o que ocorre ao seu redor. Do mais provável para o mais improvável. É isso o que traz a evolução, o avanço da tecnologia, da ciência. No entanto, nem tudo pode ser previsto e nem explicado – ainda. Pelo menos é o que acredita Leonard Mlodinow, em sua obra “O Andar do Bêbado”. No último capítulo de seu livro há várias histórias isoladas que expõem a presença do arbitrário em nosso cotidiano, arbitrário que nos leva a fatos significativos, como a ascensão de Bill Gates no mundo da tecnologia, por exemplo. Sorte ou não, seu sucesso veio com a ocorrência de fatores que não estavam em seu controle, desencontros e desentendimentos que nada tinham a ver com ele, e é justamente isso o que nos leva a crer que nem tudo pode ser controlado ou premeditado, ainda que se encontre a rota do ocorrido. Ainda que o ser humano seja uma criatura curiosa e sedenta por conhecimento, nem tudo pode ser previsto por ele, como a teoria do caos defende. Um simples ato impensado, uma impulsão, somado a fatores aleatórios, pode levar a desastres ou glórias, de acordo com o ditado popular: basta se estar no lugar certo, na hora certa. Pode haver quem não aceite, mas parte da evolução da ciência depende da inclusão das aleatoriedades para que ela possa fazer sentido, caso contrário, o resultado será de teorias falhas, com lacunas vazias, e que, muito provavelmente, não serão preenchidas e nem comprovadas. O ser humano falha ao glorificar os bem sucedidos, e crucificar os mal sucedidos, esquecendo-se que o mal sucedido pode só não ter tido a mesma sorte devido aos fatos imprevistos, um atraso, um empecilho ínfimo que surgiu na hora errada, sem nem se dar conta do resultado. Ou pior, se declarar amaldiçoado, quando, na verdade, só faz parte de uma estatística que inclui muitas outras pessoas que se encontram exatamente na mesma situação que ele, com rotinas completamente diferentes da dele. Todos esses fatos podem contribuir para a tomada de decisões de qualquer um que deixe de acreditar no azar, e aceitar que nem tudo depende somente do sujeito da história, e conseguir calcular com mais frieza e racionalidade suas probabilidades para o sucesso, e buscá-las de maneira mais objetiva, para “falhar” da melhor maneira possível, e conseguir seguir adiante, sem perder o seu objetivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MLODINOW, Leonard. O Andar do Bêbado. Zahar.
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