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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Aline Ra - 
Antonio Ra - 
Andrea Ra - 
Alisonete – Ra
Mari-RA
Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina “Educação de Jovens e Adultos”, sob orientação do professor-tutor à distância Antonio Nobre.
Jaraguá do Sul
2014
SUMÁRIO
O educando da EJA, realidade que o cerca e suas necessidades...........2
Diretrizes Curriculares nacionais para a EJA.............................................4
Contribuições de Paulo Freire para a EJA.................................................6
Plano de Aula.............................................................................................8
Considerações Finais..........................................................................................11
O EDUCANDO DA EJA, REALIDADE QUE O CERCA E SUAS NECESSIDADES.
A alfabetização não se resume a ensinar a ler, ela dá possibilidade para que o indivíduo se desenvolva como ser humano e assim ficar integrado no mundo, crescendo intelectualmente e assumindo seu papel de cidadão. 
Atualmente a EJA pode ser vista como uma alternativa para minimizar os efeitos da desigualdade social que infelizmente ainda rege nosso país, uma alternativa para incluir no processo educativo indivíduos que passaram a vida a mercê de uma sociedade
No século XXI a EJA “Educação de Jovens e Adultos” é uma modalidade da educação básica, reconhecida LDBEN nº 9.394/1996, que no art. 37 destaca “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”.
Na área rural havia poucas escolas e nela era difundida a ideologia de que o trabalhador rural não precisava de estudos para pegar na enxada. Na primeira metade do século XX, os principais sujeitos da educação adultos eram os migrantes da várias localidades do rural brasileiro, que se dirigiam para as cidades.
O adulto que não sabia ler e nem escrever era considerado deficiente e incapaz de aprender, essa concepção, predominante nos primeiros anos do século XX deixou de existir a partir da década de 1950.
No passado, os sujeitos da educação de adultos buscavam o estudo como forma de se inserirem no mundo da produção industrial, como maneira de melhorar de emprego e de superar a vergonha de ser analfabeto numa sociedade em que o processo industrial estava em desenvolvimento.
Atualmente, os sujeitos EJA então entre os 15 a 29 anos. Segundo o parecer CEB nº 15/1998 são adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com a vida mais acidentada. Alguns continuam buscando alternativas de melhorar a condição de emprego, ou seja, há uma racionalidade técnica por traz da continuidade escolar. Alguns tem a intenção de conquistar o primeiro emprego, outros estão na EJA para acelerar a obtenção do diploma escolar, outros então em função de repetência e desistência no ensino regular.
Muitos adultos que estão na EJA são pessoas migrantes, provenientes de outros estados, que já possuem sua bagagem cultural, conhecimento de mundo e buscam pela ampliação dos seus conhecimentos. A maioria desses jovens e adultos são pessoas que possuem trajetória de vida marcada por exclusão.
É buscando conhecer que se conhece, a dúvida, a interrogação, a curiosidade são características imprescindíveis a prática criativa de uma pessoa. 
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EJA
A educação possibilita ao indivíduo jovem e adulto retomar seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação extraescolar e na própria vida. 
O principal objetivo da educação de Jovens e adultos é de auxiliar cada indivíduo a tornar-se tudo aquilo que ele tem capacidade de ser. É muito importante favorecer a autonomia dos educandos, estimulá-los a avaliar constantemente seus progressos e suas carências. Também um dos maiores objetivos é aumentar a autoestima do educando, e fortalecer a confiança na sua capacidade de aprendizagem. Sendo assim, um dos desafios do educador da EJA é encontrar meios de fazer todos eles acreditarem em si mesmos. Novas metodologias devem ser integradas a educação de jovens e adultos, de modo que os sujeitos da EJA comecem a ser pensados como pessoas trabalhadoras que possuem vasta experiência de vida, ou como jovens inseridos em determinados contextos culturais, indivíduos com bagagem e conhecimento de mundo.
Podemos citar algumas das diretrizes curriculares da EJA: 
Língua Portuguesa – abrange tanto o desenvolvimento da linguagem oral como a introdução da escrita e da leitura. Objetiva o acesso a informação, aos saberes, a cultura e meio social que estamos inseridos.
Linguagem oral – É através da linguagem oral que conseguimos nos comunicar e nos desenvolver como integrantes de uma cultura. A linguagem oral possui uma natureza mais flexível que a linguagem escrita.
Linguagem Escrita –. A escrita não é uma transcrição de fala, nem sempre escrevemos do jeito que falamos, é importante compreender a relação entre as letras e os sons da fala.
Análise Linguística – Aprendemos escutando, falando, questionando, lendo e escrevendo, isto só acontece nos exercitando, usando no nosso dia a dia.
Matemática – A matemática estabelece regularidades, coerências e desperta a curiosidade, investigando a capacidade de projetar, prever e abstrair. Aprender e saber matemática está cada vez mais necessário no mundo em que vivemos.
A Matemática na Sala de Aula – É importante que o professor situe o educando, explicando os objetivos, o que está sendo estudado e as possíveis relações com outros campos do conhecimento, sugerindo caminhos, fazendo propostas, dando exemplos, orientando, ajudando nos erros.
A Resolução de Problemas – É uma boa maneira de trabalhar a matemática em sala de aula, pois consiste de: compreender o problema, elaborar um plano de solução para os problemas, executar o plano, verificar a solução, justificar a solução, comunicar a resposta.
Os conteúdos são organizados em quatro grupos: “Números e operações numéricas”, “Medidas”, “Geometria” e “Introdução à Estatística”. São conexões que abrangem condições para que o educando perceba a utilidade da Matemática em seu dia a dia. 
Estudos da Sociedade e da Natureza – A área de Estudos da Sociedade e da Natureza tem como objetivo buscar valores de conhecimentos e habilidade que estimulem o educando a compreender criticamente a realidade em que vive, e nela conseguir se inserir de forma mais consciente e participativa.
CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE PARA A EJA
A História está aí, nos mostrando que a Educação no Brasil por muito tempo teve o intuito de “domar” e moldar o ser humano, de excluir ao invés de incluir, porém essa mesma história nos faz conhecer um grande homem, um ícone na luta das camadas populares, um defensor da igualdade de direitos: Paulo Freire.
	A exclusão social pode ser definida como a limitação de acesso às condições de vida consideradas dignas dentro de critérios éticos. Paulo Freire então, se propõe a criar um método que não só alfabetize, mas que desenvolva a consciência e a atitude crítica, para que o homem marginalizado aprenda a escolher e decidir, sabendo que é sujeito de sua própria história e que tem o poder de transformação.
	Sua proposta permite que analfabetos, a partir da tomada de consciência de sua condição social de analfabeto, resgatem sua dignidade perdida durante anos de incompetência daqueles que deveriam assegurar-lhes o direito ao acesso ao mundo do conhecimento.
	A alfabetização de Paulo Freire é uma alfabetizaçãoconscientizadora, pois possibilita aos indivíduos se constituírem como sujeitos e não ficarem eternamente objetos da incidência dos que sabem, podem, exploram, mandam e os submetem.
	Sua teoria propõe ler a palavra e o mundo cotidiano. Freire diz não ao que não é parte da vida dessa parcela da população que sofre oprimida, a mercê de uma sociedade. Sua teoria diz não a tudo que é alienado e alienante. Dessa forma, seu método de alfabetizar parte do cotidiano, do entendimento de mundo e da rotina dos oprimidos, possibilitando aos jovens e adultos lerem uma palavra escrita que já era conhecida anteriormente pela oralidade.
Sua forma de ensinar não está pronta, apenas para ser descoberta. Ela terá de ser criada na práxis, entre educador e educando.
	Paulo Freire rompeu com uma visão de escola neutra, sua compreensão de educação era essencialmente política, ética e humana.
	A importância da contribuição dessa grande educador é indiscutível. Não só criou uma proposta que levou em consideração as diretrizes da educação de adultos, considerando o processo cognitivo de seu conhecimento como também se desafiou a despertar nas camadas populares (na grande massa) o seu direito de participar da sociedade. Por isso é lembrado por todos nós que acreditamos em um país mais justo, fraterno e solidário.
PLANO DE AULA
Área de Conhecimento: Português.
Tema: Aprendendo a ler.
Tempo de duração da aula: 1 aula.
Justificativa: A maior parte dos alunos ingressantes no EJA inicia sem nenhuma noção sobre leitura, não tiveram nenhum contato íntimo com o mundo letrado, um texto, ora por falta de desinteresse, ora por falta de recursos, assim, o desenvolvimento desse plano de aula se faz necessário para dar início a um sistema de alfabetização e letramento. 
Objetivo Geral: 
 Dar início ao processo de alfabetização e letramento.
Objetivos Específicos:
Estabelecer correspondência entre a pauta sonora e a pauta escrita do texto.
Refletir sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita
Refletir sobre a língua escrita e a língua falada.
Habilidades e Competências: 
 Identificação das letras e das palavras.
Diferenciação entre linguagem oral e linguagem escrita.
Associação da palavra oral à palavra escrita.
Reflexão sobre o texto lido.
Criar o vinculo inicial com a leitura.
Situação Didática ou Conteúdo:
Iniciar uma conversa com a turma sobre a música "Mulher Rendeira". Quem já ouviu essa música antiga? Quem conhece o refrão? 
Em seguida convida-los a cantar: "Olê, mulher rendeira / Olê, mulher rendá / Tu me ensina a fazer renda / Que eu te ensino a namorar".
Distribuir uma cópia do refrão para cada um dos alunos. Puxar novamente a cantoria pedindo para que os alunos acompanhem com o dedo a cada palavra cantada.
Fazer a problematização: onde esta escrita à palavra renda? Como vocês descobriram? Com que letra inicia? Fazendo a reflexão sobre a escrita das palavras.
Pedir para circularem no texto a palavra “mulher”. Deixar que os alunos usem de suas próprias estratégias para cumprir a tarefa. Logo, pedir como a palavra foi encontrada e de que maneira fizeram isso, por meio do tamanho da palavra? Letra inicial ou final?
Discutir sobre a palavra “mulher”, qual deles já escutou a palavra falada em outra forma, “muié”, “mulé”
Distribuir as cópias da letra completa, ouvir a canção e convidar os alunos a cantar junto.
Conversa sobre o tema tratado na canção.
Materiais ou Recursos Utilizados:
Lápis de escrever, folha A4, cd, aparelho de som.
Reflexões Finais:
Registro de observações sobre a participação dos alunos: quais foram as pistas utilizadas para ler? Recorreram a palavras ou partes de palavras conhecidas, como por exemplo, o nome dos colegas da classe? Como justificaram as escolhas?
Analise do grau de conhecimento da turma em analise do texto, das palavras e significados. 
Considerações da equipe:
A leitura é um testemunho da palavra escrita, sendo assim, uma atividade muito importante para definir o homem na sociedade.
 O início do processo de aprendizagem da leitura, pelos jovens e adultos devem diferenciar visualmente cada letra impressa, onde o aluno consiga perceber e relacionar o símbolo gráfico com seu correspondente sonoro. Porém, para que a leitura aconteça não é suficiente apenas a decodificação dos símbolos mas a compreensão e analise critica do texto lido. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A EJA é uma modalidade educacional que cumpre função reparadora. Sabemos do contexto histórico da Educação Brasileira, onde poucos eram os privilegiados e grande parte da população ficava excluída, marginalizada e sem um de seus direitos básicos: Educação.
O papel do educador da EJA então é de ampliar os interesses os alunos, mostrando que uma verdadeira aprendizagem vai além de atividades mecânicas de memorização, utilizando o conhecimento de mundo que cada um deles traz consigo. O educador deve considerar em seu projeto pedagógico as expectativas, os gostos e modos de ser característicos dos educandos.
Infelizmente, em nosso país a EJA ainda não é valorizada, ouve-se muito em melhorar a EJA em campanhas eleitorais, porém essas intenções logo são esquecidas ao passo que as eleições acabam, cabe a nós como educadoras conscientes e que acreditam em um país melhor e mais justo nos espelharmos no grande nome de Paulo Freire, na busca por uma Educação de qualidade para todos.
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” Paulo Freire
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- DUARTE, Marta. O desafio de ensinar a aprender para continuar aprendendo. Disponível em: <<http://www.udemo.org.br/RevistaPP_02_10Odesafio.htm>>. Acesso em 09 de agosto de 2013.
- Educação para jovens e adultos. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/propostacurricular/primeirosegmento/propostacurricular.pdf> Acesso em 08 de setembro de 2013.
- JOSGRILBERT, Maria de Fátima V. Paulo Freire e a educação de jovens e adultos. CEREJA. Disponível em:<<http://www.cereja.org.br/pdf/revista_v/Revista_MariadeFa.pdf>. Acesso em 12 de agosto de 2013. 
-PACIEVITCH,Thais. Andragogia. Disponível em: <<www.infoescola.com/educacao/andragogia>> Acesso em 09 de agosto de 2013.
- SILVA, Elias. Paulo Freire: A metodologia que revolucionou a alfabetização de jovens, adultos e idosos nas camadas populares. Disponível em: << http://www.pralapidar.org.br/index.php?area=paulo-freire-a-metodologia-que-revolucionou-a-alfabetizacao-de-jovens-adultos-idosos-nas-camadas-populares>>. Acesso em: 12 de agosto de 2013.
- SOUZA, Maria A. de. Educação de Jovens e Adultos. 2. ed. Curitiba: IBPEX - Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão, 2010. PLT 232. 
- STRECK, Danilo Romeu. Da pedagogia do oprimido às pedagogias da exclusão: um breve balanço crítico. Educ. Soc. [online]. 2009, vol.30, n.107, pp. 539-560. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302009000200012&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 12 de agosto de 2013.
- VICHESSI, Beatriz. Não trate alunos de EJA como crianças. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/infantilizar-estudantes-eja-432129.shtml. Acesso em 08 de agosto de 2013.
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