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O estudo de situacao Coleta de dados

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O estudo de situação:coleta de dados
Dados da rede de apoio existente
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Um requisito essencial para o planeja- mento, tomado sob a perspectiva da tota lidade,se assenta no princípio da inter- relação entre as diversas áreas de defini –ção e operação de políticas e os dife- rentes campos de intervenção.
Nesse sentido,o enfrentamento e a supe –peração de uma determinada situação
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Passam pela identificação das políticas públicas,das políticas específicas à área de intervenção,da legislação pertinente, do equipamento jurídico e do equipamen –to social.
Passam também pelo conhecimento dos projetos em andamento e de sua capaci-dade de atendimento em relação à popu
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-lação demandatária dos serviços.
Na coleta de dados,levam-se em conta as instituições e programas responsá- veis pelos serviços relacionados à ques- tão estudada,os recursos desses progra- mas(sua organização,quantidade,custo), suas atividades(quantidade,eficácia) e a relação entre uma e outra(eficiência,pro-
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dutividade),seus pontos fortes e pontos fracos.
É também importante a descrição do flu- xo(e das normas que o regem) e dos u- suários nas instituições em cada tipo es- pecífico de ação.
Também,para esse enfrentamento es- 
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sa superação,há que se ter presente as relações existentes entre as instituições ou complexos institucionais,governamen –tais e não-governamentais,que atuam na área e que estejam situados no con-texto no qual a ação planejada incidirá.
Entre as instituições existem múltiplas formas de relacionamento:troca de infor- 
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mações,recursos,dinheiro,pessoal,popu- lação atendida,etc.
O conhecimento dessas relações irá per –mitir apreender o sistema de comple-mentaridade dos serviços(BAPTISTA,20 00,p.57)nos diferentes campos,suas for- mas de organização e a existência ou a possibilidade de implementação de um 
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sistema de “atendimento em rede”.
Em termos gerais, poder-se-ia dizer que o “atendimento em rede” se constitui pe- la articulação de um conjunto amplo e dinâmico de organizações diversas ,em torno de interesses comuns, que reali- zam ações complementares em um pro- cesso unitário e coerente de decisões,es 
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tratégias e esforços.
Essas ações em parceria,realizadas por “unidades operacionais independentes ‘ credenciadas’ e interdependentes com relação aos processos operacionais que compartilham”(Gonçalves,1991:4),tradu- zem-se “em vínculos horizontais,de inter –dependencia e complementaridade”
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(Carvalho e Guará,1995:10),interconec- tando agentes,serviços,produtos e os di- versos tipos de organizações.
Edward R.V. e Tapia,S.G. ,citados por Cury(1998:79),acentuam a característica de horizontalidade de redes quando as conceituam:”As redes são uma forma de organização onde são rompidas as hie-
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rarquias e se promovem relações hori- zontais.
Sua atividade e existência dependem da iniciativa de cada uma de suas partes ou nódulos e não de uma instância central e única”.
Essa perspectiva ultrapassa a noção,pre –sente no senso comum e na burocracia
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do Estado,”de cadeia de serviços simila- res,subordinados,em geral,a uma organi –zação que exerce a gestão de forma centralizada e hierárquica”(Carvalho e Guará,op.cit.:10).
“Entendida desta forma,uma rede nada mais é do que o resultado de um proces- so de desconcentração de meios de a- 
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ção de uma organização por meio de u- nidades operacionais(...) É pressuposto que haja uniformidade de procedimentos operacionais ao longo da rede formada pela desconcentração operacional.”(Gon –çalves,1991:4)
Essa perspectiva ultrapassa a noção,pre –sente no senso comum e na burocracia 
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do Estado,”de cadeia de serviços simila- res,subordinados,em geral,a uma organi –zação que exerce a gestão de forma centralizada e hierárquica”(Carvalho e Guará, op.cit.: 10).
“Entendida desta forma,uma rede nada mais é do que o resultado de um proces- so de desconcentração de meios de a- 
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ção de uma organização por meio de u- nidades operacionais(...) É pressuposto que haja uniformidade de procedimentos operacionais ao longo da rede formada pela desconcentração operacional.”(Gon –çalves,1991:4)
As estratégias e os esforços da ação em rede- concebidos e projetados em coe-
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rência com os ditames legais constituí- dos – assentam-se em instâncias estabe –lecidas pela legislação pertinente(ECA, LOAS) para controle e flexibilização dos processos, tendo na liderança os diferen –tes Conselhos Paritários(de Direitos da Criança e do Adolescente, de Assistênci –a Social, etc.)(BAPTISTA,2000,p.58)
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Podemos citar como exemplo o docume- mento preparado pelos especialistas reu –nidos pelo Fórum Nacional Permanente de Organizações Não-Governamentais de Defesa da Criança e do Adolescente( Volpi,1997:43-44),que recomenda que a articulação em rede dos serviços e pro- gramas destinados à infância e à juven-
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tude deve caracterizar-se pela:
a. atuação privilegiada do Conselho de Direitos,enquanto espaço de elaboração e deliberação sobre a política de direi- tos;
b. existência de uma coordenação no âmbito governamental que articule a- ções, otimize recursos,priorize a área de
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intervenção e evite o paralelismo e a su- perposição de ações;
c. existência de um núcleo de planeja- mento,monitoramento e avaliação que concentre informações de interesse co- mum,análises e projeções que subsidi- em a definição e o reordenamento per- manente das atribuições de cada pro- 
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grama membro da rede;
d. unificação dos procedimentos e expli- citação dos critérios de acesso aos servi –ços,assegurando o tratamento indiscri- minatório e transparente aos usuários;
f. socialização de equipamentos e tecno- logia para uso comum e ampliação do impacto dos serviços;
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g. integração operacional dos órgãos do Judiciário,Ministério Público, Defensoria e Segurança Pública.(2000,p.58)
Esse atendimento em rede,via de regra, tem presente o caráter nacional e inte- gral da questão sobre a qual incide, o que significa uma busca de integração crítica às políticas,às metas,às estratégi-
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as e aos programas estabelecidos nos di –ferentes níveis do sistema de atendi- mento do país.
A apreensão das políticas públicas,da le –gislação,do equipamento jurídico e da rede de atendimento existente apóia-se em uma avaliação de sua efetividade,de sua consistência e legitimidade em rela-
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ção às condições gerais e demandas da sociedade.
Procura verificar sua compatibilidade tan –to com o contexto histórico,cultural e po –lítico no qual têm de operar,quanto com a missão ético-política da sociedade de assegurar a elevação progressiva dos ní –veis de vida da população.
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Dessa forma,a montagem de um instru- mental de coleta de dados relacionados às políticas,à legislação e ao sistema de atendimento deve ter presente que as deliberações e as ações que interferem em uma determinada questão situam-se em campos e(BAPTISTA,2000,p.59) ní- veis tão diversos quanto diversos são os
 
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elementos que compõem sua estrutura, não se restringindo a um campo especí-fico nem à atenção setorialmente limita- da.
Esse atendimento em rede inclui tam- bém os programas desenvolvidos na áre –a de educação,saúde,trabalho,esportes ,lazer,etc.
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São componentes necessários para a ar –ticulação desses programas as ações decorrentes das políticas sociais básicas – educação,saúde,assistência social -e dos programas especializados -campos clássicos de atividades na área,constituí –dos por uma agregação simultânea de ações próprias do poder executivo e do
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poder judiciário.
Pelo contrário,projetam-se sobre cada um dos fatores que configuram a estrutu -do problema,abarcando,equacionando, não apenas suas expressões mais evi- dentes, mas também seus fatores
gera- dores.
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Na perspectiva de formular um referen-cial analítico para o que se poderia con- siderar uma rede de redes,Carvalho e Guará(op. cit. : 13-28) localizam os dife- rentes espaços e âmbitos nos quais elas se configuram.
- As redes sociais espontâneas(Carva- lho e Guará,op.cit. : 15)
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São tecidas no espaço local,a partir de conexões informais”de vínculos mais ou menos fortes”(Faleiros,op.cit.),tendo por base as relações primárias,interpessoais e espontâneas.
Incluem a família,os amigos,a vizinhan- ça,o trabalho,a rua, o quarteirão,a comu –nidade, a Igreja.
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Sua ação se faz através de relações de reciprocidade,circulação de informações e prestação de serviços imediatos.
Em seu estudo sobre família e rede so-cial, Both(1976) assinala que os paren-tes oferecem talvez o mais importante sentido de identidade e de pertencer a al –go juntos.Fornece também ajuda a ser-
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viços mútuos,por vezes criando um subs –tancial montante de ajuda financeira.
Both(1976) cita estudos que afirmam que a feição essencial da amizade é que ela é voluntária e está baseada em inte- resses compartilhados e no consenso em comparação com o parentesco, no qual os negócios e a obrigação são os 
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catalisadores.
- As redes de serviços sociocomunitários (Carvalho e Guará, op. cit. :15-16)
Têm como protagonistas históricos os a- gentes filantrópicos e as organizações comunitárias( a Igreja, a Sociedade Ami –gos de Bairro).
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Essas redes produzem serviços assisten –ciais de(BAPTISTA,2000,p.60) caráter mutualista(serviços ambulatoriais, cre- ches,abrigos); desenvolvem mutirões pa –ra moradia,manutenção de equipamen- tos,limpeza urbana;organizam clubes de mães,festas comunitárias, cooperativas; e implementam serviços de desenvolvi-
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mento de cidadania,melhoria ambiental e da qualidade de vida.
- As redes setoriais públicas(Carvalho e Guará, op. cit. :18-25)
Estruturam-se a partir do espaço público em função de necessidades tidas como direitos dos indivíduos.
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Prestam serviços específicos e especia- lizados,consagrados pelas políticas públi –cas setoriais – educação,saúde,habita- ção, etc.
- As redes setoriais privadas(Carvalho e Guará,op.cit.:18)
São redes que,por serem de caráter pri- vado, seguem as leis do mercado,ofere-
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cendo seus serviços mediante pagamen –to.
Embora acessíveis a uma parcela restri- ta da população,estas redes costumam estender-se,via convênio,aos trabalhado –res do mercado formal.
- As redes sociais movimentalistas(Car- 
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valho e Guará,op.cit.:16-18)
Conformam –se como movimento social de denúncia e de vigilância e luta reivin- dicatória por melhores condições de vida e pela afirmação de direitos.
Constituem-se a partir da articulação de grupos sociais de naturezas e funções di –versas,ligados através de relações inter
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-pessoais. 
Estas redes oxigenam todas as demais, assumindo o papel de instituintes de no- vas demandas de justiça.
Carvalho e Guará(op.cit.:16) informam que este conceito foi construído e desen –volvido por Ana Maria Doimo,em “Mo-
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vimentos sociais e conselhos populares, desafios da institucionalidade democrá- tica”.(Caxambu,1990,mimeo)
O levantamento e a análise desse siste- ma de redes deverão permitir o estabele –cimento da capacidade real e potencial do sistema para enfrentamento da ques- tão focalizada;deverão também possibili-
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tar a quantificação e a qualificação dos recursos disponibilizados e a identifica- ção das deficiências do sistema em ter- mos de pessoal técnico ou leigo,de recur –sos orçamentários,de legislação de re- ferência, de organização institucional,etc 
Esse estudo deverá ser complementado com a identificação e com a qualificação
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dos recursos (humanos,financeiros,insti- tucionais e logísticos),colocados à dispo- sição do atendimento da questão atra- vés do planejamento em curso, e a loca- lização de quais recursos podem/ preci- sam ser mobilizados para complementar /garantir a operação da ação que será proposta.
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Os dados brutos,recolhidos a partir das informações obtidas,precisam ser traba- lhados,organizados e sistematizados ,a fim de oferecerem maiores subsídios para a análise.
Essa organização se realiza através de técnicas de agrupamento de variáveis, de tabulação,de representações gráficas
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( tais como quadros,mapas,etc.) e outras
Essas técnicas,bem como aquelas de co –leta de dados,podem ser estudadas em profundidade na bibliografia referente à pesquisa social.(BAPTISTA,2000,p.61/ 62)
Referência bibliográfica :
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BAPTISTA,Myrian Veras. Planejamento social:intencionalidade e instrumentação São Paulo:Veras,2000.

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