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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA EM SANTA CRUZ DO SUL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA Alunos: Fabio Leipelt David Fagundes Thais Nunes Marcadores Moleculares Professor: Dr. Alexandro Caligari Santa Cruz do Sul 2014 Índice 1 INTRODUÇÃO 1.1 Marcadores Moleculares: Definições 1.1.1 Marcadores Morfológicos 1.1.2 Marcadores Biológicos 1.2 Vantagens 1.3 Aplicações em geral 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.1 RAPD 2.1.2 STS 2.1.3 SCAR 2.1.4 SSR 2.2 Hibridização 2.3 Sequências Expressas 2.4 Isoenzimáticos APLICAÇÃO 3.1 Marcadores Moleculares no Pré-Melhoramento 3.2 Marcadores Moleculares no Melhoramento 3.3 Marcadores Moleculares no Pós-Melhoramento 3.4 Outras aplicações 4 Conclusão 1. INTRODUÇÃO Cada cromossomo contém uma longa e única molécula de DNA, além de proteínas que atuam no seu empacotamento. As tecnologias de análise molecular da variabilidade do DNA permitem determinar pontos de referência nos cromossomos, tecnicamente denominados “marcadores moleculares”. 1. INTRODUÇÃO 1.1. Marcadores Moleculares: Definições “Por marcador molecular define-se todo e qualquer fenótipo molecular oriundo de um gene expresso” (Ferreira & Grattapaglia, 1998). “Marcadores moleculares são características de DNA que diferenciam dois ou mais indivíduos e são herdados geneticamente” (Milach,1998). “Marcadores de DNA são derivados de pequenas pequenas regiões regiões do DNA que apresentam polimorfismo entre indivíduos dentro de uma espécie” (Vilella, 2000). Marcadores Morfológicos Até meados da década de 60, os marcadores utilizados em estudos de genética e melhoramento eram controlados por genes associados a caracteres morfológicos, em geral fenótipos de fácil identificação visual, como nanismo, deficiência clorofílica, cor de pétala ou morfologia foliar. Marcadores morfológicos contribuíram para o desenvolvimento teórico da análise de ligação gênica e para a construção das primeiras versões de mapas genéticos. Marcadores Biológicos Marcadores biológicos são substâncias e estruturas (núcleo, angiogênese, micróvilos...) que podem ser medidos quantitativamente por métodos bioquímicos, imunológicos, morfométricos, ultra-estruturais e moleculares nos fluídos ou tecidos corporais associados a neoplasias. Nas ultimas décadas, várias proteínas e pequenos peptídeos foram identificados como produtos de secreção de neoplasias sólidas podendo ser utilizados como marcadores de neoplasias diagnósticos. Vantagens Muito esforço e planejamento são necessários para construir um mapa a partir de marcadores morfológicos uma vez que um número reduzido de marcadores por linhagem restringe a cobertura de genoma. Por outro lado, um grande número de locos de marcadores moleculares pode ter seus alelos estudados em populações segregantes de cruzamentos específicos. Vantagens Marcadores moleculares são, em geral, neutros em relação a efeitos fenotípicos. Enquanto os morfológicos muitas vezes coíbem ou restringem o desenvolvimento normal da planta (albinos, mutantes clorofílicos), e seu controle genético pode afetar, ou ser afetado, por genes controlando outros caracteres, dificultando a caracterização dos genótipos. Em geral os marcadores moleculares são co-dominantes, contendo maior quantidade de informação genética por loco. Já os marcadores morfológicos são em sua maioria dominantes ou recessivos. Vantagens Além destes aspectos, os marcadores morfológicos apresentam ainda a desvantagem de serem somente identificados ao nível de planta adulta. Entretanto os moleculares podem ser utilizado sem qualquer estágio de desenvolvimento da planta, desde que suficiente DNA possa ser obtida. Aplicações em geral Marcadores moleculares de DNA têm sido usados para melhoramento dos pais de híbridos; desenvolvimento de mapas genéticos; reconstituição de pedigrees; testes de pureza genética; seleção de resistência a patógenos; associação com caracteres quantitativos; estudos de interação genótipo-ambiente; processos legais; entre outros... Contudo, os principais motivos para aplicação limitada de marcadores moleculares em programas de melhoramento ainda têm sido o custo e procedimentos elaborados da maioria dos marcadores disponíveis. Assim, novos tipos de marcadores estão surgindo e abrindo novas perspectivas. 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) Multiplicação exponencial da amostra de DNA (in vitro) Ciclos repetidos Reagentes: DNA, DNAP, dNTPs, primers Automatização – Termociclador 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) DNA: Dois sítios complementares aos primers 1) Banco de Dados Sequências de Interesse Síntese de primers 2) Sequenciamento de fragmentos de DNA Desenho e Validação 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.1 RAPD RAPD – Random Amplified Polymorphic DNA AP-PCR – Arbitrarily Primed-Polymarase Chain Reaction) Um único primer randômico (10 nucleotídeos) Não há necessidade do conhecimento prévio das sequências Duas regiões complementares ao primer separadas por até 4 kb 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.1 RAPD Vantagens: Execução rápida, simples Fabricação barata “Primer universal” Automatização 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.1 RAPD Desvantagens: DNA repetitivo Pouca informação genética em cada locus Apenas um dos alelos é identificado Dominância – não distingue homo e heterozigotos Baixa reprodutibilidade dos resultados – técnica sensível f (pequenas modificações nas concentrações dos componentes) 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.2 STS STS – Sequence Tagged Sites Oligonucleotídeos com certa especificidade Unificar a linguagem de mapeamento no genoma humano Sequências curtas (200-500 pb) e de cópias únicas Primers de 18-26 nucleotídeos RFLP Bibliotecas de cDNA STS 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.2 STS Vantagens: Codominância Mais reproduzíveis que RAPDs – primers maiores Obs.: Possuem os mesmos métodos de extração de DNA, execução da PCR e equipamentos utilizados na técnica RAPD 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.2 STS Desvantagens: Exigem algum conhecimento prévio das sequências de DNA-alvo Caro e trabalhoso - desenvolvimento dos primers 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.3 SCAR SCAR – Sequence Characterized Amplified Regions Sequência e intervalo entre cada membro do par de primers Primers de 16-24 nucleotídeos Podem conter sequências de DNA repetitivo Testes de validação SCAR RAPD AFLP Difícil interpretação Baixa reprodutibilidade Resultados fidedignos 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR SSR – Simple Sequence Repeat STR – Short Tandem Repeats SSLP – Simple Sequence Lenght Polymorfism STMS – Sequence Tagged Microsatellite Sites Microssatélites 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR 1 a 6 nucleotídeos repetidos n vezes em tandem 5´ ATATATATATATATATATATATATATAT 3´ 3´ TATATATATATATATATATATATATATA 5´ Frequência: 1 a cada 6-7 kb Ocorrência: Eucariotos e Procariotos (alguns) Sequências de DNA que flanqueiam são conservadas primers específicos 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Classificação: Simples ou Compostos Perfeito Imperfeito 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Simples – formados por apenas uma repetição (classe) 5´ ATATATATATATATATATATATATATAT 3´ 3´ TATATATATATATATATATATATATATA 5´ Compostos – duas ou mais repetições adjacentes (classes) 5´ ATATATATATATGGTGGTGGTGGT 3´ 3´ TATATATATATACCACCACCACCA 5´ 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Perfeitos – não apresentam nenhuma interrupção 5´ ATATATATATATATATATATATATATAT 3´ 3´ TATATATATATATATATATATATATATA 5´ Imperfeitos – apresentam interrupções de bases não repetidas 5´ ATATATATATCGCTATATATATATATAT 3´ 3´ TATATATATAGCGATATATATATATATA 5´ 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Unidade Repetitiva: Nome Sequência Mononucleotídica (G)n Dinucleotídica (GA)n Trinucleotídica (GAT)n Tetranucleotídica (GATA)n Pentanucleotídica (GATAC)n Hexanucleotídica (GATACA)n 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Unidade Repetitiva: Nome Sequência Mononucleotídica (G)n Dinucleotídica (GA)n Trinucleotídica (GAT)n Tetranucleotídica (GATA)n Pentanucleotídica (GATAC)n Hexanucleotídica (GATACA)n 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Vantagens: Comportamento codominante – Heterozigotos podem ser identificados Alto polimorfismo – Altas taxas de mutação nos loco Evolução rápida Reprodutibilidade Simplicidade técnica 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Desvantagens: Fabricação lenta, trabalhosa e cara Impossibilidade de utilizar “primers universais” Desenvolvidos especificamente para cada espécie 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Desenvolvimento: Técnica proposta inicialmente i) Biblioteca genômica, hibridização com sondas contendo microsatélite, sequenciamento dos clones hibridizados, e desenho dos primers 2) Seleção de Microssatélites em Biblioteca Genômica 3) Seleção de Microssatélites em Biblioteca Genômica Enriquecida 2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Amplificação (PCR) 2.1.4 SSR Aplicações: Mapeamento genômico Estudos de ligação Identificação de genótipos Proteção de variedades Avaliação de pureza de sementes 2 CLASSIFICAÇÃO 2.4 Isoenzimáticos Formas moleculares múltiplas de enzimas que ocorrem em um mesmo organismo e membros da mesma espécie. Podem ser produtos de diferentes sítios genéticos, resultar de alterações secundárias estruturais, ou pela duplicação de um gene com mutação. Detecção: cromatografia, filtração gélica, eletroforese, etc. Segregação monogenética e co-dominância Distinção: híbridos X genitores (banda isoenzimática). 2.4 Isoenzimáticos Extração da enzima do tecido vegetal Separação por eletroforese Revelação das bandas por métodos de coloração histoquímica do gel. Aplicações: caracterização de variabilidade genética, estudos de evolução e dispersão de espécies e analises filogenéticas. Vantagens: Muitos sistemas isoenzimáticos são informativos, técnica barata, operacionalmente acessível (análises que não demandam ampla amostragem do genoma). 2 CLASSIFICAÇÃO 2.4 Isoenzimáticos Limitações: reduzida cobertura dos genomas investigados (poucos locos detectados), baixo nível de polimorfismo identificado por loco, especificidade à tecidos ou órgãos vegetais, influência do ambiente, complexidade de alguns zimogramas (interpretação dos padrões de bandas revelados nos géis) 2 CLASSIFICAÇÃO 3 APLICAÇÃO 3.1 Marcadores Moleculares no Pré-Melhoramento Conhecimento genético Marcadores Moleculares Diversidade Genética (RAPD) Manipulação do germoplasma Dispersão de uma espécie (AFLP) Seleção de genótipos de resistência 3 APLICAÇÃO 3.1 Marcadores Moleculares no Pré-Melhoramento Banco de Germoplasma Atividades: aquisição, caracterização, avaliação, distribuição e documentação. Uso: características atrativas (SSR Primers, RAPD, AFLP) Limitação: classificação botânica Estabelecimento de coleções nucleares 3 APLICAÇÃO 3.1 Marcadores Moleculares no Pré-Melhoramento Paternidade Proteção, correta multiplicação de sementes, controle da pureza genética em campos de produção de sementes híbridas, disputa judicial de material genético. RAPD, SCAR, VNTR, STMS, ISSR-PCR, FISSR-PCR Construção de Mapas Genéticos de Ligação Informação básica para estudos como mapeamento, estabelecimento de programas de melhoramento Primers/sondas: de acordo com a população a ser mapeada 3 APLICAÇÃO 3.1 Marcadores Moleculares no Pré-Melhoramento Mapeamento comparativo É mais fácil mapear e analisar os genes na espécie de genoma mais simples/menor tamanho e utilizar o aprendizado desse mapa para desenvolver estudos genômicos na outra espécie. RFLP, c-DNA... Mapeamento Gênico Genes associados a caracteres qualitativos e quantitativos. 3 Aplicação 3.2 Marcadores Moleculares no Melhoramento Certificação de Cruzamentos Hibridização em plantas autógamas (melhoramento). Uso dos marcadores morfológicos para evitar contaminação das futuras gerações. Seleção de Genitores Predição de Híbridos Alocação de linhagens Avaliação da divergência genética. Possibilitam ampla amostragem do genoma RFLP, RAPD, SSR, AFLP 3 APLICAÇÃO 3.2 Marcadores Moleculares no Melhoramento Seleção assistida Característica de Interesse (SSR, STS) Recuperação do Genoma Recorrente Melhoramento de Característica Quantitativas Piramidação de genes QTLs Melhoramento de Plantas Autógamas ou de Linhagens 3 APLICAÇÃO 3.3 Marcadores Moleculares no Pós-Melhoramento Caracterização de cultivares SSR, SNP, AFLP Informação adicional em processos de descrição de cultivares para proteção. Pureza Genética de Cultivares Elevado grau de homozigose STS, SSR 3 APLICAÇÃO 3.3 Marcadores Moleculares no Pós-Melhoramento Identificação de mistura varietal em lotes de sementes Sementes de outros cultivares em um lote de sementes. 3 APLICAÇÃO 3.4 Outras aplicações Filogenia: métodos de reconstrução de árvores Estudo de pedigree Diagnose: Doenças OGM 4 CONCLUSÃO Marcadores moleculares ligados à características quantitativas não irão nunca substituir os métodos tradicionais de seleção, mas poderão auxiliar geneticistas através do fornecimento de informações referentes ao genótipo, o que aumentará o ganho genético e diminuirá o intervalo entre gerações quando genótipos superiores forem detectados. Na ultima década, houve um avanço significativo tanto nas técnicas moleculares quanto nas metodologias estatísticas, o que tornou o melhoramento assistido uma realidade. Referencias Bibliográficas BORÉM, A. CAIXETA, E.T. Marcadores Moleculares. 2ª edição. Universidade Fereral de Viçosa. 2009. www.researchgate.net/...marcadores.../6a85e52e0fa2e7eb84.pdf http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do03_4.htm http://geneticavirtual.webnode.com.br/genetica-virtual-home/topicos-extras/marcadores-moleculares/
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