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AUDITORIA PERICIA E SUAS DIFERENÇAS

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AUDITORIA, PERICIA E SUAS DIFERENÇAS
Aluno: Igor da Silva Rocha
 Prof. Wellinton Barros Figueiredo
RESUMO
Auditoria e pericia são consideradas as duas especializações mais importantes da contabilidade ao exigir de seus profissionais uma grande gama de conhecimento. Muitas vezes por falta de conhecimento ou pelas semelhanças em seus procedimentos são confundidas, acreditando-se que ambas tenham os mesmos objetivos e finalidades. O tema desse estudo foi escolhido com o intuito de identificar e esclarecer suas características e diferenças auxiliando no melhor entendimento sobre elas. Para isso foram utilizados os métodos de pesquisa bibliográfica e comparativa, sendo realizadas pesquisas livros, artigos e revistas sobre o tema e análise comparativa das especializações. Ao final desse estudo concluímos que mesmo apresentando semelhanças em seus procedimentos, elas se diferenciam em seus objetivos, finalidades, público alvo e tempo de trabalho.
Palavras chaves: Contabilidade, auditoria, perícia e análise comparativa.
1 INTRODUÇÃO
 A contabilidade é uma importante ferramenta das empresas para tomada de decisões principalmente nos momentos de crise pois se trata de uma ciência que tem por objetivo o estudo das variações no patrimônio das entidades (pessoa jurídica e física com algum patrimônio) sejam elas qualitativas ou quantitativas. Através da aplicação de suas técnicas a contabilidade consegue informar para o seu usuário interno e externo a situação econômica das entidades através de relatórios e demonstrativos que os permite tomar decisões.
Podemos destacar dentre essas técnicas da contabilidade as duas principais especializações utilizadas para verificação, exame, análise e apoio na tomada de decisões das empresas estamos falando de Auditoria e Perícia. Apesar de serem as especializações mais utilizadas na contabilidade muitas pessoas por falta de conhecimento, ou pela semelhança nas técnicas utilizadas fazem confusão acreditando que ambas têm por objetivo a identificação de fraudes econômicas. O objetivo desse trabalho é ajudar a entender melhor cada especialização apresentando seus conceitos e identificando suas semelhanças e diferenças de forma que seus usuários consigam identificar qual a especialização mais adequada para o seu caso. 
O método utilizado para o desenvolvimento desse trabalho foi a pesquisa bibliográfica por meio de artigos, livros e sites buscando embasamento teórico. Segundo Lakatos e Marconi (1996, p.66): 
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisual: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem publicadas, quer gravadas.
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1 AUDITORIA
Segundo Sandroni (1989, p.72): em 200 a.C, na República Romana as contas governamentais eram apresentadas na forma de lucros e perdas e eram constantemente fiscalizadas pelos magistrados romanos encarregados das finanças, os quais eram denominados questores. 
 Há relatos de que uma atividade similar a auditoria foi realizada durante o Império Romano, quando era comum os imperadores atribuírem aos encarregados a inspeção da contabilidade das diversas províncias. As cartas de Plínio a Trajano relata sobre as inspeções contábeis nas colônias, como lembra Cherman (2004). “Todavia, a atividade auditorial nos moldes que se conhece nos dias atuais teve seu início na Inglaterra, nos idos do século XVIII, em decorrência da Revolução Industrial.” 
 Após a revolução industrial se fez necessário auditar as novas corporações que substituíam a produção artesanal. A auditoria desenvolve- se na Inglaterra e foi difundida para outros países, principalmente no Canadá e nos Estados Unidos, que devido ao desenvolvimento econômico, determinou a evolução da auditoria, como consequência do crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos.
 A real necessidade da auditoria surge quando os investidores e proprietários passaram a exigir relatórios informando a real situação econômica de seus patrimônios pois já não era possível acompanhar de perto os seus aumentos e o aparecimentos de novas fontes de riqueza sendo necessário que a guarda fosse realizada por terceiros, estabelecendo-se uma relação de accontability. 
Houve então a necessidade por parte do proprietário, da implantação de controle que o permitisse mesmo distante acompanhar e certificar-se do fiel cumprimentos de suas determinações tempestivas. 
Sem a certeza que as informações do patrimônio apresentadas em relatórios eram de fato adequadas e fidedignas tornou-se imprescindível que o proprietário atribuísse a responsabilidade a um agente, independente da relação proprietário – responsável, que teria a incumbência de emitir uma opinião sobre a adequação das informações apresentadas ao proprietário pelo responsável da guarda do patrimônio. Esse agente independente, então, seria o auditor contábil.
A auditoria no Brasil começou na época colonial com os juízes designados pelo rei e pela Coroa portuguesa para conferir os impostos recolhidos, afim de reduzir fraudes e aplicando punições se necessário. No Brasil a auditoria começou a ganhar força apartir do Decreto Lei 9.245/1946 que regulamentou a profissão de contador no Brasil com os moldes atuais e que estabeleceu exclusividade para a execução de trabalhos de auditoria e pericia aos bacharéis de contabilidade. 
No segundo governo Vargas início da década de 50, houve um crescimento econômico nos Estados Unidos, trazendo muitos benefícios a nossa economia. Houve uma alavancagem significativa no setor industrial, de energia e de transporte causando um grande gargalo na estrutura, para tentar eliminar esse gargalo o governo criou 2 grandes empresas o BNDES e Petrobrás. Nesse mesmo período surgiram os primeiros institutos de contadores, o primeiro foi criado em março de 1957, o ICPSP (Instituto dos Contadores Públicos de São Paulo que depois se transformou no ICPB (Instituto dos Contadores do Brasil). 
Em 1960 foi oficializado de vez a carreira de auditor no Brasil com a criação do Audibra (Instituto dos Auditores Internos do Brasil) uma entidade civil, sem fins lucrativos, de pessoas físicas que atuam em atividade de auditoria interna.
Já em 1965 através da Lei nº 4.728 que disciplinou o mercado de capitais ficou estabelecido a obrigatoriedade da prática de auditoria no Brasil.Anos depois com a promulgação dos Decretos-lei 199 e 200 de 1967, tornando obrigatória a auditoria na prestação de contas públicas, a atividade ganhou mais impulso.	
O Decreto Lei 200 de 1967 em seu artigo 13 e alínea C tratou o assunto.
• artigo 13 - O controle das atividades da administração federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:
Alínea c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria. " 
Em 1968 surgiu o IBAI (Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes) e em 1971 foi fundado o Ibracon.
Auditoria é um exame cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas e determinada empresa, cujo objeto é averiguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou procedimentos, operações e rotinas previamente estabelecidas, se fora implementada com eficácia e adequadas com os demonstrativos contábeis da entidade. 
A palavra auditoria origina-se do Latim audire (ouvir) e foi utilizada primeiramente pelos ingleses (auditin) que significa o conjunto de procedimentos técnicos para revisão da contabilidade.
Segundoa organização internacional das entidades fiscalizadoras superiores – Intosai, a auditoria é “o exame das operações, atividades e sistemas de determinada entidade, com vistas a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados objetivos, orçamentos, novas e regras.”
Para uma conceituação mais abrangente cabe reproduzir a definição de auditoria conforme Franco & Marra (2001, p.28), 
 A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Os exames são efetuados de acordo com as normas de auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem necessários, em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com o objetivo de comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo com os princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e outras situações nelas demonstradas.
A auditoria é umas das técnicas mais usadas pelas entidades pois oferece maior eficácia dos controles, integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos pelas entidades e credibilidade nas demonstrações contábeis. Podemos dizer também que auditoria é o ato de confrontar a condição (situação encontrada) com o critério que deve ser.
Dentre os vários conceitos de auditoria, destaca-se o de Sá (1998, p.25), o qual afirma: 
Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados. 
 Franco (1992, p.22), por sua vez, define auditoria como: 
A técnica contábil que através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações contábeis dele decorrentes refletem adequadamente a situação econômico financeira do patrimônio, os resultados de período administrativo examinado e as demais situações nela demonstradas.
Para a realização dos exames é de fundamental importância a criação de critérios auditorias. Podemos até afirmar que sem critério não há auditoria. Leclerc et all, (1996, p. 227) corrobora este entendimento, ao afirmar:
Outra característica importante é a existência de critérios apropriados, relevantes e acordados, sobre os quais o auditor baseará seu exame e a opinião resultante. Sem estes critérios os auditores não poderiam não poderiam emitir uma opinião que uma terceira parte pode julgar como objetiva, e os relatórios resultantes poderiam ser considerado como parciais ou altamente subjetivos.
Uma boa auditoria contribui para assegurar a adequação das demonstrações contábeis e financeiras e para ajudar a reduzir a ineficiência nas operações. 
2.1 Classificação de auditoria:
Existem dois tipos de auditorias que são realizadas de maneiras semelhantes, mas que guardam diferenças e objetivos uma da outra. Temos então Auditoria Interna e Auditoria Externa.
2.1.1 Auditoria Interna
É uma atividade independente e objetiva de garantia e consultoria, concebida para adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. Podemos definir também como um controle gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros controles ou como uma atividade de assessoramento à administração quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa, mediante as diretrizes políticas e objetivos por aquela determinados. 
Para Attie (1998, p.175), a auditoria interna: 
É aquela exercida por funcionários da própria empresa, em caráter permanente. Apesar de seu vinculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vinculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à administração da empresa deve ser apenas com o aspecto funcional.
A auditoria interna é uma ferramenta fundamental nas empresas para auxiliar o administrador através de relatórios, no acompanhamento e supervisão das atividades que ele não tem condições de acompanhar.
De acordo com o Instituto de Auditores Internos do Brasil – Audibra (1991, p.20), 
A missão básica da auditoria interna é: emitir opinião conclusiva ou considerações a respeito das operações examinadas; avaliar os fluxos, sistemas, plano de controle interno e desempenho da organização ou de qualquer de seus seguimentos; auxiliar a administração e demais membros do corpo gerencial da organização a se desincubirem de maneira eficaz de suas responsabilidades.
Para Attie (1987, p.26),
Cabe à auditoria interna convencer a alta administração e seus executivos que pode auxiliá-los na melhoria de seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo correção, para obter destes o apoio necessário ao desenvolvimento de prestação de serviço a toda empresa.
Para o cumprimento de suas atividades é necessário que o auditor interno seja independente e cumpra os seus principais objetivos como verificar a existência, a suficiência e a aplicação dos controles internos, bem como contribuir para o seu aperfeiçoamento; verificar se as normas internas estão sendo seguidas; verificar a necessidade de melhoramento nas normas internas vigentes e avaliar a necessidade de novas normas internas seja cumprida de forma eficaz e sem interferência nos seus pareceres.
2.1.2 Auditoria Externa
Auditoria Externa também conhecida como independente são exercidas por profissionais sem vínculo empregatício com a entidade contratante e tem por objetivo realizar exames detalhados das operações contábeis e administrativa das empresas como: a revisão de procedimentos internos nas áreas de contabilidade, financeira. Teve seu surgimento com o aumento do capitalismo quando a empresas que no começo eram em sua maioria empresas familiares e com expansão do mercado necessitaram fazer investimentos tecnológicos, expandir suas instalações fabris e administrativas e criar novos procedimentos e controles internos para conseguir reduzir custo e permanecer competitivo no mercado.
Diante da necessidade de investir um grande volume de recursos impossível de conseguir através das operações de lucro das empresas ou recursos próprios de seus proprietários, as empresas se viram obrigadas a fazer empréstimos bancários de longo prazo e abrir seu capital para novos acionistas e assim conseguir os recursos necessários para continuar competitiva no mercado. 
No entanto esses novos investidores precisavam ter informações financeiras e do patrimônio das empresas, para poder verificar a capacidade da empresa de gerar lucro e como era realizada a administração financeira dos seus recursos. Essas informações são necessárias para que o investidor tivesse segurança da rentabilidade do seu futuro investimento. 
E a melhor forma para obter essas informações é através das demonstrações contábeis, mas para ter certeza que as informações fornecidas pelas empresas eram fidedignas a real situação da empresa, os investidores exigiram que a análise dessas demonstrações fosse feita por profissionais independentes daempresa com capacidade técnica que pudesse emitir sua opinião através de relatórios. Esse profissional independente responsável pela análise das demonstrações e consequente emissão de relatórios é o auditor externo ou auditor independente.
De acordo com Jund (2001, p.26), “a auditoria externa é uma das técnicas utilizadas pela contabilidade, ou seja, aquela destinada a examinar a escrituração e demonstrações contábeis, a fim de confirmar sua adequação”.
Mais especificamente, Crepaldi (2000, p.48) define a auditoria externa como: 
 Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão do parecer sobre a adequação com que estes representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do Patrimônio Líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada consoante as normas brasileiras de contabilidade.
Já Pinheiro e Cunha (2003, p.35) colocam que: 
A auditoria externa é aquela exercida por profissional liberal ou independente, sem qualquer subordinação a empresa, tendo como objetivo primordial expressar a opinião se as demonstrações financeiras estão apresentadas de acordo com princípios de contabilidade geralmente aceitos e esses princípios foram aplicados de forma consistente em relação ao período anterior.
Tendo sido apresentadas as características dessas duas ferramentas de controle, identificaremos a seguir as diferenças entre auditoria interna e externa ou independente para nos ajudar a entender melhor.
2.1.3 Diferença entre auditoria interna e auditoria externa ou independente
Depois de entendermos melhor cada auditoria, conseguimos identificar semelhanças e diferenças entre elas e que uma não substitui a outra, pelo contrário elas se complementam. Enquanto o auditor externo ou independente sem vínculo empregatício tem como seu principal objetivo analisar as demonstrações contábeis das empresas e auxiliar na adequação de seus registros contábeis, o auditor interno funcionário da empresa tem a análise da eficácia dos controles internos e a identificação de melhorias no sistema como seu principal objetivo.
Já para Boynton, Johnson e Kell (2002), “os auditores internos são funcionários pertencentes à própria empresa, enquanto que os auditores independentes, geralmente, são os profissionais que operam por conta própria ou são membros de empresas de auditoria”.
Identificamos que os trabalhos se complementam ao lermos que uma analisa as demonstrações contábeis e auxilia na adequação de seus registros e a outra analisa e identifica a melhor eficácia de seus controles internos, vemos que se os controles internos não estiverem sendo realizados com eficácia, buscando o desenvolvimento da empresa, as demonstrações contábeis ficarão comprometidos e não atenderão as análises do auditor externo gerando um parecer desfavorável aos acionistas.
Verificaremos a seguir outras diferenças como ilustra Martinelli (2002, p.10):
	Auditoria Interna
	Auditoria Externa
	A auditoria é realizada por um funcionário da empresa
	A auditoria é realizada através da contratação de um profissional independente
	O objetivo principal é atender as necessidades da administração
	O objetivo principal é atender as necessidades de terceiros no que diz respeito à fidedignidade das informações financeiras
	A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizada para desenvolver aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de políticas e normas, sem estar restrito aos assuntos financeiros
	A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizada para determinar a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras
	O trabalho é subdividido em relação às áreas operacionais e às linhas de responsabilidade administrativa
	O trabalho é subdividido em relação às principais contas do balanço patrimonial e da demonstração de resultado
	O auditor diretamente se preocupa com a intercepção e prevenção de fraude
		O auditor incidentalmente se preocupa com a intercepção e prevenção de fraude, a não ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstrações financeiras
	O auditor deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele examina, porém, subordinado às necessidades e desejos da alta administração
	O auditor deve ser independente em relação à administração, de fato e de atitude mental
	A revisão das atividades da empresa é contínua
	O exame das informações comprobatórias das demonstrações financeiras é periódico, geralmente anual
3 PERICIA CONTÁBIL
Almeida (1990 apud ALBERTO, 2000, p. 21) relata que:
 Vamos encontrar vestígios de perícia registrados e documentados na civilização do Egito antigo, e, do mesmo modo, na Grécia antiga, com o início da sistematização dos conhecimentos jurídicos, observando-se, à época, a utilização de especialistas em determinados campos para proceder à verificação e ao exame de determinadas matérias.
Almeida faz essa citação em referencia ao papiro encontrado com conteúdo típico de laudo, onde foram relatados os estudos e as conclusões do profissional destinado a investigar o motivo do falecimento de um indivíduo com feridas na cabeça. 
Surgiu na milenar Índia a figura do arbitro eleito pelas partes e que na verdade exercia a função de perito e juiz, pois cabia a ele o exame, investigação e homologação da decisão dos fatos.
Embora Alberto (2000) descreve: 
Que é no primitivo direito romano que vamos encontrar maior esclarecimento da situação, com definições mais claras e objetivas, pois ali já se estabelece a figura do perito - embora não dissociada da do árbitro - quando a decisão de uma questão dependia da apreciação técnica de um fato, tinha o magistrado à faculdade de deferir o juízo da causa a homens que, segundo circunstâncias, melhor pudessem, por seus conhecimentos técnicos, pronunciar-se sobre os fatos, e essa pessoa se constituía em verdadeiro juiz, de modo que era juiz e perito ao mesmo tempo.
Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, inserta na NBC T13:
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de um fato1, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
Para D’Auria (1962)
 Perícia é conhecimento e experiência das coisas. A função pericial, portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre suas causas, essências e efeitos da matéria examinada.
De acordo com Sá (1994, p.15),
A perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio, objetivando ofertar opinião a questão controversa. Para tal opinião realizam-se, exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião”.
3.1 Tipos de perícia
3.1.1 Perícia Contábil Judicial
É a pericia realizada através de perito contador nomeado pelo juiz e nasce da necessidade da justiça em possuir instrumentos confiáveis sobre certa matéria, que não tenha conhecimento técnico, sendo necessário a análise de outros profissionais.
Pericia judicial conforme Sá (1994, p.78) “perícia contábil judicial é a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal ou de pessoas.”
3.1.2 Perícia contábil extrajudicial 
Diferentemente da perícia judicial a perícia extrajudicial é realizada por perito contador nomeado pelas partes sendo utilizada para solucionar problemas administrativos de pessoas físicas e jurídicas demonstrando a veracidade ou não do fato em questão além identificar fraudes, desvios e simulações.
Segundo Dáuria (1953, p.23): 
 A perícia extrajudicial se opera principalmente,por acordo entre as partes. Estas convencionam que as questões pendentes sejam solucionadas tendo por base a informação e o parecer do perito ou, quando maior a dúvida cada um elege um perito de sua confiança. Os profissionais escolhidos procedem ao exame que se propuser e emitem parecer, quando combinam suas opiniões. Em caso contrário, escolher-se-á um perito desempatador com cujo parecer se da por encerrada a perícia extrajudicial.
3.1.3 Perito Contador
Perito contador é o profissional de contabilidade registrado no Conselho regional de contabilidade, nomeado pelo juiz no caso de perícia contábil judicial ou nomeado pelas partes no caso de perícia extrajudicial.
De acordo com Dáurea (1953, p.32), “todo contador legalmente habilitado é um perito, desde que proceda a um exame de livros e documentos para o fim de responder a quesitos que lhe são propostos, ou manifestar sua opinião técnica, quando solicitado.”
3.1.4 Perito Contador Assistente
Perito contador assistente assim como o perito contador deve ser profissional de contabilidade registrado no Conselho regional de contabilidade e que após a nomeação do perito contador pelo juiz poderá ser nomeado pelas partes para defender seus interesses, respeitando as limitações éticas e legais.
Conforme regulamentação do Conselho Federal de contabilidade através da Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica nº 13:
13.3.1 O perito-contador assistente pode tão logo tenha conhecimento do processo, manter contato com o perito-contador, pondo-se a disposição para o planejamento e a execução conjunta da perícia. Uma vez aceita a participação, o perito-contador deve permitir o seu acesso aos trabalhos.
[...]
13.3.9 O perito-contador e o perito-contador assistente devem documentar, mediante papéis de trabalho, os elementos relevantes que servirão de contrato à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil.
13.3.10 O perito-contador assistente que assessorar o contratante na elaboração das estratégias a serem adotadas na proposição de solução por acordo ou demanda, cumprirá, no que couber, os registros desta Norma.
4 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AUDITORIA E PERÍCIA CONTABIL
Auditoria e perícia como já visto apresentam se assemelham em alguns aspectos, mas se diferenciam em outros importantes como objetivo, público alvo e tempo. Para Morais (2005, p.75) “As semelhanças e diferenças existentes entre perícia e auditoria proporcionam uma visão da distinção e utilidade de ambas. Auditoria não deve ser utilizada como se fosse perícia e perícia não deve ser utilizada como se fosse auditoria.”
Sintetizamos no quadro comparativo, as semelhanças e as diferenças entre elas: 
	Auditoria
	Perícia
	A auditoria é uma especialidade da contabilidade. Testa a eficiência e a eficácia do controle patrimonial expressando opinião sobre determinado assunto. 
Pode, ainda, ser definida como levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, 
procedimentos, operações e rotinas das demonstrações financeiras de uma entidade.
	A perícia contábil é outra especialidade da contabilidade. É a verificação de fatos ligados ao patrimônio particularizado, objetivando fornecer uma opinião mediante um problema específico proposto.
	O objetivo da auditoria é expressar uma opinião sobre a propriedade das demonstrações contábeis, e assegurar que elas representem em seu conjunto adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações, as mutações do seu patrimônio líquido e os demais demonstrativos, de acordo com as práticas contábeis no Brasil.
	A perícia contábil tem por objetivo geral a constatação ou prova da verdade real sobre o objeto, transferindo-o, através de sua materialização- o laudo-, para o ordenamento da instância decisória, judicial ou extrajudicialmente.
	Os procedimentos de auditoria são ferramentas técnicas, das quais o auditor se utiliza para a realização de seu trabalho, consistindo na reunião das informações obtidas, para a formação de sua opinião imparcial. São exemplos: exames, vistorias, indagações, investigações e avaliações.
	Os procedimentos da perícia contábil valem-se das mesmas ferramentas técnicas aplicadas a auditoria, tais como: exames, indagações, avaliações e arbitramentos, dentre outros aptos para formar a opinião do perito.
	O profissional de auditoria deve ser legalmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador. Deve ter também experiência reconhecida e mantida pelo treinamento técnico na função de auditor (educação continuada).
	O profissional de perícia deve ter conhecimento teórico da contabilidade; conhecimento prático das tecnologias contábeis; conhecimento geral de ciências afins a Contabilidade (Direito, Lógica, etc.).
Relevante também que observe e cumpra regras éticas e que possua virtudes de caráter pessoal, tais como perspicácia, perseverança, sagacidade, criatividade e intuição. Quanto a estas entendem-se ao profissional da auditoria.
	Os auditores independentes deverão manter uma política de educação continuada em observância das diretrizes aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade- CFC e pelo Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON.
	Não há previsão específica. Porém, é recomendado que o profissional se mantenha atualizado.
	São usuários do serviço de auditoria: Aas empresas obrigadas legalmente a realiza-la; as que a utilizam como ferramenta de controle interno; as que dela necessitam para realização de determinados atos, tais como, negociações com bancos e fornecedores, incorporações, fusões, cisões, compra da empresa; as que procuram atender às exigências do estatuto interno ou contrato social da própria entidade.
	São usuários do serviço de perícia: Juizes; as partes em processos judiciais; os litigantes em processos de juízo arbitral; as entidades quando houver interesse no âmbito extrajudicial.
	A auditoria não possui um prazo determinado, ela é auditada respeitando ciclos das empresas, em casos de auditoria interna, e externamente é auditada quando legalmente necessário.
	As perícias judiciais têm os prazos fixados por lei ou pelo juiz, nas extrajudiciais, os administradores ou interessados fixam prazos para o trabalho do perito.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo teve como objetivo elucidar as características, semelhanças e diferenças entre auditoria e perícia de forma a sanar as dúvidas e confusão no entendimento dessas duas especializações. 
A auditoria sendo bem realizada é uma importante ferramenta para auxiliar as empresas na tomada de decisões pois tem como seu objetivo analisar, investigar e examinar as demonstrações contábeis afim de identificar irregularidades e apontar melhorias no processo interno. 
A perícia contábil é utilizada como importante ferramenta para prova de determinados fatos ligados ao patrimônio particularizado, auxiliando o juiz sem interferência das partes na tomada de decisão judicial mediante laudo pericial ou parecer pericial contábil. 
Como pontos em comuns entre as duas especializações destacamos as técnicas utilizadas como: vistorias, exames, indagações e avaliações. Temos também como semelhança a exigência de experiência e conhecimento técnico de seus profissionais.
Em contrapartida temos como diferença entre auditoria e perícia o tempo de duração que enquanto para auditoria não tem um prazo determinado, para a perícia os prazos são fixados por lei ou pelo juiz. Outra importante diferença é o público alvo que para auditoria são as empresas obrigadas legalmente a realiza-las e aos gestores das empresas para análise e melhoria em seus controles enquanto a perícia tem como seu público alvo juízes e as partes em processos judiciais.
Enfim identificamos como a maior diferença entre auditoria e perícia o objetivo ou à finalidade que para a auditoria é expressar uma opinião sobre propriedade das demonstrações contábeis assegurando que os lançamentos estão escriturados de forma adequada e auxiliar os gestores na tomada de decisões atravésde seu parecer, enquanto que para a perícia o objetivo é dar suporte ao juiz através da utilização de suas técnicas de verificação à constatação ou prova da verdade sobre o fato apresentado.
Concluímos que apesar de existirem pontos em comuns, principalmente referente aos procedimentos ou técnicas utilizadas. Perícia e Auditoria se diferenciam em suas principais características como objetivo e público alvo.
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 3 ed. Ver. Aum. São Paulo: Atlas, 1996.
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 1994.
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