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Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização

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RESIDÊNCIA EM ÁREA UNIPROFISSIONAL
Enfermagem em Centro 
Cirúrgico e Centro de 
Material e Esterilização
CADERNO DO PROGRAMA
© Reprodução autorizada pelo autor somente para uso privado de atividades de pesquisa e ensino, não sendo autorizada sua reprodução 
para quaisquer fins lucrativos. Na utilização ou citação de partes do documento é obrigatório mencionar a autoria.
RESIDÊNCIA EM ÁREA UNIPROFISSIONAL
Enfermagem em Centro 
Cirúrgico e Centro de 
Material e Esterilização
RESIDÊNCIA
CADERNO DO PROGRAMA
Autores:
Ana Lucia Silva Mirancos da Cunha, Andrea Alfaya Acuna, 
Marilda Siriani de Oliveira, Roberto de Queiroz Padilha e Valéria Vernaschi Lima
 
Especialistas:
Cassiane de Santana Lemos, Cristina Silva Sousa e Daniela Magalhães Bispo
 
Consultores:
Audry Elizabeth dos Santos, Cassia Guerra, Helen Maria Benito Scapolan 
Petrolino, Ivana Lucia C. P. Siqueira e Regina Maria Yatsue Conishi
5
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Sumário
Apresentação ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 7
1. Projeto de apoio ao SUS ................................................................................................................................................................................................................................................................................... 8
2. Contexto ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 11
3. Objetivos e metas ................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 14
3.1. Objetivo geral .............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 14
3.2. Objetivos específicos ............................................................................................................................................................................................................................................................................ 14
3.3. Metas ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 14
3.4. Título concedido ....................................................................................................................................................................................................................................................................................... 14
4. Perfil de competências do residente de Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização ............................................... 15
5. Currículo integrado ........................................................................................................................................................................................................................................................................................... 18
5.1. Processo ensino-aprendizagem: A espiral construtivista .................................................................................................................................................................................... 18
5.2. Comunidade de aprendizagem na residência ............................................................................................................................................................................................................... 21
5.3. Papel dos residentes ............................................................................................................................................................................................................................................................................. 22
5.4. Papel dos tutores de aprendizagem ...................................................................................................................................................................................................................................... 22
5.5. Papel do preceptor ................................................................................................................................................................................................................................................................................. 23
6. Estrutura do programa ................................................................................................................................................................................................................................................................................... 23
6.1. Unidades Curriculares – UC e Atividades Curriculares – AC .............................................................................................................................................................................. 24
6.2. Ações educacionais ................................................................................................................................................................................................................................................................................ 27
6.3. Carga horária ................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 29
6.3.1. Semana padrão ........................................................................................................................................................................................................................................................................ 29
6.4. Gestão do programa ............................................................................................................................................................................................................................................................................. 30
6.4.1. Educação permanente dos tutores ....................................................................................................................................................................................................................... 30
6.4.2. Instâncias de gestão ............................................................................................................................................................................................................................................................ 30
6.4.3. Regulamento interno dos programas de residência em área profissional de saúde ................................................................................................ 30
7. Avaliação ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................31
7.1. Diretrizes e normativas ...................................................................................................................................................................................................................................................................... 32
7.1.1. Certificação .................................................................................................................................................................................................................................................................................. 33
7.1.2. Avaliação de Desempenho do Residente – ADR ....................................................................................................................................................................................... 34
7.1.3. Avaliação de Desempenho do Docente – ADD .......................................................................................................................................................................................... 34
7.1.4. Avaliação do programa .................................................................................................................................................................................................................................................... 35
8. Apêndices .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 35
9. Referências ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 37
Pré * Intra * Pós
Paciente Cirúrgico
Gerenciamento e 
Administração
Responsabilidade e 
Prestação de Contas
Educação 
Permanente
Conhecimentos, 
Habilidades e 
Competências
Pesquisa
Normas, Rotinas e 
Regulamentações
Resultados de 
Qualidade
Melhores práticas
Informação 
Compartilhada
“Todos nós pensamos em trabalhar no melhor hospital, mas sabemos 
que mesmo no melhor hospital há oportunidades para aprender e fazer melhorias”.
7
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Prof. Dr. Roberto de Queiroz Padilha
Superintendente de Ensino do Instituto
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa
Enf. Ms. Ana Lucia S. M. da Cunha 
Enf Andrea Alfaya Acunã 
Coordenação do Programa
Apresentação 
A Residência Uniprofissional de Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização do Hospital Sírio-Libanês – HSL, 
é resultado da parceria entre o Ministério da Saúde – MS e o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa − IEP/HSL e tem como foco o 
desenvolvimento de competência para qualificação das ações do cuidado integral e humanizado ao paciente em situações de urgência 
e emergência, em todos os pontos de atenção da linha de cuidado do paciente. No formato de especialização lato sensu, modalidade 
uniprofissional e de treinamento em serviço, está direcionada à formação de profissionais da área da enfermagem, de forma integrada e 
participativa, contribuindo com uma formação crítica e reflexiva e com visão multiprofissional. 
Um dos diferenciais das iniciativas educacionais do IEP/HSL é a organização curricular segundo uma abordagem construtivista da 
educação de adultos, que busca estimular a capacidade de aprender ao longo da vida, o trabalho em equipe, a postura ética, colaborativa e 
compromissada com as necessidades da sociedade. Essas soluções educacionais trabalham um perfil de competência construído e utilizado 
como referência para a construção, o desenvolvimento e a avaliação do desempenho dos profissionais participantes. Dessa forma, o perfil 
expressa a articulação dos três domínios: conhecimentos, habilidades e atitudes, e valoriza a excelência técnica e a humanização nas 
relações com pacientes, familiares, profissionais e residentes.
Cada participante está convidado a enfrentar esse desafio. O empenho para o sucesso é um compromisso de seus proponentes e os melhores 
resultados que dele advirão, certamente estão relacionados com o comprometimento de todos. Aos participantes desse curso, desejamos 
uma experiência educacional que contribua concretamente para o crescimento pessoal e profissional para a melhoria da atenção à saúde 
da população brasileira.
8
RESIDÊNCIA 2016
1. Projeto de apoio ao SUS
Roberto de Queiroz Padilha 
Marilda Siriani de Oliveira
Considerando o atual contexto da saúde no país, políticas públicas voltadas à construção de parcerias entre organizações governamentais 
e não governamentais tem sido promovidas, especialmente, para a indução da melhoria da qualidade da formação de profissionais e dos 
serviços de saúde, visando responder de modo mais integrado e eficiente às necessidades contemporâneas da sociedade brasileira.
Um dos focos dessas parcerias está orientado à educação de profissionais de saúde. Particularmente, a capacitação de profissionais pós 
graduados em áreas estratégicas para o fortalecimento do SUS, visando apoiar a aplicação oportuna de novos saberes e a construção de um 
ambiente orientado pela excelência clínica e compromisso social.
Os programas de Residência Médica, Residência em Área Profissional da Saúde, Modalidades Uniprofissional e Multiprofissional e os 
Programas de Especialização em Saúde, em regime de residência, do Hospital Sírio-Libanês, buscam contribuir com a capacitação de recém-
formados em saúde e com o processo de expansão e qualificação de vagas de residência, no contexto do SUS, por meio da oferta de 
programas de residência em áreas básicas, bem como em especialidades médicas com carência no cenário da saúde, visando à formação 
de profissionais com conhecimentos técnico-científicos, raciocínio critico-reflexivo, orientado para segurança do paciente e trabalho em 
equipe, comprometidos com a qualidade da atenção à saúde prestada no País.
Nesse sentido, o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – IEP/HSL tem desenvolvido iniciativas educacionais de Apoio ao SUS, por 
meio de projetos vinculados ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde1, previamente definidos 
e pactuados com o Ministério da Saúde. A participação de representantes do Conselho Nacional de Secretários da Saúde – CONASS e 
do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS na construção dessas iniciativas amplia a escuta em relação à 
perspectiva dos gestores do SUS e contribui para o alinhamento das propostas educacionais em relação às necessidades de saúde da 
sociedade. 
Os objetivos do Projeto de Apoio ao SUS contemplam, por meio da capacitação de profissionais de saúde e da elaboração de projetos de 
intervenção na realidade, um conjunto de iniciativas educacionais voltadas à (I) constituição e fortalecimento de regiões de saúde e redes 
de atenção à saúde; (II) ampliação do acesso, humanização e integralidade do cuidado à saúde; (III) articulação de processos de formação, 
atenção e desenvolvimento tecnológico, em cenários do SUS; e (IV) disseminação de ferramentas e dispositivos da gestão da clínica para a 
melhoria da eficiência e efetividade nos serviços de saúde, com qualidade e segurança para pacientes e profissionais.
Nesse sentido, a sistematização de referenciais teórico-metodológicos nas áreas de atenção à saúde, gestão em saúde, educação de adultos 
e produção/disseminação de tecnologias, e inovações em saúde fazem parte do portfólio de estudos,realizações e pesquisas do Instituto 
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – IEP/HSL. As experiências e saberes acumulados nesse campo pelo IEP/HSL estão disponibilizados para 
subsidiar a construção de Projetos de Apoio ao SUS. 
Para o triênio 2015-2017, dentre as iniciativas educacionais do Projeto de Apoio ao SUS temos o Projeto Residências HSL.
1 Portaria GM/MS nº 3276 de dezembro de 2007 e GM/MS nº 936 de 27 de abril de 2011 que regulamenta o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde – PROADI-SUS.
9
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
A Residência Médica compreende 11 programas, 51 vagas R1/ano, nas áreas: (I) Anestesiologia; (II) Clínica Médica; (III) Radiologia/Diagnóstico 
por Imagem; (IV) Radioterapia; (V) Cancerologia; (VI) Cardiologia; (VII) Endoscopia; (VIII) Mastologia; (IX) Medicina Intensiva; (X) Neurologia e 
(XI) Medicina Preventiva e Social – Área de Concentração: Administração de Saúde. Também está implantado 03 Programas de Ano Adicional 
que ofertam 06 vagas: (I) Endoscopia Digestiva; (II) Ergometria; e (III) Radiologia/Diagnóstico por Imagem.
A Residência em Área Profissional da Saúde, Modalidade Uniprofissional compreende 05 programas, 54 vagas R1/ano, nas áreas: (I) 
Biomedicina; (II) Enfermagem Clínico Cirúrgica; (III) Enfermagem em Centro Cirúrgico e Central de Esterilização; (IV) Enfermagem em 
Urgência e Emergência e (V) Física Médica da Radioterapia.
A Residência em Área Profissional da Saúde, Modalidade Multiprofissional compreende 03 programas, 54 vagas R1/ano, nas áreas: (I) Cuidado 
ao Paciente Crítico; (II) Cuidado ao Paciente Oncológico e (III) Gestão em Serviços de Saúde e Redes de Atenção à Saúde.
A Especialização, em regime de residência médica, compreende 12 programas, 17 vagas R1/ano, nas áreas: (I) Ecocardiografia; (II) 
Radioterapia; (III) Cancerologia; (IV) PET/CT e SPECT/CT; (V) Transplante de Medula Óssea e Oncohematologia; (VI)Transplante de Medula 
Óssea e Oncohematologia pediátrica; e Radiologia /Diagnóstico por Imagem em: (VII) Cardiologia, (VIII) Mama, (IX) Musculoesquelético (X) 
Neuro/Cabeça e Pescoço, (XI) Ultrassonografia I e (XII) Ultrassonografia II.
Os programas de residência em saúde e especialização em regime de residência somam 182 vagas de profissionais ingressantes em 2016.
Vale destacar para o triênio 2015-2017 foi programado a implantação de um novo programa de residência médica em medicina preventiva 
e social, com área de concentração em administração em saúde e um programa de residência em área profissional de saúde, modalidade 
multiprofissional em Gestão de Serviços de Saúde e Redes de Atenção à Saúde, articulados, com o objetivo de contribuir para a melhoria 
da atenção à saúde no SUS por meio da formação de profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas 
em gestão de serviços e redes, que promova uma maior compreensão sobre distintas modelagens de atenção à saúde e a utilização de 
ferramentas e dispositivos de gestão, visando ampliar o acesso e a integralidade do cuidado. 
Aumentar a eficiência, eficácia e efetividade do SUS passa necessariamente por incorporar gestores preparados para a tomada de decisão 
baseada em evidências, que garanta os princípios doutrinários e organizativos do SUS.
Assim o HSL, se propõe a (I) apoiar a política de constituição de redes e de (re)instituição do espaço regional através de formação de 
concepção sistêmica, que propicie a compreensão do processo de construção das redes em suas diferentes dimensões e da provisão de 
base conceitual e instrumental que habilite ao planejamento e gestão de redes e serviços de atenção à saúde; (II) formar gestores com 
capacidades para o enfrentamento dos desafios postos para os sistemas de saúde, sejam eles operacionais, estruturais, e de gestão para 
garantir a proteção de todos, diminuírem as iniquidades e melhorar o acesso.
10
RESIDÊNCIA 2016
Quadro 1. Programas de Residências em Saúde segundo oferta de vagas. IEP/HSL, 2016.
Residências em Saúde Oferta de vagas
Residências Médicas
Anestesiologia 09
Cancerologia 04
Cardiologia 04
Clínica Médica 06
Endoscopia 05
Mastologia 02
Medicina Intensiva 06
Medicina Preventiva e Social, área de concentração em Administração em Saúde 04
Neurologia 03
Radiologia/Diagnóstico Imagem 06
Radioterapia 02
Subtotal 51 (28%)
Programas com Ano Adicional
Endoscopia digestiva 02
Ergometria 02
Radiologia/Diagnóstico por Imagem 02
Subtotal 06 (3,3%)
Especialização em Regime de Residência
Ecocardiografia 02
Cancerologia 01
PET/CT e SPECT/CT 02
Transplante de Medula Óssea e Oncohematologia 02
Transplante de Medula Óssea e Oncohematologia pediátrica 01
Diagnóstico por Imagem em Cardiologia 02
Diagnóstico por Imagem em Mama 01
Diagnóstico por Imagem Músculo esquelético 01
Diagnóstico por Imagem em Neuro/Cabeça e Pescoço 01
Ultrassonografia I 01
Ultrassonografia II 02
Radioterapia 01
Subtotal 17 (9,3%)
11
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Residência em Área Profissional, Modalidade Uniprofissional
Biomedicina em Diagnóstico por Imagem 06
Enfermagem Clínico Cirúrgica 24
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Central de Esterilização 10
Enfermagem em Urgência e Emergência 12
Física Médica da Radioterapia 02
Subtotal 54 (29,7%)
Residência em Área Profissional, Modalidade Multiprofissional
Cuidado ao Paciente Crítico
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Nutrição
20
08
04
04
04
Cuidado ao Paciente Oncológico
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Nutrição
Psicologia
Odontologia
24
12
04
02
02
02
02
Gestão dos Serviços de Saúde e Redes de Atenção à Saúde
Enfermagem
Farmácia
Fisioterapia
Nutrição
10
04
02
02
02
Subtotal 54 (29,7%)
Total Geral 182 (100%)
2. Contexto 
Embora tenha alcançado muitos avanços, o Sistema Único de Saúde - SUS permanece com um enorme desafio a ser enfrentado por gestores, 
educadores e profissionais de saúde: a formação, a qualificação, a valorização e a regulação de recursos humanos, a partir das necessidades 
e demandas da população. Esse desafio se conecta à expectativa de melhoria da qualidade da atenção à saúde no Brasil e, por conseguinte, 
a redução de indicadores de morbidade e mortalidade da população. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988, no seu Art. 200, inciso 
III, estabelece que o SUS tem como competência “ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde”. 
12
RESIDÊNCIA 2016
Muitas têm sido as iniciativas no campo da educação dos profissionais em saúde nesse sentido, tanto governamentais como da sociedade 
civil organizada, e de maneira geral, durante estes anos, tiveram como foco central a reorientação da formação na saúde nos cursos de 
graduação. Em 2001, a promulgação das novas Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação de Medicina, Enfermagem e Nutrição 
pode ser considerado um marco, tanto pela ampla participação de diversos setores na sua construção, como pelo avanço trazido na 
orientação e organização curriculares.
Nesse sentido, é importante destacar, no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educação, o lançamento de Programas de incentivo às 
mudanças curriculares, como o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PROMED, 2001; PRO- SAÚDE, 2005), 
e à integração ensino-serviço-comunidade, como o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET – Saúde, 2010). 
No âmbito da pós-graduação, destaca-se, em 2009, o lançamento do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas 
em Áreas Estratégias – PRO-RESIDÊNCIA e PRO-RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL, com objetivo de induzir a ampliação e abertura de 
novasvagas e programas de residência médica em regiões e especialidades prioritárias para o Sistema Único de Saúde e de priorizar o 
financiamento de bolsas para programas de Residência Multiprofissional e Uniprofissional para as regiões e áreas estratégicas para o SUS. 
Em articulação com a política de ampliação de vagas, esse programa busca a mudança do modelo curricular dos programas de residência, a 
partir de uma concepção que prioriza as necessidades sociais, a integração dos processos formativos aos serviços assistenciais organizados 
em redes de atenção em saúde e o desenvolvimento de competência para formação do especialista. 
Em 2013 esse conjunto de iniciativas culminou com o lançamento do Programa “Mais Médicos” que, além de levar médicos brasileiros e 
estrangeiros para regiões onde há escassez e ausência desses profissionais, propõe uma série de medidas estruturantes para aprimorar a 
formação médica, entre elas a mudança da lógica de abertura de novos cursos de medicina, reorientando-a para suprir os vazios assistenciais 
e de formação no país. O Ministério da Saúde e da Educação pretendem atingir, com o Programa Mais Médicos, uma meta de criação de 
11, 5 mil vagas nos cursos de medicina no país e de 12 mil vagas para formação de especialistas até 2017, buscando alcançar o objetivo de 
universalizar a residência médica para todos os graduados em Medicina, a partir dessa data. A prioridade das vagas criadas na expansão 
é para Medicina Geral de Família e Comunidade (MGFC), formando profissionais capazes de atuar na Atenção Básica e cobrir a demanda 
originada pela obrigatoriedade de cumprir o 1º ano do programa de Residência em Medicina Geral de Família e Comunidade para o ingresso 
nos programas de Residência Médica em diversas especialidades médicas (BRASIL, 2015). 
Também como parte desse programa, foi criado o Programa Nacional de Bolsas para Residências Multiprofissionais e Uniprofissional, com o 
objetivo de incentivar a formação de especialistas na modalidade residência, caracterizada pela integração ensino-serviço- comunidade, em 
campos de atuação estratégicos para o SUS, localizados principalmente nas áreas e redes prioritárias, e definidos em comum acordo com os 
gestores do SUS, a partir das necessidades e realidades locais e regionais identificadas (BRASIL, 2015). 
As propostas educacionais do IEP/HSL para a capacitação de profissionais de saúde articulam o desenvolvimento de capacidades nas áreas 
de atenção à saúde, gestão do trabalho em saúde e educação na saúde e conformam um novo perfil de competência. Por meio desse novo 
perfil, são tensionados os modelos hegemônicos de atenção à saúde e de educação na saúde e apontados modelos alternativos, focados na 
melhoria da qualidade da atenção à saúde.
13
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
O modelo biomédico, estruturado durante o século XX com base no “paradigma flexneriano”, é uma abordagem a ser superada, em função 
da concepção mecanicista do processo saúde-doença, do reducionismo aos fatores biológicos da causalidade do adoecimento, do foco na 
doença e no indivíduo, e da hegemonia dos serviços de saúde hospitalares, como lócus privilegiado do ensino e do cuidado em saúde. Em 
grande parte, os modelos tradicionais de ensino e de organização do trabalho em saúde refletem uma excessiva fragmentação dos saberes, 
a compartimentalização do trabalho dos diferentes profissionais e a verticalização dos processos de gestão. O resultado dessa modelagem 
na atenção à saúde vem produzindo um cuidado fragmentado, hierarquização do processo de trabalho e um crescimento, sem controle, 
das especialidades médicas. 
Ao reorientar a modelagem da atenção à saúde para sistemas integrados, a articulação da promoção, preservação e recuperação da saúde, 
a partir de uma concepção ampliada do processo saúde-doença, coloca em foco os resultados que agregam valor à saúde das pessoas, 
ao invés da produção de atendimentos. Uma investigação ampliada das necessidades de saúde das populações, com a articulação do 
componente biológico, das questões subjetivas e histórico-sociais, abre o espectro para o acolhimento de necessidades das pessoas e 
populações, considerando suas singularidades, o perfil epidemiológico e o modo de viver a vida na sociedade. 
Ao articularmos a formação de profissionais de saúde em diferentes cenários de aprendizagem do sistema de saúde colocamos essas 
diferentes modelagens e suas fundamentações em reflexão. A vivência em sistemas integrados oportuniza para estudantes e profissionais 
uma atuação a partir da identificação de necessidades de saúde das pessoas e populações. Quando esse processo ocorre de modo ampliado, 
também ampliamos as possibilidades de intervenção no processo saúde-doença e promovemos a produção de saberes interdisciplinares e 
multiprofissionais, característicos de uma organização do trabalho em equipes de saúde.
Uma atenção à saúde orientada por essa concepção e pelos princípios do SUS, com destaque para a integralidade e a equidade do acesso, 
pode conformar redes de atenção que qualifiquem o cuidado. Com a presença de estudantes de graduação e pós-graduação, essa rede de 
atenção à saúde ganha uma dimensão de rede escola, numa perspectiva que transforma o trabalho em saúde, uma vez que as organizações 
também aprendem. 
Foi nesse contexto que em 2015 foi construído, a Residencia Uniprofissional Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material 
e Esterilização, resultado da parceria entre o Ministério da Saúde - MS e o Hospital Sírio Libanês - HSL, por intermédio da Faculdade de 
Medicina de Marília (FAMEMA), e com foco no desenvolvimento de competência para qualificação nas áreas de cuidado individual e coletivo 
em saúde, além das ações de gestão do cuidado e educação em saúde. A excelência da assistência de Enfermagem do Hospital Sirio Libanês, 
é reconhecida internacionalmente, e a inserção dos alunos do programa de residência nesse cenário, tem o destaque para a aprendizagem 
dos conhecimentos mais atualizados associado a tecnologia de ponta. Somado a isso, a instituição tendo como valores o calor humano, a 
excelência, o pioneirismo, o conhecimento e a filantropia, lhes dá a credibilidade que tanto procuram para a sua formação como especialista. 
Dessa forma contribuímos com o país na formação de profissionais mais capacitados e críticos para a prática profissional.
Esse programa tem ofertado 10 vagas anualmente. 
14
RESIDÊNCIA 2016
3. Objetivos e metas
3 . 1 . O B J E T I V O G E R A L
Contribuir com a capacitação de profissionais de saúde e com o processo de expansão e qualificação de vagas de residência, por meio 
da oferta do Programa de Residência em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização, visando à formação de 
enfermeiros com conhecimentos técnico-científicos, raciocínio critico-reflexivo, orientado para segurança do cuidado ao paciente e trabalho 
em equipe, e comprometidos com a qualidade da atenção à saúde prestada no país.
3 . 2 . O B J E T I V O S E S P E C Í F I C O S
•  Desenvolver o perfil de competência do residente em centro cirúrgico e centro de 
material e esterilização nas áreas de atenção, gestão e educação;
•  Promover a atualização técnico-científica relacionada à prática da enfermagem 
em centro cirúrgico e centro de material e esterilização; 
•  Capacitar no processo de avaliar, executar e orientar o cuidado individualizado 
aos pacientes do centro cirúrgico com qualidade e segurança;
•  Contribuir para o raciocínio crítico e reflexivo da prática da enfermagem em 
centro cirúrgico e centro de material e esterilização; 
•  Promover a compreensão do indivíduo como sujeito na promoção, prevenção, manutenção e 
recuperação de sua saúde, potencializando sua capacidade ativa nesseprocesso; 
•  Contribuir para incorporação do planejamento estratégico no cotidiano dos 
serviços como instrumento que auxilia a tomada de decisão;
•  Desenvolver a capacidade de liderança e o papel de educador.
3 . 3 . M E TA S
•  Capacitar 10 enfermeiros residentes matriculados no programa; e
•  Apoiar 10 Trabalhos de Conclusão da Residência.
3 . 4 . T Í T U L O C O N C E D I D O
Os residentes concluintes e certificados farão juz à titulação de “Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e 
Esterilização, modalidade residência”, a ser conferida pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês.
15
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
4. Perfil de competências do residente de Enfermagem 
em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
O perfil de competência utilizado como referência nesse curso foi resultado do trabalho desenvolvido pelos seus autores, que buscou 
ampliar o diálogo entre o mundo do ensino e o mundo do trabalho. O referencial teórico utilizado na construção desse perfil está baseado 
na abordagem dialógica de competência, segundo uma concepção considerada holística (HAGER e GONZCI, 1996).
O perfil construído traduz o conjunto de capacidades necessárias ao exercício de uma prática considerada competente para a Enfermagem 
em Centro Cirurgico e Centro de Material e Esterilização. A combinação das capacidades requeridas e de seus resultados foi traduzida em 
desempenhos que refletem a qualidade da prática profissional, num determinado contexto. O Quadro 2 mostra o perfil de competência 
identificado por ações-chave, e o conjunto de desempenhos relacionados com cada uma, para o adequado exercício profissional.
A construção do perfil de competência resultou de um processo investigativo da prática dos autores visando identificar as capacidades 
requeridas. O perfil do especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização está representado pela 
articulação de três áreas de competência que delimitam o escopo de trabalho da atuação profissional:
•  Atenção à Saúde: resposta coordenada em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
•  Gestão em Saúde: gestão do trabalho em Enfermagem Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
•  Educação em Saúde: educação e comunicação em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
Cada uma dessas áreas é representada por um conjunto de ações-chave que são traduzidas em desempenhos. Os desempenhos retratam a 
integração das capacidades cognitivas, psicomotoras e atitudinais, agrupadas por afinidade nas áreas de competência. Assim, a competência 
profissional é entendida como uma síntese das áreas de gestão, atenção e educação em saúde.
A análise das capacidades de gestão, de atenção à saúde e educação, com foco na vigilância em saúde, orientou a seleção de conteúdos e 
das atividades educacionais do curso, voltados ao desenvolvimento dos desempenhos e das ações-chaves que conformam o perfil desejado.
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RESIDÊNCIA 2016
Quadro 2. Perfil de competencias, Residência em Área Uniprofissional, Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização, 
IEP/HSL, 2016-2018.
Àrea de Competência de Atenção à Saúde: resposta coordenada em Enfermagem 
em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
Ações-chave Desempenhos
Identifica as necessidades 
de assistência
Identifica necessidades de assistência de enfermagem utilizando a 
identificação das necessidades e dos riscos envolvidos.
Interpreta e organiza as informações coletadas na história e 
exame clínico para a formulação de hipóteses.
Identifica necessidades e prioridades para assistência de enfermagem 
relacionada ao planejamento dos produtos de saúde.
Prioriza as necessidades 
de assistência 
Hierarquiza e prioriza as necessidades de assistência de enfermagem, com qualidade 
no cuidado holístico e individual de acordo com a legislação, politicas e protocolos.
Prioriza as ações conforme o protocolo ou legislação para preparo, 
armazenamento e dispensação de produtos de saúde.
Constrói e aplica planos 
de intervenção
Elabora plano de cuidados que considerem a autonomia, 
consentimento e condições sócios culturais do paciente.
Aplica planos de intervenção, utilizando os recursos disponíveis, levando em 
conta o contexto biopsicossocial do paciente, dos familiares e cuidadores e 
as condições da equipe, buscando a melhor relação custo-benefício.
Estabelece comunicação efetiva ao paciente, família, equipe multidisciplinar e intersetorial.
Aplica planos de intervenção com os recursos disponíveis, levando em conta a disponibilidade 
e integridade dos produtos de saúde, buscando a melhor relação custo-beneficio.
Acompanha a aplicação 
dos planos de intervenção 
e reavalia a assistência
Acompanha a aplicação dos planos de intervenção e reavalia as intervenções, analisando 
a evolução do paciente, discutindo as intercorrências e eventos adversos com a equipe 
interdisciplinar. Desenvolve relações humanizadas e de excelência de modo a traduzir 
valores junto ao paciente, seus familiares e cuidadores e à equipe envolvida no cuidado.
Realiza a auto avaliação e avalia atitudes e ações da equipe, 
mantendo um processo permanente de reflexão critica;
Avalia a qualidade dos produtos fornecidos por empresa processadora 
terceirizada, quando for o caso, de acordo com critérios preestabelecidos;
Acompanha sistematicamente a qualificação de operação e 
do desempenho dos equipamentos de CME.
Controle de infecção
Promove boas práticas recomendadas no processamento de produtos para 
saúde para garantir um paciente livre de sinais/sintomas de infecção.
Promove práticas de assistência de enfermagem para prevenção da infecção 
de sitio cirúrgico de acordo com a legislação, politicas e protocolos.
Processamento de 
produtos de saúde
Permite a uniformidade e a eficácia do processamento dos produtos para saúde; a 
conservação dos materiais; a segurança do paciente e dos profissionais; garante a 
qualidade do processamento dos materiais, fundamentada no conhecimento cientifico.
Define critérios de utilização de materiais que não pertençam ao serviço 
de saúde, tais como prazo de entrada no CME, antes da utilização; 
necessidade, ou não, de reprocessamento, entre outros.
Avalia as etapas relacionadas ao processamento de produtos para saúde, recepção, 
limpeza, secagem, avaliação da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção 
ou esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras;
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Àrea de Competência de Gestão em Saúde: gestão do trabalho em Enfermagem 
em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
Ações-chave Desempenhos
Prioriza as intervenções
Prioriza as intervenções segundo riscos, vulnerabilidade e 
particularidades dos pacientes sob seu cuidado.
Prioriza os materiais e equipamentos adequados para os procedimentos cirúrgicos
Assegura que o processamento de produtos de saúde seja realizado por profissionais 
qualificados e métodos adequados, de forma a garantir a segurança dos processos.
Organiza o processo de trabalho
Organiza o processo de trabalho para o cuidado dos pacientes sob sua 
responsabilidade, investigando oportunidades e obstáculos ao trabalho 
e busca encaminhamento segundo os padrões de qualidade.
Organiza o processo de trabalho para uniformidade e eficácia do 
processamento dos produtos de saúde e controle da infecção.
Providencia recursos
Providencia os recursos necessários para a assistência.
Assegura que os materiais utilizados estão em conformidade com a 
recomendação normativa e processo de validação e registro.
Promove a integralidadedo cuidado
Busca a construção de um trabalho em equipe interdisciplinar, articulando as ações 
de sua área aos cuidados promovidos por outros profissionais de saúde.
Área de Competência de Educação em Saúde: educação e comunicação em 
Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização
Ações-chave Desempenhos
Identifica necessidades 
de assistência
Identifica as necessidades de aprendizagem dos pacientes sob 
sua responsabilidade, seus familiares e cuidadores.
Identifica as necessidades de aprendizagem da equipe envolvida no cuidado aos pacientes 
sob sua responsabilidade ou na equipe envolvida no processamento dos produtos de saúde.
Identifica as próprias necessidades de aprendizagem.
Desenvolve ações educativas
Participa do desenvolvimento de ações educativas, dialogando as 
necessidades de aprendizagem com as melhores práticas. 
Participa da seleção de conteúdos, estratégias, métodos e recursos 
educacionais, com análise de fontes e informações.
Avalia as ações educativas Monitora e avalia processos, produtos e resultados relacionados às ações educacionais realizadas, utilizando acertos e erros como norteadores para a melhoria do processo educacional.
As competências de atitude são esperadas dentro das três grandes áreas (Assistência, Educação e Gestão), e contemplam: 
Perseverança: persiste até a conclusão da tarefa, conclui os trabalhos no prazo, adere a execução da tarefa, reconhece os erros cometidos, 
pede esclarecimento, procura informações em fontes disponíveis. 
Confiança em si próprio: é capaz de fazer a auto avaliação, revela segurança na tomada de decisão, defende seus pontos de vista com 
convicção, enfrenta corajosamente tarefas difíceis, age com independência, aceita críticas e sugestões, assume responsabilidades. 
Espirito crítico: defende sua posição, argumenta com convicção, avalia construtivamente o seu trabalho e dos colegas, respeita a opinião dos 
colegas, questiona seus pontos de vista, participa ativamente em discussão, age com coerência, aceita crítica.
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RESIDÊNCIA 2016
Sentido de responsabilidade: traz o material necessário, é assíduo, é pontual, deixa o local de trabalho limpo e organizado, executa o 
trabalho no tempo destinado, apresenta o portfólio em ordem, compromete-se em executar tarefas, preserva o material didático, cumpre 
com os prazos estabelecidos.
Iniciativa: empreende tarefas voluntariamente, faz comentários oportunos, apresenta soluções para os problemas, investiga por conta 
própria, propõe trabalhos, resolve problemas concretos.
5. Currículo integrado 
Valéria Vernaschi Lima 
Marilda Siriani de Oliveira
A integração interdisciplinar entre a teoria e a prática, o mundo do trabalho e o da aprendizagem, e processos educativos e de atenção à 
saúde é um dos fundamentos dessa iniciativa educacional. Essa integração é expressa pela (o):
•  construção e validação do perfil de competências, a partir da interação de educadores, profissionais de saúde e gestores 
indicados pelos propositores desse programa;
•  desenvolvimento articulado de capacidades para as áreas de gestão, educação e atenção à saúde que conformam o perfil de 
competências dos profissionais de saúde;
•  diálogo entre diferentes disciplinas e profissões promovido vistas à seleção das estratégias educacionais para o curso e de 
especialistas responsáveis pelos conteúdos específicos para o desenvolvimento do perfil de competência;
•  articulação com o mundo do trabalho por meio da utilização de situações-problemas à serem enfrentadas e pelo desenvolvimento 
de uma consciência crítica voltada à transformação da realidade de saúde da sociedade brasileira.
5 . 1 . P R O C E S S O E N S I N O - A P R E N D I Z A G E M : 
A E S P I R A L C O N S T R U T I V I S TA
O processo de ensino-aprendizagem do curso está ancorado: (I) nas teorias interacionistas da educação; (II) na metodologia científica; (III) na 
aprendizagem significativa; (IV) na integração teoria-prática; e (V) na dialogia.
O processo ensino-aprendizagem focaliza a relação entre o sujeito que aprende, o objeto a ser conhecido (conteúdos de aprendizagem: 
produtos sociais e culturais), e o professor (agente mediador entre o sujeito e o objeto). Considerando as três principais teorias psicológicas 
que orientam a educação: inatista, ambientalista e sociointeracionista (construtivista), esta iniciativa está fundamentada na abordagem 
construtivista.
Pela teoria inatista (apriorística ou nativista) cada pessoa encontra-se pronta ao nascimento (personalidade, potencial, valores, formas de 
pensar e de conhecer) uma vez que os fatores hereditários e maturacionais definem sua constituição. A teoria ambientalista (associacionista, 
comportamentalista ou behaviorista) atribui exclusivamente ao ambiente a constituição das características humanas e privilegia a 
experiência como fonte de conhecimento e do comportamento. A teoria sociointeracionista refuta a antagonia entre o inato e o adquirido 
e promove uma releitura desses fatores, apontando sua interação. Essa interação ocorre por meio de movimentos permanentes de 
reprodução/transformação de uma sociedade e cultura sendo, por isso, histórica e socialmente constituída (REGO, 1995).
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Na abordagem sociointeracionista, a combinação entre os elementos experiência, ambiente e capacidades individuais permite contemplar 
as diferentes maneiras de aprender e ampliar capacidades, a partir das interações do sujeito que aprende com o mundo. Lev Vygotsky, 
nascido em 1896, na Bielo Rússia, deu ênfase ao papel da escola e de pessoas mais experientes na construção do conhecimento. Segundo 
Vygostsky (1998) a zona de desenvolvimento proximal representa a distância entre as práticas que uma pessoa já domina e aquelas que 
só serão possíveis com a agregação de novos saberes. Nesse caso, a interação com pessoas mais experientes ou fontes de informação 
possibilitam que os educandos resolvam problemas impossíveis de serem enfrentados com os saberes prévios.
Considerando as interações do sujeito com o mundo, a ciência opõe-se às explicações mágicas e às opiniões, por meio da formulação de 
perguntas frente a um problema e da busca por evidências que testem as hipóteses elaboradas. As perguntas devem tensionar tanto senso 
comum como as leis gerais que tendem a bloquear as ideias. Dessa forma, a metodologia científica busca a construção de novos saberes e 
uma base irrefutável para o conhecimento, incluindo a verificação, análise, síntese e validação (prova lógica) de sistemas explicativos, que 
fundamentam a interpretação de fenômenos (BACHELARD, 1996).
Embora a ciência venha produzindo expressiva elucidação e progresso para as sociedades humanas, seus atuais desafios estão em 
reconhecer os interesses que atuam nas produções científicas e em romper a excessiva fragmentação na produção de conhecimento. Para 
tanto, deve promover a religação dos saberes e ampliar a consciência ética na produção de novos conhecimentos (MORIN, 2010).
Em relação a aprendizagem significativa, podemos identificar suas origens no movimento da educação progressista, que destacou a 
necessidade de aproximarmos o ensino à prática cotidiana. Quando o processo de aprender é desencadeado por um problema do cotidiano, 
os participantes utilizam seus saberes prévios para identificarem a natureza dos problemas e para formularem perguntas que permitam 
buscar novos sentidos e significados para interpretarem os fenômenos encontrados (AUSUBEL, 1980). Para o adulto, esse significado é 
construído em função de sua motivação para aprender e do valor potencial que os novos saberes têm em relação a sua utilização na 
vida pessoal e profissional. O processo que favorece a aprendizagem significativa requer uma postura ativa e crítica,por parte daqueles 
envolvidos na aprendizagem (COLL, 2000).
Na aprendizagem significativa, o problema é uma categoria essencial para o processo de aprender. As raízes da utilização de problemas e da 
vivência como recursos para disparar o processo ensino-aprendizagem podem ser encontradas em John Dewey, filósofo e pedagogo norte 
americano, nascido em 1859 (DEWEY, 2011). Com Jerome Bruner, psicólogo nascido em 1915, a aprendizagem foi considerada como um 
processo ativo, baseado em saberes prévios (BRUNER, 1987). Para este autor, também norte americano, a utilização de pequenos grupos ao 
invés de grandes salas potencializa as interações e, por isso, a aprendizagem. Utilizando ideias de Dewey e Bruner, a primeira organização 
curricular baseada em problemas foi formalizada no final da década de 1960, no curso médico da McMaster University, Canadá (BARROWS, 
1980; SCHMIDT, 1993).
Num currículo com a aprendizagem baseada em problemas, os educandos passaram a construir novos conhecimentos a partir de problemas 
elaborados pelos docentes. Em confronto com esses problemas, os estudantes, em pequenos grupos e com o apoio de um tutor, deveriam 
identificar seus saberes prévios e a fronteira de sua aprendizagem para buscarem novas informações. Esse movimento, traduzido pela 
formulação de perguntas a serem investigadas, promove o desenvolvimento de capacidades para a aprendizagem ao longo da vida e 
dialoga com a metodologia científica, que requer a análise crítica de fontes e informações (VENTURELLI, 1997).
Ao dispararmos a aprendizagem a partir do enfrentamento de problemas, promovemos a integração da teoria e prática e colocamos 
as disciplinas como um meio para melhor entendermos e vivermos no mundo e não como a finalidade do processo educacional. Os 
problemas, além de promoverem pontes entre o ensino e a prática cotidiana, impregnam de sentido a atuação profissional e mobilizam 
uma combinação de saberes, no sentido de uma melhor intervenção nas situações estudadas.
20
RESIDÊNCIA 2016
Ainda na década de 1960, vale ressaltar a contribuição de Paulo Freire discutindo a aprendizagem de adultos e a educação como prática de 
liberdade e de autonomia, especialmente construída por meio do desenvolvimento da consciência crítica dos educandos. A pedagogia de 
Paulo Freire reconhece o homem em permanente construção e a produção de conhecimento como resultado das relações do homem com 
o mundo, ou seja, da problematização de sua experiência (FREIRE, 2008).
Nesse sentido, o princípio da dialogia valoriza as diferentes explicações/perspectivas em relação à existência de um problema e busca 
reconhecer as associações entre os elementos que o compõem, ligando o todo às partes. Esse princípio é representado por uma espiral e 
pela ideia da recursividade, requerendo a articulação de diferentes pontos de vista, num metaponto de vista (MORIN, 1999). Assim, todas as 
dúvidas e perspectivas são consideradas legítimas no processo de aprendizagem porque o outro é um sujeito legítimo. O atendimento às 
necessidades de aprendizagem de todos os envolvidos numa iniciativa educacional garante respeito, aceitação, inclusão e comprometimento 
(MATURANA, 2009).
Apoiados nas experiências e fundamentação teórica da aprendizagem baseada em problemas, da problematização, da metodologia 
científica, da aprendizagem significativa, e da dialogia, o processo ensino-aprendizagem nos cursos do IEP/HSL utiliza como referência a 
espiral construtivista.
Os movimentos da espiral construtivista são desencadeados por disparadores que simulam ou retratam problemas da realidade. O 
processamento de cada disparador é singularizado conforme os saberes prévios e as necessidades de aprendizagem dos participantes. 
A representação do processo ensino-aprendizagem na forma de uma espiral traduz a relevância das diferentes etapas educacionais desse 
processo como movimentos articulados, que se retroalimentam (Figura 1).
Figura 1. Espiral construtivista2 do processo de ensino-aprendizagem a partir da exploração de um disparador.
2 Traduzido e adaptado de Lima, V.V. Learning issues raised by students during PBL tutorials compared to curriculum objectives. Chicago, 2002 [Dissertação de Mestrado – University of Illinois at Chicago. 
Department of Health Education]. 
Identificando
problemas
Formulando
explicações
Elaborando
questões
Construindo
novos significados
Buscando
novas informações
Avaliando
o processo
21
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Movimento: identificando os problemas e formulando explicações
A identificação dos problemas, a partir de um estímulo educacional, permite que cada estudante explicite suas ideias, percepções, sentimentos 
e valores prévios, trazendo à tona os fenômenos que já conhece. As explicações iniciais e a formulação de hipóteses permitem explorar 
as fronteiras de aprendizagem em relação a um dado problema, possibilitando identificar as capacidades presentes e as necessidades 
de aprendizagem. O exercício de suposições, conjecturas e proposições favorece a expansão das fronteiras de aprendizagem e auxilia na 
elaboração das questões de aprendizagem que irão desafiar as fronteiras identificadas.
Movimento: elaborando questões de aprendizagem
As questões formuladas representam as necessidades de aprendizagem e orientam a busca de novas informações. A seleção e a pactuação, 
no coletivo, das questões consideradas mais potentes e significativas para o atendimento dessas necessidades e ampliação das capacidades 
de enfrentamento dos problemas identificados, trazem objetividade e foco para o estudo individual dos estudantes.
Movimento: buscando novas informações
A busca por novas informações deve ser realizada, individualmente, pelos estudantes. O acesso às bases remotas de dados é estimulado, por 
meio de capacitações para a busca e análise crítica de informações. A análise da estratégica de busca utilizada pelos estudantes e o grau de 
confiabilidade das fontes e informações fazem parte do processo de ampliação da capacidade de aprender ao longo da vida.
Movimento: construindo novos significados
A construção de novos significados é um produto do confronto entre os saberes prévios e as novas informações trazidas pelas pesquisas/ 
buscas realizadas. A construção de novos sentidos não se restringe ao movimento de compartilhamento de novas informações. Ela ocorre 
durante todo o momento no qual uma interação produza uma descoberta ou revela uma perspectiva diferente das ideias que costumamos 
utilizar com mais frequência. Todos os conteúdos compartilhados devem receber um tratamento de análise e crítica, devendo-se considerar 
as evidências apresentadas.
Movimento: avaliando o processo
Outro movimento presente na espiral é a avaliação. A avaliação formativa é realizada, verbalmente, ao final de cada atividade e assume 
um papel fundamental na melhoria do processo. Todos devem fazer a auto avaliação, incluindo seu processo individual de aprendizagem 
(metacognição). Também devem avaliar a atuação de seus pares e dos professores nas interações e produções de novos significados 
nesse processo.
5 . 2 . C O M U N I D A D E D E A P R E N D I Z A G E M N A R E S I D Ê N C I A
As comunidades de aprendizagem são formadas por residentes, tutores, preceptores e coordenadores do programa e dos projetos 
educacionais do IEP/HSL. As comunidades representam espaços e oportunidades de aprendizagem voltadas ao intercâmbio de experiências 
e à construção de novos saberes. Todos procuram aprender com todos, durante todo o tempo. As comunidades de aprendizagem 
também se constituem em oportunidades para o exercício do trabalho em equipe, comunicação, avaliação, criação de vínculos solidários, 
corresponsabilidade pelo processo ensino-aprendizagem e pelo desenvolvimentode competência. Dependendo da atividade educacional, 
as comunidades de aprendizagem que incluem residentes podem estar organizadas como:
• Equipes diversidade: formada por 5 a 7 participantes, de maneira a contemplar a maior diversidade possível de experiências prévias 
entre os residentes. As equipes trabalham, fundamentalmente, com autogestão, podendo ser redistribuídas quando necessário. Visam a 
ampliação da compreensão sobre determinados fenômenos e a aplicação do conhecimento;
22
RESIDÊNCIA 2016
• Grupos diversidade: formado por até 10 participantes de maneira a contemplar a maior diversidade possível de experiências prévias entre 
os residentes. Cada grupo é acompanhado por um tutor no papel de facilitador e visam a ampliação das explicações e das possibilidades 
de intervenção em relação a uma determinada situação. Na residência, os grupos são redistribuídos na metade do programa;
Espera-se que as comunidades de aprendizagem desenvolvam uma postura proativa na construção de sua trajetória no curso, pautada 
por relações respeitosas e éticas, com liberdade de expressão e corresponsabilidade. A colaboração, o desprendimento, a tolerância, 
a generosidade visam a construção de diálogos e de metapontos de vista, no sentido de ampliar a compreensão sobre os fenômenos 
envolvidos nos problemas a serem enfrentados (CROSS, 1998; SENGE, 1990; MORIN, 1999).
5 . 3 . PA P E L D O S R E S I D E N T E S
A corresponsabilidade e compromisso com o processo educacional deslocam os residentes do papel passivo de receber e reproduzir as 
informações transmitidas pelos docentes. Os residentes, como sujeitos que aprendem, passam a desempenhar um papel ativo frente aos 
disparadores de aprendizagem. Por meio do processamento de situações simuladas e relatos de experiências, os residentes identificam 
necessidades de aprendizagem e desenvolvem ações, visando a construção de competência. Essa proatividade deve ser combinada com 
uma atitude aberta e respeitosa frente às distintas aproximações dos sujeitos em relação ao objeto de estudo. Trabalhar nas equipes e 
grupos, aprendendo uns com os outros, e ampliar as capacidades para a formulação de perguntas e para a busca e crítica de informações é 
um compromisso com a construção de uma ciência com consciência, voltada à transformação da realidade, com vistas à melhoria da saúde 
e da vida das pessoas.
5 . 4 . PA P E L D O S T U T O R E S D E A P R E N D I Z A G E M 
Na Residência, os docentes responsáveis pelas diretrizes pedagógicas e pela seleção das estratégias educacionais elaboram o caderno do 
curso e o formato das atividades educacionais junto com a coordenação. Os tutores dominam os conteúdos específicos a serem trabalhados 
para o desenvolvimento do perfil de competências. Esses são os responsáveis pelo conteúdo do material educacional e contribuem, 
especialmente, para o desenvolvimento do domínio cognitivo.
Além desses dois papéis, os tutores atuam como facilitadores do processo ensino-aprendizagem. O papel desse tutor é o de mediar a 
interação do sujeito que aprende com os objetos/conteúdos apresentados por meio dos materiais e atividades educacionais. Para exercer 
esse papel, o facilitador precisa mostrar respeito aos saberes dos residentes, ética e estética, reflexão crítica sobre a prática, aceitação do 
novo, criticidade e capacidade para produzir e construir novos saberes. Cabe ao facilitador (FREIRE, 2008): 
•  promover a curiosidade e a criticidade;
•  reconhecer que o processo educacional é inacabado;
•  respeitar a autonomia do residente;
•  mostrar responsabilidade, tolerância e bom senso;
•  integrar intenção e gesto, comprometendo-se com a educação como forma 
de intervenção no mundo e de transformação da realidade.
23
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Os residentes devem encontrar no seu facilitador de aprendizagem um apoiador para a construção do perfil de competência, segundo os 
critérios de excelência estabelecidos. Ao trabalhar com o grupo, o facilitador procura tornar os encontros presenciais e a distância objetivos, 
fomentar a participação, gerar maior transparência, a fim de aprofundar a compreensão sobre um problema/situação e a interação entre 
os residentes, bem como construir condições favoráveis para o trabalho coletivo. Assim, o facilitador precisa dominar as estratégias 
educacionais utilizadas para promover o desenvolvimento de capacidades dos residentes.
Tutores e preceptores atuam de forma articulada e complementar, uma vez que, para além dos conteúdos cognitivos, o desenvolvimento 
de competência requer a inclusão de atributos psicomotores e atitudinais. A expressão mais concreta das habilidades e atitudes dos 
participantes ocorre na vivência das atividades educacionais e, nesse sentido, os docentes no papel de facilitador de aprendizagem tem 
uma participação privilegiada no desenvolvimento de capacidades nesses domínios.
Para desempenhar estes papeis, é oferecida ao tutor de aprendizagem a oportunidade de aperfeiçoamento em processos educacionais, 
com ênfase em metodologias ativa (APES- Residência) e aos preceptores o curso de especialização em Preceptoria no SUS.
Além disso, os tutores participam de processos de educação permanente com foco na reflexão da prática pedagógica.
5 . 5 . PA P E L D O P R E C E P T O R
O exercício da preceptoria caracteriza-se por atividade de supervisão direta das atividades práticas realizadas pelos residentes nos serviços 
de saúde onde se desenvolve o programa, exercida por profissional presente nos ambientes onde se desenvolvem as aprendizagens 
em serviço, vinculado à instituição executora, bem como às instituições parceiras. São responsáveis em promover a integração entre os 
residentes, destes com a equipe e com a população, articulando os recursos de ensino em serviço e constituindo-se na referência para os 
residentes na perspectiva do campo de saberes e de práticas da saúde na área de concentração do programa. Sua prática pedagógica é 
apoiada pelo tutor de aprendizagem.
As atribuições do núcleo estruturante docente dos programas de residência do IEP/HSL estão normatizadas no regulamento interno dos 
Programas em Área Profissional de Saúde, modalidades Uniprofissional e Multiprofissional e publicadas no Qualidoc, (CORP - NOR - IEP - 
ENS - 002).
6. Estrutura do Programa
O currículo do programa está estruturado em dois eixos:
•  simulação da realidade;
•  contexto real do trabalho do residente.
24
RESIDÊNCIA 2016
No eixo baseado na simulação, os docentes do programa de residência selecionaram e articularam materiais e recursos educacionais, 
bem como elaboraram os textos utilizados como estímulos ou disparadores da aprendizagem dos residentes e do desenvolvimento de 
capacidades relacionadas ao perfil de competência. Ainda nesse eixo, a representação da realidade no formato de situações-problema, 
filmes, dramatizações, jogos, vivências e outros, busca potencializar a aprendizagem por meio de um maior envolvimento dos residentes e 
da articulação entre teoria e prática. As representações do mundo do trabalho são disparadores da aprendizagem. 
No eixo voltado ao contexto real, os residentes trazem e exploram as representações da sua prática profissional, por meio de narrativas, 
com vistas à produção de um diálogo entre as aprendizagens construídas na residência e as possibilidades de transformação da realidade. 
A partir desses dois eixos a estrutura curricular do programa foi conformada em Unidades Curriculares – UC e Atividades Curriculares – AC 
e ações educacionais.
6 . 1 . U N I D A D E S C U R R I C U L A R E S – U C 
E AT I V I D A D E S C U R R I C U L A R E S – A C
O currículo do programa de Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização estáorganizado em Unidades 
Curriculares – UC que orientam o desenvolvimento de capacidades nas três áreas de competência do perfil profissional do residente 
egresso do programa; nesse sentido, articulam conteúdos cognitivos, psicomotores e atitudinais que são explorados segundo diferentes 
estratégias e metodologias educacionais. As UC determinam os objetivos educacionais gerais que orientam a formação e a organização 
das atividades curriculares. 
Por sua vez, as atividades curriculares – AC contemplam os objetivos educacionais específicos, as ações educacionais e os instrumentos de 
avaliação de desempenho, assim como os critérios de certificação para efeito dos registros acadêmicos. São desenvolvidas nas comunidades 
de aprendizagem, sob orientação dos tutores e preceptores no papel de facilitadores de aprendizagem. Estes, por sua vez, são apoiados por 
docentes especialistas, coordenadores educacionais e facilitadores de educação permanente do IEP/HSL. 
Para os residentes do programa de Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Material Esterilizado as atividades curriculares são: (i) 
Saberes e Práticas no Cuidado ao Paciente no Centro Cirurgico; (ii) Reflexão da Prática Profissional do Residente em Enfermagem em Centro 
Cirúrgico e Centro de Material Esterilizado; (iii) Reflexão da Prática Profissional do Residente no Cuidado ao Paciente no Centro Cirúrgico; (iv) 
Trabalho de Conclusão da Residência – TCR e (v) Estágio Eletivo (Tabela 1).
25
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Tabela 1. Atividades Curriculares e respectivos conteúdos, segundo período de desenvolvimento do programa. Programa de Enfermagem 
em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização, IEP/HSL, 2016-2018.
Atividade Curricular I Conteúdo teórico; teórico-prático ou prático Período1
Saberes e Práticas no Cuidado ao 
Paciente no Centro Cirúrgico
Vigilância em saúde, monitoramento e indicadores 
(Epidemiologia/Bioestatística/Saúde Baseada em Evidências) 1º e 2º
Ética, bioética, humanização em saúde, 
interdisciplinaridade e integralidade 1º e 2º
Cuidado integrado do paciente no centro cirúrgico 1º, 2º, 3º e 4º
Gestão e treinamento em serviço 3º e 4º
Reuniões científicas 1º, 2º, 3º e 4º
Gestão e treinamento em serviço 3º e 4º
Políticas de Saúde e Gestão em Saúde 1º, 2º, 3º e 4º
Atividade Curricular II Conteúdo prático Período
Reflexão da Prática Profissional 
do Residente no Cuidado ao 
Paciente no Centro Cirúrgico I
Atenção à saúde e seguimento do paciente 1º, 2º, 3º e 4º
Formação em serviço direcionada à avaliação 
do paciente no centro cirúrgico 1º, 2º, 3º e 4º
Formação em serviço direcionada ao cuidado 
do paciente no centro cirúrgico 1º, 2º, 3º e 4º
Atividade Curricular III Conteúdo prático Período
Reflexão da Prática Profissional 
do Residente no Cuidado ao 
Paciente no Centro Cirúrgico II
Formação em serviço direcionada à avaliação 
do paciente no centro cirúrgico 1º, 2º, 3º e 4º
Formação em serviço direcionada ao cuidado 
do paciente no centro cirúrgico 1º, 2º, 3º e 4º
Atenção à saúde e seguimento do paciente 1º, 2º, 3º e 4º
Atividade Curricular IV Conteúdo teórico, teórico-prático Período
Trabalho de Conclusão 
da Residência – TCR
Projeto Aplicativo
Síntese Crítico Reflexiva da Aprendizagem
2º, 3º e 4º
Atividade Curricular V Conteúdo teórico, teórico-prático, prático Período
Complementar Estágio prático eletivo 3º e 4º
26
RESIDÊNCIA 2016
(i) Saberes e Práticas no Cuidado ao Paciente no Centro Cirúrgico: atividade curricular multidisciplinar com foco na exploração de conteúdos 
relacionados às três áreas de competência do perfil do egresso do programa de enfermagem em centro cirúrgico e centro de material e 
esterilização. Objetiva a ampliação de capacidades dos residentes no sentido do desenvolvimento de competência para uma prática de 
excelência no cuidado ao paciente cirúrgico, voltada à melhoria da atenção à saúde. Os conteúdos cognitivos, psicomotores e atitudinais 
são apresentados de maneira articulada por meio de situações-problema, contextos, testes ou oficinas de trabalho. Os tutores, docentes 
e especialistas, vinculados ao programa, elaboram os disparadores de aprendizagem, buscando contextualizar num município simulado, 
denominado Polis. Os facilitadores têm o papel de apoiar e mediar a construção de conhecimento dos residentes, que participam ativamente 
desse processo. 
(ii) e (iii) Reflexão da Prática Profissional do Residente no Cuidado ao Paciente no Centro Cirúrgico I e II: atividades curriculares 
multidisciplinares com foco na problematização da prática profissional de cada residente. Objetiva a reflexão das práticas dos residentes, 
no sentido do desenvolvimento de uma atuação crítica e voltada à melhoria da atenção à saúde. As reflexões, realizações, os desafios, as 
limitações e dúvidas em relação à prática são o foco dessa atividade curricular. A problematização de saberes cognitivos e psicomotores, 
assim como o acesso e o compartilhamento de emoções e sentimentos, relacionados ao perfil profissional visam ampliar capacidades dos 
residentes na construção de competência. O que diferencia estas duas atividades é o grau de autonomia alcançado pelos residentes em 
suas atividades práticas.
(iv) Trabalho de Conclusão da Residência – TCR: atividade curricular multidisciplinar com foco na construção de uma intervenção na 
realidade por meio da construção de um projeto aplicativo ou foco na reflexão crítica da aprendizagem. O TCR é uma produção individual 
integrante do processo de avaliação dos residentes nos programas de residência em Área Profissional de Saúde do IEP/HSL, e deve ser 
construído com base nos seguintes modelos: 
a) Modalidade “Síntese Crítico-Reflexiva da Aprendizagem”
O residente que escolher esta modalidade de TCR deverá organizar um conjunto de informações de tal forma que a leitura permita 
acompanhar a trajetória vivenciada e os impactos produzidos a partir de sua vivência no programa de residência. Uma síntese que reflita 
os movimentos de aprendizagem a partir da participação no programa, destacando as realizações alcançadas no processo e evidências do 
ponto de chegada. Um destaque especial deve ser dado às conquistas e aos desafios do residente na construção de capacidades para o 
desenvolvimento do perfil de competência, considerando uma futura atuação como profissional da área de concentração do programa de 
residência cursado. As evidências e reflexões devem ser fundamentadas e dar visibilidade aos ganhos e mudanças na prática profissional. A 
narrativa deve ser concluída com a explicitação daquilo que a vivência no programa deixa como valores para o residente. O trabalhado deve 
ser construído com base no portfólio e será objeto de Termo de Referência específico. 
b) Modalidade “Projeto Aplicativo – PA”
O PA é trabalho técnico-científico aplicado, orientado à intervenção numa dada realidade, a partir do reconhecimento de necessidades 
relacionadas às áreas de atenção à saúde, gestão e educação. A formulação do projeto aplicativo nos programas de residência em Área 
Profissional de Saúde do IEP/HSL busca associar conhecimento e ação para dar respostas técnicas e políticas que visem as melhores práticas 
no contexto do cuidado na área de concentração específica de atuação do residente.
Ao considerarmos que “ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo” (FREIRE, 2008), a construção 
de um projeto aplicativo representa uma oportunidade concreta para traduzirmos nossa ação como sujeitos que desejam transformar 
a realidade. No projeto aplicativo, o objeto de estudo e de aprendizagem coincide com os problemas ligados à vivência concreta dos 
residentes e com a possibilidade de intervenção nesses problemas. 
27
ENFERMAGEM EM CENTROCIRÚRGICO E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
A construção e a sistematização do projeto aplicativo devem considerar os cenários de prática, contexto da intervenção e seus colaboradores. 
O processo de seleção e priorização do problema até a definição e implementação das ações do plano de intervenção deverá ocorrer 
em espaço institucional real e incluir levantamento de dados em trabalho de campo e a validação do projeto com atores considerados 
relevantes. A pactuação com os atores reais, considerando-se a área/setor do HSL ou de Instituição parceira na qual o residente está inserido, 
visa promover o comprometimento de cada um com a superação do problema priorizado, ampliando a viabilidade do projeto aplicativo. 
Assim, por meio da construção do projeto aplicativo, buscamos promover um diálogo entre as aprendizagens, as capacidades desenvolvidas 
no curso e as possibilidades de aplicação e de transformação da realidade, considerando o campo de atuação de cada residente. Essa 
atividade curricular possibilita a construção de novos conceitos e paradigmas, levando em conta as oportunidades e ameaças que estão 
fora do nosso controle e as potenciais fortalezas que queremos utilizar para lidar com as situações que desafiam os profissionais de saúde 
no cotidiano do seu trabalho. 
(V) Complementar – Estágio prático eletivo (EPE): esta atividade curricular faz parte das estratégias educacionais dos Programas de 
Residência, sendo recomendado, desejável, mas não obrigatório. O estágio deverá estar de acordo com a formação e desenvolvimento 
do perfil de competência do residente, podendo ser realizado em instituições externas ou em unidades internas dos próprios cenários de 
prática do programa. O Residente é responsável pela pactuação do estágio e de sua formalização, assim como, pelas despesas decorrentes 
dessa atividade. O fluxo de solicitação e aprovação da coordenação e/ou tutoria está disponível no Qualidoc (HSL-PRO-IEP-ENS-008/ REV.00).
6 . 2 . A Ç Õ E S E D U C A C I O N A I S
A partir dos princípios que fundamentam a educação de adultos e o processo ensino aprendizagem construtivista, foram definidas ações 
educacionais visando o desenvolvimento das capacidades delineadas no perfil de competência, segundo os eixos do currículo e atividades 
curriculares. Estas ações são: centradas nas necessidades de aprendizagem dos residentes; baseadas em situações da prática profissional; 
orientadas pela integração teoria e prática; e focadas no uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem.
A combinação de diferentes ações educacionais considera as diversas formas pelas quais as pessoas aprendem, sendo organizadas de modo 
a potencializarem e ampliarem o processo de aprender. Fazem parte dessas ações:
• Espiral de Situação-problema – ESP: ação educacional organizada por meio do processamento de situações baseadas na prática 
profissional, segundo perfil de competência. As situações-problema são elaboradas pelos tutores ou docentes especialista e cumprem 
o papel de disparadoras do processo ensino-aprendizagem, sendo processadas3 por pequenos grupos em dois momentos: o primeiro, 
denominado síntese provisória4, e o segundo chamado de nova síntese5. Permitem a exploração de conteúdos relacionados ao foco do curso 
em questão, sendo que o processamento dessas situações possibilita trabalhar conteúdos relacionados ao trabalho em pequeno grupo, 
por meio de reflexão/avaliação sobre as interações produzidas. Essa ação é desenvolvida por meio da aplicação da espiral construtivista.
• Espiral de Narrativa – EN: ação educacional organizada por meio do processamento de narrativas elaboradas pelos residentes, a partir 
de suas próprias experiências. As narrativas proporcionam, de forma mais direta e intensa, a exploração e reflexão sobre os contextos dos 
participantes. Além do desenvolvimento do domínio cognitivo, favorece a ampliação de sentidos (escuta, olhar, percepção), de habilidades 
e de atitudes. Essa ação é desenvolvida por meio da aplicação da espiral construtivista, nos pequenos grupos (Apêndice I – TR Narrativa).
3 Para o processamento em espiral construtivista de uma situação-problema, os residentes devem ser estimulados à identificar o problema; formular hipóteses ou pressupostos que o explicam; 
relacionar as discussões com o disparador e com situações semelhantes encontradas na realidade; elaborar questões de aprendizagem para melhor explicar a situação; utilizar informações 
cientificamente fundamentadas; construir esquemas de conhecimento da forma mais correta e rica possível; auto avaliar e avaliar os participantes do trabalho em pequeno grupo e facilitador.
4 Síntese provisória – Exploração de uma situação com identificação de conhecimentos prévios e das fronteiras de aprendizagem expressas nas questões de aprendizagem.
5 Nova síntese – socialização das buscas e novas informações para a construção de novos saberes a partir das questões de aprendizagem e da análise crítica das informações.
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RESIDÊNCIA 2016
• Aprendizagem Baseada em Equipe ou Team Based Learning – TBL: é uma ação educacional que promove a construção de conhecimento, 
especialmente focada na resolução de problemas. Também favorece o desenvolvimento da aprendizagem colaborativa, uma vez que 
utiliza atividades de discussão, considerando distintos saberes e experiências dos residentes, organizados em equipes. É desencadeada a 
partir de um contexto que funciona como disparador de aprendizagem. Cada residente analisa individualmente o contexto ou os materiais 
para um estudo prévio. Após esse estudo, os residentes respondem a um conjunto de testes que abordam a tomada de decisão, frente ao 
contexto em questão. Após compartilharem suas escolhas individuais, cada equipe discute as alternativas e busca um consenso ou pacto 
para a discussão dos resultados por equipe. As alternativas definidas pelas equipes são debatidas por um ou mais especialistas. Após os 
esclarecimentos e respostas às dúvidas das equipes, os especialistas apresentam desafios de aplicação dos conhecimentos em novas 
situações simuladas, no formato de oficinas, jogos ou dramatizações. 
• Plenária: ação educacional voltada ao compartilhamento de saberes e produções de equipes ou grupos. Essa atividade pode cumprir 
o papel de uma nova síntese ampliada ou de socialização de produtos dos pequenos grupos de residentes que podem ser analisadas e 
validadas por especialistas. A plenária é organizada e coordenada pelo facilitador que promove a construção de análise crítico-reflexiva.
• Oficina de Trabalho: ação educacional que pode ser realizada em pequenos ou grandes grupos. Essa ação é orientada ao desenvolvimento 
de capacidades de caráter instrumental e de conhecimentos operacionais, podendo utilizar diferentes abordagens metodológicas.
• Viagem Educacional: ação educacional social e artística dentro de um contexto pedagógico que contribui para a aprendizagem, 
particularmente, por meio do acesso às emoções e sentimentos. Essa ação é desenvolvida com uma turma de residentes e também pode 
utilizar diferentes disparadores e abordagens metodológicas. Pode ainda ser organizada de maneira articulada com uma oficina de trabalho.
• Portfólio: momentos de encontro individual ou coletivo entre os residentes e o tutor de aprendizagem para a construção e 
acompanhamento da trajetória de cada residente no curso, destacando facilidades e dificuldades na aprendizagem e desenvolvimento do 
perfil de competência. O acompanhamento da construção do portfólio e a elaboração do TCR devem ser orientados pelo respectivo tutor 
em encontros presenciais e a distância (Apêndice II – TR Portfólio).
• Aprendizagem Autodirigida – AAD: representa espaços protegidos na agenda dos residentes para que realizem suas buscas e análise 
de informações. A AAD é um período estratégico nas metodologias ativas

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