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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS - 1 a 5 - Estacio .pdf

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Mediação de Conflito 
A mediação de conflitos tem sido objeto de análise por vários cientistas sociais, gerando modelos e teorias, 
que concluem pela sua utilização, com sucesso, na solução de diferentes conflitos nos diversos contextos 
sociais. 
A mediação de conflitos vem revolucionar os conceitos de direitos humanos nas relações entre indivíduo e 
sociedade - que, até recentemente, eram geridas apenas pelo sistema legal - e, assim, atribuir às pessoas 
ou grupos envolvidos em conflitos o direito e a oportunidade de negociarem entre si soluções satisfatórias 
para a resolução de problemas. 
O mundo contemporâneo tem valorizado, de forma crescente, as resoluções pacíficas de conflito. Em 
razão da mudança de paradigma adversarial e competitivo, dando lugar à uma abordagem cooperativa e 
consensual, o mercado de trabalho exige, cada vez mais,profissionais qualificados para atuar no campo da 
mediação, que abrange também o Judiciário, além de outras áreas. 
 
Aula 1: Introdução aos meios extrajudiciais de solução de conflitos 
São determinações do século XXI a reavaliação permanente de nossas crenças e das formas habituais de 
lidar com as situações, além da possibilidade para rever o passado e adicionar o novo na construção da 
realidade. Ao final da era industrial, o homem tinha que se adaptar aos produtos oferecidos e se contentar 
com uma demanda maior que a oferta. Neste momento, o foco deixa de ser o produto e passa a ser a(s) 
necessidade(s) do homem. Desta forma, começam a surgir preocupações quanto às relações estabelecidas 
entre as pessoas e um olhar mais atento às diferenças entre elas. Este é o início de propostas de resoluções 
de conflitos mais direcionadas ao respeito e diálogo entre as pessoas. 
Segundo Almeida (2002), dentre as necessidades contemporâneas do homem estão o aprendizado e a 
prática do diálogo produtivo na composição de diferenças. Tornam-se fundamentais, nesse momento, os 
métodos que facilitam e favorecem esse diálogo e buscam a participação responsável pelo que se vive e se 
proporciona ao outro viver. 
Nas sociedades primitivas, as diferenças eram resolvidas de forma violenta, geralmente com a morte de 
um dos divergentes. 
É nesse momento, com esses propósitos e sob essas exigências, que os Métodos Extrajudiciais de Solução 
de Conflitos surgem em nossa cultura. A respeito disto, pensa-se que há, sem dúvida, a necessidade de 
observância de um certo formalismo no procedimento processual, por constituir garantia de legalidade e 
imparcialidade no exercício da jurisdição. Sucede que o formalismo demanda tempo para a solução dos 
litígios, e o tempo é inimigo da efetividade da função pacificadora. 
Com base nisto, veio (e vem) ganhando aderência e consistência a utilização de outros métodos de 
resolução dos conflitos, que se caracterizaram pelo rompimento com as formas tradicionais do direito 
processual (formal), passando a se buscar a adoção de procedimentos mais simples e informais. 
 
 
 
 
Não basta para a solução dos conflitos a aplicação da Lei. Estas relações não são matemáticas. 
Normalmente, para os envolvidos neste tipo de conflito, dois mais dois nunca é quatro. Há sempre este ou 
aquele detalhe, e que teve conseqüências determinantes e irreparáveis em sua maneira de ver a realidade 
que se apresenta. 
Portanto, percebe-se como urgente e necessária uma mudança de paradigmas para o manejo dos 
conflitos. Ao invés de privilegiar os processos litigiosos, deve-se buscar o entendimento entre as partes, 
sempre, visando à manutenção e responsabilização correlatas. Desta maneira, percebe-se claramente a 
importância desta nova postura a qual privilegia a formação de novos paradigmas em substituição ao do 
ganhar/perder. Esses novos paradigmas têm como matriz a cooperação e a construção conjunta das 
soluções. 
 
 
 
Aula 2: Métodos de resolução de conflitos 
É de fato , uma realidade, que devemos recorrer , só em casos indispensáveis, aos tribunais para resolver 
nossas controvérsias. Não apenas pela demora, pela falta de eficiência, mas, sobretudo para alcançar 
outros objetivos: 
1- para tentar conter essa crise que já vem maltratando o sistema jurisdicional e, conseqüentemente os 
jurisdicionados, há décadas... 
 
2- porque é necessário modernizar a prestação jurisdicional, adequando-a a nossa realidade. Isto quer 
dizer, torná-la mais democrática, mais justa, mais humana.E para isso devemos mudar nossas 
mentalidades em relação aos conflitos entre nós mesmos e a maneira de solucioná-los. Aceitar a 
possibilidade de, através da utilização de métodos alternativos e pacíficos de resolução desses conflitos, 
conciliarmos nossos interesses e alcançarmos a Paz tão desejada... 
 
3- porque é , sem dúvida, que resolvendo nossas controvérsias pacificamente, conciliando nossos 
interesses e conquistando a Paz, teremos a certeza de sempre estarmos alcançando a verdadeira justiça. 
 
Os caminhos para a resolução de conflitos: contexto inicial 
Há uma chamada “crise do processo”, que é quase secular, e que tanto nos desencanta quanto ao 
Judiciário. Ela não é um privilégio do nosso país, no entanto nossa situação demanda ações. Vamos ver as 
palavras de nossa Excelentíssima Ministra do STJ Fátima Nancy Andrighi , em uma de suas palestras sobre 
o status quo do Judiciário, para entendermos melhor essa realidade. 
 
Os caminhos para a resolução de conflitos: métodos alternativos 
Observando o texto da Ministra do STJ Nancy Andrighi, vemos que há um problema relacionado à forma de 
atuação do sistema judiciário no que se refere à estrutura e metodologia de trabalho para resolver 
pendências entre partes. 
 
 
 
 
 
 
 
Conciliar 
Conciliar, se olharmos os dicionários, significa harmonizar-se, alcançar pacificação. A tentativa de 
conciliação prevê, portanto, a expressão maior do pacto social entre as partes. Especificamente em nosso 
caso, temos de aprofundar um pouco mais esse significado. 
Conciliação é uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um 
Conciliador (investido de autoridade ou indicado pelas partes) a quem compete: aproximá-las, controlar as 
negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens. O 
objetivo do conciliador é sempre o de estabelecer uma composição do litígio pelas partes. 
 
 
 
 
 
 
Arbitragem 
A arbitragem já estava prevista em nossas leis há muito tempo, e, segundo alguns autores, ganhou força 
apenas em 1996, quando foi editada a Lei 9.307 – Lei de Arbitragem. 
A arbitragem é um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais de direito 
patrimonial, disponível nas áreas cível, comercial e trabalhista. Ela pode ser usada para resolver problemas 
jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. É um mecanismo voluntário: ninguém pode ser obrigado a 
se submeter à arbitragem contra sua vontade. 
 
 
 
 
 
 
Mediação 
Nesta aula, não é o nosso objetivo descrever exaustivamente a mediação, mas sim apresentá-la com o 
objetivo de que você possa diferenciá-la dos demais meios alternativos de resolução de conflitos. 
A Mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, na qual 
um terceiro,imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e 
voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, um catalisador, 
que, usando de habilidade e arte, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. Na 
Mediação, as partes têm total controlesobre a situação, diferentemente da Arbitragem, na qual o controle 
é exercido pelo Árbitro; assim como na Conciliação,pelo Conciliador. 
O Mediador é um profissional treinado, qualificado, que conhece muito bem e domina a técnica da 
Mediação. A mediação começa a ser adotada também pelo Judiciário, com experiências em vários Estados 
brasileiros, ainda em busca de um conceito, porque, muitas vezes, têm conteúdo de Conciliação. Mas, o 
importante é a iniciativa e a aceitação da experiência. 
 
Aula 3: História e contextualização da mediação 
História e contextualização da mediação 
A Mediação já era conhecida desde a Grécia antiga, na China e usada também na Civilização Romana. 
Porém, apenas recentemente vem se tornando cada vez mais usada, especialmente em certos países que 
vêm se beneficiando e se especializando nas ultimas décadas. 
A história da Mediação pelo mundo, com certeza não deve ser considerada o tópico mais importante do 
nosso curso. É valiosa porque nos faz mergulhar um pouco, de forma quase superficial, é verdade, na 
história das civilizações, desde os tempos bíblicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mediação no Brasil 
A Mediação Brasileira ainda não possui legislação própria que a defina. A Mediação no Brasil existe há mais 
de 12 anos, quando estrangeiros ou pessoas que conheceram os benefícios do instituto resolveram trazê-la 
para o nosso país. De antemão, sabe-se que tudo no Brasil necessita de fundamento legal, pois vivemos 
num país de cultura positivista. Apesar de a Mediação estar se difundindo progressivamente, os 
legisladores sentem a necessidade de criar uma lei que a fundamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 4: Princípios da mediação 
Pressupostos principiológicos 
O Mediador, através de uma série de procedimentos e de técnicas próprias, identifica os interesses das 
partes e constrói, com elas opções de solução sem caráter vinculativo, visando ao consenso e/ou a 
realização do acordo. No entanto, para isso é importante que sejam respeitados os princípios que norteiam 
esta técnica. 
Esse é um tema que não se esgota, porém, nas próximas telas desta aula veremos aqueles princípios que 
destacamos como mais importantes na prática, não deixando de ressaltar aqueles que não foram 
contemplados no nosso curso, por questões de limitação de tempo. 
 
 
 
 
Confidencialidade 
Os fatos, situações e propostas ocorridos durante a Mediação são sigilosos e privilegiados. Aqueles que 
participarem do processo devem obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a ele referente, 
não podendo ser testemunhas do caso, respeitado o princípio da autonomia da vontade das partes, nos 
termos por elas convencionados, desde que não contrarie a ordem pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voluntariedade 
Na mediação, os mediandos devem agir movidos por sua própria vontade. O primeiro caso em que a 
mediação se torna impossível é o caso em que apenas uma das partes se encontra disponível e desejosa de 
encontrar uma solução compartilhada, ou mais aberta ao diálogo. 
 
Autodeterminação 
A autodeterminação das partes relaciona-se com a voluntariedade. As pessoas envolvidas na questão 
optam conscientemente pela mediação como tipo de abordagem para administrar o conflito. Essa opção 
significa a conquista de direitos e o comprometimento com responsabilidades. 
Caracteriza-se como um princípio de liberdade, não só pela possibilidade que as partes detêm de escolher 
o meio pelo qual querem resolver o conflito existente entre elas; mas, principalmente, pela possibilidade 
de poderem decidir sobre o seu resultado. 
 
 
 
 
 
Consensualidade 
A participação na mediação surge da vontade das partes, não há uma decisão imposta. Os mediandos 
devem estar dispostos a compartilhar o poder. Devem estar dispostos a deixar as hierarquias e os 
privilégios para funcionar como iguais. As pessoas acostumadas a mandar, muitas vezes lhes custa permitir 
que outros compartilhem o processo de tomada de decisões. 
Reter o poder para tomada de decisões viola a integridade do processo de mediação. 
O mediador tem o compromisso de manter sigilosobre os fatos conhecidos através das reuniões de 
mediação. Isso, inclusive, faz com que a mediação seja mais adequada para certos casos em que não se 
queira publicidade. O sigilo também é importante porque possibilita às partes a exposição de sua 
intimidade para a discussão profunda sobre seus reais interesses. 
 
Aula 5: Bases da mediação 
 
Bases teóricas: introdução 
 
Mediação, como já vimos, é um meio não adversarial, voluntário e pacífico de resolução de conflitos, em 
que um terceiro (o mediador, imparcial) atua como facilitador do diálogo entre as partes envolvidas, 
conduzindo as mesmas à encontrarem, de maneira cooperativa, as soluções que melhor satisfaçam os seus 
interesses. No entanto, esse procedimento exige uma base teórica, na qual fundamenta suas técnicas. 
 
A partir de agora você irá ter contato com três teorias que serão exploradas tomando como base a 
relevância de seus conceitos no que tange à atuação do mediador. Esses três campos do saber são, 
respectivamente: 
a) a teoria geral dos sistemas; 
b) a teoria da cibernética; 
c) a teoria da comunicação. 
 
 
 
Teoria geral dos sistemas 
Há anos, pessoas perceberam que há coisas comuns nas diferentes áreas do conhecimento. Existem 
problemas similares que podem ser resolvidos com soluções similares. Estas mesmas pessoas perceberam 
que algumas características e regras aconteciam em todas as áreas. Assim, surgiu a definição de Sistema, 
que é um conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo comum. 
Todas as áreas do conhecimento possuem sistemas, e eles possuem características e leis 
independentemente da área onde se encontram. 
Observe o diagrama e clique na caixa Meio-ambiente para saber mais 
 
 
A abordagem sistêmica 
 
 
 
 
 
 
Estratégias da abordagem sistêmica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria da cibernética 
A cibernética é uma teoria dos sistemas de controle baseada na comunicação entre os sistemas e o meio-
ambiente, bem como a comunicação dentro do próprio sistema. De acordo com Grandesso (2000), no 
primeiro período da cibernética a preocupação consistia nos mecanismos e processos pelos quais os 
sistemas funcionavam com a finalidade de manter a sua organização. 
O objetivo do sistema era então corrigir os desvios para poder se manter estável e sobreviver. Esse 
processo é conhecido como retroalimentação, em que um sistema sobrevive mantendo a sua constância 
apesar das mudanças do meio. No segundo período da cibernética, mudou-se o foco de trabalho e o 
conflito passou a ter a função de mostrar que algo não vai bem no sistema. O foco do trabalho sai do 
conflito e vai para as relações estabelecidas naquele sistema. Fato este importante para o trabalho com 
Mediação. 
Deste modo, unindo os dois paradigmas teóricos, cibernético e sistêmico, podemos chegar à conclusão de 
que na mediação são trabalhadas as relações e a comunicação no sistema, propondo a compreensão da 
função do conflito dentro do próprio sistema. E para isso precisamos também do auxílio da Teoria da 
comunicação, como uma forma de identificar como as pessoas estão expressando os seus conflitos. 
 
Teoria da comunicação 
Os axiomas da comunicação foram desenvolvidos por Watzlawick e colaboradores (1973) e fornecem 
importante base conceitual para entendermos o processo de comunicação, sendo aplicados no 
procedimento de mediação. Resumidamente, estes autores estabeleceram que:Comunicação não violenta 
A Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo conhecido por sua capacidade de inspirar ação solidária, 
ponto fundamental no procedimento da mediação. A comunicação não violenta foi desenvolvida por 
Marshall B. Rosenberg, doutor em Psicologia Clínica, mediador internacional e fundador do Centro 
Internacional de Comunicação Não Violenta (CNV).

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