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Aulas de DIP Solução pacífica dos conflitos Corte Internacional de Justiça

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Aulas de DIP – 2017. 1
10. Conflitos internacionais. 
Mecanismos de solução (solução dos Conflitos) 
11. A Corte Internacional de Justiça.
Conflitos internacionais 
Mecanismos de solução
DIP. 2017.1
Conflitos internacionais 
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS:
Mecanismos de solução de controvérsias:
Previsão Legal: 
Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça/1945 (anexo a carta). 
Os meios de solução de controvérsias internacionais devem ser pacíficos, à luz do princípio de que não é permitido o uso da força nas relações internacionais, e do fato de que a composição pacífica dos conflitos é um dos objetivos dos Estados-membros da ONU.
Conflitos Internacionais 
Carta das Nações Unidas/1945.
Artigo 2 
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais. 
4. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. 
Conflitos Internacionais 
Artigo 33 
1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha. 
2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver, por tais meios, suas controvérsias.
Conflitos Internacionais 
Quanto ao tipo das decisões: 
Facultativos ou obrigatórias.
Quanto à fundamentação da decisão: 
diplomáticos e políticos e
Jurídicos (semi-judiciais e judiciais).
Portanto, o rol de mecanismos de solução pacífica de conflitos internacionais consta do art. 33 da Carta da ONU, que prevê que os sujeitos de Direito Internacional procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por Meios Diplomáticos e Políticos e não sendo possível poderão recorrer aos meios Jurídicos.
Conflitos Internacionais 
Meios Diplomáticos e políticos:
a) Negociação: em geral são anteriores ao emprego de outros meios de solução. Processo pelo qual Estados estabelecem entendimentos através de contatos que podem incluir a exposição e defesa de posicionamentos. 
Pode incluir concessões mútuas. 
Pode ser bilaterais ou multilaterais. É o que ocorre, por exemplo, na Organização Mundial do Comércio - OMC. 
Há tratados prevendo certa ritualização das negociações, com prazos e procedimentos específicos.
Conflitos Internacionais 
b) Inquérito (nomeia uma comissão de investigação): É uma investigação. É, na verdade, meio de esclarecer fatos conflituosos. As vezes sugerindo condutas. É preliminar a outro meio de resolução. Podem ser conduzidos por um ou uma comissão de investigadores.
c) Mediação: conta com o envolvimento de um terceiro. Que não apenas aproxima as partes mas propõe solução pacífica, tomando parte ativa. Mediador pode ser pessoa natural, Estado ou organismo, apontado ou aceito pelos envolvidos. Se estiver prevista em tratado, a mediação pode ser obrigatória.
Conflitos Internacionais 
d) Conciliação: muito semelhante à mediação. Existe não um mediador, mas um órgão de mediação, chamado comissão de conciliação. As partes poderão aceitar ou rejeitar. Proposta não tem força vinculante.
e) Consultas: mecanismos por meio do qual Estados mantem contatos preliminares entre si com vistas a identificar temas controversos.
f) Bons ofícios: oferta espontânea de um terceiro, moderador, para colaborar na solução de controvérsias. Pode ser Estado, organismo ou autoridade. Apenas aproxima as partes.
Conflitos Internacionais 
MEIOS JURISDICIONAIS
MEIOS SEMI-JUDICIAIS: 
A ARBITRAGEM INTERNACIONAL
Os meios semi-judiciais são aqueles cujo resultado é uma decisão fundamentalmente no Direito e juridicamente vinculante para as partes, mas que não é proferida por um órgão jurisdicional permanente.
O único meio semi-judicial é a arbitragem. 
É obrigatório para as partes e fundamentada em norma jurídica. Uma vez iniciada a arbitragem, a decisão dos árbitros é obrigatória para as partes e deve ser cumprida de boa-fé, e o descumprimento do laudo arbitral configura ilícito internacional.
Conflitos Internacionais 
Nada impede que os árbitros estejam vinculados a uma instituição permanente especializada em arbitragem, com procedimentos próprios e a lista de árbitros disponíveis para os interessados, como a Corte Permanente de Arbitragem de Haia.
Tratados e instrumentos sobre arbitragem válidos para o Brasil:
a) Protocolo relativo a Cláusulas de Arbitragem (Decreto 21.187),
b) Convenção sobre o Reconhecimento de Sentenças Arbitrais Estrangeiras (convenção de Nova Iorque, de 1958 – Decreto 4.311/2002);
c) Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional (convenção do Panamá de 1975, Decreto 1.902/96)
d) Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do Mercosul (Acordo de Buenos Aires – Decreto n. 4.719/2005).
Conflitos Internacionais 
Solução Judiciária: Neste caso a lide é submetida a um Tribunal preexistente, no caso de conflitos de caráter jurídico, cabendo a solução da controvérsia ao julgamento da Corte Internacional de Justiça ou a outro Tribunal conforme previsão expressão em Tratados.
São entendidos como controvérsias jurídicas: interpretação de tratados, questões de Direito Internacional, violação de compromissos internacionais e questões sobre a natureza ou extensão de reparação causada por violação de acordos internacionais.
Corte Internacional de Justiça
 
Principal órgão judiciário das Nações Unidas. 
Corte Internacional de Justiça
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judiciário da Nações Unidas. 
Ela foi estabelecida em junho de 1945 pela Carta da Nações Unidas e começou a funcionar em 1946. 
Sua sede fica no Palácio da Paz na Haia (Holanda). 
A função da Corte é de solucionar, em concordância com o direito internacional, disputas legais submetidas por Estados, além de oferecer pareceres consultivos sobre questões legais apresentadas por órgãos autorizados da ONU e outras agências especializadas.
Corte Internacional de Justiça
A Corte é composta de 15 juízes, que são eleitos para mandatos de nove anos pela Assembleia Geral da ONU e pelo Conselho de Segurança. Ela é apoiada por um corpo administrativo e seus idiomas oficiais são o inglês e o francês. 
Os juízes eleitos devem ser pessoas de alto caráter moral, que possuam as qualificações necessárias para ocupar os mais altos cargos no judiciário de seu próprio país.
Corte Internacional de Justiça
Nenhum membro da Corte poderá ocupar outro cargo durante seu mandato. 
Não poderá exercer nenhuma outra função política ou administrativa, nem agir como agente, conselheiro ou advogado em nenhum caso. 
E mesmo não havendo a obrigação da Corte em estar permanentemente em sessão, seu Presidente é obrigado a morar em Haia. 
Corte Internacional de Justiça
A Corte pode receber dois tipos de casos: 
Casos contenciosos - Disputas legais – formulados por Estados; art.93.1.2.
Pedidos por pareceres consultivos - a respeito de questões legais apresentadas por órgãos das Nações Unidas ou agências especializadas. 96.1.2.
Para os casos contenciosos, as decisões da Corte são definitivas e obrigatórias a todos os Estados que aceitam sua jurisprudência (Estados partes do seu Estatuto), e derivam da lei internacional – derivada de tratados ou convenções – do costume internacional e dos princípios do direito.
Corte Internacional de Justiça
Capacidade postulatória
Apenas os Estados poderão postular qualquer ação perante a CIJ (art. 34 do ECIJ), excluídos litígios envolvendo Organizações Internacionais ou indivíduos. Art. 93.1.
Os Estados deverão ser membros da ONU ou no caso de Estados
não membros (Suíça, p. Ex.), serem autorizados pela Assembleia Geral e Conselho de Segurança. (art. 93.2 da Carta das Nações Unidas).
As Organizações Internacionais podem fazer consultas perante a Corte Internacional de Justiça. 96. 1.2.
Corte Internacional de Justiça
Competência
A Corte só poderá decidir matéria de ordem jurídica internacional.
O artigo 36.2 do Estatuto Corte Internacional de justiça enumera os conflitos de ordem jurídica (interpretação de tratado, qualquer questão de direito internacional, qualquer fato estabelecido que constitui violação de obrigação internacional, natureza e extensão da reparação devida pela ruptura de compromisso internacional), sendo sua obrigação decidir de acordo com o direito internacional. 
Corte Internacional de Justiça
A competência da CIJ é convencional, isto é, prevista em tratado, convenção, etc. 
Na jurisdição da CIJ, a solução está subordinada à postulação das partes, e as partes (Estados) podem optar em resolver os conflitos através da arbitragem, não haverá qualquer interferência da CIJ.
Direito aplicado
A CIJ aplica o direito previsto no artigo 38 do Regulamento da CIJ, ou seja, as fontes de DIPu. 
Há duas línguas oficiais: inglês e francês, as partes podem utilizar-se outra língua para o procedimento, mas a sentença, entretanto terá que proferida/publicada naquelas línguas.
Corte Internacional de Justiça
Procedimento perante a corte:
Estatuto da Corte Internacional de Justiça – arts. 39-64.
Há duas fases: Escrita e oral. 
Na fase escrita, devem ser apresentados todos os requerimentos e documentos necessários ao andamento da lide. 
A fase oral se traduz nas audiências, que serão públicas e é lavrada ata dos debates, depoimentos das partes e oitiva das testemunhas.
Encerrada a instrução, a Corte deliberará em segredo. 
As decisões são tomadas por maioria simples e só em caso de empate decidirá também o Presidente.
Corte Internacional de Justiça
A sentença será obrigatória e inapelável, cabendo, entretanto, pedido de esclarecimentos de pontos obscuros, algo semelhante a embargos declaratórios. 
Poderá, entretanto, haver revisão, se novos fatos forem descobertos, desde que não originados de negligência da parte interessada. 
O prazo para a postulação da revisão é de seis meses a partir do conhecimento do fato novo e nenhuma revisão poderá ser requerida, depois de dez anos da sentença.
Corte Internacional de Justiça
Críticas à atuação da CIJ
- Impossibilidade da Corte executar suas sentenças. 
A parte cumpre ou não. 
A eventual execução estará a cargo do Conselho de segurança da ONU, o que torna muito difícil a sua realização.
Localização dos Principais Órgãos e Tribunais Internacionais
ONU – Nova York – USA.
Parlamento da União Europeia – Bruxelas – Bélgica.
Parlamento do Mercosul – Montevidéu – Uruguai. 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos e OEA – Washington, D.C. USA.
Corte Interamericana de Direitos Humanos – São José – Costa Rica.
Tribunal Penal Internacional – TPI – Haia – Holanda.
Corte Internacional de Justiça – CIJ – Haia – Holanda.
Tribunal Internacional de Arbitragem – Haia – Holanda.

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