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UNIDADE 01 GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL ..

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Prévia do material em texto

Gestão Ambiental e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
• Introdução
• Século XXI, o Desenvolvimento Sustentável 
como Novo Paradigma
• Considerações Finais
 · Apresentar o desenvolvimento histórico das questões ambientais; 
fornecer as bases teóricas e principais conceitos de sustentabilidade.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução a Gestão Ambiental 
e Responsabilidade Social
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Introdução
Nos últimos séculos, o desenvolvimento da Humanidade foi inigualável, 
com inúmeras descobertas em todos os campos, trazendo enorme capacidade 
de produção e de controle dos elementos da natureza. Concomitante a esse 
desenvolvimento, o ser humano gerou, também, os meios que podem levá-lo à 
extinção, tento dele quanto de outros seres do Planeta. O processo em curso, de 
contaminação excessiva do meio ambiente, acelerou-se de forma surpreendente 
com a Revolução Industrial.
A compreensão desse processo é de fundamental importância para que nos 
conscientizemos da gravidade do processo e para obtermos as soluções para 
sua superação.
Entre todas as espécies existentes, o ser humano é a que apresenta a maior 
capacidade de adaptação ao meio natural. Essa capacidade só é possível porque o 
homem sempre modificou seu ambiente, criando um ambiente próprio, diferente 
do meio circundante, que seria o natural.
Para dominar seu ambiente, o homem aprendeu a criar ferramentas, fazendo com 
que suas capacidades fossem multiplicadas, e se juntou a grupos, que, organizados 
em torno de um objetivo, ampliavam suas capacidades individuais.
A capacidade do homem de conceber suas ações previamente no seu cérebro, 
na forma de planejamento, e a cada ação incorporar novas informações, que 
resultam em diferentes soluções para os mesmos problemas, fazem-no diferente de 
todos os outros animais.
As atividades realizadas que interferem na natureza de modo a transformá-
la para satisfazer as suas necessidades são denominadas trabalho. Desse modo, 
o trabalho é uma atividade desenvolvida pela espécie humana para modificar a 
natureza e adaptá-la para a satisfação de suas necessidades (DIAS, 2011).
Podemos dizer, então, que o trabalho humano tem como objetivo, essencialmente, 
a manutenção da espécie humana no ambiente, melhorando suas condições ou sua 
qualidade de vida.
Quando o homem percebeu que ao unir a grupos alcançava melhor e mais 
facilmente seus objetivos, começou a se organizar e a organizar o trabalho, com a 
distribuição de funções e sequenciamento de tarefas, obtendo maior rendimento. 
Com isso, a capacidade de trabalho do homem aumenta e a sua capacidade de 
intervir na natureza também é ampliada e, assim, aumentam os impactos causados 
pelo homem no meio natural.
Durante milhares de anos, esse processo de alteração do ambiente natural foi 
se desenvolvendo e se intensificando. Há mais ou menos 8.000 anos, os homens 
aprenderam a domesticar os animais e a plantar sementes, permitindo maiores e 
melhores colheitas.
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O domínio de tais atividades provocou uma revolução na história da Humanidade, 
pois possibilitou a fixação de pessoas em determinadas regiões e o aparecimento 
das primeiras vilas e cidades.
Quando o homem conseguiu produzir os alimentos de forma eficiente, houve 
um excedente desses alimentos, trazendo o surgimento de ofícios não ligados 
diretamente à produção de alimentos, surgindo a divisão do trabalho.
Novas necessidades de cooperação continuada surgiam, com pessoas para fins 
específicos, objetivando sempre a qualidade de vida. A partir desse momento, a 
melhoria da qualidade de vida se dava em detrimento do mundo natural, pois havia 
a ideia dominante que era a luta do homem contra a natureza.
Com o domínio da agricultura, consolida-se a relação do homem com a natureza, 
pois a Agricultura demanda a criação de um meio artificial para o cultivo de plantas 
e para a criação do gado. Além disso, torna-se necessária a proteção das plantações 
e do gado dos animais selvagens e, assim, os espaços passam a ser cercados e a 
ser propriedade alguém ou de um grupo, surgindo, dessa maneira, a propriedade 
privada. Com a abundância de comida, ocorre o aumento da população, que acaba 
ocupando cada vez mais espaços, em detrimento do ambiente natural.
Quanto maior as populações humanas, mais destrutivas do ponto de vista 
ambiental. A construção de grandes cidades aumentou a destruição do ambiente 
natural circunvizinho.
As concentrações urbanas, quando destroem o ambiente natural, acabam 
provocando, também, a adaptação dos organismos que existiam nos ambientes 
naturais, como as pragas que se alastram quase sem controle, além de muitos 
outros organismos que transmitem doenças. Assim, durante todos esses milhares 
de anos, tivemos notícias de grandes epidemias que assolaram as cidades.
A Industrialização
A segunda grande mudança após o desenvolvimento da Agricultura ocorreu no 
século XVIII, com a Revolução Industrial. O surgimento da máquina a vapor deu ao 
homem uma nova perspectiva. O que antes era feito de modo artesanal, exigindo 
muito esforço e tempo, passou a ser realizado por máquinas, aumentando muito 
a produtividade e viabilizando a criação de novos produtos. Com o aumento da 
produtividade, aumentou-se, também, claro, o uso dos recursos naturais. Quanto 
mais se desenvolviam os processos de produção, mais se consumiam os recursos 
naturais e novos hábitos foram surgindo, impulsionando o crescimento demográfico.
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, mas rapidamente foi difundida 
para outros países. Com a ela, a urbanização se intensificou de forma descontrolada, 
trazendo problemas sérios como abastecimento de água, esgotos sanitários 
insuficientes, fumaça das indústrias etc. As consequênciaslogo começaram a 
aparecer, como epidemias de cólera, febre tifoide e outras doenças infecciosas.
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UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Concomitante ao aumento da população, houve maior necessidade de expandir 
a área agrícola, de utilizar a madeira para o carvão vegetal e para a construção de 
moradias; houve grande exploração de minérios e demais recursos naturais, como 
se fossem recursos ilimitados.
O desmatamento sem restrições, principalmente na Europa, dizimou suas 
florestas, gerando problemas ambientais vistos ainda hoje.
Os países mais industrializados, incluindo os Estados Unidos, países da Europa 
Ocidental, o Canadá e o Japão, após a Segunda Guerra Mundial, alcançaram um 
padrão de vida nunca visto antes, com liberdade política, acesso à Educação e à 
Saúde, grande capacidade de renda e consumo, fazendo contraste com o resto 
da população.
Nesse período, utilizaram-se mais recursos naturais para a fabricação de bens de 
consumo que em toda a História da Humanidade.
Esse uso desmedido dos recursos, que ocorreu entre os anos de 1950 e 2000, 
gerou diversos problemas ambientais, como:
• Alta concentração populacional;
• Consumo exacerbado de recursos naturais, alguns não renováveis, como pe-
tróleo e carvão mineral;
• Devastação das florestas, extinguindo espécies de fauna e flora;
• Contaminação do ar, do solo e das águas.
Contaminação Ambiental
O século XX foi, sem dúvida, o mais devastador para a questão ambiental. Nesse 
período, as cidades cresceram consideravelmente em decorrência da industrialização 
e, concomitantemente, as fábricas passaram a poluir os locais em que se instalavam.
Após a criação do automóvel movido a motor de combustão de derivados de 
petróleo, os efeitos nocivos ao meio ambiente foram agravados enormemente.
Por um longo período, não houve qualquer controle do uso de recursos naturais 
e nem era de conhecimento público os efeitos de muitos resíduos expostos na 
natureza; no entanto, grandes acidentes industriais chamaram a atenção da opinião 
pública sobre esses perigos, como a contaminação do ar gerando a chuva ácida, as 
alterações climáticas, a contaminação dos lençóis freáticos e do solo com metais 
pesados e resíduos tóxicos.
Os acidentes industriais que aconteceram causaram muitas mortes e danos 
ambientais. Podemos citar alguns exemplos de acidentes que tiveram um grande 
impacto, como a contaminação da Baia de Minamata no Japão. A contaminação 
ocorreu por um longo período devido a uma Companhia Química instalada às 
margens da Baía. Foram registrados casos de disfunções neurológicas em famílias 
de pescadores e moradores também morriam em função das altas concentrações 
de mercúrio, causando a doença chamada de Doença de Minamata.
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Outro exemplo que podemos citar foi um incêndio em uma indústria, ocorrido em 
1986, em Basileia, na Suíça, no qual 30 toneladas de pesticidas foram despejadas 
no Rio Reno, causando a mortandade de peixes ao longo de 193km.
No Brasil, ocorreu uma das mais graves contaminações de águas, o aterro 
Mantovani, situado no município de Santo António de Posse, região metropolitana 
de Campinas (SP), onde mais de 50 indústrias multinacionais despejaram toneladas 
de material tóxico ao longo de 15 anos, contaminando rios e pessoas. E, além 
desses exemplos, temos milhares de outros, no Brasil e no mundo, retratando o 
descaso com o meio ambiente e a saúde das pessoas.
Mais recentemente, no Brasil, tivemos o rompimento da barragem do Fundão, 
localizada na cidade histórica de Mariana (MG), responsável pelo lançamento no 
meio ambiente de 34 milhões de m³ de lama, resultantes da produção de minério 
de ferro pela mineradora Samarco -- Empresa controlada pela Vale e pela britânica 
BHP Billiton.
Seiscentos e sessenta e três quilômetros de rios e córregos foram atingidos; 
1.469 hectares de vegetação foram comprometidos; 207 de 251 edificações 
acabaram soterradas apenas no distrito de Bento Rodrigues. Esses são apenas 
alguns números do impacto, ainda por ser calculado, do desastre, já considerado a 
maior catástrofe ambiental da história do país.
Figura 1
Fonte: Wikimedia/Commons
A Mudança
Foi a partir da década de 1960 que se iniciaram as discussões sobre a relação 
do homem com seu meio ambiente. A partir desse momento, começou a cons-
cientização sobre a importância do gerenciamento ambiental para garantir não só 
a geração presente, mas também às gerações futuras a possibilidade de um desen-
volvimento sustentável.
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UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
No ano de 1962, houve um marco, quando a bióloga Rachel Carson publicou 
o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), no qual a autora denunciava o uso 
abusivo do dicloro difenil tricloroetano (DDT), um agrotóxico que, além de trazer 
sérios riscos de câncer e outras doenças, danificaria também a terra e exterminaria 
os pássaros, pois esse inseticida era amplamente utilizado para proteger a colheita 
contra os insetos.
A publicação do livro foi um alerta a todos os países. Foram realizados, a partir, 
daí vários estudos com o enfoque nos efeitos dessa substância e se constatou 
realmente a nocividade e, mesmo com forte oposição dos agricultores, a substância 
foi proibida nos EUA. O livro abriu espaço para o movimento ambientalista.
O aumento das discussões em torno das questões ambientais culminou em um 
encontro de trinta especialistas de vários países em Roma, Itália (1968). Foram 
pessoas de 10 países entre cientistas, educadores, indústrias e funcionários públicos, 
com o objetivo de abrir uma discussão sobre o futuro do homem.
Desse encontro, nasceu o Clube de Roma, uma organização informal, com a 
finalidade de entender os diversos componentes variados, mas interdependentes 
– econômicos, políticos, naturais e sociais, e chamar a atenção dos tomadores 
de decisões e da população global para esse novo modo de entender e, assim, 
fomentar novas iniciativas e planos de ação.
No início da década de 1970, tornaram-se mais consistentes os questionamentos 
sobre o modelo de crescimento e de desenvolvimento econômico que existia desde 
a Revolução Industrial. Questionava-se que mesmo ocorrendo profundas mudanças 
na Economia, o subdesenvolvimento e a pobreza não diminuíam e a desigualdade 
social entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos se tornava cada vez maior.
Em relação ao meio ambiente, questionava-se, principalmente, o uso dos 
recursos naturais e se constatava que esse modelo de crescimento econômico 
provocava o agravamento da deterioração ambiental, aumentando a contaminação 
e acelerando o esgotamento dos recursos naturais.
Após 10 anos, a Assembleia das Nações Unidas realizou uma conferência 
mundial sobre o meio ambiente humano, em Estocolmo, Suécia, em 1972.
Esse encontro teve como objetivo influenciar e orientar o mundo na preservação 
e na melhoria do ambiente humano. Como resultado, foi elaborado um Documento, 
uma Declaração e um Plano de Ação para o meio ambiente humano e a criação do 
Programa de Nações Unidas sobre o meio ambiente (PNUMA).
O maior mérito dessa Conferência foi o de lançar as bases para a abordagem 
dos problemas ambientais numa ótica global de desenvolvimento, primeiros passos 
do que viria a se constituir mais tarde o conceito de desenvolvimento sustentável 
(DIAS, 2011).
Esse encontro marcou a história do meio ambiente e, desde então, o dia 5 de 
junho passou a ser o Dia Mundial do Meio Ambiente.
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Esses eventos foram desencadeadores de ações normativas-institucionais den-
tro da Organização das Nações Unidas (ONU), com a criação de Ministérios, 
Agências e outras Organizações responsáveis pelo meio ambiente e a criação de 
legislações ambientais.
Continuando a cronologia histórica da evolução das questões ambientais, em 
1983, na Assembleia Geral daONU, foi criada a Comissão Mundial para o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD). Essa Comissão solicitou um trabalho que 
consistia em uma “Agenda Global de mudança”. Entre os itens solicitados estava:
• Estratégias para viabilizar o desenvolvimento sustentável;
• Propostas dos países desenvolvidos de ajuda na área ambiental para países em 
várias fases de desenvolvimento para atingir objetivos comuns;
• Elaborar uma Agenda a ser colocada em prática por um longo período e 
contribuir com noções comuns a questões ambientais.
Em 1987, essa comissão apresentou o relatório “Nosso Futuro Comum”. 
Esse documento vinculou a Economia à Ecologia, formalizando o conceito de 
desenvolvimento sustentável e apontando as responsabilidades que os estados 
devem ter em relação aos danos ambientais.
Esse relatório vincula estreitamente Economia e Ecologia e define o eixo em 
torno do qual se deve discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de 
desenvolvimento sustentável e estabelecendo os parâmetros em que os governos 
deveriam se pautar, assumindo as responsabilidades pelos danos ambientais e pelas 
políticas que causam esses danos.
Vinte anos após a criação do PNUMA, ocorreu no Rio de Janeiro, em 1992, 
a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CNUMAD), que discutiu as políticas que geram os efeitos ambientais negativos.
No evento, foram firmados cinco documentos que direcionaram as discussões 
para os anos seguintes.São eles:
• Agenda 21 (Agenda para o século XXI);
• Convênio da Diversidade Biológica (CDB);
• Convênio sobre as Mudanças Climáticas;
• Princípios para Gestão Sustentável das Florestas;
• Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
A CNUMAD teve um desdobramento institucional importante, que foi a criação 
da Comissão Sobre o Desenvolvimento Sustentável (CDS), que visou a assegurar a 
implementação das propostas da Rio 92 e, mais tarde, seria o órgão organizador 
da Rio+10, que ocorreu em Johannesburgo, em 2002, com o objetivo de avaliar a 
situação do meio ambiente global, em função das medidas adotadas CNUMAD-92.
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UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Após dez anos desse evento, em 2002, ocorreu em Johannesburgo (África do 
Sul), o encontro da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, para 
avaliar a situação da questão ambiental, em função dos compromissos assumidos 
na Rio-92.
A conclusão foi que os objetivos propostos não foram alcançados. No entanto, 
nesse encontro, foram reiterados os seguintes compromissos na direção de um 
desenvolvimento sustentável: Proteção ao meio ambiente, desenvolvimento social 
e econômico.
A década de 1990 foi quando as empresas dos países desenvolvidos começaram 
a sofrer pressão muito grande das agências ambientais e da Sociedade. Nesse 
período, as empresas começaram a investir no desenvolvimento de Tecnologias 
para um controle mais efetivo da emissão de poluentes, uma maior Economia 
energética, entre outras medidas de proteção ambiental. Algumas indústrias 
como as automobilísticas, química e de papel e celulose transferiram suas plantas 
industriais para os países em desenvolvimento, porque não conseguiam atender à 
Legislação de seus países.
A definitiva vinculação do tema ambiental às propostas de desenvolvimento 
poder ser considerada um marco no debate ambiental, após vinte anos, houve a 
abertura para uma nova abordagem das questões ambientais, fazendo o link com 
os problemas sociais típicos dos países subdesenvolvidos, tais como a desigualda-
de e a injustiça social.
Com a crescente conscientização ecológica nos países mais desenvolvidos, 
constataram que problemas ambientais eram globais e, portanto, de responsabilidade 
de todos. Com isso, tentaram fazer com que as responsabilidades fossem globalmente 
distribuídas, desconsiderando os diferentes estágios de desenvolvimento dos 
diversos países.
Os problemas ambientais dos países desenvolvidos são atribuídos ao desenvolvi-
mento excessivo e sem planejamento. Podemos citar como exemplo o aquecimen-
to global, provocado por gases emitidos nas sociedades industrializadas. O estilo de 
vida das nações mais ricas é ecologicamente insustentável.
No entanto, nos países em desenvolvimento, a degradação dos recursos assumiu 
dimensões mais trágicas, devido à necessidade de exploração da natureza para 
garantir a sobrevivência de suas populações (DIAS, 2002).
Os países em desenvolvimento, além de usarem intensivamente os recursos 
naturais, são grandes consumidores de energia e suas indústrias tem menor 
controle na emissão dos poluentes em relação aos países mais desenvolvidos, tanto 
que algumas empresas saem desses países e se instalam em regiões nas quais esse 
controle ainda é menor. Isso tudo é resultado do modelo econômico adotado, que 
necessita que os produtos sejam mais competitivos no Mercado e, portanto, com 
menor custo de produção.
14
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Todas essas discussões evoluíram muito sobre o real papel do meio ambiente no 
processo de desenvolvimento. A relação entre a proteção do meio ambiente e o 
combate à pobreza foi um salto importante e é uma conquista que dos países em 
desenvolvimento frente à pressão dos países desenvolvidos. Hoje, quase não se 
discute mais sobre a importância da proteção ambiental e a discussão está focada 
em qual deve ser o modelo de desenvolvimento que reduza a desigualdade entre 
os países.
O objetivo está na busca de uma agenda comum, na qual se diminua a pobreza e 
a destruição ambiental, o que une países desenvolvidos e em desenvolvimento nos 
encontros internacionais.
A conscientização das questões ambientais, no final do século XX e início do século 
XXI, foi ocorrendo paralelamente às denúncias sobre problemas de contaminação 
ao meio ambiente. Todo esse processo gerou o desenvolvimento de normas e 
regulamentos internacionais que foram também adotados nos estados nacionais e, 
paralelamente, foram surgindo os órgãos responsáveis por acompanhar e fiscalizar 
a aplicação desses instrumentos legais.
A sociedade civil também se organizou rapidamente, surgindo as Organizações 
não Governamentais (ONGs), que pressionam as organizações políticas da 
Sociedade e atuam também globalmente, participando de fóruns sobre o tema e 
fazendo pressão nos governos, empresas e órgãos de financiamento, entre outros, 
alterando políticas em prol de um desenvolvimento sustentável.
É uma nova realidade que leva a uma mudança de atitude por parte das 
organizações do setor público e privado da Economia, que tem de considerar cada 
vez mais a opinião pública quando se trata de questões ambientais.
Século XXI, o Desenvolvimento Sustentável 
como Novo Paradigma
Com a crescente discussão sobre as questões ambientais, iniciada por volta 
dos anos 60 e desenvolvida nas décadas posteriores, consolida-se uma nova visão 
de desenvolvimento que não se limita somente ao ambiente natural, mas inclui 
também aspectos socioculturais, nos quais a qualidade de vida do ser humano passa 
a ser uma condição para o progresso.
O conceito de desenvolvimento sustentável está baseado na utilização consciente 
dos recursos naturais e da sua preservação para as gerações futuras.
A primeira ideia de desenvolvimento sustentável surgiu na Conferência de 
Estocolmo, em 1972, e foi chamada de “Abordagem do Ecodesenvolvimento”. 
Para alcançá-lo, três critérios deveriam ser atendidos simultaneamente: equidade 
social, prudência ecológica e eficiência econômica.
15
UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Mas foi o relatório produzido pela comissão Brundtland (Nosso Futuro Comum) 
que apresentou, pela primeira vez, uma definição mais elaborada do conceito de 
“desenvolvimento sustentável” (DIAS,2002).
A definição do relatório e a mais difundida até hoje: “O desenvolvimento 
sustentável é aqueleque atende às necessidades do presente sem comprometer as 
possibilidades das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”.
Embora seja um conceito muito utilizado, não existe visão única do que seja o 
desenvolvimento sustentável. Para muitos, alcançar o desenvolvimento sustentável 
é conseguir o crescimento econômico continuo por meio de um manejo apropriado 
dos recursos naturais e de tecnologias menos poluentes e mais eficientes; para 
outros é um projeto político com o objetivo de erradicar a pobreza e melhorar a 
qualidade de vida.
A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório a um sustentável 
inclui, entre outras coisas, modificar nossa relação com a natureza, não somente 
como fonte de matéria prima, mas é o ambiente necessário para a existência 
humana. Nesse processo, é necessário o manejo racional dos recursos naturais, a 
modificação da organização produtiva e social, a alteração das práticas produtivas 
predatórias e o surgimento de nova relações sociais, cujo principal objetivo deixe 
de ser apenas o lucro e passe a ser o bem estar dos seres.
Resumidamente, o conceito baseia-se no equilíbrio entre três eixos principais do 
conceito de sustentabilidade: o crescimento econômico, a preservação ambiental e 
a equidade social.
Quando qualquer um desses eixos predomina, torna-se uma manifestação de 
interesse de grupos isolados e deixa de ser um interesse da Humanidade como 
um todo.
Considerações Finais
É possível afirmar que chegamos ao início do século XXI com um conceito de 
desenvolvimento sustentável bem mais amadurecido, que não está mais restrito 
às discussões acadêmicas e políticas, de defensores e contestadores, mas que se 
popularizou por todos os Continentes, passando a fazer parte da vida cotidiana 
das pessoas.
Um conceito que está presente desde as pequenas atitudes diferenciadas de 
comportamento, como a separação e a reciclagem do lixo doméstico, tomadas 
pelo cidadão comum, até as grandes estratégias e investidas comerciais de algumas 
empresas, as quais se especializaram em atender um mercado consumidor em 
franco crescimento, que hoje cobra essa qualidade diferenciada tanto dos produtos 
que consome, quanto dos processos produtivos que o envolvem; uma verdade 
que abre grandes perspectivas para o futuro. Uma forma de desenvolvimento que 
não está mais no plano abstrato, e que se mostra cada dia mais real e possível, 
principalmente no plano local. (GONÇALVES, 2005).
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Sustentabilidade Econômica
https://youtu.be/2ZiKnt8zqpM
Sustentabilidade como Fator Estratégico na Empresa
https://youtu.be/QwodJ87SyHw
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UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Referências
DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São 
Paulo: Atlas, 2011
GONÇALVES, Daniel Bertoli. Desenvolvimento sustentável: o desafio da presente 
geração. Revista espaço acadêmico, v. 51, 2005.
18

Outros materiais