SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS AULA 6 Prof. Gil Fábio de Souza 2 CONVERSA INICIAL Olha aí! Não é que chegamos à nossa última rota de aprendizagem, na qual veremos uma série de aplicações dos principais temas tratados em nossas aulas! Hoje, concluiremos os seguintes temas: Aplicação de controle de estoques Aplicação de ressuprimento de estoques A filosofia e técnicas de JIT e manufatura enxuta: exemplo sistema Kanban A teoria das restrições Extensões do MRP Ao final desta aula, estaremos com conceitos reforçados: Aplicar conhecimento nas técnicas do sistema JIT Participar e operacionalizar a teoria das restrições nas empresas de bens e serviços Saber determinar e diferencias as várias filosofias de produção Conhecer o estado da arte dos sistemas de controle da produção CONTEXTUALIZANDO A aplicação das metodologias vistas dos sistemas de produção nas empresas de diversos segmentos tem sido uma prática muito adotada, tendo como consequência um ganho em termos de produtividade e eliminação de perdas nos processos produtivos. Atualmente, vivenciamos grandes mudanças econômicas, maior competitividade através de baixos custos de produção, qualidade e prazo de entrega cada vez mais eficazes, o que faz com que as empresas busquem cada 3 vez mais técnicas para ad ministrar melhor as atividades produtivas. Existem vários exemplos de técnicas que podem ser utilizadas para melhorar a capacidade produtiva de uma empresa, dentre elas, o modelo de produção enxuta, que utiliza ferramentas como Kanban, redução de estoques, Just In Time, nivelamento da produção, melhoria contínua etc. PESQUISE Acesse o link abaixo de um artigo do XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, que se encontra no Portal da ABEPRO (Associação Brasileira de Engenharia de Produção) e veja uma aplicação prática dos sistemas de manufatura enxuta: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2004_enegep0106_1712.pdf TEMA 1: APLICAÇÃO DE CONTROLE DE ESTOQUES Existem várias críticas com relação aos diversos modelos de controle de estoques. A primeira é a de que o modelo é “inelástico” ou pouco sensível com relação à variação da quantidade no lote. Isto é, mesmo que o tamanho do lote adquirido (Q) seja diferente do lote econômico (LE), o custo total (CS) sofre variações muito pequenas. Caso, com os dados do exemplo, fosse comprado de cada vez um lote de 3.000 unidades (Q), 50% a mais que o lote econômico (LE), o custo do sistema (CS) seria: CS = 3,50 x 12.000 + 100 x 4 + 3,50 x 0,20 x 3.000/2 = $43.450,00, justificando a crítica. Uma segunda crítica ao modelo tem sido o fato de que não se encontram incluídos aspectos relativos ao fornecedor do material. Assim, não se sabe se o fornecedor pode fornecer um lote do tamanho calculado ou se, eventualmente, existe um lote mínimo de fornecimento. Os aspectos do transporte do produto 4 também não estão identificados. Pode ocorrer (e, em geral, ocorre) de o lote calculado estar em desacordo com o tamanho mínimo necessário para que se tenha um custo de transporte mínimo. Dado o impasse, a sugestão prática é fixar o lote em função da classificação do material (classificação ABC) e negociar o tamanho do lote com o fornecedor. Exemplificando, para itens da classe A, devem ser encomendados lotes pequenos e com maior frequência, para a classe C, pode-se operar com lotes maiores e com poucas reposições anuais. Para os itens da classe B, devem ser adotados intermediários às classes A e C. Agora, vamos verificar um exemplo de controle de estoques com entrega parcelada, que pode ser uma alternativa aos problemas apresentados acima! TEMA 2: APLICAÇÃO DE RESSUPRIMENTO DE ESTOQUES Vamos verificar um exercício considerando ressuprimento por ponto de pedido: Elaborar um sistema de ressuprimento de estoques por ponto de pedido e explicar seu funcionamento, admitindo-se reposições em lotes econômicos, para um item com uma demanda anual de 2.000 unidades, um custo de preparação do pedido de R$ 20,00, uma taxa de encargos financeiros sobre os estoques de 30% ao ano e um custo unitário de R$ 15,00. Vamos admitir ainda que este item tenha um estoque de segurança de 30 unidades, e um tempo de ressuprimento de 5 dias para um ano com 250 dias úteis. Faça sem ver a resposta! Resposta Esperada: D = 2000 unidades; A = $20,00 por ordem; I = 0,30 ao ano; C = $15,00 por unidade; 5 Qs = 30 unidades; t = 5 dias; d = 2000 unidades por ano / 250 dias por uno = 8 unidades por dia. PP = d.t + Qs = 8.5 + 30 = 70 unidades Considerando que: Q D A C I 2 2 2000 20 15 0 30 . . . . . . , = 133,33 ==> 134 unidades Qmax = Qs + Q* = 30 +134 = 164 unidades Qmin = Qs = 30 unidades Sempre que o saldo de estoques atingir 70 unidades, é providenciado um pedido de reposição de 134 unidades, que, se tudo ocorrer normalmente, deverá dar entrada em estoques após 5 dias. Caso o valor mínimo e máximo forem frequentemente ultrapassados, o modelo deve ser revisto. Agora, então, vamos montar um modelo de ressuprimento de estoques por revisões periódicas, com periodicidade econômica, para o item do exercício anterior, explicando seu funcionamento. Admitindo-se que em uma das revisões não haja saldo em estoque e sim uma demanda reprimida de 20 unidades e que nesse período deverá chegar um lote de reposição atrasado de 100 unidades, calcular a quantidade do lote de reposição a ser colocado. Considerando que: srpfr QQQQttdQ Qf = quantidade de saldo final em estoque; Qp = quantidades pendentes de entrega; Qr = quantidade solicitada e não atendida; Qs = estoque de segurança. 6 t Q t Dr ano . .134 250 2000 =16,75 => 17 dias => 15 vezes ao ano A cada 17 dias úteis, aproximadamente 15 vezes por ano, será feita uma revisão dos estoques deste item, e, se tudo correr bem, deverá ser encomendado um lote de aproximadamente 134 unidades. Qf = 0; Qp = 100 unidades; Qr = 20 unidades; Qs = 30 unidades. Q = d . (tr + t) - Qf - Qp+ Qr + Qs = 8.(17+5)-0-100+20+30 = 126 unidades. TEMA 3: A FILOSOFIA E TÉCNICAS JIT E MANUFATURA ENXUTA: EXEMPLO SISTEMA KANBAN O Lean Manufacturing ou Manufatura Enxuta é uma filosofia de gestão, criada pela Toyota e expandida para todo o mundo, focada em diminuir sete tipos de desperdício: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Eliminando esses desperdícios, a empresa melhora. Uma das maneiras de se alcançar o sucesso foi o modelo dos “4 P’s da Toyota”: Philosophy, Process, People and Partners e Problem Solving, explicado pelo administrador Adriano Fernandes Lima, no Portal Administradores: Philosophy (Filosofia – Pensamento a Longo Prazo) Decisões gerenciais baseadas em uma filosofia de longo prazo, ao invés de objetivos financeiros de curto prazo. Process (Processos – Eliminação de Desperdícios) Criar processos onde os produtos realmente “fluam”; Usar sistemas de produção puxados pelos clientes, para evitar que sejam produzidos materiais desnecessários; 7 Parar o sistema quando houver um problema de qualidade (Jidoka); Padronizar as atividades para que haja melhoria contínua sempre; Controle visual do processo para que não haja problemas que não sejam percebidos; Usar apenas tecnologia testada e de confiança. People and