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RESUMO PARA A PROVA DE HISTÓRIA DO DIREITO - P2

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RESUMO PARA A PROVA DE HISTÓRIA DO DIREITO
Relações entre direito e história:
A história e o direito fazem uma ligação parecida entre sujeito e objeto.
Sujeito: quem quer conhecer o objeto. | Objeto: quem o sujeito quer conhecer.
O sujeito e o objeto só podem se encontrar em três estados diferentes:
No passado;
No presente; 
No futuro.
Tanto na história quanto no direito, o sujeito se encontra no presente e o objeto no passado; porém, no direito, o objeto se encontra tanto no passado, quanto no presente e no futuro.
Quando o objeto estudado está no passado, existem limitações para que se possa conhecê-lo.
No campo das exatas, pode-se provar um fenômeno por meio da repetição. Tanto na história quanto no direito, a verdade não é demonstrável, pois não é possível repetir o passado, porém, é possível prová-lo com os “vestígios de passado” que são encontrados (evidências | provas).
Justamente pelo fato de o passado não poder ser repetido, surgem várias teorias diferentes a respeito do mesmo assunto, como é o caso das diferentes visões sobre o nascimento do direito.
O NASCIMENTO DO DIREITO
Uma das principais teorias sobre o nascimento do direito diz que ele surgiu na Mesopotâmia, pois, foi lá onde encontraram os primeiros textos sobre leis. Porém, há problemas nessa visão:
Por ser o primeiro texto a ser encontrado, não significa que foi o primeiro texto produzido.
Esta visão identifica que o direito só existe onde há a escrita.
Na Grécia o direito foi pouco importante, visto que eles se importavam mais com a filosofia que com o direito, porém, foi lá que surgiram os conceitos de OIKUS, a dimensão privada (casa), e Política, a dimensão pública, que fizeram uma separação entre homem e animal.
Foram os Romanos que transformaram o direito na mais importante e essencial das ciências sociais. Porém, há alguns limites para conhecer o direito romano.
LIMITES PARA CONHECER O DIREITO EM ROMA
Fontes precárias
Não sobraram muitas coisas de Roma, e, as únicas fontes que sobraram não eram explicativas.
As únicas fontes explicativas que restaram eram textos de historiadores, porém, na época, não havia separação entre história e literatura.
Todas as fontes restantes são cópias feitas por monges copistas na idade média. Nem todas essas fontes são confiáveis, porque, além das cópias que iriam para as bibliotecas (confiáveis), os monges também faziam cópias para o estudo de línguas (traduções), que nem sempre expressavam o que realmente estava escrito.
Fontes sem data
Durante a história, há muitos direitos romanos, por isso, a expressão “desde Roma” não pode ser tão valorizada.
Um ato só tem sentido em contexto.
Lugares diferentes
Em cada povo, Roma exercia certo tipo de dominação, pois visavam a extração de algo diferente de cada lugar e também impedir as rebeliões.
Para cada lugar dominado, havia regras diferentes, ou seja, um direito diferente.
ALDO SCHIAVONE
Segundo a maioria das teorias existentes, o direito romano só era tão complexo por causa do tamanho do império, porém a TEORIA DE ALDO SCHIAVONE diz que não é possível o tamanho do império definir o interesse romano pelo direito, pois, se fosse assim, o direito romano não se importaria tanto com as questões privadas, mas sim com as públicas. Essa teoria também diz que a complexidade do direito em Roma é anterior ao crescimento do império.
Schiavone cria uma contra tese que diz que Roma é fruto do direito, ou seja, não foi o império romano quem criou o direito, mas sim, o direito que criou o império romano. Esta teoria explica toda a organização de Roma por meio do direito.
A TEORIA DE ALDO SCHIAVONE
A teoria começa explicando que, na antiguidade oriental, existiam diversas religiões que compartilhavam de ideias comuns, e, uma delas eram os deuses irascíveis (que entravam facilmente em estado de ira e, com isso, aplicavam punições aos homens). Os romanos tinham medo dessa “ira dos deuses” e, por isso, buscavam incansavelmente uma maneira de controlar a sociedade para impedir que os deuses se irassem. O direito foi a solução encontrada para impedir essa ira. 
Os romanos viam o tempo em ciclos e, para eles, o que despertava a ira dos deuses era a quebra desses ciclos, a imprevisibilidade.
Segundo Schiavone, na cabeça dos Romanos, os deuses só castigavam os homens em função da quebra dos equilíbrios que formam a vida em sociedade (a quebra dos ciclos), ou seja, as relações sociais (qualquer conflito social poderia causar a ira dos deuses), os romanos diziam que havia um jeito certo e natural para que as pessoas se relacionassem. 
O medo da quebra dos equilíbrios configurava a sociedade romana em uma sociedade conservadora, com medo de mudanças.
O direito corrigia o equilíbrio de dois jeitos:
O medo da punição (não vou fazer nada errado, pois sei que serei punido), a lei criava uma previsibilidade e incentiva as pessoas a não fazerem coisas erradas e, assim, impede a ira dos deuses.
Caso houvesse a quebra do equilíbrio, foi criado um procedimento para resolver, ou seja, uma previsibilidade para o imprevisível. 
Os Romanos tem medo da STASI (rebelião)
PROCESSO FORMULÁRIO
O procedimento criado para a resolução de conflitos caso houvesse a quebra dos equilíbrios foi chamado de Processo Formulário, um procedimento religioso que contava com a presença ativa dos deuses.
Nesse processo, haviam 5 termos chaves:
PRETOR: cargo ocupado por membros da elite.
A função do pretor é administrar os procedimentos jurídicos em Roma, administrar a justiça.
Havia dois tipos de pretor:
O pretor urbano, que atuava dentro da cidade de Roma (maior poder moral) e também nas fronteiras; e o pretor peregrino, que atuava espalhado pelo império.
Existem alguns pretores urbanos espalhados em lugares estratégicos do império romano (em lugares muito importantes, como por exemplo, o Egito).
IUDEX: Cidadãos comuns de Roma, cujo nome se encontra no álbum. A função do IUDEX é responder (com sim ou não) os questionamentos presentes na fórmula. 
O IUDEX responde inspirado pelos deuses.
EDITO
Declaração geral escrita pelo pretor, antes de assumir o cargo, resumindo como irá agir em sua função.
FÓRMULA
Texto que o pretor escreve resumindo o conflito e que, obrigatoriamente, termina em questionamentos.
ÁLBUM
Lista de nomes (cidadãos romanos), que podem se tornar IUDEX de acordo com a decisão do pretor.
Em qualquer conflito existente, se houvesse a decisão de realizar o processo formulário, ambas as partes deveriam ir diante do pretor, que realizava um ritual para invocar os deuses, pois eles não são onipresentes, assim como os deuses da sociedade atual.
Após esse ritual que causa a presença dos deuses, o pretor buscava um nome dentro do álbum e esse nome se tornaria o IUDEX, que responderia (sim ou não) inspirado pelos deuses, aos questionamentos que se encontravam no final da fórmula.
AS LEIS EM ROMA
A ideia contemporânea de norma não existe em Roma, pois lá, várias leis podem servir para um mesmo caso e o pretor escolhia qual ele achava que mais se encaixava no caso.
Não havia importância se duas leis se sobrepunham ou se contradiziam.
As leis em Roma eram feitas pelo senado, imperador, tribunos da plebe, textos de teóricos do direito Romano ou simplesmente pelos costumes.
A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO – OCIDENTE 
Roma, que estava passando fome, começa a ser invadida por bárbaros (motivados, também, pela fome), o que causa uma crise, já 	que as cidades mais sofisticadas param de ser abastecidas com comida por falta de transporte.
Período de trevas (demográfico, econômico e saúde) -> Guerras Religiosas
Os bárbaros vão se juntando à cultura Romana, mas apenas três não se dissolvem:
Francos
Lombardos
Visigodos*
Os visigodos proíbem o casamento com romanos, o que preserva o seu grupo.
União visigótica e romana – Império Visigótico – (leis visigóticas para os visigodos, leis romanas para os romanos e leis comuns para ambos) – Fuero Juzgo (código de leis visigóticas)
IMPÉRIO BIZANTINO – CONSTANTINOPLA 
Ex-império romano do OrienteJustiniano – 1º imperador (paz com os Persas por meio do pagamento de tributos)
Reconquista do Oriente – Revolta da Nika
Busca recompor o direito romano 
Interpolações são alterações feitas às leis antigas para que elas se encaixassem no império novo. 
Consensuais 
Polêmicas
Fim do Processo Formulário
Criação do Corpus Iuris Civilis
Corpus Iuris Civilis
Conjunto de interpolações de leis que vigoravam no direito romano, era composto por:
Novelas: Leis novas (feitas por Justiniano) e publicadas juntamente com o Corpus Iuris Civilis
Codex: Recortes do Digesto
Institutas: Texto que reproduz as Institutas de Gaio
Digesto: Junção de coisas que cada autor escreve sobre cada tema 
DIREITO CANONICO
A Europa se encontra no meio de um caos, com o crescimento da população há o renascimento de cidades, a retomada de rotas, movimentações e trocas culturais, feiras medievais (reconexão do oriente com o ocidente – ideia do infiel – muçulmano), ressurgimento do dinheiro + surgimento de bancos e a complexificação da economia
Teoria Pessimista: o homem é irremediavelmente decaído e tende ao pecado, quanto mais uma coisa for própria do homem, mais imperfeita ela será
Providencia: todas as coisas são a manifestação da vontade de Deus
O crime se equipara ao pecado
Patrística – Contra as universidades
Surgimento das ordens religiosas (mosteiros) – separação da alma e do corpo
Reflexo divino – a imagem e semelhança de Deus não está presente no homem, mas é refletida nele por Deus (há um pouco da dignidade divina nas coisas mundanas) – o pecado só acontecia no mundano, mas nem tudo o que acontece no mundano é pecado.
Igreja – jurisdição própria – fim do uso da magia no processo – necessidade de testemunhas e provas – nascimento do processo escrito
Só é possível ser julgado pelo direito canônico de duas formas 
Se for membro do corpo da igreja
Se cometer crimes contra a fé
A INQUISIÇÃO 
Considerada como um direito canônico de emergência
Julga a magia, mas não usa a magia no processo
Inquisição pós reforma era menos perseguitiva e mais violenta
A pena mais comum era a de degredo (tirar a fruta podre do cesto)
Tortura – obter confissão
O ENFRAQUECIMENTO DA PROVIDÊNCIA
A DESCOBERTA DA AMÉRICA
O RENASCIMENTO ITALIANO
A FÍSICA DE NEWTON E A TEORIA DE HOBBES
ILUMINISMO (ACABA DE VEZ C A PROVIDENCIA)
O ILUMINISMO
Prescritivo 
Reformista
Utópico
Desconsidera a vontade divina
Desconsidera a ideia de mistério
Não é anti-absolutista
Ignora a ideia de pecado
Contra o cristianismo organizado
Despotismo
O homem não conhece todas as coisas porque a igreja o impede
ROMANTISMO E LUMINISMO
O Romantismo surge como uma reação aos exageros do iluminismo
O homem não pode conhecer todas as coisas porque isso é querer se igualar a Deus
Recupera a ideia de mistério
Duas dimensões de todas as pessoas – “infinito particular” e “alma nacional”
Folcloristas (pré-antropólogos)
O iluminismo é a primeira filosofia prescritiva
O romantismo é essencial pois diz que não há um direito universal, já que as nações existem e seus costumes e subjetividades são diferentes.
O iluminismo cria a ideia de prescrição e o romantismo cria a ideia de nação.
BRASIL
Independencia em 1822
1823 – dissolução da cosntituição
1824 – 1ª Constituição após o parlamento (liberal)
Só não vota quem é escravo e mulher
Escravos libertos votam
Voto censitário – valor baixo
Muitas eleições
O parlamento tem muitos poderes (o rei é irresponsável)
OS TRÊS CÓDIGOS DO IMPÉRIO
PENAL: 1º CÓDIGO DO BRASIL – LIBERAL 
Proporcionalidade entre delito e pena
Sem pena infamante
Sem pena de Confisco
Poucas penas de morte
Só tem castigo físico para escravos
Os crimes políticos tem punições muito leves
COMERCIAL
Tem a finalidade de absorver o capital que sobrou do tráfico de escravos (Lei Eusébio de Queirós)
Internalização do dinheiro do tráfico
Lei de Terras (fim da fronteira aberta – encarecimento das terras
CÓDIGO CIVIL
Não vigorou no império
Valiam as leis antigas
O Brasil não fez código civil por causa da escravidão
O Brasil tinha muitas garantias constitucionais a propriedade e o código comercial reasolvia problemas civis
Teixeira de Feitas (consolidação dos direitos civis – nunca vigorou)

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