contrato de seguro

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DIREITO CIVIL III 
AULA 15: CONTRATO DE SEGURO 
Direito Civil III 
AULA 15: CONTRATO DE SEGURO 
Conteúdo desta Aula 
 
 
 
SEGURO DE COISAS 
1 3 
PRÓXIMOS 
PASSOS 
SEGURO DE PESSOAS 
2 
REGRAS GERAIS 
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AULA 15: CONTRATO DE SEGURO 
• Contrato desconhecido do Direito romano; 
• Teve origem no seguro marítimo no período medieval; 
• No século XVIII, aos poucos, penetrou nas práticas civis; 
• Incrementou-se ao longo dos séculos XIX e XX e, neste último, alcançou seu apogeu; 
• Foi introduzido no Brasil, em 1808, e positivado no Código Comercial de 1850; 
 
• Pelo seguro, um dos contratantes (segurador) se obriga a garantir, mediante o recebimento de 
uma determinada importância, denominada prêmio, interesse legítimo de uma pessoa 
(segurado), relativamente ao que vier a mesma a sofrer ou aos prejuízos que decorrerem a 
uma coisa, resultantes de riscos futuros, incertos e especificamente previstos (art. 757, CC) 
(Rizzardo, 2013, p. 841); 
 
• É contrato de garantia contra riscos previstos. Não há transferência de riscos, uma vez que o 
segurado continua com a eventualidade de sofrer o sinistro e não o segurador; 
 
• Compete privativamente à União legislar sobre seguros – art. 22, VII, CF. 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
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Partes: 
• Segurador: quem assegura contra os riscos; 
• Segurado: quem contrata proteção para seus interesses. 
É contrato: 
• Bilateral; 
• Oneroso; 
• Aleatório; 
• De adesão; 
• De Execução continuada; 
• Formal ou informal? Art. 758, CC – o contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou 
do bilhete de seguro e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do 
respectivo prêmio. 
• A atividade das seguradoras fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
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Resseguro 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
• O resseguro consiste na transferência de parte ou de toda responsabilidade do segurador para o 
ressegurador; 
• A finalidade é distribuir entre mais de um segurador a responsabilidade pela contraprestação; 
• Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) – Decreto-Lei nº 1.186/39 = sociedade de economia mista. 
 Litisconsorte necessário nas lides que tiver responsabilidade nas importâncias reclamadas. 
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Apólice e Bilhete de Seguro 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
• Apólice é o instrumento do contrato de seguro – art. 760, CC. Pode ser: 
 Nominativa: consta obrigatoriamente o nome do segurador e do segurado ou beneficiário. Pode 
ser transferida por cessão; 
 À ordem: pode ser transferida por endosso; 
 Ao portador (exceção – seguros de pessoa): a transferência ocorre pela simples entrega; 
 Simples: determina com precisão o objeto segurado e os riscos garantidos; 
 Flutuante: consigna-se a faculdade de substituição e abrange riscos de coisas fungíveis. 
• Bilhete de seguro – efetivam contratos de seguros que possuem autorização legal e dispensam a 
emissão da apólice; 
• A apólice ou o bilhete mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da 
garantia e o prêmio devido e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário – art. 760, CC; 
• Os riscos cobertos pelo segurados são exclusivamente os constantes da apólice, dentro dos limites que 
ela fixar. 
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Risco 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
• É elemento essencial do contrato de seguro; 
• O risco é o objeto do contrato de seguro; 
• O risco segurável é o acontecimento possível, futuro e incerto ou de data incerta, que não pode ser 
evitado pela vontade das partes; 
• O seguro não pode contrariar normas de ordem pública; 
• Enunciado n. 370, IV Jornada de Direito Civil: nos contratos de seguro por adesão, os riscos 
predeterminados no art. 757, parte final, devem ser interpretados de acordo com os arts. 421, 422, 
424, 759 e 799 do CC e 1º., III, da CF. 
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Risco 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
• Art. 762, CC: nulo é o contrato de seguro para garantia de risco proveniente de ato doloso do 
segurado, do beneficiário, ou do representante; 
• Art. 765 e 766 CC: 
 Se não houve má-fé do segurado no fornecimento inexato ou na omissão das declarações 
o segurado terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a 
diferença do prêmio; 
 Pagará em dobro a indenização o segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar 
passado o risco de que o segurado se pretende cobrir; em não obstante, expede a apólice 
– art. 773, CC. 
• Art. 781, CC: a indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do 
sinistro. 
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Prêmio 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
• É a prestação fixada previamente com base em cálculos atuariais que se apoiam em uma análise 
de probabilidades feitas pelo segurador. 
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O contrato de seguro é unitário, mas a doutrina costuma classificar em espécies ou subespécies: 
Seguro (Arts. 757 a 802, CC) 
• Seguros pessoais e seguros de coisas materiais; 
• Seguros de responsabilidade e seguro de obrigações; 
• Seguro a prêmio fixo e seguro mútuo ou variável; 
• Seguro individual e seguro em grupo ou coletivo; 
• Seguro contra acidentes envolvendo pessoas (acidente de trabalho e acidentes pessoais); 
• Seguros sociais e seguros privados. 
• O Código Civil regula o seguro de dano de pessoa e de responsabilidade civil. 
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Art. 778, CC – características do seguro de dano: 
• A garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse no momento da conclusão do 
contrato (art. 766, CC); 
• O segurador não pode segurar o bem por valor superior recebendo o prêmio sobre esse 
montante (art. 781, CC); 
• Se a coisa se desvaloriza, a indenização não pode ultrapassar o valor que possuía no momento 
do sinistro; 
• Em caso de mora do segurador, poderá a indenização ultrapassar o limite máximo de garantia 
fixado na apólice – art. 781, CC; 
• Art. 782, CC – possibilidade de mais de um seguro sobre o mesmo interesse. Se o segurado 
pretender obter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro 
segurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro, indicando a soma 
por que pretende segurar-se, para que se possa averiguar se não está sendo ultrapassado, no 
total, o valor do interesse segurado. 
Seguro de Dano (Arts. 778 a 788, CC) 
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Características do seguro de dano: 
• Art. 779, CC – riscos do seguro – norma cogente. O risco do seguro compreenderá todos os 
prejuízos resultantes ou consequentes, como os estragos ocasionados para evitar o sinistro, 
minorar o dano, ou salvar a coisa; 
• Art. 780, CC – garantia das coisas transportadas. A vigência da garantia, no seguro de coisas 
transportadas, começa no momento em que são, pelo transportador recebidas, e cessa com a 
sua entrega ao destinatário. 
 A responsabilidade do transportador é objetiva. 
• Art. 783, CC – cláusula de rateio: o seguro de um interesse por menos do que efetivamente 
valha acarretará a redução proporcional da indenização, na hipótese de sinistro parcial e se não 
houver disposição em contrário. 
Seguro de Dano (Arts. 778 a 788, CC) 
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Características do seguro de dano: 
• Art. 784, CC – não se inclui, na garantia, o sinistro provocado por vício da coisa segurada, não 
declarado pelo segurado; 
• Art. 785, CC – éválida transferência do contrato de seguro a terceiro, por alienação ou cessão 
do interesse segurado, salvo disposição em contrário; 
• Art. 786, CC – sub-rogação do segurador nos direitos do segurado (art. 346, III, CC). 
 Súmula 188, STF: o segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que 
efetivamente pagou, até o limite previsto no contrato de seguro. 
Seguro de Dano (Arts. 778 a 788, CC) 
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Características do seguro de dano: 
• Art. 787, CC – seguro de responsabilidade civil. O segurador garante o pagamento de perdas e 
danos devidos pelo segurado a terceiro resultantes de atos ilícitos (culposos ou não). 
 O segurado, quando demandado pelo terceiro prejudicado dará ciência da lide ao 
segurador – denunciação da lide. 
• Art. 788, CC – seguros obrigatórios. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a 
indenização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado. A 
simples ocorrência do dano, independente de aferição de culpa, implica o imediato pagamento. 
Exemplo: DPVAT. 
Seguro de Dano (Arts. 778 a 788, CC) 
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Características do seguro de dano: 
• Tem por finalidade beneficiar a vida e as faculdades humanas. Diferente do seguro de dano, não 
tem caráter indenitário, seu valor não depende de qualquer limitação e varia de acordo com a 
vontade e as condições financeiras do segurado, que pode fazer quantos seguros desejar. Tem 
por principal objetivo prevenir dificuldades para a própria pessoa. 
Compreende: 
• Seguro de acidentes pessoais: destina-se a garantir ao segurado, quando vitimado por um 
acidente coberto, indenização em dinheiro por invalidez permanente, total ou parcial, diárias de 
incapacidade temporária, prestação de assistência médica ou reembolso das despesas com essa 
assistência, bem como indenização pecuniária aos beneficiários do segurado no caso de sua 
morte, também por acidente; 
• Seguro de vida: segurador se obriga a pagar ao beneficiário um capital ou uma renda, por 
morte do segurado ou para a hipótese de sobreviver por um prazo determinado; 
• Seguro de sobrevivência, dotal ou misto: o seguro é dotal quando os contratantes ajustam o 
pagamento do capital ao próprio segurado, após determinado prazo estipulado no contrato. 
Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
• O segurado deve abster-se de qualquer ato que possa aumentar o risco – art. 768, CC; 
• O seguro de vida tem natureza aleatória e nítido caráter de uma estipulação em favor de terceiro; 
• O segurado deve agir com a mais estrita boa-fé e veracidade, fazendo declarações exatas e 
completas – arts. 765 e 766, CC. 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
• Art. 789, CC – o capital é livremente estipulado. 
 Pode-se fazer o seguro sobre a própria vida ou sobre a vida de outrem; 
 O seguro pode ser individual ou coletivo; 
 Pode ser contrato mais de um seguro. 
Seguro de vida: 
• Art. 796, CC – seguros de vida inteira; 
• Art. 795, CC – o seguro de vida tem cunho alimentar; 
• Art. 797, CC – é lícita a estipulação de prazo de carência; 
• Art. 791, CC – substituição do beneficiário pode ser livremente realizada, salvo se o segurado 
expressamente renunciou a esta faculdade ou se o seguro não tiver como causa declarada a 
garantia de outra obrigação. 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
• Beneficiário for omitido na apólice – regra dos arts.792 e 793, CC. 
 O prêmio será pago por metade ao cônjuge (ou companheiro – art. 793, CC) não separado 
judicialmente, independente do regime do casamento; 
 O restante será pago aos herdeiros, obedecida a ordem de vocação hereditária – art. 792, CC; 
 Estando o cônjuge falecido separado ou viúvo, e não havendo herdeiros necessários, 
beneficiar-se-ão aqueles que necessitem do segurado para sua própria subsistência, desde 
que efetivamente provem essa condição. 
Seguro de vida: 
• Art. 798, CC – seguro de vida e suicídio. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando 
o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência do contrato, ou de sua recondução depois 
de suspenso. 
 Ressalvada a hipótese do caput do art. 797, CC, é nula a cláusula contratual que exclui o 
pagamento do capital por suicídio do segurado; 
 Súmula 61, STJ – o seguro de vida cobre morte por suicídio não premeditado; 
 Súmula 105, STF – salvo se tiver havido premeditação, o suicídio do segurado, no período 
contratual de carência, não exime o segurador do pagamento do seguro. 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
• Enunciado n. 542, VI Jornada de Direito Civil: a recusa de renovação da apólices de seguro de vida 
pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória e atenta contra a função social 
do contrato; 
Seguro de vida: 
• Enunciado n. 543, VI Jornada de Direito Civil: constitui abuso de direito a modificação acentuada 
das condições de seguro de vida e de saúde pela seguradora quando da renovação do contrato. 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
• Pagar o prêmio – art. 764, CC. 
 Enunciado n. 371, IV Jornada de Direito Civil: a mora do segurado, sendo de escassa 
importância, não autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princípio da boa-fé 
objetiva. 
Obrigações do segurado 
• Comunicação ao segurador logo que tenha ciência do incidente suscetível de agravar o risco – art. 
769, CC; 
• Abster-se de aumentar os riscos – art. 768, CC; 
• Redução do risco, via de regra, não afeta o prêmio estipulado. No entanto, se a redução for 
considerável o segurado poderá pedir revisão do prêmio ou resolução do contrato – art. 770, CC; 
• Comunicar o sinistro – art. 771, CC. 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
Atraso no pagamento do prêmio: 
• Não opera resolução do contrato ipso iure; 
 
• Art. 763, CC – não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do 
prêmio se ocorrer o sinistro antes de sua purgação. 
 Enunciado n. 376, IV Jornada de Direito Civil: para efeito da aplicação do art. 763 do CC, a 
resolução do contrato depende de prévia interpelação; 
 
• Art. 51, CDC – é abusiva a resolução do seguro em face da mora no pagamento do prêmio. 
Obrigações do segurado 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
• Pagar em dinheiro (regra) o prejuízo resultante do risco constante na apólice – art. 776, CC. O 
segurador poderá exonerar-se provando: 
 Dolo do segurado; 
 Que o valor dado à coisa é superior ao real; 
 Que se trata de segundo seguro sobre a coisa, pelo mesmo risco e no seu valor integral; 
 Caducidade da apólice pelo não-pagamento do prêmio; 
 Inexistência de cobertura para o sinistro ocorrido; 
 Descumprimento de obrigações, especialmente no tocante ao agravamento dos riscos e à 
falta de comunicação do sinistro. 
Obrigações do segurador 
• Art. 772, CC – responsabilidade pelo não pagamento do sinistro no prazo avençado; 
• Art. 775, CC – responsabilidade pelos prepostos. 
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Seguro de Pessoa (Arts. 789 a 802, CC) 
a) Para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder 
à ação de indenização proposta por terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a 
anuência do segurador; 
Prazos 
 
• Art. 206, §1º, II, ‘a’ e ‘b’, CC. 
 
Prescreve em umano a pretensão do segurado contra o segurador ou deste contra aquele contado o prazo: 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão. 
Assuntos da próxima aula: CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA 
 
 
Exercícios de revisão