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UNIDADE 05 GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL ..

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Prévia do material em texto

Gestão Ambiental e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Ms. Nilza Maria Coradi de Aráujo
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
 Novo Paradigma de Gestão Ambiental: Responsabilidade 
Econômica, Social e Ambiental
• Introdução
• Práticas de Gestão Ambiental
• Ferramentas para a Sustentabilidade
• A produção mais Limpa e a Ecoeficiência
• A Pegada Ecológica
• Finalizando a Unidade
 · Discutir a implementação de mudanças corporativas em organiza-
ções de acordo com o conceito de desenvolvimento sustentável em 
seus negócios. Apresentar algumas ferramentas que funcionam como 
agentes de consolidação desse novo paradigma de gestão e a implan-
tação desses instrumentos como uma das grandes responsáveis pela 
melhoria do desempenho econômico, social e ambiental de empresas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
 Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
Introdução
Cada vez mais a gestão ambiental é considerada um componente de um processo 
bem mais abrangente, onde o objetivo é a sustentabilidade das organizações. A 
gestão ambiental está diretamente relacionada às tendências que provocam as 
empresas a buscarem formas novas de gestão. As tendências principais são a 
gestão da sustentabilidade organizacional e a responsabilidade social.
As organizações consideradas sustentáveis são as que conseguem atingir um bom 
desempenho econômico aliado ao bom desempenho ambiental e social. O desafio 
principal para as organizações atingirem a sustentabilidade é encontrar uma nova 
forma de gestão. A gestão da sustentabilidade acontece por meio da gestão das 
ações ambientais e sociais gerando novas oportunidades econômicas; tais ações 
podem acontecer tanto internamente como externamente à organização.
As ações internas estão baseadas nas preocupações com o aumento da 
poluição, com o aumento e formas de consumo e da produção dos resíduos após 
consumo e criam mecanismos de combate à poluição, com redução de resíduos e 
emissões provenientes das operações produtivas. O objetivo é melhorar os índices 
de ecoeficiência que reduzem os custos e otimizam a gestão da organização.
Externamente, as ações são motivadas pela resposta da sociedade civil e maior 
transparência; as empresas procuram desenvolver produtos com menores impac-
tos ambientais. Essa nova forma de gestão e desenvolvimento de produtos traz 
para a organização a melhoria da sua imagem junto à sociedade e maior legitimi-
dade organizacional.
As principais motivações para que uma organização busque a sustentabilidade é 
a revolução ambiental, a busca pelas tecnologias limpas e a divulgação das marcas 
das organizações e ideia socioambiental. Como contrapartida, as organizações 
podem se beneficiar também com o posicionamento favorável da organização 
diante de seus concorrentes.
Com a adequada gestão da organização, as ações internas e externas podem 
criar um valor da instituição junto aos investidores, além de gerar situações de 
melhoria nos resultados ambiental e social.
Práticas de Gestão Ambiental
As organizações podem estar envolvidas com a gestão ambiental de diferentes 
maneiras e em diferentes níveis. Esses diferentes níveis refletem o grau de 
comprometimento de uma organização em relação ao meio ambiente e o grau do 
seu envolvimento quanto ao planejamento, organização e controle dos instrumentos 
de gestão ambiental.
8
9
As muitas práticas operacionais incluem as mudanças nos produtos e sistemas de 
produção das organizações, que são vitais no rumo da gestão ambiental. Podemos 
classificar as práticas ambientais em dois grupos: produtos e processos produtivos.
As práticas relacionadas a produtos têm como foco projetar e desenvolver 
produtos ambientalmente mais adequados. Isso envolve projetos para reduzir a 
poluição e a toxidade de matérias-primas, com o objetivo de reduzir a quantidade 
de recursos e diminuir os desperdícios, aumentando a reutilização e reciclagem.
Algumas maneiras operacionais em relação aos produtos são: mudança de 
materiais poluentes ou tóxicos; alteração do projeto dos produtos com foco na 
diminuição do consumo de recursos naturais e a redução dos desperdícios no uso 
dos produtos; redução da geração de resíduos; reutilização e reciclagem, de acordo 
com a análise do ciclo de vida dos produtos.
O desenvolvimento de produtos com o foco na redução de recursos e desperdícios 
é uma importante prática de gestão ambiental e está direcionado a produtos que 
consumam menos energia, menos água e menos matéria-prima e que possam ser 
reciclados e reutilizados. Para tanto, é importante a adoção de práticas focadas na 
ecoeficiência, buscando a diminuição dos impactos ambientais da área de produção 
e operação das empresas.
Para apresentar produtos melhores do ponto de vista ambiental, é necessária 
a adoção de práticas chamadas de 3 Rs da gestão ambiental: Reduzir, Reutilizar 
e Reciclar.
Ferramentas para a Sustentabilidade
A perspectiva de uma empresa sustentável insere na organização uma 
racionalidade nos processos de produção com a economia sendo um meio para 
buscar a justiça social e a distribuição de renda. O pensamento para a atuação 
empresarial sustentável deve estar pautado no princípio de que os processos 
produtivos eficientes são os que estão diretamente ligados aos benefícios coletivos 
e aos valores de cidadania corporativa.
Neste novo princípio, são adotadas as dinâmicas ambientais, sociais e 
econômicas, onde há o estímulo de hábitos conscientes de consumo e produção 
de bens que não impactam negativamente o meio natural.
De forma mais objetiva, para uma organização se tornar sustentável, entre 
outras coisas, é necessário alterar suas formas de gestão, minimizando os impactos 
ao meio ambiente em função de suas atividades, reduzir o consumo de matéria-
prima e energia ao longodo clico de vida de seus produtos e serviços.
No processo de construção da sua sustentabilidade, a organização deve estabelecer 
uma política onde em todas as suas ações exista a visão de planejamento e de 
operação em curto, médio e longo prazo. Existem fatores que são fundamentais para 
9
UNIDADE Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
se atingir esse objetivo, um deles é a adoção de ferramentas como a ecoeficiência, 
levando a empresa a uma melhor e maior produção com menor uso de matéria-
prima e recursos naturais, atuando de forma mais responsável socialmente.
A produção mais Limpa e a Ecoeficiência
Entre os conceitos mais presentes nas organizações, estão a ecoeficiência e a 
produção mais limpa, que se relacionam e se complementam, fortalecendo os siste-
mas de gestão ambiental nas empresas. Os objetivos da ecoeficiência e da produção 
mais limpa é a sustentabilidade, ou seja, conseguir que os recursos naturais se trans-
formem efetivamente em produtos e não gerem resíduos (Dias, 2015).
Ecoeficiência
O conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável, no informe 
chamado “Mudando o Curso”, assim definia as empresas ecoeficientes:
aquelas empresas que alcancem de forma contínua maiores níveis de 
eficiência, evitando a contaminação mediante a substituição de materiais, 
tecnologias e produtos mais limpos e a busca do uso mais eficiente e a 
recuperação dos recursos através de uma boa gestão.
A partir deste momento, o conceito de ecoeficiência vem sendo desenvolvido 
pelo WBCSD e demais organizações. No primeiro workshop ampliado de 
ecoeficiência em 1993, foi elaborada a seguinte definição:
A ecoeficiência atinge-se através da oferta de bens e serviços a 
preços competitivos, que, por um lado, satisfaçam as necessidades 
humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por outro, reduzam 
progressivamente o impacto ecológico e a intensidade de utilização de 
recursos ao longo do ciclo de vida, até atingirem um nível, que pelo 
menos, respeite a capacidade de sustentação estimada para o planeta. 
(Dias, 2015 apud wbcsd, 2000).
O conceito de ecoeficiência engloba três objetivos principais:
 · Diminuir o consumo de recursos, incluindo a minimização da utilização de 
energia, dos materiais, da água e solo com favorecimento da reciclagem e 
durabilidade do produto no intuito de fechar o ciclo dos materiais;
 · Diminuir o impacto na natureza, incluindo a redução das emissões gasosas e 
líquidas, reduzir desperdícios e dispersão das substâncias tóxicas e promover 
o incentivo da utilização consciente dos recursos renováveis;
 · Melhorar o valor de serviços e produtos, fornecendo mais benefícios aos 
clientes, oferecendo mais serviços extras, vendendo necessidades funcionais.
10
11
A ideia de introduzir práticas ecoeficientes está relacionada à melhoria contínua 
e, por conta disso, é importante ter em mente a capacidade de um sistema de 
resistir a diferentes impactos ambientais. A ecoeficiência se alcança pela entrega 
de produtos e serviços com preços competitivos que satisfaçam as necessidades 
humanas e melhorem a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que seus impactos 
ecológicos são reduzidos a um nível equivalente à capacidade de carga do planeta 
(Almeida, 2002).
A ecoeficiência faz a junção do desempenho econômico com o desempenho 
ambiental com o intuito de criar valores com um menor impacto ambiental. O 
uso demasiado dos recursos naturais desequilibra o sistema econômico e o 
socioambiental. Uma forma de fazer a avaliação da implantação de sistema de 
sustentabilidade é avaliando a quantidade de resíduos gerados ao longo da linha de 
produção e serviços. A ecoeficiência promove a mudança dos fluxos de material, 
como a customização de produtos, reduzindo o desperdício, pois os recursos 
indesejados pelo consumidor deixam de ser produzidos. Essa estratégia “verde” de 
produção alinha naturalmente a gestão da qualidade, a gestão da sustentabilidade 
e a gestão estratégica empresarial com a gestão do conhecimento, ferramentas 
fundamentais para o empresariado do século XXI (Leal, 2009).
Para alcançar a ecoeficiência, as empresas precisam traçar estratégias de gestão 
ambiental nas quais aspectos ambientais são considerados no ciclo de vida dos seus 
produtos e serviços, no sentido de unir a excelência ambiental com a empresarial. 
Para implantar esse sistema de gestão na empresa, algumas práticas devem ser 
consideradas, como: reduzir o consumo de energia com bens e serviços; reduzir o 
consumo de materiais com bens e serviços; reduzir a emissão de substâncias tóxicas; 
aumentar a reciclagem de materiais; maximizar o uso de recursos renováveis; 
prolongar a durabilidade dos produtos; agregar valor aos bens e serviços.
Início:
Decisão de implan-
tação\Diagnóstico
Estratégias/
sensibilização
&
Alinhamento 
organizacional
Plano Estratégico
& Indicadores
Plano de Ação/
Certicação
Gestão dos
Indicadores/
Monitoramento Gestão da
Ecoeciência
Etapas de Ecoeciência
Figura 1
11
UNIDADE Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
A responsabilidade social é um dos aspectos do movimento ambiental tanto de 
indivíduos como de organizações em todos os setores: privado, público ou terceiro 
setor. Existem diversas definições de responsabilidade social empresarial, mas 
na prática o conceito de RSE é promover um comportamento empresarial que 
harmoniza os elementos sociais e ambientais que podem não estar inseridos na 
legislação, mas que atendem às necessidades da sociedade em relação à organização.
Esse conceito é chamado de sustentabilidade corporativa, baseado nas três 
dimensões da sustentabilidade: responsabilidade ambiental, responsabilidade social 
e responsabilidade econômica.
Hoje, para uma empresa, a corresponsabilidade pelo ambiente, pela sociedade, 
pelo país é um diferencial competitivo, onde a organização consegue agregar valor 
à sua marca. Ao assumir uma responsabilidade social, mostra a ideia do empresário 
consciente, que deseja uma nova forma de fazer negócio, que juntamente com 
a coletividade e com o estado busca um novo modo de resolver problemas, o 
que é chamado de “cidadania compartilhada”; é quando as empresas se abrem 
para construir uma sociedade mais democrática, mais humana e mais justa. Com 
isso as empresas sustentáveis conseguem uma posição de destaque no modelo de 
mercado atual.
O conceito de responsabilidade social corporativa (RSC) pode ser entendido 
como o comprometimento permanente do empresariado em adotar um 
comportamento ético e transparente e contribuir para o desenvolvimento econômico, 
simultaneamente melhorando a qualidade de vida de seus empregados e familiares, 
comunidade local e da sociedade como um todo, tendo como valores essenciais: 
o respeito aos direitos humanos e aos direitos trabalhistas, e valorização do bem-
estar das comunidades e do progresso social (Leal, 2009). Como uma ferramenta 
de gestão, a responsabilidade social não é somente um fator de competitividade, 
mas também um ato de sobrevivência para as empresas.
A Pegada Ecológica
Como já discutido anteriormente, avançamos sobre nosso planeta consumindo 
seus recursos como se fossem infinitos. A pegada ecológica é um mecanismo criado 
com o objetivo de dimensionar a marca que deixamos no Planeta. Consumimos 
cerca de 25% a mais do que a natureza é capaz de suprir (Ideia sustentável, 2017).
No sentido de equacionar essa relação, a pegada ecológica se mostra como uma 
forma de interpretar a realidade, indicando as mudanças necessárias nos modelos 
de produção, consumo e comportamento para o uso mais consciente dos recursos 
naturais. Uma mudança profunda no padrão da civilização atual, que deve se iniciar 
nas atitudes de cada um.
1213
Os cálculos da Pegada Ecológica se iniciaram em meados de 1960 e começaram 
a ser realizados pela Global Footprint Network; nesse momento a população 
humana usava em torno de 70% da capacidade produtiva do planeta. Em 1987, 
pela primeira vez a humanidade consumiu mais recursos do que o planeta era 
capaz de oferecer.
O relatório Planeta Vivo, elaborado pela WWF e Global Footprint Network 
em 2006, mostra que se essa tendência de consumo for mantida, em 2050 os 
seres humanos vão demandar duas vezes mais recursos do que o Planeta é capaz 
de oferecer. Uma das piores consequências desse cenário é a perda de serviços 
ambientais e biodiversidade.
Analisar até que ponto o impacto dos seres humanos na Terra já ultrapassou 
o limite da capacidade biológica é fundamental para alcançar padrões de vida, 
tecnologias e processos mais sustentáveis. A pegada ecológica pode ser útil para 
medir e gerenciar o uso de recursos naturais em toda atividade econômica. Também 
pode ser um indicativo importante para motivar a sustentabilidade dos estilos de 
vida individuais, dos produtos, serviços, organizações, indústrias, cidades e nações.
A pegada ecológica tem o objetivo de demonstrar de forma honesta o desafio de 
reduzir nossos impactos na natureza. É ferramenta de análise muito simples, mas 
eficiente (Dias, 2015). A pegada ecológica é uma forma de traduzir, em hectares, a 
extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média, 
para atender suas necessidades. De forma geral, as sociedades mais industrializadas 
utilizam mais espaços de produção do Planeta em relação às populações de culturas 
ou sociedades menos industrializadas. Suas pegadas ecológicas são maiores 
porque, quando utilizam recursos de várias partes do mundo, afetam locais cada vez 
mais distantes.
A forma ou estilo de vida e do consumo de um indivíduo, de uma família ou de 
uma sociedade tem influências locais e globais. “Os EUA, por exemplo, consomem 
43% da gasolina do Planeta para movimentar internamente 5% da população 
global, com isso impactam o clima e a vida de todos no mundo”, afirma Eduardo 
Athayde, diretor da Universidade da Mata Atlântica (UMA), organização que 
representa o World Watch Institute no Brasil (Ideia Sustentável, 2017).
Segundo o relatório Planeta Vivo, elaborado pela WWF e Global Footprint 
Network, a pegada ecológica per capta dos países industrializados estão bem acima 
da média ideal de 1,8 hectares globais. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse 
índice é de 9,6, enquanto na Somália é de apenas 0,4.
De maneira geral, nenhum país dá conta do desafio de oferecer o bem-estar 
social da sua população sem comprometer a disponibilidade de recursos naturais.
A pegada ecológica é uma ferramenta que permite ampliar a percepção das 
pessoas a respeito da sua contribuição pessoal às pressões sobre os recursos 
ambientais. Facilita a percepção das pressões causadas por diferentes países e seus 
padrões de produção e consumo” (Dias, 2015). Analisar nossa atitude é a melhor 
forma de reduzir a pegada ecológica. Devemos repensar muito o nosso consumo.
13
UNIDADE Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
Pe
ga
da
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1961 1970 1980 1990 2000 2008
Legenda
Áreas construídas
Pastagens
Pesqueiros Florestas
Áreas de cultivo Carbono
Ano
Figura 2
O Consumo Consciente
Consumo consciente é o ato de adquirir e usar bens de consumo, alimentos 
e recursos naturais de forma a não exceder as necessidades. Além de ser uma 
questão de cidadania, as atitudes de consumo consciente ajudam a preservar o 
meio ambiente.
É necessário que fiquemos atentos aos nossos hábitos cotidianos, como o 
tempo gasto no banho, e a busca por tecnologias mais eficientes, inclusive as mais 
simples, para aquecer a água, por exemplo. O simples fato de deixar os aparelhos 
eletrônicos em standby, por exemplo, pode aumentar em até 11% o consumo 
de energia, segundo pesquisas. Reavaliar a necessidade de descolamentos com 
automóveis é outro ponto importante; o setor de transportes é responsável por 
14% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.
É importante ressaltar que quanto maior a consciência do consumo, mais efetivas 
as contribuições para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável, pois ao 
basearem as decisões de compra em critérios socioambientais, os consumidores 
adquirem o direito de punir ou recompensar as empresas em consequência da sua 
postura, induzindo padrões mais sustentáveis no mercado.
Apesar de figurarem entre os mais preocupados com as mudanças climáticas, por 
exemplo, os consumidores brasileiros também estão entre os mais acomodados em 
relação a mudanças em comportamentos para reduzir impactos no meio ambiente.
Na média, não conseguimos estabelecer as conexões que existem entre os 
nossos hábitos com os problemas ambientais. Não é tão simples perceber 
que o modo de se locomover, descartar resíduos são responsáveis pelo 
aquecimento global, por exemplo. Reconhecemos que o desmatamento 
na Amazônia é um problema a ser enfrentado, mas na hora de 
14
15
comprar móveis não perguntamos de onde vem a madeira. Apesar de 
termos informações, continuamos consumindo da mesma forma (Ideia 
Sustentável, 2017).
Segundo Dias (2015), a resistência a mudanças de hábito se deve ao modelo 
civilizatório atual, consolidado pelos sistemas de ensino e meios de comunicação. 
“O analfabetismo ambiental atrelado à ganância e a busca do poder, da acumulação 
simples de coisas e dinheiro, são os principais desafios para redução da pegada 
ecológica. As pessoas se apegaram ao consumismo como objetivo de vida, símbolo 
de sucesso”, ressalta.
Para mudar nosso padrão civilizatório atual, é necessário um novo modelo 
educacional, pois o modelo de civilização atual é predatório, excludente e gerou essa 
situação de insustentabilidade planetária. Precisamos de uma educação baseada em 
outra visão de mundo, que seja holística, sistêmica e estimule o respeito à diferença.
Como Reduzi-la
 · Reutilizar sempre que seja possível;
 · Reduzir ao máximo o consumo;
 · Separar os resíduos recicláveis (papel, vidro, plástico, pilhas, 
tecido,...) e encaminha-los para uma empresa de reciclagem;
 · Tomar ducha em vez de banho de imersão;
 · Recolher a água da chuva para regar as plantas;
 · Optar por materiais de construção ecológicos.
Processos, Produtos e Ciclos Fechados
Fazer a análise dos processos, produtos e práticas de determinada corporação e 
de sua cadeia de valor tem se tornado questão de sobrevivência para os negócios. 
Assuntos como biodiversidade, eficiência energética, reciclagem de resíduos, 
análise do ciclo de vida dos produtos, redução de emissões de gases causadores 
do efeito estufa, neutralização de carbono passaram a ser assuntos constantes 
nas companhias.
Precisamos desenvolver tecnologias baseadas na natureza em que nada se 
perde, tudo se transforma. É necessário buscar formas de utilizar resíduos como 
matéria-prima, reduzindo a necessidade de extração de novos recursos e descarte 
na natureza.
Analisar para onde estão indo os resíduos, desenvolver formas de reduzir sua 
produção, reutilizá-los e reciclá-los. E procurar trabalhar com ciclos fechados, assim 
como na natureza, em que o resíduo de um processo torne-se matéria-prima para 
outra atividade.
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UNIDADE Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
Figura 03
Finalizando a Unidade
Nesta unidade, apresentamos algumas características do processo de 
transformação pelo qual as empresas estão passando, de modo a alterar a sua 
forma gerencial tradicional, baseada em premissas puramente econômicas, para se 
posicionar no futuro mercado verde como uma organização sustentável.Apresentamos a ecoeficiência e práticas de responsabilidade social como 
ferramentas de gestão, um caminho a ser percorrido por essas organizações 
sustentáveis, promovendo a gestão sustentável de seus processos produtivos, 
desde o consumo de matéria-prima e de insumos até a reciclagem dos resíduos 
provenientes de seus produtos e serviços. Apresentamos alguns direcionamentos 
utilizados para a transformação das empresas em organizações sustentáveis; é 
fundamental a verificação do nível de sustentabilidade da empresa, por meio da 
construção e implementação de indicadores de sustentabilidade, que permitam 
quantificar e acompanhar a evolução do grau de comprometimento da organização 
com o desenvolvimento sustentável.
Concluímos que a construção de um futuro sustentável nas empresas só 
é possível pelo estabelecimento de mudanças corporativas e pela adoção de 
práticas gerenciais transparentes que valorizem as dimensões sociais e ambientais 
e econômicas, melhorando a qualidade de vida, o bem-estar social, o equilíbrio 
econômico entre as nações e o respeito ao meio ambiente.
Acreditamos que a era das organizações sustentáveis é um caminho sem volta 
para este novo milênio e o despertar de toda a sociedade global no que tange à 
preservação da biodiversidade global, à prosperidade econômica da sociedade, à 
equidade social para os povos e à manutenção da vida do planeta como um todo.
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
A história das coisas – Dublado Parte 1
Tides Foundation, Funders Workgroup for Sustainable Production and Consumption, 
Free Range Studios. The story of stuff. Publicado por Cerradowikibr. A história das 
coisas – Dublado Parte 1.
https://youtu.be/ZpkxCpxKilI
A história das coisas – Dublado Parte 2.
Tides Foundation, funders workgroup for Sustainable Production and Consumption, 
Free Range Studios. The story of stuff. Publicado por Cerradowikibr. A história das 
coisas – Dublado Parte 2.
https://youtu.be/ZgyNw5pIXE8
 Leitura
Estudo do Indicador de Sustentabilidade Pegada Ecológica: uma Abordagem Teórico-Empírica
RIBEIRO, Márcia França; PEIXOTO, José Antonio Assunção; XAVIER, Leydervan 
de Souza. Estudo do indicador de sustentabilidade pegada ecológica: uma abordagem 
teórico-empírica. In: XVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. A energia 
que move a produção: um diálogo sobre integração, projeto e sustentabilidade. Foz do 
Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007.
https://goo.gl/EBRYBi
17
UNIDADE Novo Paradigma de Gestão Ambiental: 
Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental
Referências
ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2002.
DIAS, Genebaldo Freire. Pegada ecológica e sustentabilidade humana. São 
Paulo: Global Editora e Distribuidora Ltda, 2015.
Ideia sustentável. O desafio da redução da pegada ecológica. Disponível em: 
<http://ideiasustentavel.com.br/o-desafio-da-reducao-da-pegada-ecologica/>. 
Acesso em: 12 mar. 2017.
LEAL, C. E. A era das organizações sustentáveis. Revista Eletrônica Novo 
Enfoque, v. 8, n. 8, p. 1-11, 2009. Disponível em: <http://www.castelobranco.
br/sistema/novoenfoque/files/08/04.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2017.
VAN BELLEN, Hans Michel. Indicadores de sustentabilidade. Rio de Janeiro: 
FGV, 2007.
Wbcsd. A ecoeficiência: criar mais valor com menos impacto. Lisboa: WBCSD, 
2000. Disponível em: <www.wbcsd.org>.
18

Outros materiais