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QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I IC 357 – P 05 Relatório da prática “Extração por solventes ativos” Débora Cristina da Silva Pereira. Matrícula: 201302512-0 Seropédica, 2014.1 1. Introdução A extração por solventes ativos é um método de separação baseado nas diferentes características ácido-base dos compostos de interesse. Este tipo de extração se mostra muito efetivo nos casos em que os compostos a serem separados apresentam ponto de ebulição próximo ou decompõem-se sob temperaturas elevadas, impossibilitando a destilação, possuem polaridade parecida, descartando a realização de uma extração líquido-líquido simples, por separação bifásica. Esta técnica é de simples preparo e execução, desde que se conheça previamente os componentes da mistura. Nesta prática a mistura é composta por naftaleno, ácido benzoico e para-toluidina, que possuem caráter neutro, ácido e básico, respectivamente. Por serem insolúveis em água, a mistura deve ser solubilizada em solvente orgânico apolar, como o CH2Cl2, por exemplo. Os componentes da mistura serão separados com base em seu caráter ácido, a partir da adição dos reagentes adequados para a formação de sais solúveis em água. Os reagentes devem ser ácidos ou básicos o bastante para reagir com apenas um dos compostos, e assim possibilitar a extração bifásica. Para recuperar os compostos basta reverter a reação ácido-base, para desprotonar o sal ácido e protonar o sal básico. 2. Objetivo Separar os compostos orgânicos presentes em uma mistura através de reação química com solventes. 3. Procedimento experimental ➢ Pesou-se aproximadamente 1g de naftaleno, 1g de acido benzoico e 1g de para-toluidina. ➢ Dissolveu-se as três substâncias em 40mL de CH2Cl2, em um erlenmeyer. ➢ Transferiu-se a solução para um funil de decantação, onde adicionou-se 15mL de solução aquosa de HCL 5%. ➢ Após agitação da mistura e separação das fases, retirou-se a fase aquosa com o auxílio de um bécher, identificando-a devidamente e reservando-a. ➢ Adicionou-se novamente 15mL de solução aquosa de HCl 5% ao conteúdo do funil, e recolheu-se a fase aquosa, combinando-a com a obtida na primeira separação. ➢ Extraiu-se 2 novas fases aquosas a partir da adição seriada de 15 mL de solução aquosa de NaHCO3 a 10%, e combinou-se as fases aquosas obtidas em um segundo bécher, devidamente identificado. ➢ Lavou-se a fase orgânica remanescente com 15mL de água e recolheu-se a mesma em um terceiro frasco, também identificado. ➢ Adicionou-se sulfato de magnésio anidro ao conteúdo do terceiro frasco, a fim de retirar a água complexada, e filtrou-se a mistura obtida. Transferiu-se o filtrado para um bécher de massa conhecida (previamente determinada) e reservou-se, para secagem do solvente e posterior obtenção da massa do composto por diferença. ➢ Neutralizou-se as primeira e segunda fase aquosas a partir da adição gotejada de NaOH 3. Recuperou-se o precipitado por filtração a vácuo, e esperou-se sua secagem para determinação da massa do composto extraído. ➢ Neutralizou-se as terceira e quarta fases aquosas adicionando-se HCl concentrado gota a gota, recuperou-se o precipitado por filtração a vácuo, e esperou-se sua secagem para determinação da massa do composto extraído. 4. Resultados e discussão O procedimento baseou-se nas reações de protonação da para-toluidina, que era o composto mais básico da mistura, formando cloreto de para-toluidinium; na desprotonação do acido benzoico pelo bicarbonato de sódio, formando benzoato de sódio e ácido carbônico, que se decompõe em dióxido de carbono e água. Na primeira etapa da extração, o ácido clorídrico reage com a para-toluidina, formando um sal solúvel em água, que foi extraído na fase aquosa, deixando na fase orgânica naftaleno e ácido benzoico. Na segunda etapa do procedimento, o acido benzoico presente no meio reage com o bicarbonato de sódio adicionado, formando um novo sal, também solúvel em água, e deixando na fase orgânica apenas naftaleno. A fase orgânica final é lavada com água para retirar qualquer resquício de acido benzoico, para- toluidina ou de seus respectivos sais presente no meio. A adição de sulfato de magnésio anidro se dá devido ao seu caráter dessecante, a fim de retirar as moléculas de água remanescentes. A neutralização das fases aquosas tem por finalidade reverter as reações de formação de sais, para recuperar os compostos de interesse, conforme demonstrado na figura abaixo: Após a realização de todo o procedimento, calculou-se o rendimento de cada composto, cujos resultados estão apresentados no quadro abaixo: Dados experimentais Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Composto extraído para-toluidina acido benzóico naftaleno Massa inicial 0,99g 0,99g 1,02g Massa recuperada 0,10g 0,30g 0,60g Rendimento 10,10% 30,30% 58,80% A perda de massa observada se deve em grande parte às diversas transferências do sólido na etapa de secagem. Este fato se torna evidente ao levar em consideração o rendimento do naftaleno, que justifica seu índice de recuperação de aproximadamente 60% ao levar em consideração a etapa de filtração simples, onde alguma massa do composto inevitavelmente ficará detida no algodão usado como filtro. Nos casos da para-toluidina e do acido benzoico o baixo rendimento se deve ao fato de terem sido filtrados a vácuo, o que acarreta perda de massa que não pode ser retirada do papel de filtro, e em sua pesagem, que consiste na transferência do sólido para um vidro de relógio de massa conhecida e determinação por diferença. A quantidade de sólido perdido nesta transferência é muito alta. 5. Conclusão A técnica utilizada possibilitou a separação dos compostos de forma excelente, embora nas etapas de recuperação do composto tenha-se observado grande discrepância entre as massas dos compostos purificados se comparados ao teor inicial de cada um deles na solução. Faz-se necessário lembrar ainda que as pesagens foram realizadas em balanças pouco precisas e não niveladas; além de os compostos terem secado ao ar livre, com o espaço de uma semana entre a realização do experimento e as pesagens finais. Todos esses fatores podem interferir nos resultados obtidos. Apesar do baixo rendimento, foi possível observar a recristalização do acido benzoico e da para- toluidina, quando acrescidos de NaOH e HCl, respectivamente. Também foi possível visualizar a cristalização do naftaleno durante a evaporação do diclorometano. Compreender o funcionamento desta técnica de separação auxilia a visualização do caráter ácido e/ou básico de compostos orgânicos, justificando-se assim seu uso no âmbito acadêmico. Existem meios de otimizar a recuperação das substâncias, como a gravimetria por exemplo, mas esta foge ao campo da química orgânica e permeia a química analítica. A recuperação dos compostos geralmente é alta, porém o alto número de interferências às quais o material e a análise foram submetidos justifica os baixos resultados obtidos, desqualificando assim qualquer possível crítica à efetividade do método utilizado. 6. Referências Roteiro da prática “Extração ácido-base”, da professora Livia Tenorio. IFRJ – campus Duque de Caxias. 2012.
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