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Teoria Geral do Direito Tributário e Processo Tributário - Aula 03

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TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 1 
Aula 3: Obrigação tributária .......................................................................................................... 2 
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 3 Conteúdo
Obrigação tributária principal ......................................................................................... 3 
Tributo ................................................................................................................................. 3 
Normas tributárias ............................................................................................................. 4 
Fato gerador........................................................................................................................ 9 
Importância do fato gerador ......................................................................................... 10 
Características essenciais do fato gerador ................................................................. 11 
Relevância jurídica ........................................................................................................... 11 
Causalidade jurídica ........................................................................................................ 12 
Fato gerador da obrigação tributária acessória ou dever jurídico instrumental . 12 
Fato gerador da obrigação tributária decorrente de infrações ou obrigação 
tributária acessória .......................................................................................................... 13 
Elementos das obrigações tributárias - hipótese de incidência tributária ........... 14 
Elementos das obrigações tributárias - consequente .............................................. 18 
Atividade proposta .......................................................................................................... 20 
........................................................................................................................... 21 Referências
 ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 28 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 28 
 ..................................................................................................................................... 28 Aula 3
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 28 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 2 
 
Introdução 
Ano após ano, é noticiado que a receita bate recordes de autuação em reais. 
Mesmo sem aumentar a alíquota do tributo, o montante autuado vem 
crescendo. Isso porque a fiscalização tem se modernizado e organizado. Para 
quem trabalha com tributos, é importante conhecer o vínculo determinado por 
lei entre o fisco e os contribuintes, assim como a obrigação tributária principal, 
a acessória e os já denominados deveres jurídicos instrumentais. Esse 
conhecimento é fundamental para combater os excessos cometidos pelas 
autoridades. Vamos então buscar esse suporte técnico estudando a obrigação 
tributária, seu conceito, elementos e espécies! 
 
Objetivo: 
1. Recordar o conceito, as teorias sobre o nascimento das obrigações 
tributárias; 
2. Identificar os elementos das obrigações tributárias; 
3. Examinar os fatos geradores das obrigações tributárias. 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 3 
Conteúdo 
Obrigação tributária principal 
Vínculo jurídico de natureza patrimonial entre o credor/Fazenda Pública (fisco) e 
o devedor/contribuinte ou responsável que tem por objeto uma relação de 
crédito-débito cuja prestação é o tributo. Um dos questionamentos iniciais que 
devemos fazer é que tipo de relação é a que se estabelece com o fisco que tem 
por objeto o pagamento de tributos. 
 
Aliás, isso passa pela própria noção de como é compreendida a palavra tributo. 
Avaliando as palavras de Paulo de Barros Carvalho, Geraldo Ataliba conclui, em 
seu clássico Hipótese de Incidência Tributária (ATALIBA, 2006. p. 21-22), “que 
a palavra tributo designa coisas diferentes, o que se depreende do contexto em 
que, cada vez é empregada”: 
 
1. O dinheiro levado no cumprimento desse dever; 
 
2. O dever de levar dinheiro aos cofres públicos, coativamente; 
 
3. O comportamento de levar dinheiro (prestação); 
 
4. A lei que prescreve tal dever; 
 
5. A relação jurídica (obrigação) que tal lei engendra. 
 
Tributo 
Mas como adverte Alfredo Augusto Becker, em sua obra Teoria Geral do Direito 
Tributário, “distingue-se a prestação do seu objeto. A prestação é o facere ou o 
non facere. O objeto da prestação é aquilo que está (ou não está) sendo feito. 
A prestação é tributária quando seu objeto consiste num tributo. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 4 
Assim, vamos passar ao estudo da própria obrigação, uma vez que já 
estudamos o tributo em si. E para fazermos este estudo, convém contextualizá-
lo e perceber de que forma se estabelece a relação entre aquele que deve 
pagar o tributo e aquele que pretende receber este tributo. 
BECKER, Alfredo Augusto. Teoria geral do direito tributário. São Paulo: 
Saraiva. p. 314. 
 
Normas tributárias 
Para os antigos juristas alemães Otto Mayer e Franz Myrbach-Rheinfeld, a 
obrigação tributária era uma relação de poder que decorria exclusivamente da 
soberania do Estado. Este entendimento não prevalece mais. Não devemos 
dizer, contudo, que aqueles autores estavam errados. Em verdade, tratavam 
eles da realidade de seu tempo, final do século XIX, início do século XX. 
 
Teorias sobre a natureza do vínculo 
Buscando evoluir e adequar à nova forma de se ver o Estado, Albert Hensel e 
Ernst Blumenstein passaram a defender a tese da relação obrigacional ex lege. 
Segundo essa teoria, a obrigação tributária é o vínculo jurídico de natureza 
patrimonial que nasce em virtude da lei. Essa é a teoria dominante que se 
funda na ideia de fato gerador. 
 
Teoria 01 
Para Enrico Allorio, José Luis Pérez de Ayala, Marco Aurélio Greco e Aurélio 
Pitanga Seixas Filho, trata-se de mais do que isso, é uma relação 
procedimental, pois ela nasce com o fato gerador, mas somente se torna certa 
com o procedimento do lançamento ou da declaração feita pelo contribuinte, 
momento em que nasce o crédito tributário. Essa é uma das correntes que 
decorre da anterior, não a nega. 
 
Teoria 02 
A outra é defendida por Klaus Tipke, Dieter Bierk, Ricardo Lobo Torres, Roque 
Antonio Carrazza e Geraldo Ataliba, e apresenta um enfoque mais 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 5 
constitucional. A obrigação tributária depende da vontade da lei, mas essa 
vontade deve se adequar à Constituição. Aliás, a própria tese de Bierk 
demonstra sua preocupação com aspectos constitucionais, já que tratava do 
princípio da capacidade contributiva como medida de controle da norma 
tributária. 
 
 
Atenção 
 Todas essas teorias servem para compreender, inclusive, como a 
doutrina do direito tributário e o próprio direito tributário 
evoluíram. 
 
Obrigação tributária e crédito tributário 
Durantemuito tempo, foi pacífico em nossa doutrina que a obrigação tributária 
nasce com a ocorrência do fato gerador e o crédito somente com a obrigação. 
O problema é que essa frase é fácil de decorar, mas também fácil de criticar. Se 
podemos definir obrigação como uma relação de crédito e débito, como seria 
possível haver obrigação sem crédito? Que o crédito nascesse em um momento 
posterior? Além disso, como poderia a decadência (perda do prazo para lançar) 
extinguir o crédito se ele só nascesse com o lançamento? Então vamos ver 
como se dividem essas teses. 
 
Teoria 01 
A primeira teoria é a teoria dualista, para esta seriam necessários dois 
momentos, o fato gerador e o lançamento para que a obrigação tributária 
esteja completa. O fundamento desta teoria é a interpretação conjugada dos 
afirmariam então que a obrigação tributária Artigos 114 e 145 do CTN, que 
nasce com o fato gerador e o lançamento constitui o crédito tributário. 
 
Teoria 02 
A segunda teoria é a monista. Nesse caso, basta apenas um momento para que 
a obrigação nasça, e nasça por completo. Este momento é a ocorrência do fato 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 6 
gerador. Tal entendimento é fundado na leitura de uma combinação diferente 
de Artigos, o Artigo 114 e o Artigo 139 do CTN. Assim, a obrigação tributária 
nasce com o fato gerador e o crédito tributário decorre dela. Essa teoria é mais 
compatível com a teoria geral das obrigações. 
 
 
Atenção 
 Aprofundaremos melhor este tema ao estudar o crédito 
tributário, pois deste estudo deriva a teoria dos graus de eficácia 
do crédito tributário, também chamada de processo de 
concreção do crédito tributário. 
 
Obrigação tributária acessória ou dever jurídico instrumental 
Antes de começarmos a tratar desse instituto, abra o seu Código Tributário no 
Artigo 113 §2º e faça a leitura. A primeira observação que devemos fazer 
quanto ao instituto da obrigação acessória é que, tecnicamente, ela não é nem 
obrigação, nem acessória. 
 
Teoria 01 
E essa discussão não é recente, já em seu “Fato gerador da obrigação 
tributária”, o maior mestre de nosso Direito Tributário, Amílcar de Araújo 
Falcão, dizia: 
 
“A orientação predominante em doutrina é a de considerar de natureza 
obrigacional a relação jurídica tributária, pelo menos no que diz respeito à 
obrigação principal de prestar tributos. Certa divergência existe quer quanto à 
natureza, quer quanto à classificação das demais relações jurídicas secundárias 
ou acessórias (penalidades, normas processuais, obrigações ou deveres 
acessórios etc.), que certos autores pretendem considerar integrantes de uma 
só relação jurídica, de caráter complexo (...), enquanto outros entendem que 
são de natureza inteiramente diversa a relação jurídica principal e as demais 
relações jurídicas acessórias ou secundárias (...)”. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 7 
Não é obrigação, pois obrigação é o vínculo jurídico de natureza patrimonial e o 
que temos é uma série de condutas comportamentais do contribuinte que não 
possuem, isoladamente, valor econômico. Declarar o imposto de renda, emitir 
notas fiscais, escriturar livros contábeis, fornecer documentos exigíveis pelo 
fisco. Nada disso possui diretamente um valor. Daí porque alguns chamam de 
dever jurídico e não obrigação. 
 
Teoria 02 
Não é acessória, pois, segundo a teoria da gravitação jurídica, acessório é tudo 
aquilo que acompanha a sorte do principal. Leia agora o parágrafo único do 
Artigo 175 do CTN. Leia também o parágrafo único do Artigo 194 do CTN. Em 
ambos os casos vemos a ressalva expressa de que mesmo que não esteja 
presente a obrigação principal, a acessória persiste. Além do que, ela não é 
transitória como a obrigação principal, que se extingue com o pagamento. Ela 
persiste, é mais estável. Então ela não é acessória. Ela é instrumental, pois não 
é um fim em si mesmo, mas sim um mecanismo que se presta à fiscalização do 
tributo – objeto da obrigação principal que deve ser recolhido. 
 
Mas esse tema não é tratado genericamente assim. A doutrina tradicional 
mantém a nomenclatura ao argumento de que não há diferença entre 
obrigação. 
 
Obrigação tributária decorrente de infrações 
O Artigo 113 §3º do CTN afirma impropriamente que o descumprimento da 
última obrigação vista a converte em obrigação principal. Na realidade, a 
converte em penalidade, em sanção. Estamos aqui diante de uma penalidade, 
com natureza de norma sancionadora, que deve ser tratada dessa forma. 
 
Teoria 01 
Uma vez que o tributo não é sanção de ato ilícito, também não é certo afirmar 
que a penalidade é a principal. Em verdade, aqui estaríamos diante de um 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 8 
acessório, pois se o tributo for extinto, por exemplo, pelo perdão, ela também 
será. 
 
Tanto é assim que o Artigo 106, II, do CTN, estabelece outra regra de direito 
intertemporal (aplicação sucessiva das leis no tempo). No caso de lei nova mais 
favorável, é possível a retroatividade benéfica. 
 
Teoria 02 
Para Paulo de Barros Carvalho, parece-lhe que "a sanção não integra a 
estrutura estática da norma jurídica. É outra norma de direito, com outra 
hipótese de incidência e outro mandamento. Tomemos um exemplo no campo 
tributário." 
 
“Norma A: - hipótese de incidência: vender mercadorias – preceito: pague 15% 
sobre seu valor.” 
 
“Norma B: - hipótese de incidência: não cumprimento da (sanção) norma A – 
preceito: pague o imposto devido mais a multa de 100%.” 
Como se trata de uma multa, neste caso, não há dúvida, ela deverá ser fixada 
por lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 9 
 
Atenção 
 Em uma conclusão do que foi dito até agora, você deve ter 
observado, como nas lições de Geraldo Ataliba, que: 
“As normas tributárias, portanto, atribuem dinheiro ao Estado e 
ordenam comportamentos, dos agentes públicos, de 
contribuintes e de terceiros, tendentes a levar (em tempo 
oportuno, pela forma correta, segundo os critérios previamente 
estabelecidos e em quantia legalmente fixada) dinheiro dos 
particulares para os cofres públicos.” 
CARVALHO, Paulo de Barros. A relação jurídica tributária e 
as impropriamente chamadas obrigações acessórias. RDP 
17/382. 
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. 
São Paulo: Malheiros, 2006. p. 30. 
 
Fato gerador 
Acompanhe o conceito e processos do fato gerador da obrigação tributária 
principal. 
 
Segundo as lições do professor e jurista argentino Osvaldo Soler, o fato gerador 
(ou fato imponível) é o único capaz de dar a base necessária para explicar os 
demais elementos da obrigação tributária, já que o estudo do sujeito ativo se 
circunscreve principalmente à análise da natureza da soberania fiscal em 
virtude da qual é o titular da pretensão tributária, e seu estudo pertence mais 
ao campo do direito constitucional que do direito tributário material. 
 
E também o estudo do sujeito passivo, ou seja, a definição de contribuinte, dos 
codevedores ou responsáveis, os critérios de vinculação com o sujeito ativo 
determinam-se sobre a base da determinação do fato gerador. E, por fim, 
igualmente se poderia examinar verdadeiramente o objeto da prestação, ou a 
prestação tributária, porque é insuficiente para conceituar o fato gerador, 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 10 
atendendo a que o objeto da obrigação é o valor econômico que se dá como 
medida da tributação. 
 
Importância do fato gerador 
O fato gerador é, dessa forma, fundamentalpara toda análise de direito 
tributário, uma vez que por ele chegaremos à conclusão dos seguintes pontos, 
listados por Amílcar de Araújo Falcão: 
 
1º - Identificação do momento em que nasce a obrigação tributária – que 
significará definir o regime jurídico tributário aplicável. 
 
2º - Determinação do sujeito passivo principal da obrigação tributária. 
 
3º - Fixação dos conceitos de incidência, na incidência e isenção. 
 
4º - Determinação do regime jurídico da obrigação tributária: alíquota, base de 
cálculo. 
 
5º - Distinção dos tributos in genere. 
 
6º - Distinção dos impostos em espécie. 
 
7º - Classificação dos impostos em diretos e indiretos. 
 
8º - Eleição do critério para interpretação da lei tributária. 
 
9º - Determinação dos casos concretos de evasão da lei tributária. 
 
10º - Estabelecimento dos princípios de atuação da discriminação 
constitucional de rendas no Brasil pela definição da competência impositiva e 
determinação dos casos de invasão de competência e de bitributação. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 11 
Características essenciais do fato gerador 
O fato gerador deve necessariamente estar previsto em lei. Segundo alguns 
doutrinadores, o foco da legalidade é tão grande no fato gerador que chega a 
modificar o conceito, em outros países, da própria legalidade tributária. Na 
Alemanha, por exemplo, há quem o defina como um postulado da adequação 
da tributação ao fato gerador (tatbestandsmässige Besteuerung) – restringindo-
o ao fato gerador. 
 
Na verdade, a legalidade se aplica a todos os elementos da obrigação tributária 
que veremos a seguir. A definição do fato gerador é o aspecto mais importante, 
mas não é todo aspecto da legalidade tributária. E é claro que sem esta 
previsão legal, não se configura o fato gerador. Será um fato da vida, mas não 
gerador de tributo ou de dever algum. 
 
Os problemas relacionados com a previsão em lei decorrem de sua 
interpretação ou integração. Como você já viu, é estudada nesta disciplina a 
matéria relativa a este tema que envolve a interpretação e a integração da 
legislação tributária. 
 
Relevância jurídica 
O fato gerador deve ser um fato econômico de relevância jurídica. Não 
basta que seja um ato negocial. Aqui a questão gira em torno de um indício 
para verificação da capacidade contributiva. Ou seja, o fato gerador deve ser 
um fato econômico com relevância jurídica atribuída pelo Direito. 
 
Não se asseverou aqui, como, aliás, fazem certos autores, ser o fato gerador, 
simplesmente, um fato econômico, o que se afiguraria incorreto; sim, por isso 
que, considerados pelo Direito para que se lhes confiram efeitos ou 
qualificações juridicamente relevantes, os fatos políticos, econômicos, sociais 
em geral, ou mesmo os do mundo físico passam a conceituar-se como fatos 
jurídicos. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 12 
Causalidade jurídica 
“Quis-se assinalar, porém, que o aspecto do fato gerador que o legislador 
tributário considera para qualificá-lo é a sua idoneidade ou aptidão para servir 
de ponto de referência, de metro, de indicação por que se afira a capacidade 
contributiva ou econômica do sujeito passivo da obrigação tributária.” FALCÃO, 
Amílcar de Araújo. Fato gerador da obrigação tributária. Rio de Janeiro: 
RT, 1976. p. 65-66. 
 
E, para concluirmos este rol das características do fato gerador, você deve 
acrescentar a sua causalidade jurídica, ou seja, a circunstância de que o fato 
gerador se determina pelo nascimento da obrigação tributária – em um 
primeiro momento, como a analisamos, somente a chamada obrigação 
tributária principal. 
 
Fato gerador da obrigação tributária acessória ou dever jurídico 
instrumental 
Mais uma evidência de que não é uma obrigação acessória está no Artigo 115 
do CTN. Se você está acompanhando, fazendo a leitura dos dispositivos, 
observará que o fato gerador dessa obrigação é indiferente do fato gerador da 
obrigação principal. 
 
E, de certa forma, podemos dizer que o sujeito passivo dela é um auxiliar do 
fisco, pois pratica atos próprios do interesse exclusivo da administração, como 
diria Ives Gandra da Silva Martins, “sem receber nada em troca, a não ser a 
ameaça de punição, se não cumprir a exigência fiscal” (MARTINS, Ivens Gandra 
da Silva. Decadência e prescrição. RDTAPET, São Paulo, n. 13, p. 185, mar. 
2007). 
 
Por outro lado, quanto ao sujeito ativo, a competência para instituir essas 
obrigações depende da competência para instituir o tributo. Não seria lógico 
que o tributo pudesse ser fiscalizado e cobrado por quem não tem 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 13 
competência. Ou que algum dever fosse imposto por quem não tenha interesse 
direto em vê-lo cumprido. 
 
O Artigo 113 §2º do CTN faz referência à legislação tributária, que é aquela que 
está presente no Artigo 96 do CTN – inclui não somente a lei, mas todo e 
qualquer ato normativo. 
 
Aqui o tema é controvertido. A rigor, como determina a Constituição (Artigo 5º 
II), ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada senão em virtude de 
lei. Assim é que o comportamento constitucionalmente adequado ao fisco é que 
a lei crie o dever formal e o ato normativo infralegal cuide de esmiuçá-lo. Mas 
este não é o entendimento que predomina. Predomina que esses deveres 
podem ser fixados por qualquer ato normativo. 
 
Fato gerador da obrigação tributária decorrente de infrações ou 
obrigação tributária acessória 
O fato gerador aqui também é próprio e diverso do fato gerador do tributo. 
Aqui o que faz nascer o dever de pagar a multa é a prática de alguma conduta 
tida como infração. 
 
Nesse sentido, curiosa é a análise da lei, especificamente do §3º do Artigo 113 
do CTN, que faz Luciano Amaro: 
 
• “Ora, se a obrigação de pagar penalidade pecuniária já é principal, por 
definição (dada no §1º), a lógica maquinal do Código levaria a dizer que o fato 
gerador dessa obrigação principal seria o descumprimento da outra obrigação 
(a acessória). E, assim sendo, nenhuma ‘conversão’ seria necessária...” 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. rev. São Paulo: 
Saraiva, 2014. p. 248-249. 
 
• “Em verdade, não se dá aí nenhuma conversão ou transfiguração. O que se 
passa é que o descumprimento da obrigação formal configura ato omissivo 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 14 
ilícito, o que, entre outras possíveis consequências, pode dar ensejo à aplicação 
de uma penalidade pecuniária (que não tem natureza de tributo).” 
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. rev. São Paulo: 
Saraiva, 2014. p. 248-249. 
 
Nos termos do Artigo 136 do CTN, a responsabilidade por infrações é objetiva, 
pois independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, 
natureza e extensão dos efeitos do ato. E será também pessoal. 
 
O único benefício é que, como o objetivo do direito tributário não é sancionar, a 
lei afasta a aplicação da multa na hipótese de o contribuinte confessar a 
infração cometida e recolher o tributo eventualmente devido. Mas este tema 
será objeto de aprofundamento maior na próxima aula, ao estudarmos o tema 
responsabilidade. 
 
Elementos das obrigações tributárias - hipótese de incidência 
tributária 
O que vamos estudar agora é o tipo tributário (der Tatbestand, como dizem os 
alemães). E esse estudo é bastante importante, pois é assim que podemos 
analisar toda norma que cria um tributo. Isso porque toda norma jurídica que 
atribui efeitos jurídicos para atos ou fatos pode ser dividida em duas partes: a 
hipótesede incidência e o consequente. 
 
Hipótese de incidência tributária - Por sua vez, ela é dividida em três 
partes: o aspecto material, o temporal e o espacial. Esses elementos vão dizer 
o que precisa acontecer, quando se considera acontecido e onde se considera 
acontecido. Aliás, para deixar claro, estamos adotando o entendimento de que 
hipótese de incidência e fato gerador não são sinônimos. 
 
A hipótese de incidência é a previsão abstrata da lei enquanto o fato gerador é 
a situação concreta. É como no direito penal o tipo e o crime. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 15 
a) Aspecto material: é a situação que precisa ocorrer para que o tributo seja 
devido. A sua ocorrência concreta é o fato gerador. E aqui precisamos fazer 
algumas breves considerações. 
“Fato gerador é, pois, o conjunto de fatos ou o estado de fato, a que o 
legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo 
determinado.” 
(FALCÃO, Amílcar de Araujo. Fato gerador da obrigação tributária. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 1994. p. 2). 
 
E se estivermos diante de um negócio jurídico sujeito a uma condição 
suspensiva ou resolutiva? O Artigo 117 do CTN nos dá uma solução bem 
semelhante às consequências que o direito civil atribui. Em se tratando de 
condição suspensiva (Artigo 125 do CC), a obrigação tributária nasce com o 
implemento da condição; em sendo resolutória (Artigo 127 do CC), a obrigação 
tributária nasce com a celebração do negócio jurídico – neste caso, a condição 
nada é importante para o tributo. 
 
E se estivermos diante de um ato ilícito? Ou de uma venda que foi realizada, 
entregue a mercadoria, mas que o comprador inadimpliu as parcelas devidas a 
título de pagamento? Isso tudo é absolutamente irrelevante para a relação 
tributária. Mas é certo que jamais um ato ilícito estará descrito na hipótese de 
incidência, pois ele poderá ser até fato gerador; é, quanto ao ato ilícito, o 
princípio do non olet, segundo o qual o dinheiro não tem cheiro e, portanto, 
poderá ser tributado, uma vez que o estudo é feito pelo aspecto econômico. 
 
Podemos dizer que o fato gerador é relevante para identificar o momento de 
surgimento da obrigação tributária, determinar o sujeito passivo, os demais 
elementos da obrigação e o regime jurídico aplicável ao lançamento, precisar o 
prazo para homologação do pagamento antecipado dos tributos indiretos, 
distinguir espécies tributárias, conceitos de incidência e não incidência, verificar 
elisão e evasão, escolha pela interpretação econômica. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 16 
Aliás, é interessante trabalharmos os conceitos de elisão e evasão. Como a 
obrigação tributária é ex lege, depois da ocorrência do fato gerador, não há 
outra legítima opção ao contribuinte que não seja pagar o tributo. O que ele 
pode fazer é simplesmente evitar a ocorrência do fato gerador. Assim, a elisão 
se forma por meio de planejamento tributário lícito em que o contribuinte, 
tendo mais de uma opção, escolhe aquela com nenhum ou menor encargo 
tributário. Nesse sentido, as chamadas normas gerais antielisivas, que 
afastariam essa liberdade de escolha do contribuinte, seriam até mesmo 
inconstitucionais por violarem a liberdade contratual do contribuinte. 
 
Evasão pode ser entendida como gênero, abrangendo a forma lícita e ilícita de 
economia fiscal, mas também é comumente reservada à ilícita forma de evitar o 
pagamento do tributo. E para diferenciar se é lícito ou ilícito, o fato gerador terá 
suma importância – evidente! Há quem utilize como critério o aspecto 
temporal: se a conduta se verifica antes da ocorrência do fato, diz-se que é 
lícita; se depois, ilícita. Mas é possível criticar isso, citando como exemplo a 
saída da mercadoria do estabelecimento (momento de ocorrência do fato 
gerador do ICMS) e a possível falsificação de uma nota fiscal que irá 
acompanhar o produto. Em resumo, o ideal é analisar o conteúdo do ato. 
 
Alguns conceitos são assim importantes. A elisão designa a prática de atos que 
não são nem simulados nem elisivos, na forma do Artigo 116 parágrafo único 
do CTN. Simulação é disfarçar o ato ou fato jurídico, apresentando-o de forma 
enganosa, visando esconder a real intenção. A fraude é um negócio jurídico 
real, verdadeiro (o que difere da simulação), feito com o intuito de prejudicar 
terceiros ou violar a lei. O negócio jurídico indireto é um negócio 
intrinsecamente verdadeiro, é rela, mas realizado pelas partes para alcançar 
resultado normalmente diferente. Dissimulação é mais utilizado como ocultação, 
esconder algo que existe. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 17 
b) Aspecto temporal. Aqui estamos tratando do momento de ocorrência do fato 
gerador. Este tema é relevante, pois vai designar também o regime jurídico 
aplicável, uma vez que se aplica a lei vigente na data da ocorrência do fato 
gerador. 
 
O Prof. Paulo de Barros Carvalho critica a posição doutrinária predominante que 
classifica os fatos geradores em três, conforme o aspecto temporal. A maioria 
vai então dizer que o fato gerador pode ser instantâneo, complexivo ou 
continuado. O fato gerador instantâneo é aquele cuja ocorrência se dá em um 
único instante, por óbvio. Imagine um bom exemplo... nada melhor do que o 
fato gerador do imposto de transmissão causa mortis; afinal, não há nada mais 
instantâneo. Diferente é o fato gerador do IPTU (imposto sobre a propriedade 
predial e territorial urbana); apesar de ele se dar em um único instante, a lei 
determina que seja todo dia 1º de janeiro e ele se repete anualmente, sem que 
se faça nada para que ele volte a ocorrer. Por isso, ele é denominado de 
continuado, pois incide continuadamente. 
 
Então, o que é o fato gerador complexivo? Paulo de Barros Carvalho vai dizer 
que isso é um neologismo desnecessário. Esta expressão vem do direito 
tributário italiano, idioma em que a palavra “complessivo” existe. Os tributos 
que se encontram nesse rol são aqueles que não resultariam de um único 
instante, mas da soma de vários instantes que ocorressem em um determinado 
período. Nesse grupo, costuma-se incluir o imposto de renda, que, como 
exemplo, no caso da pessoa física, tem seu fato gerador na soma de todos os 
acréscimos patrimoniais que ocorrem de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Para 
Paulo de Barros Carvalho, se o fato não está completo – e, no caso do imposto 
de renda, estaria completo no último segundo do ano – ainda não é fato 
gerador. Então, o fato gerador se daria no último segundo do ano. 
 
Para concluirmos este tópico, eu te pergunto: estamos falando aqui do prazo 
para o pagamento do tributo? Não! Prazo para pagamento é exaurimento da 
obrigação. Tanto é assim que o princípio da anterioridade submete os 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 18 
elementos da obrigação tributária a aguardarem até o início do ano seguinte 
para a aplicação de qualquer alteração legislativa; isto não se aplica ao prazo 
de recolhimento, conforme Súmula 669 do STF¹. 
 
c) Aspecto espacial. Este é o local de ocorrência do fato gerador que pode ter 
como importância determinar a competência tributária, como é o caso do 
para definir qual é o estado competente para recolher o tributo. ICMS, 
Também não estamos falando de local do pagamento do tributo. Este local do 
pagamento será definido posteriormente como mero exaurimento do tributo. 
 
Elementos das obrigações tributárias - consequente 
Consequente - Ocorrido o fato já descrito no momento e local definidos por lei, 
há uma consequência: alguém deverá o pagamento de um valor tal para 
outrem.Então, aqui temos os aspectos subjetivos e quantitativos. 
 
Vamos tratar dos aspectos subjetivos ativo e passivo, inicialmente, mas vamos 
deixar o detalhamento da responsabilidade tributária para a próxima aula. O 
tema é tão complexo que merece uma aula inteira. 
 
a) Aspecto subjetivo – sujeito ativo: O Artigo 119 do CTN nos ensina que 
sujeito ativo é aquele que pode exigir o cumprimento da obrigação tributária, 
resumidamente: o credor. Sendo assim, não estamos falando necessariamente 
do ente competente, que como visto na disciplina anterior (aula 3), é o ente 
com o poder de instituir os tributos por lei. Cuidamos do titular da capacidade 
tributária ativa – o poder de exigir o pagamento do tributo. Poderá ser o 
próprio titular da competência ou um terceiro a quem ele delegar esta tarefa. 
Lembre-se de que a capacidade tributária ativa pode ser delegada, como 
estabelece o Artigo 7º do CTN, diferente da competência tributária. E vamos 
esclarecer ainda mais com um exemplo: uma autarquia, como o INSS, jamais 
terá competência. Ora, jamais o INSS, em sua estrutura, poderá fazer uma lei. 
Mas ele poderá certamente exigir o pagamento das contribuições a ele devidas 
que se constituem em tributos. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 19 
b) Aspecto subjetivo – sujeito passivo: Nos termos do Artigo 121 do CTN, 
vemos que o sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou 
penalidade pecuniária. Esta pessoa poderá ser o contribuinte – aquele que tem 
relação pessoal e direta com o fato gerador, ou o responsável – que não tem 
esta relação com o fato gerador. Na próxima aula, vamos aprofundar no estudo 
do sujeito passivo. Passemos então ao estudo dos aspectos quantitativos. 
 
c) Aspectos quantitativos. Vale conhecermos duas expressões bastante 
utilizadas na doutrina: an debeatur e quantum debeatur. O an debeatur é a 
causa da obrigação tributária, enquanto o quantum debeatur é o montante do 
tributo devido. Já vimos o an debeatur, vejamos o quantum debeatur. 
 
O tributo pode ser fixo ou variável. Poderá a lei simplesmente estabelecer valor 
igual para todos, em reais ou em um índice oficial de indexação. Por exemplo, o 
tributo pode ser fixado em uma certa quantidade taxas são de UFIR. Muitas 
fixadas assim para remunerarem um serviço público. O mais comum, 
entretanto, é que o tributo seja variável. E as duas variáveis que se prestam à 
fixação do tributo são a base de cálculo e a alíquota. 
 
A base de cálculo é a representação econômica do fato gerador; por exemplo, 
no IPTU, ela será o valor venal do imóvel. Aliás, valor venal é valor de venda. 
Se no seu município esse valor não corresponde ao de mercado, isto é uma 
distorção. Para que ele seja justo, a base de cálculo deve ser o valor de 
mercado, e as alíquotas deverão ser ajustadas. 
 
A alíquota, por sua vez, é o coeficiente que se deve aplicar à base de cálculo. A 
legislação brasileira contempla dois tipos: específica e ad valorem. A específica 
é aquela fixada por quantidade do bem objeto da tributação, como, por 
exemplo, na Cide¹ de combustíveis, fixada em sua maioria em m3 (confira na 
Lei nº 10.336/01, Artigos 5º e 9º, e Decreto nº 4.066/01, Artigo 1º). 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 20 
A alíquota ad valorem é aquela estabelecida em percentuais. É a que você 
conhece no imposto de renda. Essa alíquota pode ser fixa, progressiva ou 
seletiva. A alíquota fixa é uma alíquota única; independente da riqueza do 
contribuinte, ele terá que pagar a mesma alíquota. A alíquota progressiva pode 
variar em razão do valor da base de cálculo (quanto maior a base de cálculo, 
maior a alíquota – ex.: IR²) ou pode variar de maneira extrafiscal (de forma a 
desestimular o comportamento do contribuinte – ex.: ITR³ – alíquota maior 
para a maior quantidade de terras improdutivas). A alíquota seletiva é aquela 
que varia conforme a essencialidade do bem tributado (ex.: IPI4 e ICMS). 
 
Atividade proposta 
Convido você a conhecer o aplicativo “Pessoa Física”, que pode ser baixado em 
seu celular. Nele você poderá consultar, diretamente nas bases da Receita 
Federal, informações sobre a liberação das restituições das declarações do IRPF 
(Imposto de Renda da Pessoa Física) e a situação cadastral de uma inscrição 
CPF (Cadastro de Pessoas Físicas). Há também informações importantes sobre 
o processo de restituição do IRPF e a possibilidade de avaliar a aplicação. 
 
Baixe o aplicativo no site 
https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.fazenda.receita.pessoafisi
ca&feature=search_result Google Play ou na 
href="https://itunes.apple.com/br/app/pessoa-fisica/id529883041?mt=8 
Apple Store. Você deverá pesquisar e encontrar as informações relativas aos 
contribuintes e ao Imposto de Renda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 21 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre declaração tributária, assista ao vídeo 
disponível em nossa galeria. 
 
Para saber mais sobre multas pecuniárias tributárias, leia o 
texto disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
Referências 
BECKER, Alfredo Augusto. Teoria geral do direito tributário. 5. ed. São 
Paulo: Noeses. 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013. 
COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 12. 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. 
FALCÃO, Amílcar de Araujo. Fato gerador da obrigação tributária. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 1994. 
MARTINS, Ivens Gandra da Silva. Decadência e prescrição. RDTAPET, São 
Paulo, n. 13, p. 185, mar. 2007. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
O Código Tributário Nacional institui as normas gerais de direito tributário, que 
são exigidas pela Constituição brasileira e regula as normas gerais de direito 
tributário, aplicáveis a todos os entes da federação. 
Relacione os termos referentes à obrigação, na primeira coluna, com a 
respectiva descrição, na segunda coluna, e, em seguida, assinale a sequência 
correta. 
1. Obrigação 
Acessória 
 ( ) Imposto de Renda apurado sobre o lucro 
auferido pela empresa e Imposto sobre 
Produtos Industrializados incidente sobre a 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 22 
venda de produtos. 
2. Fato Gerador ( ) Emissão de nota fiscal e entrega da declaração 
do Imposto de Renda. 
3. Obrigação 
Principal 
 ( ) Venda de produtos base de cálculo do 
Imposto sobre Produtos Industrializados. 
4. Sujeito ativo ( ) Empresa obrigada ao pagamento do tributo. 
5. Sujeito passivo ( ) Pessoa jurídica de direito público, titular da 
competência para exigir o cumprimento da 
obrigação tributária. 
 
Questão 2 
Quando se afirma que “o conceito de obrigação principal é, portanto, mais 
amplo do que o de tributo propriamente dito” (DERZI, Misabel Abreu Machado. 
In: BALLEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2003. p. 701), o trecho faz menção ao objeto de obrigação tributária 
principal e significa que a obrigação principal: 
a) E obrigação acessória têm objetos coincidentes no que se refere ao 
tributo, pois enquanto a obrigação principal tem por objeto pagamento 
de tributo, a obrigação acessória tem por objeto deveres instrumentais. 
b) Tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade e, por si só, 
tributo não se confunde com penalidade, muito embora ambos integrem 
o objeto da obrigação principal. 
c) E obrigação acessória têm objetos distintos, pois a primeira tem por 
objeto o tributo e a segunda a penalidade. 
d) E obrigação acessória têm objetosdistintos, pois a primeira tem por 
objeto a penalidade e a segunda o tributo. 
e) Pressupõe a obrigação acessória, pois enquanto a obrigação principal 
tem por objeto o pagamento de tributo, a obrigação acessória tem por 
objeto o pagamento de penalidade. 
 
Questão 3 
Na denúncia espontânea, o sujeito passivo tem direito à exclusão: 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 23 
a) Da multa e dos juros 
b) Da multa e da correção monetária 
c) Apenas dos juros 
d) Apenas da multa 
e) Inclusive do tributo 
 
Questão 4 
Se a afirmativa a seguir é correta: “A remissão extingue o tributo e a multa 
devidos, mas a anistia extingue somente a multa”, quem a profere pode 
concluir que: 
a) O tributo e a multa são obrigações principais 
b) O tributo e a multa são obrigações acessórias 
c) O tributo é obrigação acessória e a multa obrigação principal 
d) O tributo e a multa são deveres instrumentais 
e) O tributo é obrigação principal e a multa obrigação acessória 
 
Questão 5 
Identifique a afirmativa correta: 
a) O pagamento do tributo é prestação objeto da obrigação tributária 
principal. 
b) A emissão de nota fiscal é prestação objeto da obrigação principal. 
c) A não escrituração fiscal adequada gera o pagamento de tributo e multa. 
d) O pagamento da multa afasta o dever de pagar o tributo. 
e) A multa tributária tem natureza jurídica de tributo. 
 
Questão 6 
Fato Gerador e Obrigação Tributária são dois institutos intrinsicamente 
relacionados no Direito Tributário, sendo um decorrência do outro. A respeito 
desses institutos, é correto afirmar: 
a) O fato gerador da obrigação principal é situação definida na forma da lei 
como necessária e suficiente à sua ocorrência, podendo ocorrer a sua 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 24 
definição, excepcionalmente, por tratados e convenções internacionais, 
decretos e normas complementares. 
b) A obrigação acessória tem por objeto obrigações de dar ou fazer, 
positivas ou negativas, que contribuem com a arrecadação e fiscalização 
dos tributos. 
c) A obrigação acessória não se converte em obrigação principal, pois o seu 
fato gerador é qualquer situação que imponha a prática ou abstenção de 
ato que não configure a obrigação principal, nos termos do CTN. 
d) A mesma situação fática pode ser fato gerador de uma obrigação 
tributária principal e de uma obrigação tributária acessória, ambas 
definidas na legislação tributária. 
e) A obrigação principal surge com o fato gerador e tem por objeto o 
pagamento de tributo, enquanto a obrigação acessória tem por objeto o 
pagamento de penalidade pecuniária, sendo que ambas se extinguem 
com o crédito delas decorrente. 
 
Questão 7 
Assinale a alternativa correta, acerca de direito tributário. 
a) É vedado ao Município delegar sua capacidade tributária. 
b) Autarquia criada com o fim de fiscalizar as condições de higiene dos 
leitos hospitalares pode instituir taxa em razão do exercício do poder de 
polícia de sua incumbência. 
c) As espécies tributárias impostos, taxas e contribuição de melhoria são 
definidas pela análise do fato gerador, sendo irrelevante para tal a 
destinação legal do produto da arrecadação. 
d) É lícito ao ente tributante elevar a alíquota do imposto por 
descumprimento de obrigação acessória. 
e) A destinação do produto da arrecadação dos impostos pode ser 
questionada para postular a repetição do indébito tributário. 
 
Questão 8 
Analise as assertivas a seguir e indique a opção incorreta: 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 25 
I – O fato gerador da obrigação tributária necessariamente se confunde com o 
fato gerador da obrigação acessória. 
II – O fato gerador da obrigação acessória independe do fato gerador da 
obrigação principal. 
III – O fato gerador da obrigação principal da qual decorre a aplicação de 
penalidade é idêntico ao fato gerador da obrigação principal. 
a) I, II e III estão corretas 
b) Somente a I está correta 
c) Somente a II está correta 
d) Somente a III está correta 
e) I, II e III estão incorretas 
 
Questão 9 
Identifique abaixo situação que independe do fato gerador: 
a) Distinção dos tributos in genere 
b) Distinção dos impostos in specie 
c) Determinação dos casos concretos de evasão em sentido estrito 
d) Determinação do sujeito passivo principal da obrigação tributária 
e) Determinação do procedimento judicial de cobrança do tributo 
 
Questão 10 
De acordo com as normas estabelecidas pelo Código Tributário Nacional, 
assinale a opção incorreta, considerando que duas pessoas sejam 
solidariamente responsáveis pelo pagamento de determinado tributo. 
a) O pagamento efetuado por um deles aproveita o outro. 
b) A isenção dada pessoalmente a um exonera o outro. 
c) A remissão de crédito concedida a um exonera o outro. 
d) A interrupção da prescrição contra um prejudica o outro. 
e) Não há qualquer referência prévia na legislação. 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 26 
Questão 11 
Em relação à responsabilidade tributária, analise as afirmativas abaixo e, a 
seguir, assinale a alternativa correta. 
I. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a 
data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas 
ou incorporadas. 
II. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da 
legislação tributária depende da intenção do agente. 
III. O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são pessoalmente 
responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou 
adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do legado 
ou da meação. 
a) Somente I está correta 
b) Somente I e III estão corretas 
c) Somente II está correta 
d) Somente II e III estão corretas 
e) Somente III está correta 
 
Questão 12 
De acordo com o Código Tributário Nacional e o atual entendimento 
consolidado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, os diretores e gerentes 
de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos 
créditos correspondentes a qualquer obrigação tributária: 
a) Quando a sociedade houver sido extinta. 
b) Quando tiverem se retirado da sociedade. 
c) Relativa a fato gerador ocorrido na época em que exerciam a gerência 
da sociedade. 
d) Cuja Certidão de Dívida Ativa indique os seus nomes como 
corresponsáveis tributários. 
e) Resultante de ato praticado com excesso de poderes ou infração de lei, 
contrato social ou estatuto da sociedade. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 27 
Questão 13 
Segundo o Código Tributário Nacional, em caso de extinção de pessoa jurídica 
de direito privado, se a exploração da atividade for continuada por sócio 
remanescente sob a forma de firma individual, a responsabilidade tributária 
pelos tributos devidos até a data da extinção: 
a) É inexistente para o sócio remanescente, na medida que a exploração da 
atividade acontece na forma de firma individual. 
b) Integra o passivo tributário da extinta pessoa jurídica de direito privado, 
que é a única devedora dos tributos, salvo os casos de responsabilidade 
pessoal dos sócios pelo excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
ou estatuto. 
c) É do sócio remanescente por todos os tributos cujos fatos geradores 
tenham acontecido até a data da extinção, quando continuando este a 
exploração da atividade sob firma individual. 
d) É do sócio remanescente apenas pelos tributos cujos créditos tributáriosestejam definitivamente constituídos ao tempo da extinção, desde que o 
sócio tenha continuado a exploração da atividade, ainda que sob firma 
individual. 
e) Recai sobre o patrimônio particular de todos os sócios apenas os créditos 
tributários, cujas obrigações tributárias tenham constituído-se até a data 
da extinção da pessoa jurídica, mas exclusivamente sobre o patrimônio 
do sócio remanescente relativamente aos tributos com constituição 
definitiva ao tempo da extinção. 
 
Questão 14 
Uma coisa é poder de legislar, desenhando o perfil jurídico de um gravame ou 
regulando os expedientes necessários à sua funcionalidade; outra é reunir 
credenciais para integrar a relação jurídica, no tópico do sujeito ativo. 
(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 23. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2011. p. 271). 
O trecho transcrito faz alusão, respectivamente, a: 
a) Capacidade tributária passiva e competência tributária 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 28 
b) Capacidade tributária passiva e capacidade tributária ativa 
c) Competência tributária e obrigação tributária 
d) Capacidade tributária ativa e obrigação tributária 
e) Competência tributária e capacidade tributária ativa 
 
CNT: Código Tributário Nacional. 
 
ICMS: Imposto sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
 
INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social. 
 
UFIR: Unidade Fiscal de Referência. 
 
Aula 3 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C, A, B, E, D 
Justificativa: Obrigação acessória é o dever jurídico instrumental. Fato gerador 
é definido no Artigo 144 do CTN, enquanto que obrigação principal está no 
Artigo 113 §1º do CTN. Sujeito ativo é definido no Artigo 119 e sujeito passivo 
121, ambos do CTN. (CFC 2013). 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: Artigo 113 §1º do CTN (FCC 2012). 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Artigo 138 do CTN (FGV 2011). 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 29 
Questão 4 - E 
Justificativa: Segundo boa parte da doutrina, a multa não é obrigação principal, 
pois não se constitui no objeto central do direito tributário e só se justifica face 
o descumprimento de outro dever/obrigação no direito tributário. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Conceito de obrigação tributária principal do Artigo 113 §1o do 
CTN. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: Artigo 144 e 115 do CTN (FCC 2013). 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: Artigo 4º do CTN (Funiversa, 2009). 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: Artigo 115 do CTN. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: O procedimento judicial de cobrança de qualquer crédito fiscal 
será a execução fiscal. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: As circunstâncias pessoais não se comunicam. 
 
Questão 11 - B 
Justificativa: Artigo 130 e seguintes do CTN (EsFCex 2009). 
 
Questão 12 - E 
Justificativa: Artigo 135 do CTN (Cesgranrio 2008). 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO E PROC. TRIBUTÁRIO 30 
Questão 13 - C 
Justificativa: Artigos 131 a 134 do CTN (FCC 2011). 
 
Questão 14 - E 
Justificativa: Artigos 7o. e 119 do CTN (FCC 2013).

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