Anticorpos e antígenos

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31/10/2017 
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 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA BIOINTERAÇÃO 
Profa. Natália B. Carvalho 
Anticorpos e Antígenos 
Anticorpos 
• Anticorpos são proteínas produzidas pelos vertebrados em 
resposta à exposição a estruturas não próprias (antígenos) 
 
• Em 1890: tratamento da difteria com soro de animais 
imunizados com a forma atenuada da toxina diftérica 
 
• Reconhecimento de antígeno (juntamente com o receptor 
de células T) 
 
• Característico da imunidade humoral 
 
• Produzidos por linfócitos B 
 
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• Podem existir de 2 formas: ligados a membrana na 
superfície de linfócitos B (receptores de antígenos) ou 
secretados 
 
• Anticorpos secretados ativam mecanismos efetores para 
eliminação do antígeno 
 
• Interagem com proteínas do complemento, fagócitos e 
eosinófilos 
Anticorpos 
Funções efetoras dos anticorpos 
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• Produção e distribuição: 
 
– Linfócitos B são os únicos produtores 
– Ligados à membrana (anticorpos de membrana) e 
secretados (plasma, secreções mucosas e fluido 
intersticial dos tecidos) 
– Adulto de 70kg produz 2-3g de anticorpos por dia 
– Principal anticorpo encontrado nas mucosas: IgA 
– Principal anticorpo encontrado no soro: IgG 
 
• Anticorpos = imunoglobulinas (Ig) 
 
 
Anticorpos 
Estrutura molecular dos anticorpos 
• Possuem a mesma estrutura básica, diferenciando apenas nas 
regiões que se ligam aos antígenos 
• 1011 diferentes moléculas de anticorpo 
• A estrutura: duas cadeias leves idênticas e 2 cadeias pesadas 
idênticas 
 
 
 
Cadeias leves: 
κ ou λ 
 
Cadeias 
pesadas: 
α, δ, ε, γ ou µ 
Fab: fragmento de ligação ao antígeno 
Fc: fragmento cristalizável 
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• As extremidades da região variável (V) das cadeias leve e pesada 
possuem 3 regiões determinantes de complementariedade 
(CDRs). Formam superfícies de interação aos antígenos, gerando a 
especificidade de cada anticorpo 
• As regiões constantes (C) da cadeia pesada diferem, originando 
diferentes classes de anticorpos. Medeiam as funções efetoras 
dos anticorpos 
• Classes de anticorpos (isotipos): 
Estrutura molecular dos anticorpos 
Cadeia pesada: 
 γ µ δ α ε 
 
Isótipos dos anticorpos 
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• Há 2 subtipos: IgA1 e IgA2 
• Cadeia pesada: alfa (α) 
• Forma secretada: monômeros, 
dímeros ou trímeros 
• Responsáveis pela defesa e 
imunidade das mucosas 
• Além das mucosas, está presente 
na saliva e no leite materno 
• Meia-vida sérica: 6 dias 
 
Isótipos de anticorpos: IgA 
• Nenhum subtipo 
• Cadeia pesada: Delta (δ) 
• Apresenta característica de 
monômero 
• Receptor de antígeno do 
linfócito B virgem 
• Não apresenta a forma 
secretada 
• Meia-vida sérica: 3 dias 
 
 
Isótipos de anticorpos: IgD 
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 • Nenhum subtipo 
• Cadeia pesada: épsilon (ε) 
• Apresenta característica de 
monômeros 
• Responsável pela hipersensibilidade 
imediata (alergia) e defesa contra 
helmintos 
• Meia-vida sérica: 2 dias 
 
Isótipos de anticorpos: IgE 
 
 
• Apresenta 4 subtipos: IgG1 – IgG4 
• Cadeia pesada: gama (γ) 
• É a única transplacentária 
• Apresenta característica de 
monômeros 
• Apresenta vários efeitos no 
sistema imune: opsonização, 
ativação do sistema complemento, 
citotoxicidade celular dependente 
de anticorpos 
• Meia-vida sérica: 23 dias 
 
 
Isótipos de anticorpos: IgG 
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• Nenhum subtipo 
• Cadeia pesada: Mi (µ) 
• Apresenta característica de 
pentâmeros 
• Receptor de antígeno do linfócito 
B virgem, ativam o sistema 
complemento 
• Meia-vida sérica: 5 dias 
 
 
Isótipos de anticorpos: IgM 
Isotipos, alotipos e idiotipos 
• Isotipos: diferentes classes dos anticorpos (IgA, IgD, IgE, 
IgG, IgM) 
• Alotipos: isotipos de indivíduos diferentes ou espécies 
diferentes , devido a alterações na cadeia constante 
• Idiotipos: alterações nos domínios variáveis dos anticorpos 
da mesma classe (especificidade) 
 
 Isotipo Alotipo Idiotipo 
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Antígenos 
• Epítopo ou determinante antigênico: porção do antígeno 
que interage com o receptor 
Hapteno 
• Molécula pequena que por si só não é imunogênica 
• Associada a uma macromolécula pode ser pode agir como 
imunôgeno 
• Macromolécula = carreador 
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Imunogenicidade 
• Capacidade de gerar uma resposta imune 
Tipos de antígenos 
Antígenos Timo-dependentes 
• O linfócito B recebe 2 sinais: 
 - o próprio reconhecimento antigênico 
 - o outro é fornecido pelo linfócito T 
• Ex.: proteínas 
 
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Tipos de antígenos 
Antígenos Timo-independentes: 
• Estimulam a proliferação e a diferenciação de células B na 
ausência de células T auxiliares 
• Ex.: polissacarídeos, glicolipídios e ácidos nucleicos 
• Não induzem memória imunológica 
Interação antígeno-anticorpo 
• Ligação do epítopo (antígeno) com as regiões 
determinantes de complementariedade (CDRs – 
anticorpos) 
 
• Natureza dos antígenos que se ligam a anticorpos: 
proteínas, lipídeos, carboidratos e ácidos nucleicos 
 
• A ligação é reversível e não-covalente 
 
• Afinidade: força da ligação de um epítopo com o CDR 
 
• Avidez: soma total da força de ligação do anticorpo em 
mais de um sítio de ligação 
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Interações 
entre 
anticorpos e 
antígenos 
Complexo antígeno-anticorpo 
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Flexibilidade dos anticorpos 
Natureza dos epítopos 
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Fatores relacionados ao 
reconhecimento do antígeno 
• Especificidade: distingue pequenas diferenças químicas na 
estrutura antigênica 
 
 
 
• Diversidade: repertório dos nossos anticorpos 
 
• Maturação de afinidade 
 
Alterações na estrutura do anticorpo 
durante respostas imunes humorais 
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Funções efetoras dos anticorpos 
- Neutralização e eliminação de microrganismos infecciosos 
(bactérias extracelulares, fungos e até mesmo vírus) 
 
- Requerem a participação de outros sistemas efetores: células 
fagocíticas e proteínas do Complemento 
 
- As funções efetoras são mediadas pela região constante das 
cadeias pesadas das Imunoglobulinas 
 
- Diferentes isótipos desempenham funções 
 efetoras distintas 
*Imunoglobulina ou anticorpo 
Os anticorpos ligam-se a 
microrganismos 
extracelulares eliminando-
os por diferentes 
mecanismos: 
Funções efetoras dos 
anticorpos 
- neutralização 
- opsonização (IgG e C3b 
revestem as partículas 
para fagocitose) 
- ativação do 
complemento 
- citotoxicidade celular 
dependente de 
anticorpos (células NK 
possuem FcγRIII) 
 
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Funções dos isótipos dos anticorpos 
IgD 
Receptor de 
antígeno 
dos 
linfócitos B 
virgens 
(ligado à 
membrana) 
Receptor de 
antígeno dos 
linfócitos B 
virgens 
(ligado à 
membrana) 
 
 
 
IgG e IgA (principais anticorpos neutralizantes de toxinas) 
 
- Algumas bactérias, insetos e cobras causam seus efeitos 
nocivos produzindo toxinas 
- Anticorpos IgG e IgA inibem a ligação da toxina por 
neutralização 
Ex: neutralização da toxina tetânica e diftérica por 
anticorpos IgG 
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IgG e IgA (inibidores da infectividade viral) 
- Agem bloqueando diretamente a ligação do vírus com 
receptores de superfície celular 
Ex: neutralização do vírus da pólio por anticorpos IgA de 
mucosa 
IgG (principal anticorpoopsonizante) 
- Ativação de células efetoras fagocíticas portadoras de 
receptores Fc 
 Macrófagos e neutrófilos: ingerem bactérias recobertas 
por anticorpos (IgG1 e IgG3 - opsoninas mais eficientes) 
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IgG (também estimulam a citotoxicidade celular 
dependente de anticorpo - ADCC) 
- Células portadoras de receptores Fc (células NK, eosinófilos, 
basófilos e mastócitos): a ligação do anticorpo com o antígeno 
na célula alvo estimula a expressão de receptores para Fc que 
reconhece o anticorpo ligado e induz a secreção de potentes 
mediadores solúveis 
IgE (controle de infecções helmínticas) 
Helmintos: muito grande para ser englobado por 
fagócitos e muito resistentes (tegumento) aos 
produtos microbicidas dos neutrófilos e macrófagos 
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Cinética da resposta imune humoral 
(respostas primária e secundária)