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EXERCÍCIOS COM GABARITO SOCIOLOGIA DO LIVRO A CHEGADA DOS TEMPOS MODERNOS

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Júlia Vieira

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26 Parte I – Saberes cruzados
[...] Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que 
ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos 
planetas principais e com estes em redor do Sol. [...] Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho 
de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens 
ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei 
os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.
COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.
a) as revoluções industrial e Francesa são marcos importantes para o entendimento das 
transformações da modernidade. Na análise do autor, de que forma cada uma delas con-
tribuiu para essas transformações? 
b) explique como a industrialização alterou as visões de mundo e as concepções sobre a vida 
em sociedade.
c) o autor afirma que a revolução Francesa contribuiu para a difusão da ideologia do pensa-
mento moderno no Velho e no Novo mundos. explique como esse processo alterou as 
concepções sobre a vida em sociedade.
De olho no enem 
1. (Enem 1999) Gabarito: (D)
A Grã-Bretanha forneceu o modelo para as ferrovias e fábricas, o explosivo econômico que rompeu com as estruturas socioeconômicas 
tradicionais do mundo não europeu; mas foi a França que fez suas revoluções e a ela deu suas ideias, a ponto de bandeiras tricolores de 
um tipo ou de outro terem-se tornado o emblema de praticamente todas as nações emergentes, e a política europeia (ou mesmo mundial) 
entre 1789 e 1917 foi em grande parte a luta a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais incendiários de 1793. A França 
forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande 
exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França forneceu os códigos legais, o modelo de organização técnica e científica 
e o sistema métrico de medidas para a maioria dos países. A ideologia do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até 
então resistido às ideias europeias inicialmente através da influência francesa. Essa foi a obra da Revolução Francesa.
HOBSBaWM, E. J. A Era das Revoluções (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. p. 71-72.
monitoranDo a aprenDizagem
1. o que significa dizer que a sociedade feudal era uma sociedade estamental? (consulte na 
seção Conceitos sociológicos ao final do livro o verbete estratificação.)
2. a partir das Grandes Navegações foi possível a exploração do mar Tenebroso, hoje conhecido 
como oceano atlântico. com isso, os europeus puderam ter acesso a lugares longínquos e 
desconhecidos, dando início a um processo considerado por alguns historiadores como a 
“primeira globalização”. Você concorda com esse significado atribuído às viagens marítimas 
dos séculos XV e XVi? Por quê?
3. o iluminismo foi um movimento cultural que difundiu a convicção de que a razão e a ciência 
deveriam ser a base para a compreensão do mundo. explique como a confiança na razão 
contribuiu para transformações políticas na modernidade.
4. Leia, atentamente, o texto a seguir. 
Professor, na p. 25 do Manual do Professor (Construindo seus conhecimentos), você encontra sugestões para o 
desenvolvimento das atividades propostas.
Construindo seus conhecimentos?
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Capítulo 1 – A chegada dos “tempos modernos” 27
Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre 
a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e 
verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência 
se não passa por demonstrações matemáticas.
VINCI, Leonardo da. Carnets.
o aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é
 (A) a fé como guia das descobertas.
 (B) o senso crítico para se chegar a Deus.
 (C) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos.
 (D) a importância da experiência e da observação.
 (E) o princípio da autoridade e da tradição.
2. (Enem 2012) Gabarito: (E)
TexTo 1
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.
DESCaRTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: abril Cultural, 1979.
TexTo 2
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de 
que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. 
a comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume
 (A) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.
 (B) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosó-
fica e crítica.
 (C) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
 (D) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.
 (E) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do 
 conhecimento.
3. (Enem 2011) Gabarito: (B)
Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através 
da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, 
o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
o texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada 
pela constante relação entre
 (A) fé e misticismo. 
 (B) ciência e arte.
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28 Parte I – Saberes cruzados
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendi-
mento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, 
mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, 
tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há 
muito os liberou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.
KaNT, I. Resposta à pergunta: O que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).
 Kant destaca no texto o conceito de esclarecimento, fundamental para a compreensão do 
contexto filosófico da modernidade. esclarecimento, no sentido empregado por Kant, re-
presenta
 (A) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade.
 (B) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas.
 (C) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.
 (D) a compreensão de verdades religiosas quelibertam o homem da falta de entendimento.
 (E) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão.
assimilanDo conceitos
1. Leia, atentamente o quadrinho a seguir.
Ni
ls
on
a) Quem são os personagens investidos de poder retratados no primeiro quadro? a 
que tipo de sociedade eles estão associados?
b) De acordo com seu conhecimento histórico, os “reprimidos” no terceiro quadro 
representam quais segmentos sociais?
c) cite e explique alguns fatores que contribuíram para que o “logo desisto” do último 
quadro se transformasse em “logo resisto” a partir do século XViii.
 (C) cultura e comércio.
 (D) política e economia.
 (E) astronomia e religião.
4. (Enem 2012) Gabarito: (A)
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Capítulo 1 – A chegada dos “tempos modernos” 29
olhares soBre a socieDaDe
Leia atentamente o texto a seguir.
 escreva uma redação argumentativa discutindo o texto acima, na qual, além de seu ponto de 
vista sobre as ideias defendidas pelo autor, estejam explícitos os seguintes aspectos:
• em que consiste a meritocracia?
• por que o autor considera a meritocracia uma “ilusão”?
• de que maneira a meritocracia se manifesta na realidade brasileira?
o que é um moDerno?
A modernidade possui tantos sentidos quantos forem os pensadores ou jornalistas. Ainda assim, todas as definições apontam, de uma for-
ma ou de outra, para a passagem do tempo. Através de um adjetivo moderno, assinalamos um novo regime, uma aceleração, uma ruptura, 
uma revolução do tempo. Quando as palavras “moderno”, “modernização” e “modernidade” aparecem, definimos, por contraste, um pas-
sado arcaico e estável. Além disso, a palavra encontra-se sempre colocada em meio a uma polêmica, em uma briga onde há ganhadores 
e perdedores, os Antigos e os Modernos. “Moderno”, portanto, é duas vezes assimétrico: assinala uma ruptura na passagem regular do 
tempo; assinala um combate no qual há vencedores e vencidos. Se há hoje tantos contemporâneos que hesitam em empregar este adjeti-
vo, se o qualificamos através de preposições, é porque nos sentimos menos seguros ao manter esta dupla assimetria: não podemos mais 
assinalar a flecha irreversível do tempo, nem atribuir um prêmio aos vencedores. Nas inúmeras discussões entre os Antigos e os Modernos, 
ambos têm hoje igual número de vitórias, e nada mais nos permite dizer se as revoluções dão cabo dos antigos regimes ou os aperfeiçoam. 
LaTOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. São Paulo: Editora 34, 1994. p. 15.
No mundo moderno, cuja legitimidade é baseada na liberdade e igualdade de seus membros, o poder não se manifesta abertamente como 
no passado. No passado, o pertencimento à família certa e à classe social certa dava a garantia, aceita como tal pelos dominados, de que 
os privilégios eram “justos” porque espelhavam a “superioridade natural” dos bem-nascidos [...].
A ideologia principal do mundo moderno é a “meritocracia”, ou seja, a ilusão, ainda que seja uma ilusão bem fundamentada na propaganda 
e na indústria cultural, de que os privilégios modernos são “justos” [...]. O ponto principal para que essa ideologia funcione é conseguir 
separar indivíduo da sociedade [...]. O “esquecimento” do social no individual é o que permite a celebração do mérito individual, que em 
última análise justifica e legitima todo tipo de privilégio em condições modernas.
Jessé Souza. A Ralé Brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Ed. UFMg, 2009, p. 43.
 ao longo do curso de sociologia você terá oportunidade de conhecer diferentes visões sobre 
os tempos modernos. esperamos que reflita e desenvolva uma opinião própria a respeito do 
que vem a ser “modernidade” e suas diversas interpretações. 
1. Para começar esse empreendimento, faça o que se pede.
a) De acordo com o texto, “o que é um moderno?” trata-se de um tipo de pessoa, de um 
povo, um tempo, um espaço...? e para você, o que significa “moderno” e “modernidade”? 
b) Quais aspectos o autor destaca em sua reflexão sobre “moderno” e “modernidade”?
c) o filósofo e antropólogo francês Bruno Latour diz que é difícil definir vencedores e der-
rotados no embate entre “antigos” e “modernos”. considerando a contemporaneidade 
e os processos abordados neste capítulo, você concorda com a afirmação do autor? 
explique.
eXercitanDo a imaginaÇÃo sociolÓgica 
tema De reDaÇÃo proposto pelo VestiBular FgV – aDministraÇÃo 2010
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Manual do Professor 23
um tipo de conhecimento seja superior ao outro, mas 
que, ao aprendermos a olhar o mundo social do ponto de 
vista da Sociologia, podemos ver, sob uma nova perspec-
tiva, os fatos a que estamos acostumados e, com isso, 
aprender coisas novas sobre o mundo que nos cerca.
Construindo seus conhecimentos 
De olho no Enem
A questão proposta tem como texto-base uma can-
ção em que o personagem fala das lembranças dos luga-
res onde viveu, dando-nos a entender que se trata de 
uma pessoa que migra de região para região. A canção 
data do início da década de 1950, quando começou a se 
intensificar a urbanização no Brasil – ou, dito de outro 
modo, o êxodo rural. A experiência social recebeu trata-
mento poético pelo compositor, que com ela mostra sua 
sensibilidade para interpretar os acontecimentos que 
ocorriam no país e na vida de muitos indivíduos naquele 
momento – afinal, migrar não é apenas deixar um lugar 
e ir para outro, mas também construir e reconstruir a 
identidade e a memória. A ligação entre a experiência 
dos indivíduos e as estruturas sociais caracteriza a habi-
lidade que C. W. Mills chamou de imaginação sociológica. 
No caso do compositor, essa sensibilidade para aprender 
as relações entre indivíduos e processos sociais é artísti-
ca, ao passo que os cientistas sociais usam o método 
científico para compreender essas mesmas relações.
Olhares sobre a sociedade 
1. a) O contexto é a Guerra do Vietnã, ocorrida no 
Sudeste Asiático entre 1955 e 1975, que colocou 
em confronto os interesses da República do 
 Vietnã (Vietnã do Sul) e os Estados Unidos, com 
participação secundária de outros países. Ou-
tra forma de abordar o contexto é situá-lo no 
âmbito da Guerra Fria. A violência e a longa du-
ração do conflito impactaram profundamente 
as sociedades envolvidas. Para os norte-ameri-
canos, a guerra representou a maior confronta-
ção armada em que o país havia se envolvido 
até então, com repercussões na cultura e na 
política exterior do país.
b) É possível supor que o narrador observa os acon-
tecimentos em um contexto social diferente do 
“garoto” da canção, uma vez que o evento teve 
grande cobertura da imprensa na época. O “ga-
roto” representa a juventude que apreciava o rock 
e a cultura pop, com padrões de comportamento 
considerados novos para a época. Esse e outros 
“garotos”, tomados pelas circunstâncias da guer-
ra, tiveram a trajetória de vida completamente 
modificada em decorrência de algo que escapa-
va das suas escolhas pessoais.
c) A expressão “imaginação sociológica”, de W. Mills, 
descreve uma habilidade que as Ciências Sociais 
procuram desenvolver nas pessoas que se apro-
ximam desse conhecimento. Trata-se da capaci-
dade de articular a biografia com a história, ou, 
dito de outro modo, agência e estrutura. Essa 
habilidade não surgiu com o advento das Ciências 
Sociais, pois essa articulação é feita desde muito 
tempo por literatos e artistas, teólogos, pessoas 
comuns, políticos etc. Contudo, no campo das 
Ciên cias Sociais, essa habilidade desenvolve-se 
com base na argumentação e no método cientí-
fico, respaldada em teoriase conceitos sociais.
Capítulo 1: A chegada dos 
“tempos modernos”
Orientações gerais
Objetivos
Ao longo das aulas, os alunos deverão:
• compreender as transformações sociais na 
transição do feudalismo para o capitalismo e 
construir uma visão geral da consolidação das 
sociedades modernas;
• compreender os fundamentos da ciência mo-
derna e o sentido cultural da ruptura entre 
ciência e religião (dogma);
• relacionar os contextos político, cultural e 
econômico entre si, que propiciaram o nasci-
mento das ciências da sociedade: Sociologia, 
Antropologia e Ciência Política.
Recursos e questões motivadoras
Esse capítulo apresenta o contexto histórico que 
favoreceu a constituição das ciências sociais. O con-
teúdo pode ser trabalhado como uma unidade dentro 
do programa da série ou o texto didático pode ser usa-
do como fonte de consulta no desenvolvimento dos 
capítulos 2, 3 e 4, que tratam do surgimento e do de-
senvolvimento da Sociologia, da Antropologia e da 
Ciên cia Política.
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pedagogiafaetec@hotmail.com
Highlight
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Os processos destacados no texto serão aprofun-
dados nas aulas de História. Nosso objetivo é apresentar 
em linhas gerais a formação do mundo moderno e 
abordar as questões sociais que contribuíram para o 
desenvolvimento das teorias sociais clássicas. 
“Modernidade” e “tempos modernos” são termos 
centrais na construção deste curso de Sociologia. A 
percepção de que se vivia em uma época diferente 
das anteriores começou a germinar no século XV, 
com o Renascimento, mas a compreensão de que ha-
via uma “sociedade moderna” nasceu com o Iluminis-
mo no século XVIII. Essas duas “revoluções culturais” 
são exploradas para que os alunos compreendam as 
inquietações dos pensadores sociais que antecede-
ram a institucionalização das ciências sociais no final 
do século XIX. O surgimento dessas disciplinas se deu 
no contexto da desagregação do mundo feudal e da 
consolidação da sociedade capitalista.
Recursos complementares para o professor
Leitura
BRESCIANI, Maria Stella M. Londres e Paris no século XIX: 
o espetáculo da pobreza. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 
1994. (Coleção Tudo é História).
EHLERT, João Marcelo; PEREIRA, Luiz Fernando A. Pen-
sando com a Sociologia. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
EISENSTADT, S. N. Modernidades múltiplas. Sociologia: 
Problemas e Práticas, Oeiras, Mundos Sociais, n. 35, p. 139-
163, abr. 2001. Disponível em: <http://sociologiapp.iscte.
pt/fichaartigo.jsp?pkid=57>. Acesso em: jan. 2013.
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. 25. 
ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.
ROSSI, Paolo. O nascimento da ciência moderna na Europa. 
Bauru; São Paulo: Edusc, 2001.
Filmes
O nome da rosa. Alemanha/França, 1986, 130 min. Di-
reção de Jean Jacques Annaud.
Descartes (Cartesius). França/Itália, 1973, 162 min. Di-
reção de Roberto Rosselini.
Giordano Bruno. Itália, 1973, 140 min. Direção de Carol 
Reed.
Danton, o processo da Revolução. França, 1982, 136 min. 
Direção de Andrej Wajda.
Casanova e a Revolução. França/Itália, 1982, 126 min. 
Direção de Ettore Scola. 
Práticas inter e multidisciplinares no ensino
Exposição: Os grandes nomes da ciência moderna
Organize grupos de trabalho com o objetivo de 
montar uma galeria de imagens e uma pequena biografia 
dos “pais fundadores da ciência moderna”. Cada grupo 
escolherá um campo de saber para desenvolver a pesqui-
sa (Matemática, Física, Química, Biologia, Sociologia, His-
tória, Psicologia, Medicina etc.). Os resultados do trabalho 
poderão ser apresentados em uma exposição visual nos 
corredores da escola. Essa tarefa será mais interessante 
se for desenvolvida em conjunto com as demais discipli-
nas: os professores de Arte podem contribuir na monta-
gem da exposição; os professores das disciplinas relacio-
nadas com a tarefa poderão discutir com os alunos o 
desenvolvimento de determinados campos de saber e 
apresentar alguns nomes centrais para o desenvolvimen-
to da disciplina. É importante que eles percebam que a 
organização do saber escolar que conhecem hoje tam-
bém se relaciona com a chegada dos tempos modernos.
Comentários e gabaritos
Leitura complementar
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cida-
dão de 1789 é um documento histórico que comporta os 
ideais da Modernidade: a ruptura com uma sociedade 
de privilégios e a constituição de uma sociedade centra-
da no indivíduo, em seus direitos e deveres, no mérito, 
na liberdade e responsabilidade, enfim na cidadania. 
Esses ideais passaram a orientar a conduta das pessoas 
e sociedades – apesar de as contradições entre princí-
pios e realidade serem constatadas nas práticas sociais. 
Sugerimos que você discuta os processos históricos 
abordados nesse capítulo buscando relacioná-los aos 
artigos da Declaração. Esse documento também poderá 
ser retomado em outros momentos do curso.
Sessão de cinema
O mercador de Veneza
1492. A conquista do Paraíso 
Os dois longas-metragens indicados abordam o 
período de transição para os tempos modernos. Com 
base na peça homônima de William Shakespeare, O 
mercador de Veneza mostra a importância das atividades 
comerciais e a condenação moral da usura (cobrança de 
juros). A conquista do Paraíso é um filme baseado em fa-
tos históricos que põe em discussão o velho conceito de 
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Manual do Professor 25
“descobrimento”, definindo o processo como conquista 
do Novo Mundo pelos europeus. Os diálogos exploram 
com riqueza as transformações da época. Como recurso 
didático, você pode exibir cenas dos dois filmes ao apre-
sentar o conteúdo do capítulo ou, com a exibição inte-
gral de um deles, desenvolver uma atividade junto com 
o professor de História.
Construindo seus conhecimentos 
Monitorando a aprendizagem
1. Significa que nela as pessoas tinham uma posi-
ção social estabelecida antes mesmo do nascimento. 
Havia poucas chances de haver mobilidade social: em 
geral, quem nascia servo seria servo por toda a vida, 
quem nascia nobre seria nobre etc.
2. A Expansão Marítima contribuiu para a am-
pliação do mundo, com a descoberta de novas socie-
dades e culturas. Ao mesmo tempo, houve um encur-
tamento das distâncias com o desenvolvimento dos 
transportes marítimos, possibilitando viagens in-
tercontinentais mais frequentes. Esses aspectos 
propiciam pensar que, de fato, a comunicação e o co-
mércio global ganharam sentidos completamente no-
vos naquele momento. Mas não se deve relacionar o 
processo à atual ideia de globalização. Mesmo numa 
época de “revoluções” científicas e tecnológicas, as via-
gens eram penosas e havia muita insegurança – fosse 
por razões naturais ou por causa da pirataria, estimu-
lada pela competição mercantilista internacional.
3. O Iluminismo propunha a emancipação dos in-
divíduos do estado de tutela ao qual estavam condena-
dos (pensar conforme os dogmas da Igreja), a fim de que 
se tornassem responsáveis por seus atos e pensamentos 
(ideia de razão). A consequência dessa maneira de pen-
sar foi apostar na capacidade de mudar aquilo que os 
próprios indivíduos haviam criado. Essa ideia inspirou as 
duas grandes revoluções políticas do fim do século XVIII: 
a Revolução Americana, de 1776, e a Revolução France-
sa, de 1789. Dessas revoluções, saíram dois documentos 
importantes que fortaleceram a ideia de liberdade e res-
ponsabilidade dos homens: a Constituição Americana e 
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
4. (a; b; c) Comentários gerais.
A expressão Revolução Industrial foi aplicada a 
várias inovações técnicas que ampliaramos meios de 
sobrevivência dos homens e das cidades, possibilitando 
uma nova forma de sociabilidade. Esse acontecimento 
não tem uma localização precisa no tempo – é um pro-
cesso longo, cujo fundamento é a ideia de que a 
mudança é a norma. A validade desse princípio pode ser 
facilmente percebida até hoje: inventa-se algo e, em 
pouco tempo, uma nova técnica ou um novo instrumen-
to mais eficiente torna o anterior obsoleto. Além de alte-
rar a forma de lidar com a técnica, a Revolução Indus-
trial produziu outras mudanças. A fábrica tornou-se um 
importante local de trabalho; os capitalistas transfor-
maram-se em detentores dos meios de produção (terra, 
equipamentos, máquinas); e o trabalhador, contratado 
livremente, passou a receber salário, podendo mudar de 
um emprego para outro. A Revolução Industrial alterou 
profundamente os meios de produção, estimulou e pro-
vocou a competição por mercados internos e externos. 
As mudanças foram acompanhadas da ideia de liberda-
de de pensamento e do apoio político para a produção 
de novos e mais sofisticados instrumentos.
A Revolução Francesa garantiu as bases políticas 
para que as transformações decorrentes da Revolução 
Industrial fossem alicerçadas – uma sociedade com a 
possibilidade de mobilidade social, meritocrática, po-
liticamente livre, fundamentada em normas constitu-
cionais e na soberania do povo. Nesse sentido, as trans-
formações políticas e o fortalecimento dos Estados 
Na ci onais foram cruciais para o desenvolvimento do 
liberalismo político e econômico. Os ideais da Revolu-
ção Francesa foram centrais nas lutas de emancipação 
das colônias europeias nas Américas e, ao longo do 
século XIX, toda a Europa foi “varrida” por revoluções 
liberais, como as Revoluções de 1848 e a Unificação de 
Alemanha e Itália. 
De olho no Enem
As três primeiras questões abordam aspectos que 
estavam em discussão no alvorecer da ciência moder-
na: a experimentação e a observação, o papel dos senti-
dos na construção do conhecimento e o embate entre 
ciência e religião. Essas atividades possibilitam explorar 
as bases do conhecimento científico – fundamentação 
primordial, pois nos capítulos seguintes serão aborda-
das as três disciplinas que integram as Ciências Sociais. 
Compreender as bases do conhecimento científico é 
importante para perceber as especificidades das Ciên-
cias Humanas em relação às Ciências da Natureza e à 
Matemática, além de conferir o estatuto de ciência a 
todas elas. A questão 4 tem uma linha de continuidade 
com as três primeiras, pois aborda a transformação na 
mentalidade e cultura por meio do movimento ilumi-
nista, no qual razão, ciência e conhecimento foram for-
temente associados.
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Highlight
pedagogiafaetec@hotmail.com
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Assimilando conceitos
No primeiro quadro estão retratados o clero (pri-
meiro estado), a nobreza e a monarquia (segundo esta-
do) – representantes de dois dos três estados (ordens ou 
estamentos) do Antigo Regime (nome dado pelos revo-
lucionários de 1789 à sociedade aristocrática que eles 
contestavam).
Os “reprimidos” são os representantes do terceiro 
estado – a burguesia e os camponeses (maior parte da 
população).
Não é possível apontar um único fato como “cau-
sa” dos processos revolucionários do final do sécu-
lo XVIII, pois há um conjunto de variáveis em jogo: a 
difusão de ideias liberais por meio do movimento ilumi-
nista, o crescimento do poder econômico da burguesia, 
as insatisfações populares com os dois estados não en-
volvidos nos processos produtivos e que viviam de im-
postos e dízimos, o enfraquecimento do absolutismo e 
do poder eclesiástico, entre outros fatores. Todos esses 
aspectos mostram o cruzamento das mudanças cultu-
rais, políticas e econômicas que deram origem a uma 
nova ordem social. O conceito de revolução (absoluta-
mente moderno) pode ser explorado e relacionado à 
ideia de agência, ação e movimento social.
Olhares sobre a sociedade
Para o melhor aproveitamento dessa atividade, 
sugerimos que o texto seja lido junto com os alunos e 
suas ideias centrais sejam esclarecidas. Recomenda-
mos que as perguntas sejam debatidas e respondidas 
coletivamente. 
O objetivo da atividade é provocar a reflexão so-
bre uma palavra corriqueira – moderno – mas que ga-
nha sentido novo quando usada pelos cientistas so-
ciais, historiadores e filósofos. “Moderno” e 
“modernidade” remetem à noção de tempo e à ideia de 
estágio de desenvolvimento – daí oporem-se a “antigo” 
e “atrasado”. Elas comportam imagens que as socieda-
des ocidentais elaboraram a respeito de si, especial-
mente a partir do século XVIII com o movimento ilu-
minista. Os não modernos seriam os “outros”. Além de 
termos que servem de contraste, eles expressam o 
“projeto” dessas sociedades alicerçado no progresso, 
ciência, democracia e desenvolvimento social. É com 
base nesse “projeto” que Latour questiona se é possível 
falar em vencedores – em outras palavras, ele se per-
gunta se nossas sociedades alcançaram esse objetivo. 
Esse questionamento vem sendo feito desde o final do 
século XIX pela primeira geração de cientistas sociais, 
e é por essa razão que se diz que essas disciplinas nas-
ceram na modernidade com o objetivo de interpretá-
-la, compreendê-la, desvendá-la.
Exercitando a imaginação sociológica
O texto proposto para a reflexão mostra a ruptura 
social e cultural que houve na modernidade. Do ponto 
de vista social, a sociedade passou a ser orientada pela 
ideia de mobilidade em oposição à noção de privilégio 
de nascimento.
Do ponto de vista cultural, emergiu a cultura in-
dividualista, que toma o indivíduo como valor. O “‘es-
quecimento’ do social no individual” torna-se a condi-
ção para a consolidação da ideologia meritocrática 
porque os indivíduos precisam acreditar que tudo de-
pende exclusivamente de suas escolhas e de seu méri-
to (vontade e força de vontade), e com isso a ordem 
social é justificada.
Antes de encaminhar os alunos para a disserta-
ção, explore os conceitos individualismo, mobilidade 
social, estratificação social e ideologia (ver seção 
 Conceitos sociológicos).
Ao discutir as diretrizes da redação com os alunos, 
levante questões que possibilitem problematizar a ideo-
logia meritocrática, como: Em uma sociedade desigual 
como a brasileira, a pobreza decorre da falta de empe-
nho dos pobres que não trabalham o suficiente? Em 
quais aspectos da vida do estudante a lógica do desem-
penho está presente e como ela é percebida? Quais são 
as oportunidades abertas para a mobilidade social na 
sociedade brasileira?
Capítulo 2: Saber sobre 
o que está perto
Orientações gerais
Objetivos
Ao longo das aulas, os alunos deverão:
• diferenciar conhecimentos sobre o mundo so-
cial baseados em opiniões, tradições, costumes 
e religião daqueles disponibilizados pela So-
ciologia – disciplina científica;
• entender que Sociologia é um campo de conhe-
cimento que depende da liberdade de pensa-
mento, do exercício da razão, da controvérsia 
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