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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
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 Ciências Humanas e suas Tecnologias têm um importante papel na construção da identidade pessoal do educando, referida esta identidade aos contextos sociais e culturais em que vive e atua, mas também a contextos distantes espacial e temporalmente. Os conhecimentos e as competências construídas no estudo das diversas Ciências Humanas – Geografia, História, Sociologia e Filosofia, devem permitir aos indivíduos a aquisição de uma série de ferramentas, obviamente referidas a valores, que potencializem sua inserção solidária na realidade social e cultural.
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Dentre os quatro princípios propostos para uma educação para o século XXI – aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser – destaca-se o aprender a conhecer, base que qualifica o fazer, o conviver e o ser e síntese de uma educação que prepara o indivíduo e a sociedade para os desafios futuros, em um mundo em constante e acelerada transformação. 
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Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades
H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
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H1 — Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
 
As fontes documentais que registram a cultura de um povo ou de uma época são de suma importância para o estudo das ciências humanas. Elas constituem os 
vestígios materiais da atividade humana. Incluem as fontes arqueológicas em geral, os instrumentos de trabalho, os monumentos, as moedas, textos, entre muitas 
outras. Assim, o estudo de fósseis é uma fonte documental tanto quanto um mapa antigo ou o afresco de uma catedral medieval. Essa habilidade exige que o estudante 
aprenda a ler o mundo, histórica e geograficamente, tanto do passado quanto do presente, “escrito” nas mais variadas formas. 
 
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H2 — Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas. 
 A memória da humanidade está marcada tanto na memória dos seres humanos, quanto nos objetos por eles criados. Essa produção da memória é perceptível nas obras 
de arte, na arquitetura, nos textos etc., carregados de valores que precisamos analisar para a real compreensão do processo civilizatório. Homens da pré-história 
registravam seu cotidiano, como o fazemos hoje, por exemplo, em jornais, blogs ou mídia eletrônica. 
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H3 — Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos. 
 Esta habilidade está ligada à construção mental da noção de historicidade das coisas materiais e mentais produzidas pela humanidade. Assim, somos hoje fruto do que 
ontem as sociedades construíram. Um exemplo disso é a língua de cada povo, que é uma construção dinâmica do seu modo de viver através dos tempos. 
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H4 — Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura. 
 Os homens de cada época percebem o mundo também de formas diferentes. A diversidade do pensar e do agir pode ser reconhecida pelo estudo comparativo dos 
pontos de vista expressos de diferentes formas sobre o mesmo assunto de determinada época. O mesmo fato ou a mesma situação são expressos de formas e pontos 
de vista diferentes, a partir do jogo de interesses ou de visão de mundo que os produtores das fontes tenham. Exemplo disso é o farto registro documental produzido 
pelos agentes da Revolução Francesa. 
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 H5 — Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio 
 cultural e artístico em diferentes sociedades. Cada cultura tem elementos próprios que a caracterizam e identificam. O estudo das ciências humanas deve conduzir o 
aluno a reconhecer esses elementos e a construir mentalidade de respeito à diversidade cultural dos povos. Assim, a cultura ocidental e a chinesa, por exemplo, 
construíram valores diferentes uma da outra. A habilidade em identificar essa diversidade, requer do sujeito ir além do simples conhecimento de tais culturas. 
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I. Patrimônio cultural 
Ultimamente, os jornais, as revistas e a própria televisão estão a dar ênfase a um assunto até há pouco sem interesse maior ao povo, que é esse tema ligado 
às construções antigas e seus pertences, representativos de gerações passadas e que, englobadamente, recebem o nome genérico de “patrimônio histórico”, ao qual, 
às vezes, também é aposta a palavra “artístico”. Na verdade, essa expressão usual abrange somente um segmento de um acervo maior, que é o chamado patrimônio 
cultural. 
Patrimônio cultural pode ser definido como um conjunto de bens culturais, antigos e novos,representativo das manifestações culturais de uma nação ou de 
um povo. É incomensurável o número total de bens que compõem o patrimônio cultural de um povo, de uma nação ou de um pequeno município.
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 O patrimônio cultural de uma sociedade ou de uma região ou de uma nação é bastante diversificado, sofrendo permanentemente alterações. Nem só de cidades e monumentos é formado o patrimônio cultural: quadros, livros ou mesmo fotografias que documentem a memória e os costumes de uma época também fazem parte do acervo cultural. 
Muitas pessoas, ainda hoje, confundem patrimônio cultural com amontoado de velharias, não sabendo que agora também estão, enquanto vivem, a 
enriquecer, ou a empobrecer, nosso elenco de bens representativos. A problemática do patrimônio cultural deve ser encarada de modo bastante abrangente, isto é, 
abordando todo o elenco de bens culturais de um povo, sem atentar, necessariamente, ao aspecto histórico.
Patrimônio oficial é aquele que legalmente reúne poucos e 
escolhidos bens culturais eleitos como preserváveis à posteridade. Nenhum país pode vangloriar-se de possuir preservado o seu integral patrimônio cultural, 
representado de modo condigno por acervos museológicos, arquivos, mostruários, construções e urbanizações partícipes de ecomuseus que realmente sejam 
representações corretas de todo o seu desenvolvimento cultural. 
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Podemos dividir o patrimônio cultural em três grandes categorias de elementos: os elementos pertencentes à natureza, ao meio ambiente; os elementos 
referentes ao conhecimento, às técnicas, ao saber e ao saber fazer; e os elementos chamados bens culturais que englobam objetos, artefatos e construções.
Os bens culturais podem ser de interesse (valor) nacional, regional ou local. O patrimônio cultural deve ser encarado de modo bastante abrangente, não se limitando ao aspecto 
arquitetônico, ou seja, às construções antigas e seus pertences. O patrimônio cultural de um povo abrange todas as suas manifestações culturais, não só seus artefatos, mas, também sua música, dança, cantos, representações e histórias do povo, seus usos, costumes, assim como o seu “saber”, o seu “saber fazer” e, inclusive, o meio ambiente.
De todos os elementos que compõem o patrimônio cultural, os mais importantes são os artefatos, ou seja, objetos e construções. A palavra artefato, quando contextualizada no tema patrimônio cultural, tanto pode designar um machado de pedra polida como um foguete interplanetário ou uma igreja ou a própria cidade em volta dessa igreja.
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 Nosso país é jovem e nos seus quinhentos anos de vida conseguiu aqui e acolá seu acervo de bens, absolutamente típicos de uma cultura nascida de 
três raças em paisagem paradisíaca. No próprio nome da entidade oficial destinada à defesa do “patrimônio” nacional brasileiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), distinguem-se apenas os bens “artísticos” dos“históricos”, desconsiderando a abrangência da problemática do patrimônio histórico. 
II. Preservação do patrimônio cultural 
Preservar é conservar, manter, defender, registrar e resguardar, de qualquer maneira, o que for significativo dentro de nosso vasto repertório de elementos 
componentes do patrimônio cultural. Um bem cultural é inseparável do meio onde se encontra situado e, bem assim, da história da qual é testemunho, logo, na sua 
preservação, é imprescindível relacioná-lo com o seu meio ambiente, com sua área envoltória, com seu contexto socioeconômico, recusando-se a encará-lo como trabalho isolado no espaço.
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O tombamento é um atributo que se dá ao bem cultural escolhido e separado dos demais para que, nele, fique assegurada a garantia da perpetuação da memória. Bem cultural de interesse nacional é aquele ligado ao quadro de elementos determinadores da identidade pátria, imprescindíveis à exata compreensão da nossa formação.
O patrimônio cultural deve ser preservado e não importa a forma: se através de coleções particulares, do mercado de arte ou da proteção de entidades governamentais. O necessário é preservar, já que o que não é patrimônio histórico desaparece com o tempo. 
III. Memória social 
A memória social depende da preservação sistemática de segmentos do patrimônio cultural. Para garantir a compreensão de nossa memória social, faz-se 
necessário preservar o que for significativo dentro de nosso vasto repertório de elementos componentes do patrimônio cultural.
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No Brasil, poucos, muito poucos, têm uma visão global do problema e da necessidade da defesa da memória e de seus bens representativos. Em nosso país, é comum o descaso impune que assiste à destruição desnecessária de elementos do patrimônio cultural. No Brasil, é clara a falta de esclarecimento popular sobre a importância da preservação de nosso 
patrimônio cultural. Essa deseducação coletiva promove o descaso popular por tudo que represente o passado morto, sendo o futuro sempre uma espécie de sonho dourado — inconscientemente buscam todos melhoria de vida destruindo lembranças de antigamente. A preservação de bens culturais, na maioria das vezes, limitou-se a preservar objetos e construções da classe dominante, negligenciando os artefatos do povo. 
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Exercícios da competência
 
1. (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois:
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.
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2. O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais. 
ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.
Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é A) o palácio de Versalhes. B) o Museu Britânico. C) a catedral de Colônia. D) a Casa Branca. E) a pirâmide do faraó Quéops.
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3. Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas à família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida política das sociedades.
No que se refere às práticas sociais ligadas aos sepultamentos,
a) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas, porque o mais importante era ademocracia experimentada pelos vivos. b) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma. c) no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era regido pela observância da hierarquia social. d) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos. e) no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.
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Essa formação humanística busca identificar e problematizar as questões relevantes a respeito da permanência de conflitos e violências em distintos espaços rurais e, especialmente, em grandes centros urbanos. Desse modo, essa área de competência busca refletir sobre as singularidades culturais e o respeito à diferença – etnia, religião, gênero e sexualidade.
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• Compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros. 
• Compreender a sociedade, sua gênese e transformação, e os múltiplos fatores que nela intervêm, como produtos da ação humana; a si mesmo como agente social; e aos processos sociais como orientadores da dinâmica dos diferentes grupos de indivíduos. 
• Compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupação de espaços físicos e as relações da vida humana com a paisagem, em seus desdobramentos político sociais, culturais, econômicos e humanos. 
• Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as às práticas dos diferentes grupos e atores sociais, aos princípios que regulam a convivência em sociedade, aos direitos e deveres da cidadania, à justiça e à distribuição dos benefícios econômicos. 
• Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a sociedade, a economia, as práticas sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural. 
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• Entender os princípios das tecnologias associadas ao conhecimento do indivíduo, da sociedade e da cultura, entre as quais as de planejamento, organização, gestão e trabalho de equipe, e associá-los aos problemas que se propõem resolver. 
• Entender o impacto das tecnologias associadas às Ciências Humanas sobre sua vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do conhecimento e a vida social. 
• Entender a importância das tecnologias contemporâneas de comunicação e informação para planejamento, gestão, organização e fortalecimento do trabalho de equipe. 
• Aplicar as tecnologias das Ciências Humanas e Sociais na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida. 
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Representação e comunicação
 • Entender a importância das tecnologias contemporâneas de comunicação e informação para planejamento, gestão, organização e fortalecimento do trabalho de equipe. Investigação e compreensão
 • Compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros.
 • Compreender a sociedade, sua gênese e transformação, e os múltiplos fatores que nela intervêm, como produtos da ação humana; a si mesmo como agente social; e os processos sociais como orientadores da dinâmicados diferentes grupos de indivíduos.
 • Entender os princípios das tecnologias associadas ao conhecimento do indivíduo, da sociedade e da cultura, entre as quais as de planejamento, organização, gestão, trabalho de equipe, e associá-las aos problemas que se propõem resolver. 
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Contextualização sócio-cultural
 • Compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupação de espaços fisicos e as relações da vida humana com a paisagem, em seus desdobramentos políticos, culturais, econômicos e humanos.
 • Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as às práticas dos diferentes grupos e atores sociais, aos princípios que regulam a convivência em sociedade, aos direitos e deveres da cidadania, à justiça e à distribuição dos benefícios econômicos.
 • Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a sociedade, a economia, as práticas sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural.
 • Entender o impacto das tecnologias associadas às Ciências Humanas sobre sua vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do conhecimento e a vida social.
 • Aplicar as tecnologias das Ciências Humanas e Sociais na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida. 
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