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Trabalho de Empresarial

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................03
RECUPERAÇÃO DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE............................................................................................................04
DA DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE..........................................................................................................04
DAS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA LC 123/2006........................................................................................................05
DO PLANO ESPECIAL E DAS REGRAS ELENCADAS PELA LEI DE FALÊNCIAS..................................................................................................07
JURISPRUDÊNCIA.........................................................................................11
QUESTÕES.....................................................................................................12
CONCLUSÃO..................................................................................................14
REFERÊNCIAS ..............................................................................................15
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo principal analisar e examinar questões sobre o instituto da recuperação das microempresas e empresas de pequeno porte, incorporado ao nosso ordenamento jurídico pela lei 11.101/2005.A intenção é apresentar seus objetivos e características e discutir como ele poderá se tornar efetivo ao enfrentar as circunstancias econômicas, o objetivo almejado pela nova legislação para o intuito da recuperação judicial, considerando a grande função social assumida por estas empresas no direito empresarial, assim veio efetivamente ajudar na recuperação das pequenas e microempresas brasileiras, levando em consideração suas particularidades, ou se sua eficácia e alcance serão limitados. 
De outra forma, este presente trabalho visa comentar e apontar algumas das alterações trazidas pela legislação falimentar, focando especialmente nos avanços que apresenta tanto para uma justa liquidação dos empreendimentos falidos quanto para sua eventual recuperação e continuação das pequenas empresas, assim como sua importância função social.
2. RECUPERAÇÃO DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
2.1. DA DEFINIÇÃO DE MICRO EMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Importa classificar, a princípio, as definições de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, para então compreender como se dá a recuperação para estas modalidades de empresas, sob a ótica da Lei de Falências. Para tanto, nos termos da Lei Complementar 123/2006, “consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que”:
I - No caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II - No caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).                   
Nota-se, portanto, que o principal aspecto de diferenciação entre a microempresa e empresas de pequeno porte consiste no faturamento anual do negócio, conforme valores constantes nos dispositivos legais supracitados.
Ambas as empresas são reguladas por meio da Lei Complementar 123/2006 e a elas se aplicam basicamente as mesmas regras quanto ao recolhimento de impostos e contribuições da Fazenda Pública, e quanto as demais obrigações decorrentes do exercício de sua atividade, a exemplo, as obrigações trabalhistas, previdenciárias, dentre outras a elas inerentes.
No mais, vale destacar que a Lei complementar 123/2006 revogou a antiga lei nº 9.317, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1996, que dispunha acerca do enquadramento das microempresas e empresas de pequeno porte, trazendo consigo alterações relevantes de interesse daqueles que desejam enquadrar-se em alguma destas modalidades empresariais. Portanto, abaixo serão elencadas algumas das modificações sofridas.
2.2. DAS ALTERAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI COMPLEMENTAR 123/2006
De acordo com a Constituição Federal de 1988 e na Lei Complementar 123/06 fica estabelecido que as microempresas e empresas de pequeno porte possuirão tratamento diferenciado com mais incentivo e apoio e menos obrigações e encargos. Contudo, o legislador conferiu a Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) um tratamento mais benéfico na área tributária, creditícia, trabalhista previdenciária, dentre outras que objetivam facilitar a atividade dessas empresas, como por exemplo, a desburocratização. Podemos observar que a análise Econômica do Direito tem duas abordagens: a normativa e a positiva. 
Sob o enfoque positivo da AED a lei 123/06, no qual busca estimular a conduta dos microempresários e pequeno empresário oferecendo-lhes benefícios que possam servir de incentivo a continuidade da atividade empresarial que os mesmos exercem. O estatuto possui um impacto e uma consequência positiva para os agentes econômicos, como por exemplo, a diminuição dos custos de transação. 
Na teoria percebe-se que a lei complementar 123/06 utilizou alguns princípios econômicos, como por exemplo, uma melhor alocação dos recursos, ganho de produtividade, racionalidade e eficiência, para estabelecer regras legais baseadas nas consequências econômicas que elas poderiam causar quando elas fossem aplicadas. A Análise Econômica do Direito traz alguns de seus princípios como a racionalidade, a maximização dos resultados (utilidade) e a eficiência para o ordenamento jurídico.
A eficiência econômica da norma jurídica foi aplicada às microempresas e às empresas de pequeno porte para a averiguação da existência de uma proteção a estas empresas à luz da Análise Econômica do Direito. Ou seja, se as regras legais que regulam as microempresas e as empresas de pequeno porte são eficientes, qual o impacto delas na atividade empresarial, qual a reação do micro e pequeno empresário ao incentivo e se as normas jurídicas de fato reduzem o custo de transação.
No aspecto tributário é de conhecimento geral que carga tributária no Brasil é bastante elevada. Desta forma o legislador buscou através do SIMPLES NACIONAL diminuir os custos de transação já que essas empresas recolhem através de um único documento os impostos e contribuições federais, estaduais e municipais. Elas contribuem de acordo com a tabela vigente e sua alíquota varia de acordo com a atividade e o seu faturamento
Ocorre que, o SIMPLES abarca apenas alguns impostos e contribuições e existem outras fontes de arrecadação Federal, Estadual e Municipal que não estão inseridos e fazem parte da realidade da ME e EPP. Os micros e pequenos empresários devem se preocupar com mais 27 legislações que normatizam os tributos estaduais, além de cada município possuir uma própria que dificulta a aplicação e o entendimento do SIMPLES.
Verifica-se com isto que sob o enfoque normativo da AED a lei não protege os micros e pequenos empresários, pois ela foi criada com o objetivo de propiciar um ambiente mais favorável ao empreendedorismo o que não ocorre atualmente.
No campo trabalhista e previdenciário os benefícios não foram tão extensos quanto deveriam ser para os micros e pequenos empresários. No campo trabalhista, as micros e pequenas empresas têm que atender ao mesmo regime jurídico aplicável às grandes empresas. Deve-se buscar um meio para que se estabeleça um regime especial trabalhista e previdenciário para estas companhias.
A Lei complementar 123/2006 previu um tratamento diferenciado de acesso ao crédito, contudo, há uma série de exigênciase obstáculos para sua obtenção. Assim, a tentativa legal de assegurar o crédito a essas companhias não corresponde à realidade. 
Pela teoria da assimetria verifica-se que as empresas que possuem maiores informações têm acesso primeiro ao crédito oferecido pelas instituições governamentais. Essas instituições muitas vezes não observam a intenção do legislador que é facilitar o acesso ao crédito a ME e EPP. Na realidade elas facilitam a obtenção de créditos para as empresas possuidoras de grandes capitais que se escondem atrás de interesses capitalistas ou pessoais.
Através de incentivo ao credito e a linhas especiais com taxas de juros diferenciadas, estas empresas seriam beneficiadas o que possibilitaria a redução dos custos de transação e a sua manutenção no mercado em condições de igual concorrência com empresas de médio ou grande porte e as já existentes. Outros aspectos em relação aos incentivos e benefícios foram inseridos na lei, como, por exemplo, uma maior simplificação para o processo de abertura e fechamento delas
Compreende-se que a Análise Econômica do Direito procura analisar como as normas e as legislações afetam a conduta dos agentes econômicos e sugere que para a formulação destas haja a inter-relação com os princípios e métodos econômicos, buscando a eficiência e qualidade delas.
2.3. DO PLANO ESPECIAL E DAS REGRAS ELENCADAS PELA LEI 11.101/2005.
O direito falimentar brasileiro sofreu profundas mudanças com o advento da Lei 11.101 de 2005, batizada de Lei de Recuperação de Empresas. A novidade trazida por essa Lei foi a substituição do ultrapassado instituto da concordata pelo instituto da recuperação.
Essa inovação representa uma mudança de paradigma no direito falimentar brasileiro, o qual, inspirado pelo princípio da preservação da empresa, vê a decretação da falência como último remédio a ser aplicado ao empresário em crise. O mais importante, para a novel legislação, é fornecer aos agentes econômicos que atravessam dificuldades, instrumentos idôneos para superá-las. A recuperação da empresa, portanto, e não a sua “morte”, é o grande objetivo do novo direito falimentar.
Não há dúvidas de que os pequenos empreendimentos sofrem bastante para firmarem no mercado atual, dadas a extrema competitividade e a incrível dinâmica da atividade empresarial. É muito comum, pois, que esses pequenos empreendimentos venham a sucumbir diante das dificuldades inerentes ao exercício da empresa. É por isso que o Estado tem se preocupado em oferecer aos microempresários e empresários de pequeno porte as condições necessárias à sua sobrevivência econômica e ao seu desenvolvimento empresarial. 
Atendo a essa realidade, o legislador brasileiro, ao editar a Lei 11.101 de 2005, submeteu as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte a uma disciplina especial, estabelecendo um plano especial de recuperação judicial para elas, previsto nos seus artigos 70, 71 e 72.
Seguindo a orientação do artigo 179 da Constituição Federal, a LRE houve por bem estabelecer para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte um plano especial de recuperação judicial, disciplinado nos seus artigos 70 a 72.
De acordo com André Luiz Santa Cruz Ramos, “No entanto, em nossa opinião, o plano especial disciplinado pala LRE não atendeu as expectativas, uma vez que se resume, basicamente, a um curto parcelamento de seus débitos.”[1: RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial. 7ª Ed. Ver. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Editora Método. GEN. 2017. P. 818. ]
Pela leitura do artigo 70, § 1º, da LRE, parece-nos que a submissão ao plano de recuperação especial é uma faculdade colocada a disposição dos microempresários e dos empresários de pequeno porte. De fato, eis o teor da norma em comento “as microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme definidas em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o art. 51 desta Lei”. Cabe aos devedores enquadrados como Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte, pois, optar pelo plano especial da lei, mencionando essa opção em sua petição inicial. O uso do termo “poderão”, foi usado equivocadamente, pois, indubitavelmente, o uso do plano especial é uma faculdade.
O artigo 71 da LRE, “o plano especial de recuperação judicial será apresentado no prazo previsto no artigo 53 desta Lei e limitar-se-á as seguintes condições: I. abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos §§ 3º e 4º do artigo 49; II. Preverá parcelamento em até 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de juros equivalentes a taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas; III. Preverá o pagamento da 1º parcela no prazo máximo de 180 dias, contado da distribuição do pedido de recuperação judicial; IV. Estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o administrador judicial e o Comitê de Credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados”.
Feito o requerimento regularmente e preenchidos os requisitos legais. O juiz deferirá o processamento do pedido, abrindo-se o prazo de 60 dias previsto no artigo 53 para a apresentação do plano especial, nos termos do artigo 71, acima transcrito.
De acordo com a redação original do inciso I, do artigo 71, apenas os créditos quirografários podiam ser abrangidos pelo plano especial das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte em crise, com as mesmas exceções do plano normal dos demais devedores, relativas aos créditos previstos no artigo 49, §§ 3 e 4, da LRE. Portanto, os créditos trabalhistas, fiscais, com garantia real, com privilégio especial ou geral etc. não se submetiam aos efeitos do plano especial de recuperação dos microempresários e dos empresários de pequeno porte. Ocorre que essa regra foi alterada, a atualmente o plano especial abrange “todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos §§ 3º e 4º do artigo 49”.
Ademais, segundo o parágrafo único do dispositivo em análise, “o pedido de recuperação judicial com base em plano especial não acarreta a suspensão do curso de prescrição nem das ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano”. Sendo assim, todas as ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano terão prosseguimento regular em suas respectivas varas, não sofrendo qualquer paralisação. E mais, segundo o § 2º do artigo 70, “os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos habilitados na recuperação judicial”.
De acordo com o inciso II do artigo 71, por sua vez, os créditos submetidos aos efeitos do plano especial serão parcelados em até 36 prestações mensais, iguais e sucessivas, sobre as quais incidirão juros equivalentes a SELIC. O plano pode propor, também, um abatimento das dívidas a ele submetidas.
Já no inciso III do artigo 71 prevê que o pagamento da primeira prestação ocorrerá no prazo máximo de 180 dias, contados da data de distribuição do pedido de recuperação judicial. Vê-se, pois, que o devedor não terá muito tempo para iniciar os pagamentos, uma vez que o requerimento provavelmente foi distribuído há no mínimo 60 duas, que é o prazo concedido pela lei para que ele apresente seu plano após deferido o processamento de seu pedido pelo juiz.
Por fim, o inciso IV do artigo 71 prevê que caberá o juiz, após ouvir o administrador judicial e o comitê de credores, autorizar qualquer aumento de despesas ou contratação de empregados por parte do devedor.
Além de todas as especialidades do plano especial descritas no artigo 71 da LRE e acima analisadas, há uma outra característica relevante a ser destacada, o artigo 72 prevê que a aprovação do plano especial apresentados pelas Microempresas e empresas de pequeno porte devedoras, ao contrário do que ocorreno processo de recuperação normal dos demais devedores não é competência da assembleia geral dos credores, mas do próprio juiz. Eis o que diz a regra em questão “caso o devedor do que trata o artigo 70 da Lei opte pelo pedido de recuperação judicial com base no plano especial disciplinado nesta Seção, não será convocada assembleia geral de credores para deliberar sobre o plano, e o juiz concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei”.
Da mesma forma, é ao juiz que competem a rejeição do plano especial e a consequente decretação da falência do micro ou pequeno devedor. Com efeito, dispõe o artigo 72, parágrafo único, que “o juiz também julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos termos do artigo 55, de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de crédito previstos no artigo 83, computados na forma do artigo 45, todos desta Lei”.
3. JURISPRUDÊNCIA
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. REMUNERAÇÃO DA ADMINISTRADORA JUDICIAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO VALOR DO PASSIVO DA EMPRESA.MERA PLANILHA ASSINADA PELO ADVOGADO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
I - A decisão agravada definiu a remuneração da Administradora Judicial no valor de 6 (seis salários mínimos).
II – Alega a agravante que a lei 11.101/05, em seu artigo 24, prevê o limite de 2% sobre passivo da empresa para fins de honorários ao administrador e que o valor arbitrado pelo juiz equivale a, aproximadamente, 18%, portanto, bem acima do previsto em lei. O cálculo feito pela recorrente considerou que o processo de recuperação dura em média 3 ou 4 anos e que o valor do salário mínimo, à época, era de R$788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), resultando no valor total de R$ 226.944,00 (duzentos e vinte e seis mil novecentos e quarenta e quatro reais).
III – A agravante, pessoa jurídica em fase de recuperação judicial, se omitiu e não juntou aos autos o balanço patrimonial, cópias dos registros, demonstrativos de contas, ou quaisquer outros meios que ratifiquem suas afirmações, bem como não comprovou ser microempresa ou empresa de pequeno porte. 
IV – Recurso Conhecido e Desprovido. 
SECRETARIA DA 1ª CÂMARA CIVEL ISOLADA
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0102849-64.2015.8.14.0000
AGRAVANTE: SOLVE ENGENHARIA LTDA
ADVOGADO: RODOLFO DE SOUZA AFONSO
FLAVIO VALERIO PEREIRA MEDEIROS
INTERESSADO: LUCIMARY GALVÃO LEONARDO GARCES
RELATORA: DESEMBARGADORA GLEIDE PEREIRA DE MOURA
4. QUESTÕES
Questão 01. MAGISTRATURA/AC	–	CESPE/2012)	Assinale	a opção correta	com referência à recuperação	judicial. 
Cumpridas as exigências legais, prossegue-se no procedimento de recuperação, e,	caso não seja apresentada objeção, o juiz	concederá a recuperação	judicial. 
Em sede de recuperação	 judicial, o juiz deverá deferir o parcelamento dos créditos das fazendas públicas e do INSS, determinando ao registro público de empresas a anotação da recuperação judicial. 
As microempresas e as empresas de pequeno porte deverão apresentar plano especial de recuperação judicial abrangendo os créditos quirografários e fiscais e	o arrendador mercantil. 
O credor que se oponha	a plano de recuperação judicial de uma empresa deve, antes	de manifestar	ao juiz sua objeção, sujeitar sua proposta à aprovação da	assembleia geral de credores.
GABARITO: Letra A (Art. 58 da Lei 11.101/05)
Questão 02. XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
Usina de Asfalto Graccho Cardoso Ltda., EPP, requereu sua recuperação judicial e indicou, na petição inicial, que se utilizará do plano especial de recuperação judicial para microempresas de pequeno porte. No prazo legal, foi apresentado o referido plano, que previu, além do parcelamento dos débitos em 30 (trinta) meses, com parcelas iguais e sucessivas, o abatimento de 15% (quinze por cento) no valor das dívidas e o trespasse do estabelecimento da sociedade situado na cidade de Ilhas das Flores.
Aberto prazo para objeções, um credor quirografário, titular de 23% (vinte e três por cento) dos créditos dessa classe, manifestou-se contra a aprovação do plano por discordar do abatimento proposto, aduzindo ser vedado o trespasse como meio de recuperação. 
Com base na hipótese apresentada, responda os itens a seguir:
A) Diante da objeção do credor quirografário, a proposta de abatimento apresentada pela sociedade deverá ser apreciada pela assembleia geral de credores? Procede tal objeção?
B) Em relação ao segundo argumento apontado pelo credor quirógrafico, é licito a sociedade escolher o trespasse como meio de recuperação se esta medida for importante para o seguimento de sua empresa?
GABARITO:
A questão tem por objetivo verificar o conhecimento do examinando do conteúdo do plano especial de recuperação para empresários micro e de pequeno porte, previsto na Lei nº 11.101/2005, sendo tal conteúdo numerus clausus, não podendo ser acrescentado meio de recuperação nele não previsto, como a proposta de trespasse do estabelecimento. Outro objetivo é verificar que o examinando identifica uma das peculiaridades do procedimento para aprovação do plano especial, isto é, a inexistência de deliberação da assembleia de credores mesmo se houver objeção ao plano.
A) Não, porque o plano especial de recuperação judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte não se submete à assembleia de credores, com base no Art. 72, caput, da Lei nº 11.101/2005. A objeção não procede, porque o plano especial de recuperação pode conter proposta de abatimento do valor das dívidas, nos termos do Art. 71, II, da Lei nº 11.101/2005.
B) Não. No plano especial, a proposta do devedor fica limitada aos termos do art. 71 da Lei nº 11.101/2005, não podendo incluir outros meios de recuperação, mesmo previstos para o plano comum, como o trespasse do estabelecimento.
5. CONCLUSÃO
Conclui-se portanto, de uma maneira distinta, que de acordo com a Lei Complementar 123/2006 , “consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que”:
I. No caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II. No caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).           
Destacando que o principal aspecto de diferenciação entre a microempresa e empresas de pequeno porte consiste no faturamento anual do negócio, conforme valores constantes nos dispositivos legais supracitados.
Já sobre o plano de recuperação judicial dos micros empreendimentos, quais sejam, microempresas e empresas de pequeno porte, a criação da Lei 11.101/2005, estabeleceu para estas modalidades condições especiais de recuperações previstas nos artigos 70, 71 e 72 da então mencionada lei.
Isso porque, diante da instabilidade e a dificuldade que as microempresas e empresas de pequeno porte tem de se manterem estáveis no mercado empresarial, o Estado junto com o legislado, estabeleceram métodos de recuperação especial para esta categoria, bem como preceitua o artigo 179 da Constituição Federal.
Portanto, o principal objetivo da lei e oferecer ao empresário em crise, instrumentos idôneos para que haja a recuperação judicial, observa-se que; a recuperação da empresa não é a decretação de sua morte, mas sim o principal objetivo da lei em apreço.
6. REFERÊNCIAS
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial. 7ª Ed. Ver. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Editora Método. GEN. 2017;
BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresade Pequeno Porte. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em 09 maio 2018;
BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm>. Acesso em 09 maio 2018;
Segundo o parágrafo único do artigo 71 da Lei 11.101/2005, todas as ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano terão prosseguimento regular em suas respectivas varas, não sofrendo qualquer paralisação. E mais, segundo o § 2º do artigo 70, os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos habilitados na recuperação judicial.
De acordo com o inciso II do artigo 71, por sua vez, os créditos submetidos aos efeitos do plano especial serão parcelados em até 36 prestações mensais, iguais e sucessivas, sobre as quais incidirão juros equivalentes a SELIC. O plano pode propor, também, um abatimento das dívidas a ele submetidas.
Já o inciso III do artigo 71, prevê que o devedor não terá muito tempo para iniciar os pagamentos, uma vez que o requerimento provavelmente foi distribuído há no mínimo 60 dias, que é o prazo concedido pela lei para que ele apresente seu plano após deferido o processamento de seu pedido pelo juiz.
Por fim, o inciso IV do artigo 71, prevê que caberá o juiz, após ouvir o administrador judicial e o comitê de credores, autorizar qualquer aumento de despesas ou contratação de empregados por parte do devedor.
Além de todas as especialidades do plano especial descritas no artigo 71 da LRE, há uma outra característica relevante a ser destacada, o artigo 72 prevê que a aprovação do plano especial apresentados pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte devedoras, ao contrário do que ocorre no processo de recuperação normal dos demais devedores não é competência da assembleia geral dos credores, mas do próprio juiz. 
Da mesma forma, é ao juiz que competem a rejeição do plano especial e a consequente decretação da falência do micro ou pequeno devedor. Com efeito, dispõe o artigo 72, parágrafo único, o juiz também julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções.

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