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1 Fisiologia , Avaliação e Tratamento da Dor Dor - Definição “Experiência sensorial e emocional desagradável que está associada a lesões reais ou potenciais” (Associação Internacional para o Estudo da Dor) Argumentos para não tratar a dor • O animal deve sentir dor para não utilizar o membro onde foi realizada a cirurgia • O animal deve sentir dor para se locomover pouco e não comprometer a cirurgia • Efeitos adversos dos analgésicos • Custo Argumentos para tratar a dor • Questão humanitária / ética • Conseqüências da dor – Perda de peso – Aumento no tempo de cicatrização – Maior suscetibilidade a infecções – Aumento no tempo de recuperação – Hiperalgesia – Alodinia Fisiologia da Dor 1. Transdução 2. Transmissão 3. Modulação 4. Projeção 5. Percepção Interneurônio (modulação) Neurônio aferente (transmissão) Córtex (percepção) Nociceptor (transdução) Fisiologia da dor Projeção 2 Fisiologia da Dor - Transdução • Transformação de estímulos externos (mecânico, térmico, químico) em sinais elétricos (potencial de ação) • Limiar: estímulo mínimo necessário para desencadear potenciais de ação a partir de receptores periféricos • Receptores periféricos: terminações nervosas especializadas em reconhecer estímulos de origens diversas Fisiologia da Dor - Transdução •Receptores de baixo limiar: respondem a estímulos inócuos (tato) – fibras Aββββ •Receptores de alto limiar: respondem somente a estímulos que provocam lesão nos tecidos ou ameaça à sua integridade – fibras Aδδδδ e fibras C nociceptores Fisiologia da Dor - Transdução fibras Aδδδδ e fibras C Nociceptores (alto limiar) DOR fibras Aββββ Receptores de baixo limiar Sensação inócua Fisiologia da Dor - Transdução • Substâncias capazes de estimular os nociceptores – Íons (K+, H+), histamina, serotonina, bradicinina e ATP • Substâncias capazes de sensibilizar os nociceptores – substância P, catecolaminas, prostaglandinas e leucotrienos R e s p o s ta 0 100% Intensidade do Estímulo limiar de tato limiar de dor Estímulo Inócuo Estímulo Nocivo In te n s id a d e d a D o r 0 100% Intensidade do Estímulo Estímulo NocivoEstímulo Inócuo Estímulo “X” Magnificação da intensidade dolorosa 3 R e s p o s ta D o lo ro s a 0 100% Intensidade do Estímulo Estímulo NocivoEstímulo Inócuo Aumento da sensibilidade dolorosa Alodinia e Hiperalgesia • Considerados patológicos • Ocorrem por modificações nos processos envolvidos na fisiologia da dor • Resultam do fornecimento inadequado de analgésicos / anestésicos durante o estímulo nociceptivo (ex: cirurgia) • Podem ser prevenidos pela administração de analgésicos – Analgesia preventiva – Analgesia multimodal Fisiologia da Dor - Transmissão • Fibras nervosas aferentes primárias – Transmissão dos impulsos originados nos nociceptores (potenciais de ação) até a medula espinhal – Penetram na medula até atingirem o corno dorsal (substância cinzenta) – Fazem sinapse com neurônios de projeção e/ou com interneurônios Fisiologia da Dor - Modulação •Uma vez que o estímulo doloroso atinge a medula, este pode transmitido aos neurônios de projeção ou suprimido na região do corno dorsal da medula. A esse fenômeno denomina- se modulação •Os interneurônios são os responsáveis por essas ações Fisiologia da Dor - Modulação Substâncias químicas envolvidas na modulação • Excitatórias: glutamato, substância P, ATP, prostaglandinas, outras • Inibitórias: opióides endógenos, GABA, glicina, serotonina, acetilcolina, noradrenalina Fisiologia da Dor - Modulação Essas substâncias químicas (excitatórias ou inibitórias) atuam em receptores presentes na membrana dos interneurônios ou de neurônios de projeção •Receptores excitatórios: AMPA, KAI e NMDA •Receptores inibitórios: GABA, glicina e receptores opióides 4 Fisiologia da Dor - Modulação A passagem de estímulos nociceptivos através do corno dorsal da medula será o resultado dos neurotransmissores excitatórios e inibitórios liberados e respectivos receptores ocupados Fisiologia da Dor - Projeção O estímulo doloroso é transmitido do corno dorsal da medula aos centros superiores por neurônios de projeção • Principais regiões relacionadas com as vias de transmissão da dor – Tálamo – Formação reticular – Mesencéfalo (subst. cinzenta periaquedutal, sistema límbico e hipotálamo) Fisiologia da Dor – Modulação descendente • Substância cinzenta periaquedutal • Núcleo magno da rafe – Axônios em direção descendente que terminam no corno dorsal da medula – Liberação de endorfinas, dinorfinas e encefalinas – Anti-nocicepção Fisiologia da Dor - Percepção •Integração, processamento e reconhecimento de estímulos sensoriais •Ocorre em diversas áreas do córtex e tronco cerebral Interneurônio (modulação) Neurônio aferente (transmissão) Neurônio de projeção (projeção) Córtex (percepção) Nociceptor (transdução) Fisiologia da dor Dor x Nocicepção • Nocicepção – Transmissão de impulsos em resposta a um estímulo nocivo – Se mantém mesmo no animal inconsciente / anestesiado – Não envolve percepção – Pode evoluir para hiperalgesia e/ou alodinia no período pós-operatório • Dor – Envolve percepção – Não ocorre no animal inconsciente / anestesiado 5 Classificação da Dor • Dor aguda – Origem traumática, cirúrgica ou infecciosa – Fisiológica (defesa) – Tratamento com analgésicos Classificação da Dor • Dor crônica – Considerada uma doença – Persistente após a lesão – Tratamento com tranquilizantes, psicotrópicos e analgésicos Como reconhecer quando um animal está com dor? Respostas secundárias à dor • Hormonal • Comportamental • Metabólica Como Reconhecer quando um animal está com dor? Resposta Hormonal • Aumento da concentração de cortisol • Aumento da concentração de adrenalina • Aumento da concentração de noradrenalina Como Reconhecer quando um animal está com dor? Resposta Comportamental • Avaliação é subjetiva – Escores de dor variam: • Entre avaliadores • Entre homens e mulheres • Em dias diferentes de avaliação por um mesmo observador • Em caso de conhecimento ou desconhecimento dos tratamentos administrados Como Reconhecer quando um animal está com dor? Resposta Comportamental • Manifestações de dor são muito variáveis entre espécies – Cães – Gatos – Equinos – Ruminantes – Suínos – Roedores – Exóticos 6 Como Reconhecer quando um animal está com dor? Resposta Comportamental no Cão • Vocalização • Agressividade • Apatia • Decúbito prolongado • Anorexia • Lambedura • Olhar para o local da injúria • Baixa interatividade • Auto-mutilação • Claudicação • Adoção de posições anormais • Mudança freqüente de posição • Recusa-se a se mover • Abana pouco a cauda • Ansiedade • Auto-proteção Como Reconhecer quando um animal está com dor? Resposta Comportamental no Gato • Redução na atividade • Diminuição da curiosidade • Anorexia • Animal esconde-se • Lambedura no local • Rosnar / agressividade • Auto-proteção • Tentativa de fuga • Abanar a cauda • Adoção de posturas anormais • Não ronronar Resposta Comportamental Resposta Comportamental Resposta Comportamental Como Reconhecer quando um animal está com dor? Resposta Metabólica • Aumento de frequência cardíaca • Aumento de frequência respiratória • Aumento de pressão arterial • Midríase 7 Como Reconhecer quando um animal está com dor? Utilização de escalas de avaliação de dor • Escala composta de dor de Glasgow • Escala de Melbourne Escala de Glasgow Dor aguda: quais as opções? Interneurônio (modulação) Neurônio aferente (transmissão) Neurônio de projeção (projeção) Córtex (percepção) Nociceptor (transdução) Fisiologia da dor Estímulo mecânico químico, térmico Anestésicos gerais (isoflurano, tiopental, propofol) Opioides, agonistas alfa-2, cetamina anestésicos locais (anestesia perineural, infiltrativa, peridural)anestésicos locais (anestesia infiltrativa), AINEs Tratamento da dor Tratamento da Dor Aguda • Analgesia pre-emptiva – Administração de analgésicos antes do estímulo nociceptivo (ex: antes do início da cirurgia) – Melhores resultados – Evita hiperalgesia e alodinia Tratamento da Dor Aguda • Anestésicos locais – Infiltrações locais – Anestesia perineural – Anestesia epidural 8 Tratamento da Dor Aguda • Opioides (sistêmicos, epidural) – Meperidina – Morfina – Metadona – Tramadol – Fentanil – Butorfanol Tratamento da Dor Aguda • Antinflamatórios não esteroidais (AINEs) – Dipirona – Flunixin-meglumine – Cetoprofeno – Carprofeno – Meloxicam – Fenilbutazona – Tepoxalina – Firocoxibe Tratamento da Dor Aguda • Cetamina – Eficiente em prevenir a hiperalgesia – Atua sobre o receptor NMDA – Doses baixas (0,5 mg/kg) • Agonistas alfa-2 Conclusões • Uma vez diagnosticada a dor em animais esta SEMPRE deve ser tratada • Analgésicos devem ser fornecidos antes, durante e após o estímulo doloroso • A dor aguda não tratada ou mal tratada evolui para dor crônica, que é mais difícil de ser tratada Bibliografia Recomendada • FANTONI & CORTOPASSI CAP.31: Fisiopatologia e Controle da Dor. • DRUMMOND, J.P. Dor Aguda: Fisiopatologia, clínica e terapêutica. CAP.1: Neurofisiologia.
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